Jornal Folha Regional

Polícia Militar realiza sonho de jovem autista em Itaú de Minas

Polícia Militar realiza sonho de jovem autista em Itaú de Minas - Foto: PMMG
Polícia Militar realiza sonho de jovem autista em Itaú de Minas – Foto: PMMG

Este mês tem um significado especial para quem trava batalhas diárias em busca de diagnóstico precoce, tratamento e, por que não dizer, aceitação do TEA. O Abril Azul foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientizar a população sobre o autismo, envolver a comunidade, trazer visibilidade e buscar uma sociedade mais consciente, menos preconceituosa e mais inclusiva. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas são autistas no mundo.

Falar sobre o assunto e passar para frente conhecimento são formas de conscientizar. O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficit na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados. Não há evidências científicas de que exista uma causa única para o autismo, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais.

A Polícia Militar apoia esta causa, pois segurança pública também se faz com inclusão.

Polícia Militar realiza sonho de jovem autista em Itaú de Minas - Foto: PMMG
Polícia Militar realiza sonho de jovem autista em Itaú de Minas – Foto: PMMG

O estudante do 9⁰ ano, da Escola Municipal Monsenhor Ernesto Cavicchioli em Itaú de Minas (MG), Guilherme Augusto Mendonça Sartori, 15 anos, é autista e um grande admirador da Polícia Militar. Seu hobby é ouvir músicas e desenhar. Sonha em ser um Policial Militar e roqueiro profissional. Ele acompanha o 2º Sgt PM Saulo Guedes Lima, que é responsável pelo policiamento escolar em Passos (MG), e comentou sobre o sonho de conhecer a equipe do Tático Móvel.

“Comecei a conversar com o jovem no Instagram e ele me falou do sonho em conhecer a equipe do Tático Móvel. Guilherme tem um canal no YouTube no qual comenta sobre as ocorrências e perseguições do Tático Móvel. Sabendo disso, planejamos com o apoio da escola, uma surpresa para que ele pudesse realizar o sonho e conhecer uma guarnição do Tático Móvel”, citou Sgt Saulo.

Jovem Guilherme ao lado do Sgt. Saulo - Foto: PMMG
Jovem Guilherme ao lado do Sgt. Saulo – Foto: PMMG

O Militar frizou, que aproveitaram o mês dedicado à Conscientização sobre o Autismo para desenvolver esse ato na última quinta-feira (25).

“Não obstante, foi uma oportunidade de estreitar os laços da PM com alunos e professores com a presença dos policiais dentro da Escola”, finalizou o Saulo.

Além de conhecer a Guarnição, o jovem recebeu um certificado e troféu da PMMG.

Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória

Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória - Foto: arquivo familiar
Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória – Foto: arquivo familiar

Na última terça-feira (2), foi lembrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, ou simplesmente, Dia Mundial do Autismo. Hoje, a reportagem traz uma história comovente sobre três famílias, sendo duas com atitudes de maus-tratos a duas crianças, e uma que acolheu ambas com muito carinho e amor, tirando-as do extremo sofrimento físico e psicológico como pais adotivos.

Os fatos tiveram início no final de 2019, quando um casal do município foi chamado em Arcos (MG) para tomar ciência de que uma garota de 10 anos e um menino de 8, estariam sendo judiados pelo padrasto, irmão do homem que hoje cuida das crianças. A situação era tão grave que ambas perderam a guarda da mãe biológica, e do pai, que se separou da mulher sem oferecer nenhum apoio aos três.

A mãe adotiva, Senilda Coelho Rosa da Silva, de 52 anos, casada com Valmir da Silva Coelho, de 40, pais de uma filha, de 31, enfermeira que trabalha na Santa Casa de Passos, e um filho, de 29, veterinário em Belém (PA), conta que depois de 24 anos voltou a reviver a rotina de cuidar de dois filhos, mas em situação completamente diferente a partir de 1993, quando nasceram Milena e Jackson. Os adotivos Geovana e Pablo, de 15 e 12 anos, respectivamente, foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no início de 2020.

Senilda relata que Geovana e Pablo, filhos de uma mulher pobre em São João Batista do Glória, juntamente com o esposo, não tinham condições de cuidar delas. Então, optaram por levá-las para os avós paternos que moram em Passos, porém não foram capazes de oferecer assistência necessária às crianças.

“Pelos relatos de pessoas ligadas aos idosos, ficamos sabendo que as crianças eram judiadas desde que nasceram. Tudo de ruim elas recebiam dos pais biológicos e dos avós. Agressões físicas, psicológicas, passavam fome, não tinham higienização diária e eram tratadas como animais domésticos. Cresciam com sofrimento extremo e desumano”, contou Senilda.

Os idosos devolveram os netos para a mãe, residente no Glória, que na época, namorava um outro homem. Em 2019, ele conseguiu um emprego em Arcos e, para lá, os quatro se mudaram. A situação ao invés de melhorar, piorou ainda mais. As crianças continuaram a ser maltratadas, e para tentar amenizar o sofrimento, foram matriculadas em uma creche. Fora do horário de proteção educativa e psicológico, Geovana e Pablo continuavam a padecer nas mãos da mãe e do padrasto.

Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória - Foto: arquivo familiar
Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória – Foto: arquivo familiar

Por esses e outros motivos, o padrasto foi preso, deixando a mãe dos meninos grávida do terceiro filho, que também era ter o mesmo destino, porém em Arcos não tem cela para mulher. Ela ficou sob em casa e com restrições impostas pela justiça, até surgir uma vaga no presídio de Belo Horizonte, onde deu ao terceiro filho, que também nasceu com o TEA e Síndrome de Einstein, característico dos interesses obsessivos, dificuldades de comunicação e problemas para se relacionar.

Diante da grave situação, Sinilda e Valmir, irmão do padrasto preso, foram chamados pela justiça em Arcos. A par dos graves problemas, eles foram determinados a voltar à casa das crianças todos os finais de semana. No final de 2019, trouxeram Geovana e Pablo para o Glória onde ficaram entre o Natal e a passagem de ano.

“As coisas mudaram totalmente e as crianças se recusaram a voltar para Arcos. Em conversa com a promotora daquela cidade, nos autorizaram ter a guarda definida das crianças, enviaram todos os documentos para o Fórum de Passos e passamos aos cuidados delas como se fossem nossos filhos. Parece que Deus nos iluminou e o amor por eles até parece igual à Milena e Jackson”, afirmou contente a Senilda que se considera cristã evangélica.

Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória - Foto: arquivo familiar
Crianças autistas maltratadas são adotadas por casal de São João Batista do Glória – Foto: arquivo familiar

Alteração de nome

De tanto sofrer nas mãos dos pais, avós e padrasto, a mãe adotiva revelou que Geovana se tornou uma criança muito emudecida, triste, e apesar de falar, não revela nada sobre o seu passado. “Ela se comunica sobre o assunto apenas através de desenhos a lápis. Não comenta nada desde quando se lembra ser humana, talvez porque sofre de autismo nível 2 e mente infantil como se tivesse 4 anos. Depois que veio para a nossa casa, se tornou outra pessoa, e graças a generosidade do povo gloriense, tem tudo que uma criança quer, inclusive o Pablo, que sofre de hiperatividade, autismo leve e Transtorno de Oposição Desafiante (TOD)”, explicou.

Ano passado, Geovana pediu a Senilda para mudar de nome, dizendo que o registro de Gabriela era triste, e o atual significa felicidade. “Perguntei à promotora se podia, ela autorizou. Ela já tem o CPF e em breve vamos conseguir uma nova carteira de identidade. Além de estudar, juntamente com o Pablo, são alunos municipais, recebem

toda a assistência da prefeitura através dos profissionais como psicólogo, psiquiatra e assistência social”, contou a mãe adotiva.

Já se aproximando da fase da adolescência, está cadastrada na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), lei federal brasileira que estabelece a proteção social básica e especial para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Recebe um salário mínimo que serve como ajuda de custo. (Clic Folha)

Polícia Militar conscientiza população no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, informa a Organização Mundial de Saúde (OMS) no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, comemorado nesta terça-feira (2). A data foi criada em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.

“O autismo hoje é compreendido como espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem várias manifestações diferentes do autismo. E essas manifestações ocorrem também com sinais mais ou menos evidentes em algumas pessoas”, afirma o neuropsicólogo Mayck Hartwig.

Polícia Militar conscientiza população no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo - Imagem: divulgação/Polícia Militar
Polícia Militar conscientiza população no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo – Imagem: divulgação/Polícia Militar

O TEA pode se manifestar em três níveis, que são definidos pelo grau de suporte que a pessoa necessita: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).

No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho.

Além disso, a política nacional considera o autista pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislação, a Lei Romeo Mion, cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida gratuitamente por estados e municípios.

A Ciptea é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

A pessoa com TEA tem direito a receber um salário mínimo (R$ 1.412) por mês, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso seja incapaz de se manter sozinha e a renda per capita da família for inferior a um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 353.

A Polícia Militar de Minas Gerais realizou um campanha de conscientização sobre o autismo.

Polícia Militar conscientiza população no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo - Imagem: divulgação/Polícia Militar
Polícia Militar conscientiza população no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo – Imagem: divulgação/Polícia Militar

Esposa de militar da Marina do Brasil reclama de falta de assistência médica e hospitalar para filho autista; CFMG responde

Esposa de militar da Marina do Brasil reclama de falta de assistência médica e hospitalar para filho autista; CFMG responde – Foto: reprodução

A esposa de um militar da Marinha do Brasil reclama que o órgão infringe o art. 8 da lei 7853/89, a qual assegura o apoio a pessoas portadoras de deficiência. Segundo a mulher, o filho, que possui autismo severo, não está recebendo o suporte médico necessário.

‘’Reiterada vezes, a Marinha tem negado assistência médica e hospitalar para os autistas dependente dos militares. Estamos apenas com um neuropediatra (mas, não especialista em autismo) e só tem vaga para três meses adiante’’, informa a mãe.

De acordo com a reclamante, os autistas precisam de regularidade nas consultas devido ao uso de medicamentos controlados. Ela informa que mesmo relatando a falta de médico especialista, a Marinha tem se recusado a fornecer até mesmo o reembolso das consultas particulares. ‘’Somos obrigados a pagar no desespero de conseguir medicação’’.

A esposa do militar conta que os autistas necessitam de constante tratamento, com acompanhamento diário, senão semanal, no mínimo com neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.

A mãe diz que mesmo com laudo médico atestando que seu filho, nível 3 de suporte, não fala, usa fraldas e não dorme, ‘’a Marinha da Capitania Fluvial de Minas Gerais, vem negando o tratamento e mandando as famílias procurarem o Sistema Único de Saúde, mesmo sabendo que o SUS também não fornece’’. Ela relata que o filho tem frequentes crises onde ele mesmo se agride, além da família não estar comendo, em decorrência da seletividade alimentar da criança, e nem dormindo, em consequência da falta de medicamentos. ‘’Ele se coloca em perigo constantemente devido a falta de noção de risco que comete as crianças autistas’’.

Conforme a relatante, as famílias com militares da Marinha do Brasil pagam o Fundo de Saúde da Marinha (FUSMA), que é um dos recursos financeiros oriundos de contribuições mensais obrigatórias dos militares, da ativa e na inatividade, e dos pensionistas dos mesmos, para custeio da assistência médico-hospitalar (AMH) fornecida pelo órgão, previsto na Medida Provisória nº 2.215/2001, art. ‘’Pagamos obrigatoriamente no desconto de pagamento e na hora de assistência temos essas respostas’’.

A mãe ainda manifesta que a Capitania Fluvial de Minas Gerais tem negado assistência às famílias de todas as formas, inclusive, impedindo os militares que são pais de acompanhar os filhos nas terapias.

‘’Nós estamos aqui longe dos nossos familiares pois a maioria é natural do Rio de Janeiro e veio para Minas a serviço da Marinha. Nos mandaram pra cá, longe das nossas famílias e redes de apoio e simplesmente não prestam assistência de nenhuma forma, nós, mães estamos sobrecarregadas, exaustas e gritamos por socorro’’.

A Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG) tem respondido os e-mails da mãe alegando, pedindo para que procure as clínicas credenciadas, porém, tais clínicas não possuem vagas. ‘’Elas não suportam a demanda, limitam as sessões infringindo a lei que assegura tratamento integral dos autista quando tem a vaga, o profissional não tem a certificação necessária para atender os autistas, nem se quer clínica com estrutura’’.

A reclamante diz que as famílias procuraram clínicas que pudessem credenciar a Marinha, as quais possuem toda estrutura e profissionais capacitados. ‘’O órgão não conseguiu credenciar porque limitam a sessão ou porque querem colocar preço e pagar barato demais por isso. As clínicas de Belo Horizonte não têm aceitado o credenciamento da Marinha, além daquelas, como duas, que tinham o contrato mas cancelaram por falta pagamento, meses para receber’’.

A redação do Jornal Folha Regional entrou em contato com a Capitania Fluvial de Minas Gerais, que enviou uma nota.

A Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG) está subordinada ao Comando do 1º Distrito Naval, que está localizado geograficamente no estado do Rio de Janeiro. Por lá, está toda a estrutura hospitalar da Marinha, quais sejam, hospitais e policlínicas, além de diversas clínicas conveniadas que complementam todo o aparato oferecido aos militares e seus dependentes.

Após sua instalação em Belo Horizonte, há 5 anos, a Capitania envidou esforços para garantir o mínimo de assistência aos militares que passaram a fazer parte dessa Organização Militar, e aos seus dependentes. Diante disso, em 2020 a CFMG passou ser uma Organização Militar com Facilidades Médicas (OMFM), no intuito de melhorar à assistência médica à nossa Família Naval. Conforme as diretrizes estabelecidas pela Diretoria de Saúde da Marinha, a CFMG realizou o credenciamento de vários hospitais e clínicas, não só na capital mineira, mas também de várias outras cidades do estado, conforme catálogo divulgado no próprio sítio da Capitania.

Para ter acesso aos serviços o usuário precisa realizar uma solicitação indicando a especialidade e o local de atendimento. Estamos disponíveis para atendê-los 24 horas por dia.

Atualmente, a CFMG tem um Hospital que realiza atendimento para Neuropediatria, especialidade médica que realiza o acompanhamento de crianças diagnosticadas com TEA, e seis clínicas que auxiliam no tratamento multidisciplinar e oferecem as terapias necessárias. Além disso, existem tratativas para credenciarmos mais um hospital e outras clínicas para melhor assistirmos nosso pessoal.

Adolescente autista de Alpinópolis lança livro de poemas

O prefeito de Alpinópolis (MG), Rafael Freire (PSB), recebeu na última segunda-feira (27), em seu gabinete na prefeitura, a adolescente Flávia Araújo, de 17 anos. A alpinopolense tem autismo e recentemente lançou um livro de poemas. 

Em seu perfil pessoal nas redes sociais, Rafael falou sobre a conterrânea.

“A Flávia tem uma história de vida de superação muito bonita. Ela é autista, passou por um período de depressão, e encontrou na literatura, na escrita, uma forma de superar esses obstáculos que a vida lhe impôs. Hoje nós temos a oportunidade de aprender com seus talentos. Ela não é só escritora, é pintora, compositora e cantora’’, disse o prefeito.

Perfil do Instagram da Flávia: @flavia_araujooo1 e @astro_autistic.

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