
O próximo prefeito de Congonhas (MG), receberá um salário que, por pouco, seria igual ao salário do presidente da República. Anderson Cabido (PSB), eleito no último pleito, irá receber o salário bruto de R$ 43,9 mil para ocupar a cadeira de prefeito de Congonhas, enquanto o chefe do Executivo nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ganha um subsídio de R$ 44 mil. Segundo o IBGE, Congonhas possui 52.890 habitantes. A lei que autoriza o aumento de cerca de 16% do benefício foi aprovada em regime de urgência pela Câmara Municipal de Congonhas e assinada nessa terça-feira (3/12).
O valor do salário do prefeito ultrapassa o salário bruto do governador Romeu Zema (Novo), que a partir de 2025 vai receber R$ 41,8 mil mensais. O vice-governador Mateus Simões receberá R$ 37,6 mil, enquanto secretários ganharão R$ 31,2 mil para chefiar as pastas mineiras.
O valor ainda supera os subsídios brutos pagos aos prefeitos de todas as capitais do país em 2024. Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, recebe mensalmente R$ 38 mil para comandar a maior metrópole da América Latina. Topázio Neto (PSD), prefeito de Florianopólis, tem o segundo maior salário entre os chefes de Executivo de capitais, recebendo R$ 36,9 mil pelo exercício do cargo.
O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) figura em terceiro lugar na lista de salários, com um pagamento mensal bruto de R$ 35,6 mil para chefiar a capital mineira, mesmo valor que Eduardo Paes (PSD) recebe para governar o município do Rio de Janeiro. O menor salário da lista fica para Tião Bocalom (PP), prefeito de Rio Branco, no Acre, que ganha cerca de R$ 20,6 mil reais.
Para justificar o valor do reajuste, o presidente da Câmara, Igor Souza Costa (PL) afirmou que Congonhas “é algo fora da caixa”. Isso porque, segundo o vereador, a cidade tem um orçamento de mais de R$ 7 bilhões.
Outro fator que embasou a revisão do salário do prefeito seria uma suposta defasagem no valor, que não era atualizado há 16 anos. “Desde 2008 que não é feita uma revisão do salário do prefeito. Fazemos só a correção pelo INPC. O que a gente discutiu muito é que para o prefeito não existe a questão da verba indenizatória como para os deputados, não tem auxílio, paletó, verba de gabinete, seria só o salário com dos descontos ainda”, afirmou o chefe do Legislativo de Congonhas.