
A estruturação de um grupo de trabalho para tratar o turismo na região do Lago de Furnas e Lago de Peixoto – ‘Mar de Minas’ foi assunto da reunião que aconteceu no último dia 14 de janeiro, em Belo Horizonte (MG). Estavam presentes o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, as prefeituras de Capitólio, São José da Barra e São João Batista do Glória, além das polícias militar e civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Marinha do Brasil, Instâncias de Governanças Regionais (IGR’s), Sebrae, Fecomércio e sociedade civil.
O principal objetivo do planejamento, de acordo com Lucas Arantes Barros, secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Capitólio, é fazer com que os turistas tenham ainda mais segurança para realizar seus passeios, além dos profissionais serem cada vez mais capacitados.
Pensando no bem-estar dos turistas, foi criada a primeira ação do grupo de trabalho, que será chamado de “Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas”, que consiste na realização de um vasto diagnóstico, com laudos técnicos e geológicos, dos órgãos competentes dos cânions e áreas interditadas.
Vale ressaltar que o planejamento do grupo seguirá em quatro etapas: a primeira é o diagnóstico detalhado, geológico e estrutural do local. Já a segunda fase, será o ordenamento, regulamentação de uso e ocupação dos cânions e suas águas, por parte dos municípios, visando a segurança dos usuários, trabalhadores e turistas. O terceiro momento, será a formação, informação e qualificação dos agentes públicos e privados, bem como usuários e turistas, sobre uso seguro da área. E, por último, vai ser o reposicionamento de Capitólio e Mar de Minas como destino seguro dentro e fora do estado com projetos de marketing e promoção.
Para Arantes, o planejamento está sendo feito de maneira técnica, com apoio de instituições renomadas, várias cidades, governo de Minas, entre outros. “Isso, em conjunto com a participação da comunidade, faz com que o planejamento seja ainda mais bem aceito e funcione de forma eficaz e eficiente”, disse.
Conforme informado por Leônidas Oliveira, Secretário de Estado de Cultura e Turismo, as medidas de segurança já foram adotadas pelas autoridades competentes e, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) está em contato constante com a Prefeitura de Capitólio e demais órgãos envolvidos. Além disso, em breve, será implementada a Rede Integrada de Proteção ao Turismo, que terá expandido o raio de atuação, que antes seria restrita à Capitólio e, agora, abordará toda a região. A iniciativa integra a Polícia Militar de Minas Gerais, Secult, prefeituras, além da cadeia produtiva do turismo e a comunidade em geral para promover a segurança pública, a cultura, o turismo e, assim, estimular a geração de emprego e renda na cidade.
Ainda assim, Arantes explicou que Capitólio já havia editado regras para a visitação nos Cânions. “De acordo com decreto Municipal, não era permitido que as pessoas usassem a área para banho, não era possível fundear as lanchas, havia tempo de permanência no local, número máximo de embarcações, restrições de uso de som e de velocidade no local. Estamos trabalhando, junto aos municípios vizinhos, Circuito Nascentes das Gerais e Canastra e governo de Minas para que novas medidas sejam tomadas, principalmente com relação ao controle de entrada no local”.
Em relação à importância do turismo de Capitólio e região, “conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), em relação à renda média gerada, em 2020, o Turismo de Capitólio teve uma representatividade de 23,28% em relação ao total da renda média gerada no município e 0,17% de representatividade em relação à renda média gerada ligada ao Turismo de Minas Gerais. Além disso, o destino é um dos mais procurados em Minas Gerais. Por meio da plataforma desenvolvida pela Sentimonitor, o destino foi o 3º mais mencionado em 2021, nas redes sociais e internet. O turismo de natureza é o principal segmento da região e representa 89% do total das menções em 2021 (janeiro a novembro)”, contou Oliveira.
Leônidas ainda revelou que especialistas e geógrafos já deram andamento na realização de um diagnóstico, com laudos técnicos e geológicos, dos órgãos competentes dos cânions e áreas interditadas, mas, não há data prevista para o fim dos trabalhos.
CAPITÓLIO E REGIÃO E SUA REPRESENTATIVIDADE
O primeiro contato com o turismo de Capitólio e região deixa a maioria das pessoas encantadas como foi o caso de Augusto Baeta, engenheiro civil e empresário. “Me apaixonei por Capitólio e região, que representam para mim segurança, tranquilidade, qualidade de vida, aconchego, beleza , ao mesmo tempo, desafio de construir aqui o resto da minha vida”.
O primeiro contato que Baeta teve com a cidade de Capitólio foi em 2014, através da Construtora que estava lançando um residencial, em Escarpas do Lago. Segundo o entrevistado, ele ficou encantado com o empreendimento e com a região, tanto que adquiriu uma unidade, que foi entregue no segundo semestre de 2016. Com isso, ele fez vários investimentos em 2017, 2018, 2019 e, atualmente, investe ainda.
“Desde 2016, tenho visto e vivido o crescimento do turismo na região. Assim, não só Capitólio, como as outras cidades que fazem parte do complexo de turismo da região, apresentam ótimas oportunidades de investimento”, contou.
Além disso, Augusto deixa a seguinte mensagem aos que pretendem empreender na região de Capitólio, “ainda há muito o que explorar e com criatividade e competência, podemos contribuir para transformar ainda mais a região em um polo de turismo nacional e internacional. E com retorno de investimento super viável e gratificante”, aconselhou.
Vale lembrar que “apenas a região dos cânions – local do acidente está interditada para as investigações. Todo o restante do Lago de Furnas está liberado para o turismo, assim como todos os outros atrativos na região da Canastra e nos municípios próximos, como São José da Barra e São João Batista do Glória”, enfatizou o Secretário de Estado Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
NOTA OFICIAL DA ASCATUR
A reportagem do Jornal Folha Regional entrou em contato com a Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio (Ascatur) para uma entrevista, e a associação emitiu um comunicado oficial como resposta. Leia a nota a seguir:
“Estamos comprometidos com a verdade, com a ciência, e com a segurança de nossos turistas e profissionais da área. Seguimos aguardando e acompanhando as elucidações das causas do ocorrido que estão sendo feitas pelos órgãos competentes, dentre eles, Polícia Civil, Polícia Federal, Ministério Público, Marinha, Bombeiros, Governo e Universidades parceiras. Todos unidos em prol de um Turismo Responsável, tanto para quem reside quanto para quem visita nossa querida região. A ASCATUR vem atuando diretamente no desenvolvimento de um turismo responsável e sustentável de Capitólio e região, e sempre teve em busca de parceiros e alternativas para o crescimento e fortalecimento de toda a cadeia produtiva do turismo. Mesmo sendo um destino com pouco tempo de operação turística, em parceria com Poder Público, com a Marinha do Brasil e o Sistema S (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR – e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC), várias são as medidas de segurança que já foram tomadas ao longo dos últimos anos, como por exemplo, no passeio de lancha pelo Lago de Furnas, nos Cânions (um dos pontos de visitação), já não era permitido atracar embarcações e banhar-se no local. Toda a prestação de serviço náutico, pilotos e embarcações atendem os pré-requisitos exigidos pelo Município e Marinha do Brasil, tais como, habilitação profissional, treinamentos específicos e avaliação especial, além de serem acompanhados constantemente pela fiscalização dos órgãos competentes. Lidamos neste momento com os reflexos do ocorrido que abalou profundamente Capitólio e Região. Nos preocupamos com o presente e com o futuro das famílias que dependem não só do lago, mas do turismo para sobreviverem. Somos um povo resiliente pela própria natureza, temos um pedacinho no mundo abençoado por Deus, vários atrativos turísticos em um só lugar, belezas naturais, uma gastronomia incrível e os mais variados tipos de meios de hospedagem. Capitólio é e permanecerá sendo um destino lindo, acolhedor e com inúmeras alternativas para nossos turistas. A região oferece uma gama de atrações e várias atividades, que promovem a vivência e um contato único com a natureza. São paisagens exuberantes, várias cachoeiras a serem exploradas no passeio de 4×4, voo de balão, turismo rural, esportes de aventura, diversos roteiros de trilhas e parques ecológicos nos arredores da cidade, que transformam nossa região em um lugar e uma experiência inesquecível. Além disso, o Lago de Furnas é um dos maiores lagos artificiais do mundo com uma enorme área navegável e com várias opções de lazer e diversão. Nós, diretoria e nossos associados da ASCATUR, estamos 100% engajados em contribuir para o fortalecimento do setor turístico de Capitólio e região e temos o compromisso de caminharmos para sermos referência mundial num turismo responsável e sustentável ofertando sempre experiências inesquecíveis para todos que nos visitam.”
Por Fábio Henri.
Na reportagem foi dito que já existia regras de utilização dos cânions, com limite de lanchas e tempo de permanência. Isso podia ser por escrito. Estive lá em setembro e fiquei decepcionado. Havia dezenas de lanchas fundeadas, com o som no máximo, muitas pessoas desembarcadas e lanchas fazendo manobras arriscadas perto dos cânions. Se a queda tivesse ocorrido naquele dia estaríamos chorando dezenas, talvez mais de uma centena de mortos.