
Pessoas que perderam a laringe e as cordas vocais na luta contra o câncer de cabeça e pescoço podem voltar a falar com a ajuda de um pequeno aparelho: a laringe eletrônica.
O equipamento foi entregue, pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (Sus) de Minas Gerais, a oito pacientes do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), em Belo Horizonte, na última terça-feira (11).
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A laringectomia total é o procedimento cirúrgico adotado nos estágios avançados da doença e consiste na extração da laringe e das pregas vocais, o que faz com que a pessoa perca a capacidade de falar.
A recuperação da linguagem, então, só é possível por meio da laringe eletrônica. O aparelho portátil, com baterias recarregáveis, emite ondas sonoras contínuas ao encostar no pescoço e, a partir do movimento dos músculos, reproduz a voz eletronicamente.
“A laringe eletrônica permite a comunicação desses pacientes. O retorno da voz, ainda que seja eletrônica, é uma reintegração social, reintegração de vida mesmo. Cada aparelho custa cerca de R$ 2,2 mil. É um investimento relativamente pequeno aos olhos do Sus”, afirma Cláudia Fernanda Andrade, diretora assistencial do Complexo Hospitalar de Especialidades da Fhemig.
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O HAC é da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e referência em oncologia. No primeiro semestre de 2023, foram feitos mais de mil atendimentos oncológicos, sendo 250 de câncer de laringe.
Prevenção
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que a cada ano são registrados cerca de 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Somente para este ano estão previstos quase oito mil novos casos de câncer de laringe no país.
O tabaco e o álcool estão entre as principais causas da doença. Quem fuma aumenta em dez vezes as chances de desenvolver a enfermidade e, quando também há ingestão de bebidas alcoólicas, a possibilidade de incidência sobe 43 vezes.