Jornal Folha Regional

Após protesto de prefeitos e vereadores por estradas no Sul de Minas, deputado abre reunião na ALMG

Após protesto de prefeitos e vereadores por estradas no Sul de Minas, deputado abre reunião na ALMG - Foto: divulgação
Após protesto de prefeitos e vereadores por estradas no Sul de Minas, deputado abre reunião na ALMG – Foto: divulgação

Após a manifestação de prefeitos e vereadores em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na manhã desta quinta-feira (15 de maio), em protesto contra o cancelamento de uma audiência pública sobre as condições das estradas estaduais no Sul, Sudoeste e Sudeste de Minas, o deputado Ricardo Campos (PT), presidente da Comissão de Participação Popular, abriu um auditório para a realização de um debate improvisado com as lideranças municipais.

A audiência oficial havia sido marcada com 45 dias de antecedência a partir de solicitação da Frente Parlamentar dos Municípios (FPM), movimento que reúne parlamentares de mais de 100 municípios. A mobilização denuncia o abandono da malha rodoviária estadual e cobra soluções do governo mineiro. A reunião foi cancelada na véspera, sob a justificativa de que o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) não poderia participar.

Mesmo sem a presença de representantes do Executivo, Ricardo Campos decidiu garantir um espaço de escuta para as lideranças municipais. “Ao chegar nesta Casa na manhã de hoje, nos deparamos com um grande volume de lideranças que querem manifestar sua insatisfação, seu repúdio. E, na condição de presidente da Comissão de Participação Popular, temos a obrigação de receber o público”, afirmou o parlamentar.

O deputado ainda explicou que a audiência oficial não foi cancelada por decisão da comissão. “O maior motivo de não ter havido hoje audiência pública para tratar os graves problemas das estradas do Sul de Minas, do Sudoeste, e de outras regiões é a ausência do DER e da Secretaria de Infraestrutura. O DNIT me ligou hoje de manhã, informando que só não compareceria porque foi comunicado do cancelamento.”

Segundo ele, a reunião realizada nesta quinta tem caráter institucional e será o ponto de partida para novas ações. “Independente da presença desses órgãos ou não, nós faremos uma escuta organizada de cada liderança para apontarmos os requerimentos necessários. Na próxima terça-feira, às 15h, vamos deliberar sobre essas demandas e, se houver consenso, aprovar a convocação do DER e da Secretaria de Infraestrutura”, afirmou o deputado. “O papel do Parlamento é fiscalizar, aprovar leis, definir prioridades. E é aqui que estamos fazendo isso, com respeito a todos que vieram de até 800 km de distância para estar aqui.”

As lideranças municipais relataram durante a reunião as dificuldades enfrentadas por causa da malha rodoviária. “Estamos falando de ambulâncias transportando pacientes oncológicos, estudantes indo para a faculdade e produtores rurais escoando a safra. Toda semana tem morte na estrada”, afirmou Mário Alves, presidente da Câmara Municipal de Caxambu e coordenador da FPM.

O deputado também justificou a ausência dos parlamentares que requereram a audiência e não compareceram. Segundo ele, Ulysses Gomes (PT) está afastado por motivos de saúde, enquanto Betinho (PV) teria agenda externa e sinalizou que tentaria comparecer mais tarde. Já a deputada Ione Pinheiro (PP), que também assinou o requerimento, estaria viajando.

A reunião contou com a presença do deputado estadual Rodrigo Lopes (União) e da deputada federal Ana Paula Leão (PP).

Deputado mineiro quer criar política estadual de cultivo da maconha para fins medicinais

Deputado mineiro quer criar política estadual de cultivo da maconha para fins medicinais - Foto: reprodução
Deputado mineiro quer criar política estadual de cultivo da maconha para fins medicinais – Foto: reprodução

Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) quer instituir uma política estadual de cultivo da maconha para fins medicinais e produção de medicamentos à base de canabidiol. De autoria do deputado estadual Leleco Pimentel (PT), o texto passará pelas comissões de Constituição e Justiça, de Saúde, de Agropecuária e Agroindústria e de Fiscalização Financeira e Orçamentária antes de ser pautado no Plenário da Casa.

O projeto prevê, entre outros pontos, que o Estado identifique as áreas propícias e adequadas à produção da Cannabis sativa (maconha), garanta a qualidade da planta para utilização terapêutica e incentive projetos de pesquisa e desenvolvimento nas áreas de biotecnologia, produção, processamento e industrialização da maconha para fins medicinais.

Na justificativa, o deputado Leleco Pimentel cita que os compostos químicos da maconha, especialmente o Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CDB), possuem propriedades medicinais, como ação analgésica, antitumoral, aumento do apetite, relaxamento muscular e redução da insônia. Além disso, vem sendo usados também no tratamento de dor crônica, esclerose múltipla, entre outras patologias.

“Os medicamentos que tem como base os compostos canabinoides vem sendo considerados como uma escolha promissora para o tratamento de várias morbidades em diversos países. No Brasil, a inserção desses medicamentos ainda é recente e seus impactos sobre a saúde humana encontram-se em procedimentos de formulação no âmbito das políticas públicas”, diz o parlamentar.

Atualmente, a Anvisa permite a importação de medicamentos do tipo em determinados casos. Com a proposta de criar política pública estadual, o parlamentar defende o cultivo da maconha como “alternativa de diversificação de renda para agricultores familiares”. Leleco cita outros estudos que indicam os benefícios da planta também para o solo, desde que cultivada de forma apropriada.

“O cultivo da maconha será uma alternativa para diversificação dos agroecossistemas e das atividades produtivas no campo, em especial a agricultura familiar, promovendo trabalho, renda, inclusão social de jovens e mulheres em comunidades rurais, favorecendo o desenvolvimento territorial sustentável”, defende.

Audiência na ALMG irá debater estágio de desativação de 37 barragens em Minas

Audiência na ALMG irá debater estágio de desativação de 37 barragens em Minas - Foto: reprodução
Audiência na ALMG irá debater estágio de desativação de 37 barragens em Minas – Foto: reprodução

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) irá debater o estágio de desativação de 37 barragens de rejeitos no estado. A reunião, promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e solicitada pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), acontece nesta segunda-feira (5 de maio), às 14h, no auditório da Casa.

O encontro é um desdobramento de outra audiência realizada pelo colegiado em maio do ano passado. Na ocasião, foram debatidas medidas de monitoramento e segurança em relação aos riscos de eventos climáticos extremos no Estado e cobradas ações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como a destinação de recursos para prevenção e atendimento da população em caso de desastres.

Para participar da audiência nesta segunda-feira, foram convidados representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, do Ministério Público Estadual, da Defesa Civil, da Agência Nacional de Mineração em Minas Gerais (ANM) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Mineração na região central

Mais tarde, às 18h, os deputados estaduais participam de outra audiência pública na Câmara Municipal de Conceição do Mato Dentro, região central de Minas, para debater os benefícios socioeconômicos gerados pela atividade mineradora da empresa Anglo American na região. O encontro será organizado pela Comissão de Minas e Energia da ALMG.

Neste caso, a reunião será um contraponto a outra audiência pública realizada no mesmo local, em abril, pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG. De acordo com informações da ALMG, na ocasião, moradores do município mostraram-se preocupados com o projeto de ampliação da atividade minerária.

ALMG proíbe entrada e procriação de pitbull e outras raças em Minas

ALMG proíbe entrada e procriação de pitbull e outras raças em Minas - Foto: reprodução
ALMG proíbe entrada e procriação de pitbull e outras raças em Minas – Foto: reprodução

A entrada e procriação de cães da raça pitbull estão proibidas em Minas. Os animais já existentes no estado deverão usar focinheira e coleira com identificação e endereço dos tutores.

Na última sexta-feira, a Mesa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promulgou, na edição do Diário do Legislativo, a Lei 25.165, de 2025, que altera a Lei 16.301, de 2006 sobre criação e manejo de cães das raças pit bull, dobermann, rottweiler, fila brasileiro e outras de porte físico, força e comportamento semelhante.

A norma é oriunda do Projeto de Lei (PL) 1.263/23, de autoria do deputado Eduardo Azevedo (PSC), aprovado de forma definitiva no dia 12 de dezembro pelo Plenário da ALMG.

Por não ter sido sancionada pelo governador Romeu Zema (Novo) no prazo de dez dias úteis, a norma foi promulgada pela Mesa da Assembleia, conforme o Regimento Interno da Casa Legislativa.

A partir de agora, está proibida a procriação e a entrada de cães da raça pit bull no Estado. Aqueles já existentes no território mineiro, assim como cachorros de raças semelhantes, devem utilizar focinheira e coleira com nome, endereço e telefone de contato de seu tutor.

Apenas pessoas com mais de 18 anos podem conduzir esses animais em via pública. O descumprimento da lei pode gerar multa de R$ 553,10, considerando valores atualizados neste ano. Caso o cão provoque ferimento em alguém, o valor da cobrança é de R$ 5.531,00.

Se a vítima comprovar, por meio de laudo médico acompanhado de boletim de ocorrência ou representação, que houve lesão decorrente do ataque, a multa será cobrada em dobro. Na ocorrência de lesão corporal grave, o valor ultrapassa R$ 16 mil.

“Infelizmente o noticiário está repleto de casos em que cães bravos, especialmente da raça pit bull, atacam pessoas. Muitas dessas ocorrências são com crianças e idosos, havendo até óbitos”, escreveu o deputado ao justificar o projeto. Segundo Azevedo, na maioria das vezes, esses ataques ocorrem em via pública, por negligência do tutor. (Clic Folha)

ALMG aprova adiamento da cobrança do IPVA para fevereiro

ALMG aprova adiamento da cobrança do IPVA para fevereiro - Foto: reprodução
ALMG aprova adiamento da cobrança do IPVA para fevereiro – Foto: reprodução

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, na última terça-feira (10), em 1° turno, a transferência do início da cobrança do IPVA de janeiro para fevereiro. De autoria do deputado estadual Alencar da Silveira Jr. (PDT), o Alencarzinho, o Projeto de Lei (PL) 1.336/2015 foi aprovado por unanimidade.

Hoje, o governo Romeu Zema (Novo) cobra a primeira parcela do IPVA em janeiro. O contribuinte pode pagá-lo à vista, com um desconto de 3%, ou em três parcelas, entre janeiro e março, com um valor mínimo de R$ 50. O PL 1.336/2015 mantém o parcelamento em três vezes, mas adia as prestações para fevereiro, março e abril.  

Alencarzinho defende que o adiamento dará fôlego aos contribuintes em janeiro. “Em janeiro, é a hora da matrícula da escola, do fim de férias, das dívidas que ficam do fim do ano. Nada mais justo do que passar para fevereiro. É isso que a gente fez neste projeto”, aponta o deputado, que também é 2º secretário da Mesa Diretora da ALMG.

Apesar de propor o pagamento das parcelas do IPVA a partir de fevereiro, o PL 1.336/2015 foi desidratado ao longo da tramitação na ALMG. A princípio, Alencarzinho queria adiar o início da cobrança em dois meses, ou seja, de janeiro para março. Além disso, o texto pressionava o governo Zema a reduzir a alíquota de 4% para 1%, índice cobrado de locadoras de automóveis, por exemplo. 

Logo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o presidente, Arnaldo Silva (União), que foi o relator do PL 1.336/2015, sugeriu recuar o início da cobrança de março para fevereiro, o que, segundo Arnaldo, implicaria “menor impacto para o fluxo de caixa do Estado”. Por outro lado, o deputado estendeu o número de parcelas das três para seis.  

Entretanto, a Comissão de Desenvolvimento Econômico voltou a alterar o número de parcelas. Apesar de ter concordado com o início da cobrança do IPVA em fevereiro, o presidente, Roberto Andrade (PRD), que, assim como Arnaldo, relatou o PL 1.336/2015, sugeriu que as prestações fossem derrubadas de seis para quatro.    

O número de parcelas voltou para três durante a análise na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Relator do PL 1.336/2015, o presidente, Zé Guilherme (PP), argumentou que a ampliação do prazo “poderia produzir, em alguma medida, desequilíbrio na administração do fluxo de caixa dos referidos entes (Estado e municípios)”.   

Alencarzinho reforça que a extensão do número de parcelas do IPVA impactaria diretamente no caixa das prefeituras. “Cinquenta por cento do IPVA vão para as prefeituras. É a hora que os prefeitos juntam o IPVA para fazer os pagamentos de fim de ano no início do ano, já que a renda de fim de ano é enxugada. Então, as prefeituras não gostam desse prazo extenso”, aponta o 2º secretário.

No entanto, o deputado defende que o prazo seja maior do que os atuais três meses. “Já tem instituição financeira recebendo o lucro do IPVA da população. Quando a pessoa não tem recursos para pagar o imposto e precisa do carro para trabalhar, ela está financiando em 12 meses, com juros altos, e as instituições financeiras estão ganhando”, afirma Alencarzinho.

O PL 1.336/2015 voltará à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária nesta quarta-feira (11 de dezembro), às 10h, mas em 2º turno. Se avançar, a proposta estará pronta para ser votada em definitivo no plenário. Caso seja aprovada pelos deputados estaduais, as mudanças já entrariam em vigor no próximo ano. 

Comissão da ALMG discute ataques homofóbicos contra prefeito de Alpinópolis

Comissão da ALMG discute ataques homofóbicos contra prefeito de Alpinópolis - Foto: reprodução
Comissão da ALMG discute ataques homofóbicos contra prefeito de Alpinópolis – Foto: reprodução

A desistência do prefeito de Alpinópolis (MG), Rafael Freire (PSB), de concorrer a reeleição em virtude de ataques homofóbicos será debatida em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos nesta quarta-feira (3), a partir das 16h, no Plenarinho II da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O requerimento para a reunião é de autoria da vice-presidenta do colegiado, Bella Gonçalves (Psol).

A audiência vai discutir, segundo Bella Gonçalves em seu requerimento, as graves ameaças à vida recebidas pelo prefeito e familiares ao longo de todo o seu mandato e outras formas de violência política LGBTfóbicas no município. A deputada reforça a importância da reunião para que o caso não fique impune.

“Esse tema, que já vem sendo discutido pela Assembleia Legislativa, precisa ter agora o devido encaminhamento pela Comissão de Direitos Humanos. Para que mais esse episódio mereça a devida importância das autoridades, vamos contar com a presença da vítima e dos órgãos de Justiça, para que consigamos finalmente avançar nas investigações e ir a fundo na origem das ameaças ao prefeito de Alpinópolis”, afirma Bella Gonçalves.

Além de Rafael Freire, entre os convidados para a reunião estão representantes do Ministério Público Federal e Estadual, o presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos), Maicon Filipe Silveira Chaves, e o vice-presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), Alexandre Gustavo Melo Franco Bahia.

Em relatos recentes à Imprensa, o prefeito de Alpinópolis conta que os ataques à sua sexualidade acontecem desde que assumiu o cargo, em 2021. Rafael Freire também denuncia a campanha de linchamento virtual e difamação promovida desde então por seus opositores em grupos de WhatsApp.

“Este é um problema crônico no Brasil. Nosso País precisa de uma postura séria. Não dá mais para varrer a homofobia para debaixo do tapete”, afirmou, em entrevista.

“Vocês venceram. Pela minha família e pela minha saúde mental, estou retirando a minha pré-candidatura à reeleição como prefeito. Cansei de lutar sozinho e não tenho mais forças para enfrentar o ódio, o preconceito e a sujeira dos meus opositores.”, disse Rafael Freire.

Rafael Freire fez um desabafo em suas redes sociais no último dia 17 de junho para anunciar a decisão, apesar de ser considerado favorito à reeleição. Um ato de desagravo ao prefeito foi realizado no dia seguinte devido à repercussão da decisão, levando o prefeito a agradecer a solidariedade novamente pelas redes sociais.

“Vamos juntos combater a homofobia, as fake news e violência política. Por enquanto é o que tenho pra dizer, além da minha gratidão por toda essa manifestação de solidariedade”, publicou, logo após a manifestação dos apoiadores.

Um vídeo publicado no dia seguinte com seu pronunciamento feito no mesmo ato traz um histórico de todos os ataques sofridos desde seu primeiro ano de mandato. Segundo o prefeito, os autores de alguns desses atos violentos já foram identificados e detidos pela polícia, mas foram liberados e continuam livres e impunes, mesmo após a invasão da casa dos seus pais em plena luz do dia.

No mesmo vídeo, o prefeito defende a aprovação de legislações, em âmbito estadual e federal, que criminalize a homofobia, as fake news e a violência política.

“O meu recuo não foi uma fraqueza. Foi a única arma que eu tinha para lutar contra tudo o que estava acontecendo. Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, eu vou atrás dessa quadrilha e vão responder por seus atos”, afirmou.

ALMG pede fim do contrato com viação Gardênia

ALMG pede fim do contrato com viação Gardênia – Foto:: Rafael Delazari

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pediu à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) a caducidade, ou seja, a recisão, do contrato com a empresa de ônibus Gardênia, que atende 150 municípios no Sul de Minas, transportando 6 milhões de passageiros/ano.

Em visita realizada nesta segunda-feira (13/11/23), o deputado Dr. Maurício (Novo) entregou ao secretário Pedro Bruno documento com denúncias como atrasos, problemas sanitários e de má conservação dos ônibus. Ele ainda pediu o governo que uma eventual nova licitação envolva duas empresas – e não apenas uma – na prestação do serviço intermunicipal.

Segundo Dr. Maurício, os ônibus da Gardênia estão mal conservados, têm para-brisas quebrados, sofrem constantes acidentes e sempre se atrasam. Passageiros, segundo ele, perdem, inclusive, consultas e outros procedimentos médicos. “São mais de dez anos de descaso com a população do Sul de Minas. Temos tido muita paciência com a empresa”, afirmou.

ALMG pede fim do contrato com viação Gardênia – Foto: Willian Dias

De acordo com o parlamentar, o pedido para uma nova licitação envolver a concessão a duas empresas tem relação com a concorrência, que, em sua visão, é o “melhor método para aprimorar o serviço”.

O secretário Pedro Bruno afirmou que a Gardênia já preocupa o governo porque tem vários contratos com o Estado e tem sido uma das viações com maior número de reclamações. Só em 2023, segundo ele, ela passou por 66 vistorias, que resultaram em 365 notificações de irregularidades a serem corrigidas.

Além desse reforço na fiscalização, Pedro Bruno afirmou que o governo vai tomar as providências adequadas, a partir das novas denúncias. “Vamos atuar no âmbito da Seinfra, resguardando a preocupação fundamental com a segurança dos passageiros. E temos penalidades previstas no contrato”, afirmou.

Um dos caminhos, segundo o secretário, pode ser o exame de cada um dos contratos da Gardênia, que foram feitos há cerca de quinze anos para um período de trinta anos de concessão. Se o problema se mantém, segundo ele, há mecanismos contratuais que preveem a caducidade e podem levar ao fim da concessão. (ALMG)

Assembleia debate o tratamento do câncer de mama e o cenário da reconstrução mamária no Estado

Assembleia debate o tratamento do câncer de mama e o cenário da reconstrução mamária no Estado – Foto: divulgação/ALMG

Em 2022, o câncer de mama foi a doença que causou o maior número de mortes entre as mulheres mineiras, com um total de 1.793 óbitos. A informação foi divulgada pela Agência Minas, em matéria de lançamento da campanha Outubro Rosa, de conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de mama.

Nesta quarta-feira (25), a partir das 10 horas, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza audiência pública para debater o tratamento do câncer de mama e o cenário da reconstrução mamária no Estado.

A reunião será realizada no Plenarinho I da ALMG, atendendo requerimento do vice-presidente da Comissão de Saúde, deputado Doutor Wilson Batista (PSD). Na avaliação do parlamentar, a medicina tem evoluído muito no combate ao câncer de mama com novas técnicas e abordagens para o tratamento da doença, mas o acesso da população continua difícil.

“Grande parte da população não tem acesso a esses tratamentos porque o Sistema Único de Saúde (SUS) não implementa sua cartela de serviços. Precisamos discutir a forma como são investidos os recursos no enfrentamento à doença”, afirmou o deputado.

“A audiência será importante para que médicos, gestores e profissionais da saúde possam apontar a direção que devemos seguir no trabalho legislativo para garantir o diagnóstico precoce e o acesso aos tratamentos iniciais.”

No dia 4 de outubro, a Assembleia de Minas realizou uma audiência pública da Comissão Extraordinária de Prevenção e Enfrentamento ao Câncer para conhecer experiências exitosas de prevenção e tratamento do câncer de mama.

Na ocasião, Doutor Wilson Batista ressaltou que permanecem no País e em Minas distorções que levam o sistema público a gastar muito mais com tratamentos paliativos e ineficazes, em estágios mais avançados da doença, do que no diagnóstico precoce, que evita sofrimentos para o paciente e despesas desnecessárias para o Estado.

Segundo informações do Painel de Oncologia, atualizadas em setembro deste ano e divulgadas pela Agência Minas, desde 2019 foram diagnosticados 28.253 casos de tumor maligno da mama em Minas Gerais, sendo 6.210 no ano de 2021, 7.235 em 2022 e 3.273 de janeiro a setembro de 2023. Dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) apontam que, em 2021, 39% dos casos de câncer de mama foram diagnosticados nas fases avançadas da doença.

Ainda segundo as informações divulgadas pela Agência Minas, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, neste ano, são esperados 7.670 novos casos de câncer de mama em pessoas do sexo feminino, em Minas Gerais, com a taxa bruta de 69,80 casos novos por 100 mil mulheres.

Atualmente, o SUS oferece exames diagnósticos e o tratamento para o câncer de mama de forma gratuita. A Unidade Básica de Saúde (UBS) deve acolher e orientar a paciente de acordo com o caso.

Dados extraídos do Sistema de Informações de Câncer (Siscan), em junho de 2023, apontam que entre os anos de 2019 e 2023, 1.650.407 mulheres realizaram o exame de mamografia em Minas Gerais. Em 2022, foram feitos 423.333 exames e, de janeiro a junho de 2023, foram 176.966.

O câncer de mama é raro em mulheres jovens e sua incidência aumenta com a idade, principalmente a partir dos 50 anos. Os homens também podem desenvolver a doença, mas, a estimativa é que a incidência nesse grupo representa apenas 1% de todos os casos, de acordo com o Inca.

O tratamento do câncer de mama e do câncer do colo do útero é feito pelo SUS, que realiza radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos e cirurgias como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária. O tratamento é feito por meio de uma ou várias modalidades combinadas.

Para reunião na Assembleia nesta quarta-feira, já confirmaram presença o vice-presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Gabriel de Almeida Silva Júnior; a presidente do Grupo Pérolas de Minas – Grupo de Apoio a Mulheres com Câncer de Mama, Maria Luiza de Oliveira; e o presidente da Ação Solidária às Pessoas com Câncer, Marcelo Luiz Pedroso.

ALMG aprova aumento de ICMS proposto por Zema

ALMG aprova aumento de ICMS proposto por Zema – Foto: divulgação

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou em definitivo o Projeto de Lei que aumentou em 2 pontos percentuais o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos considerados supérfluos. A votação em segundo turno da matéria, nesta quinta-feira (28), recebeu um aval de 31 deputados e manifestação contrária de outros 27, seguindo para a sanção do governador Romeu Zema (Novo), autor do texto.

O PL 1.295/2023, na prática, promove um aumento na alíquota de produtos como cerveja, refrigerantes e até itens de higiene pessoal, passando de 25% para 27%, retomando uma cobrança adicional que ocorreu de 2011 até 2022. A matéria, no entanto, recebeu mudanças importantes, fruto de negociação entre os deputados da base e oposição, além do próprio governo.

O item “ração para pet”, por exemplo, foi retirado do rol de produtos supérfluos ainda antes da votação em primeiro turno, quando o governista Noraldino Júnior (PSB), defensor da causa animal, promovia uma obstrução intensa na tramitação. Para aprovar a matéria em definitivo, os parlamentares ainda costuraram um acordo de última hora que retirou itens de higiene bucal da sobretaxa, o que contou com articulação do próprio presidente da Casa, Tadeu Martins Leite (MDB), e do líder do bloco Democracia e Luta, Ulysses Gomes (PT). 

Um dos avanços do texto também foi fruto de acordo com a oposição, que conseguiu inserir um dispositivo que garante parte dos recursos arrecadados ao Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS). A emenda foi apresentada pela deputada Bella Gonçalves (Psol), que originalmente queria 50% do total arrecadado. O que foi aprovado, no entanto, garante que no próximo ano 15% seja destinado ao Feas, valor que vai escalonar até chegar em 25% em 2026.

Apesar dos avanços, Ulysses reiterou que o projeto está longe do que era esperado. “A busca da oposição de obstruir e derrotar, não pode sobrepor algumas melhorias que nós tentamos, que não deixam de ser importantes. De todo modo é triste ver que, com toda dificuldade que a sociedade passa, o governador opte por isentar locadoras de veículos e aumentar (o imposto) do cidadão comum”, disse o petista.

Dificuldades

Apesar da aprovação, 18 deputados se abstiveram de votar, movimento que também ocorreu durante o primeiro turno e voltou a expor uma dificuldade de articulação entre os deputados. Durante a tramitação havia sido exposto um temor de criar um desgaste para os parlamentares a aprovarem um aumento de imposto a pouco mais de um ano das eleições municipais de 2024.

“O resultado final provou a capacidade que a gente (oposição) tinha de vencer, ou seja, derrotar o governo nesse projeto. A diferença foi de apenas quatro votos, inclusive da oposição que faltaram hoje”, disse Ulysses, reiterando a presença da maioria dos opositores ao governador, mas ressaltando o prejuízo com a ausência de votos.

“Coincidentemente ou não, o número de votos provou isso. Poderíamos pelo menos ter empatado, e em um empate você poderia provocar uma discussão de convencimento daqueles muitos que estavam no plenário e não votaram, mas faz parte do processo democrático. Cada um sabe dos motivos pelo qual não vieram ou não se posicionaram, não vem ao caso apontar a culpa de A ou B”, exclamou o líder da oposição.

A modalidade adicional do adicional do ICMS, foi criada pelo então governador Antonio Anastasia em 2011, em tese, para custear o Fundo de Erradicação da Miséria (FEM). Até então o imposto deveria ser renovado em uma periodicidade marcada, o que ocorreu em 2015 com Fernando Pimentel (PT) e com Zema em 2019, mas o atual governo perdeu o prazo para o segundo mandato.

ALMG aprova aumento de repasse do ICMS à educação em 1º turno

ALMG aprova aumento de repasse do ICMS à educação em 1º turno – Foto:  Gladyston Rodrigues

Em sessão na manhã desta quarta-feira (23), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou em 1º turno o Projeto de Lei (PL) 3.902/22 por 45 votos a zero. A proposta altera as regras de distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a educação no estado. A principal mudança prevista na medida é o aumento do percentual do tributo destinado ao sistema educacional que passa de 2% para 10% do montante repassado aos municípios.

O PL foi aprovado na forma do substitutivo nº 3, que apresenta alterações no texto original. A proposta agora passa novamente pelas comissões de Constituição e Justiça; Educação Ciência e Tecnologia; e Fiscalização Financeira e Orçamentária antes de retornar, de forma definitiva, para o plenário em segundo turno. Neste trâmite, o texto pode sofrer novas alterações.

O ICMS é um imposto estadual, mas 25% do valor arrecadado devem ser destinados aos municípios. Atualmente, do montante endereçado às prefeituras, 2% são destinados à educação. O PL aumenta esse percentual para 10% e é uma medida para adequar o repasse em Minas ao determinado pelas regras do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais (Fundeb).

Em 2020, a Emenda à Constituição 108 estabeleceu novas regras para o repasse do Fundeb aos estados. Foi estabelecido um prazo de dois anos para a adequação à legislação, mas Minas Gerais não o fez dentro de período determinado e deixou de receber valores relativos à complementação VAAR (Valor Aluno Ano por Resultados) do fundo educacional. No ano passado, a ausência do recurso significou uma perda bilionária aos cofres mineiros.

Novos parâmetros

O substitutivo enviado a plenário após aprovação na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) reuniu pontos propostos na Comissão de Educação para determinar os parâmetros de distribuição dos recursos. Além do aumento do percentual destinado à educação, a forma como eles serão repartidos levará em consideração fatores socioeconômicos para equilibrar os investimentos entre os municípios mineiros.

Seguindo os critérios determinados no texto, de acordo com o relator João Magalhães (MDB), 540 cidades mineiras terão aumento de receita e outros 313 terão uma diminuição. Considerando as regiões do estado onde deve haver maior aumento de arrecadação, nos vales do Jequitinhonha e Mucuri o valor de ICMS per capita deve saltar de R$ 29,90 para 31,07. No Norte de Minas, a variação deve ser de R$ 33,80 para 34,47.

Os critérios para a distribuição do ICMS da educação entre os municípios incluem indicadores socioeconômicos que abordam as desigualdades raciais e entre estudantes da zona rural e urbana. Serão avaliadas também as métricas de desigualdade de acesso e permanência na educação básica entre negros e não negros. A adoção dos parâmetros foi proposta na Comissão de Educação pela deputada Macaé Evaristo (PT) e incluída no substitutivo ao texto original, de autoria de Zé Vítor (PP).

“O substitutivo 3 aprovado hoje em 1º turno incorpora aspectos bem importantes, uma preocupação com a redução das desigualdades considerando crianças estudantes do campo e da área urbana, a redução da desigualdade entre negros e não negros, das desigualdades considerando também a renda familiar. Se a gente vai ter mais investimentos para a educação é muito importante que ele sirva para estimular e valorizar o esforço dos municípios que têm trabalhado para a melhoria da qualidade e redução das desigualdades”, disse Macaé à reportagem.

Atraso

Já fora do prazo determinado, o estado agora corre contra o tempo para aprovar o projeto antes do fim de setembro e ter acesso aos recursos do Fundeb para as cidades em 2024, que pode chegar a R$ 1,4 bilhão. Seria o segundo ano consecutivo sem ter acesso à complementação do fundo.

A demora na aprovação de um projeto desta natureza foi criticada por parlamentares. Ao encaminhar o voto favorável ao PL, a deputada Beatriz Cerqueira afirmou que, em outros estados, coube ao Executivo se adequar às novas regras do Fundeb e, em Minas, o Legislativo agiu diante do que considerou uma omissão do governador Romeu Zema (Novo).

“O governo Zema tem que pagar pela sua omissão e irresponsabilidade de não ter feito a regulamentação no tempo de dois anos. Dois anos e não teve tempo de construir nada. Coube esse protagonismo à Assembleia Legislativa. E quero que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) faça a verificação das responsabilidades. O governo Zema deve aos municípios por eles não terem recebido a complementação por omissão do governo”, afirmou.

Em julho, alegando omissão legislativa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade. O procurador Augusto Aras pediu que fosse determinado um prazo para que o Legislativo votasse uma decisão que adeque o estado à legislação federal e não provoque ônus ao sistema educacional mineiro. A corte ainda não se manifestou sobre o requerimento.

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