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A Santa Casa de Passos (MG) comemora o 100º transplante de rim realizado pela instituição em 5 anos. O primeiro aconteceu em 2018. Desde então, 100 pessoas tiveram uma nova chance de recomeçar.
O paciente número 100 foi o comerciante Nero Gonçalves Oliveira. Ele conviveu durante 10 anos com problemas em um dos rins e por causa da diabetes, os órgãos ficaram ainda mais comprometidos. Há seis meses, eles pararam de funcionar e o caminho foi a hemodiálise. E ele recebeu um novo órgão com apenas 15 dias de espera.
“Eu pensei até que fosse brincadeira, porque eu sou O negativo, não tinha expectativa de receber esse rim tão rápido. Meus rins estavam trabalhando com 35% e de lá pra cá ele vinha caindo cada vez mais. Eu tinha um medo danado da hemodiálise, eu pensava que ia jogar a gente lá e ia ficar naquilo agoniando, até chegar seis meses atrás, que não teve mais como fugir”, disse o comerciante.
A marca de 100 transplantes em 5 anos é considerada histórica pela Santa Casa.
“Mesmo com todo o avanço em outras modalidades de tratamento, nós sabemos que o transplante renal é a modalidade que garante o maior tempo de vida, com a maior qualidade de vida, e ainda a melhor relação de custo/efetividade pensando-se em saúde pública. Então nós temos outras modalidades de tratamento disponíveis que garantem uma boa qualidade de vida para o paciente, mas nós sabemos que aqueles que são elegíveis para o transplante, essa representa a melhor forma de tratamento”, explicou o nefrologista Tomás Carvalho.
Quem também faz parte dessa história é o jovem Matheus. Em 2020, aos 19 anos, ele recebeu rins novos depois de um transplante considerado raro pelos especialistas.
“O tipo sanguíneo dele era B e isso é muito difícil e esse doador tinha exatamente a mesma idade, tipo sanguíneo dele, e isso colaborou para dar certo”, contou a mãe de Matheus, Maria Aparecida Machado Martins.
Antes do transplante, Matheus ficou pouco mais de 1 ano na hemodiálise. Foram sete meses de espera pelo órgão. A notícia que o procedimento seria realizado promoveu uma nova chance de vida para toda a família.
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“100%, ele é muito comunicativo, ele agora pode fazer o que ele gosta, entrar em uma piscina, antes ele não podia, agora ele pode participar de tudo, não tem restrição nenhuma, no começo é mais difícil, nos três primeiros meses, mas depois ele tem uma vida normal, normal”, contou a mãe de Matheus.
Mais de 2,8 mil pessoas aguardam hoje por um transplante em Minas Gerais. Enquanto os órgãos não chegam, a hemodiálise é o caminho que dá a sustentação para o organismo.
Nero e o Matheus são gratos pelas famílias que autorizaram a doação e transformaram a dor da perda em uma nova chance de viver.
“Todo programa de transplante depende de uma doação de órgãos para que ele aconteça. É evidente que existem transplantes com doadores vivos, mas eles correspondem à grande minoria dos casos. Todos esses pacientes que estão listados à espera de um transplante em Minas Gerais, elas dependem de um gesto, de uma família, de um paciente que manifestou em vida o seu desejo de ser doador, daí a nobreza e importância de ser um doador de órgãos e manifestar esse desejo em vida perante à família”, completou o médico Tomás Carvalho.