
Buracos, obras em trechos de tráfego pesado e acúmulo de óleo na pista exigem habilidade dos condutores na rodovia MG-050, rumo às estâncias de Furnas. Chuva e traçado sinuoso em pistas simples transformam a MG-010, para a Serra do Cipó, e a BR-356, no caminho para Ouro Preto, em vias traiçoeiras. Vários caminhos levam os mineiros de férias ou recesso de réveillon para o interior do estado. Das cidades históricas às montanhas e balneários requintados, boa parte das estradas reservam obstáculos aos viajantes, mesmo quando o asfalto e a sinalização são considerados bons ou regulares. Desde o último domingo, o Estado de Minas traz aos viajantes as condições das estradas que levam aos principais destinos dos mineiros para auxiliar os viajantes nas suas jornadas de descanso e diversão após quase dois anos de pandemia do novo coronavírus e com o respiro conseguido com a vacinação.
O transportador Eder da Costa Júnior, de 48 anos, circula por várias estradas mineiras e conhece de perto esses obstáculos. Ele destaca a MG-050 como uma das mais traiçoeiras, no segmento de 232 quilômetros entre Juatuba (Grande BH) e Capitólio, primeira rodovia concedida em parceria público-privada (PPP) do Brasil, em 2007. “O trecho entre Itaúna e Divinópolis exige muita atenção do motorista devido a uma obra de duplicação que desvia a pista. Nessa região, o asfalto está muito castigado e por isso há muitos buracos. Essas condições podem danificar o veículo e até causar um acidente em quem desvia de repente ou acaba pego de surpresa e precisa passar por cima do buraco”, afirma o transportador.
Óleo na pista
Outro perigo destacado por ele e verificado pela reportagem no local e por meio do aplicativo de rotas de viagem Waze ocorre também na rodovia BR-356, nos 70 quilômetros que ligam as cidades mineiras de Nova Lima e Ouro Preto. Predominam nessa rodovia as pistas simples e há longos trechos de curvas muito fechadas em topografia íngreme, com subidas e descidas árduas, e que na época de chuvas costumam se tornar escorregadias pelo acúmulo de óleo deixado pelos veículos. “Esses são os piores, são partes muito perigosas. A chuva piora tudo, lavando o óleo que foi pingando na pista e acumulando-o em locais onde a drenagem demora a funcionar. Dá para sentir que a pista fica escorregadia e isso é um perigo. Principalmente em alta velocidade”, destaca Eder.
Nas áreas de obras recentes e até mesmo nas já finalizadas, uma herança confunde quem trafega pela MG-050, observa o transportador Éder Júnior. “Muitas placas de sinalização antigas e que não têm mais utilização foram esquecidas e não retiradas. Daí, uma pessoa reduz achando que há um radar que não existe mais e com isso interfere no tráfego, fazendo os outros motoristas reagirem a situações irreais”, alerta. Em Pium-í, no Centro-Oeste, dois trechos em reparos apresentam buracos e têm desvios e obras na passagem pela área urbana, no Bairro Elisa Leonel.
As chuvas constantes são perigosas mesmo em pistas de asfalto e sinalização boas, como a MG-010, de BH à Serra do Cipó, ou a BR-135, de Curvelo a Montes Claros, mas que leva também a Diamantina. O gaúcho de Erechim Claudiomir de Lima, de 51 anos, 28 deles na estrada, destaca os perigos que a BR-135 traz, mesmo com pavimento e sinalização considerados bons. E o desafio será ampliado na época da passagem 2021/2022, com a concessionária Eco 135 estimando aumento de 20% do tráfego.
Acelerador
“A rodovia está boa, bem conservada, mas percebemos que na chuva os condutores de carros pequenos não têm muita noção e mantêm a velocidade alta. É preciso tirar o pé (do acelerador). Você nota que os caminhoneiros passaram de 90km/h ou 100km/h para 75km/h ou 80km/h; é porque o trecho exige isso para a nossa segurança. O veículo pode aquaplanar e deslizar no óleo, e aí o motorista não segura e o carro pequeno causa acidentes. Mesmo sem chuva, tem aqueles que aceleram demais e não sabem fazer ultrapassagens nem frear com a distância ideal. Muitos motoristas pegam a estrada para viagens longas, mas precisariam de muita experiência antes. É um risco que tomam”, afirma Claudiomir, que nesta última viagem leva produtos da Vale para São Luís, no Maranhão.
De acordo com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), na MG-010, os 166 quilômetros entre Belo Horizonte e Conceição do Mato Dentro são considerados bons. “A partir do distrito de Cardeal Mota, no Parque da Serra do Cipó, até Conceição do Mato Dentro, os motoristas podem encontrar algum tipo de irregularidade na pista, como buracos.
