Jornal Folha Regional

Cobrança de pensão alimentícia no Brasil é rigorosa

Lucas Costa, advogado especialista em Direito de Família, explica como mães devem negociar o acordo para que tenham o respaldo da Justiça

Cobrança de pensão alimentícia no Brasil é rigorosa – Foto: reprodução

No Brasil, a responsabilidade de prover sustento aos filhos vai além de acordos verbais e exigências morais, assumindo contornos legais severos. O advogado Lucas Costa (@escritorioparamaes no Instagram), especialista em Direito de Família, esclarece que a pensão alimentícia, para ter força de lei, deve ser estabelecida judicialmente. Acordos informais, por mais bem-intencionados que sejam, não possuem respaldo legal. 

Diante do não cumprimento dessa obrigação, a orientação é que a mãe busque o quanto antes a ajuda de um advogado especializado. “A primeira etapa é formalizar a demanda por meio de um processo de execução, onde o valor devido será calculado, considerando juros e correções,” explica Costa. Uma vez protocolada a ação, o devedor será intimado e terá um prazo que varia de três a quinze dias úteis para quitar sua dívida, dependendo do tempo de inadimplência. 

A tolerância para com a inadimplência é mínima. Caso o pagamento não seja efetuado dentro do prazo estipulado, a justiça brasileira tem mecanismos rigorosos à sua disposição. Para dívidas recentes, de até três meses, a prisão do devedor é uma possibilidade real. “É uma medida extrema, mas reflete a seriedade com que a justiça encara a manutenção do bem-estar das crianças,” afirma Costa. 

Para débitos mais antigos, a penhora de bens se torna uma alternativa, garantindo que os direitos da criança sejam preservados, mesmo que isso signifique a apreensão de propriedades do devedor. 

O advogado explica que, em casos de prisão, existem apenas três caminhos para a liberação do devedor: o pagamento integral da dívida, a celebração de um acordo aceito pela parte credora, ou o cumprimento do tempo de prisão determinado pela Justiça. Importante ressaltar que, mesmo após a liberação por tempo de prisão cumprido, a dívida permanece ativa. 

Lucas Costa enfatiza a importância de não haver tolerância das mães quando houver inadimplência dos pais. “A pensão alimentícia é mais do que uma obrigação financeira; é um direito fundamental da criança, essencial para seu desenvolvimento e bem-estar,” ressalta. A Justiça brasileira, com sua postura rigorosa, assegura que o descumprimento dessa responsabilidade não fique impune, independentemente da idade ou classe social do devedor. 

Este panorama legal ressalta a imperatividade da responsabilidade parental e a disposição do sistema judiciário brasileiro em garantir o cumprimento dessas obrigações, demonstrando que, quando se trata de sustento infantil, a Justiça realmente não dorme. 

Famosos também sofrem a punição 

A Justiça é rigorosa com todos os pais que falham com o pagamento de pensão alimentícia, até mesmo pessoas públicas. Existem dezenas de nomes de famosos que estiveram detidos ou que tiveram ordem de prisão decretada por deverem pensão alimentícia.  

Entre eles, os atores Dado Dolabella e André Gonçalves, o ex-jogador de futebol Romário, o ex-jogador de vôlei Giba, os cantores Marcelo Falcão e Latino, além de tantos outros. O caso mais recente é do ex-jogador do Palmeiras Cleiton Xavier, que foi solto em janeiro após pagar dívida de R$31 mil de pensão alimentícia. 

Quem é Lucas Costa?

Advogado, formado pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA), com pós-graduação em direito processual civil pela Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABDCONST)

Por dois anos foi membro do grupo de pesquisa em Direito de Família da UNICURITIBA. Foi membro do Grupo Permanente de Discussão da OAB/PR na área de Planejamento Sucessório.

É membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). Tem nove anos de experiência na defesa de mulheres em ações envolvendo violência doméstica e nas áreas de família e sucessões. Possui escritório físico há seis anos na cidade de Curitiba/PR, atendendo em todo o Brasil.

Impostômetro: brasileiros já pagaram R$ 500 bilhões de impostos em 2024

Impostômetro: brasileiros já pagaram R$ 500 bilhões de impostos em 2024 - Foto: reprodução
Impostômetro: brasileiros já pagaram R$ 500 bilhões de impostos em 2024 – Foto: reprodução

O Impostômetro, painel instalado da sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), localizado no Centro Histórico da capital paulista, registrou que os contribuintes brasileiros já pagaram R$ 500 bilhões em impostos no decorrer de 2024. A marca de meio trilhão ocorreu no início da madrugada da última quarta-feira (14).

O valor leva em consideração impostos pagos pelos brasileiros desde 1° de janeiro. A cifra de R$ 500 bilhões representa aumento de 16,4% em comparação com o mesmo período de 2023 – de 1° de janeiro a 14 de fevereiro.

De acordo com o Impostômetro, foram destinados R$ 331,6 bilhões à esfera federal e R$ 137,3 bilhões para a esfera estadual. Por fim, R$ 31,1 bilhões referentes à esfera municipal, totalizando meio trilhão.

A marca de R$ 500 bilhões, alcançada nove dias mais cedo em comparação ao ano passado, corresponde aos valores além de impostos pagos. Isso porque taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária também entram na conta da ACSP.

No mesmo período de 2023, a marca alcançada foi de R$ 429,6 bilhões. Do montante, R$ 285 bilhões foram à esfera federal. Além disso, R$ 117,9 bilhões para a esfera estadual e R$ 26,7 bilhões referentes à esfera municipal.

Com os valores deste ano, as projeções indicam a possibilidade de a marca de R$ 1 trilhão de pagamentos de impostos pelos contribuintes brasileiros ocorrer ainda no primeiro trimestre. Com mais de R$ 500 bilhões até agora, o valor deve dobrar até o fim de março.

No ano passado, o Impostômetro bateu R$ 1 trilhão em 26 de abril. De janeiro a dezembro de 2023, segundo a ACSP, os brasileiros pagaram mais de R$ 3 trilhões em impostos.

Turismo de Minas deve ter o maior crescimento do Brasil no Carnaval 2024

Turismo de Minas deve ter o maior crescimento do Brasil no Carnaval 2024 - Foto: reprodução
Turismo de Minas deve ter o maior crescimento do Brasil no Carnaval 2024 – Foto: reprodução

O Carnaval vai além da festa e gera uma movimentação econômica bilionária no Brasil. A projeção para este ano é de R$ 9 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É um crescimento de 10% em comparação a 2023.

A CNC também apurou o crescimento da movimentação de turistas no país. Nacionalmente, fevereiro deve ter um incremento de 10% em comparação ao último ano. Minas Gerais é o Estado com a maior alta prevista, de 20,2%. Destinos carnavalescos tradicionais devem ter um incremento menor, justamente por serem locais com um turismo já maduro. No Rio de Janeiro, espera-se uma alta de 9,8%. Na Bahia, de 3,6%.

O faturamento previsto no Estado é de R$ 5,2 bilhões, o terceiro maior do país, atrás de São Paulo (R$ 16,3 bilhões) e quase empatado com o Rio de Janeiro (R$ 5,3 bilhões). Em quarto lugar, está a Bahia (R$ 2,7 bilhões). A projeção da CNC está acima da estimativa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que prevê movimentação de R$ 1,8 bilhão, 20% a mais do que em 2023.

O governo de Minas investe para atrair turistas de outros Estados. Foram gastos R$ 6 milhões em uma campanha publicitária voltada especialmente para Rio e São Paulo a fim de promover o turismo em Belo Horizonte e outras cidades mineiras. A meta é aumentar o número de visitantes de outras partes do país em 30% na capital.

Dengue: Brasil apresenta recorde de mortes pela doença em 2023

Dengue: Brasil apresenta recorde de mortes pela doença em 2023 - Foto: reprodução
Dengue: Brasil apresenta recorde de mortes pela doença em 2023 – Foto: reprodução

Em 2023, o Brasil bateu recorde de mortes por dengue. Segundo dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), foram contabilizados 1.094 óbitos, o que representa um aumento de 3,89% em comparação com o ano anterior.

De acordo com especialistas, o aumento se dá pela circulação de quatro sorotipos diferentes da doença. Isso significa que cada indivíduo pode contrair quatro tipos da dengue e, apesar de ser infectado por um vírus e adquirir imunidade contra ele, ainda restam outros três tipos suscetíveis à infecção.

Juan Carlos Boado, médico e diretor Técnico do Hospital Bom Pastor localizado em Guajará-Mirim (RO), alerta para cuidados redobrados da população a fim de evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue e doenças relacionadas.

“O jeito mais efetivo de prevenir a doença é através do combate ao mosquito. Por isso, é importante eliminar os focos de água parada em caixas d’água, garrafas, pneus, pratos de vasos em jardins, entre outros. Além disso, é preciso limpar frequentemente os quintais nesse período chuvoso, contribuindo para a prevenção de todos”, completa.

Atenção aos sinais de alerta

  • Febre alta com início súbito (39° a 40°);
  • Agitação;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Forte dor de cabeça;
  • Perda do paladar e apetite;
  • Cansaço extremo;
  • Náuseas e vômitos persistentes;
  • Dor nos ossos e articulações;
  • Dor abdominal.

Juan ressalta, ainda, que é importante ficar atento à dengue hemorrágica, tipo mais grave da doença. Parecido com os sintomas clássicos, a diferença é que o doente apresenta sangramentos, principalmente nas gengivas e pele, vômitos persistentes e dor abdominal intensa e contínua.

“Esse tipo de caso pode levar à morte. Por isso, o paciente deve ser levado imediatamente para um hospital de referência, para monitoramento e tratamento clínico especializado”, alerta o médico.

Brasil salta 27 posições em ranking e é visto como 15º país mais seguro do mundo para viajar

Brasil salta 27 posições em ranking e é visto como 15º país mais seguro do mundo para viajar - Foto: reprodução
Brasil salta 27 posições em ranking e é visto como 15º país mais seguro do mundo para viajar – Foto: reprodução

O Brasil foi considerado o 15º país mais seguro para viajantes, segundo o relatório “Safest Destinations”, elaborado pela seguradora Berkshire Hathaway Travel Protection. A sondagem avalia os destinos mais seguros para turistas com base em entrevistas realizadas com pessoas que estiveram visitando os países nos últimos cinco anos.

O Brasil é um país vasto e diversificado, conhecido por suas belezas naturais, cultura rica e povo acolhedor. Isso, por si só, já faz do Brasil um destino popular no cenário internacional. Com essa visão, estamos trabalhando para tornar, cada vez mais, as áreas turísticas seguras, com a implementação de políticas públicas integradas entre todos os setores do governo”, Celso Sabino, ministro do Turismo

Em sua nona edição, o relatório avalia, anualmente, os destinos que mais transmitem sensação de segurança a seus visitantes e turistas, considerando riscos de terrorismo, emergências climáticas, estrutura e situação de saúde, além da segurança de mulheres, minorias e pessoas LGBTQIA+.

A última edição do relatório, de setembro de 2023, revela que o Brasil ocupa atualmente a 15ª posição, um salto de 27 posições se comparado a 2022, quando ocupava o 42º lugar. Com a mudança, o Brasil agora ocupa a primeira posição entre os países mais seguros para viajantes na América Latina e é o segundo colocado nas Américas, atrás apenas do Canadá – à frente de países como Estados Unidos e México.

“O Brasil é um país vasto e diversificado, conhecido por suas belezas naturais, cultura rica e povo acolhedor. Isso, por si só, já faz do Brasil um destino popular no cenário internacional. Com essa visão, estamos trabalhando para tornar, cada vez mais, as áreas turísticas seguras, com a implementação de políticas públicas integradas entre todos os setores do governo”, reforçou o ministro do Turismo, Celso Sabino.

“Saiu o Brasil das armas, do ódio às minorias, do turismo com fins de exploração sexual, do estímulo às milícias, e voltou o Brasil aliado da humanidade, que respeita e valoriza sua diversidade e combate o racismo. É evidente que a mudança de percepção do mundo sobre o Brasil influencia positivamente a sensação de segurança do turista que nos visita”, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Marcelo Freixo.

Para elaborar a lista, a seguradora entrevistou 1.702 viajantes que visitaram os países classificados dentro do período dos últimos cinco anos e considerou dados de fontes externas para avaliar preocupações com segurança, como terrorismo, emergências climáticas, medidas de saúde e segurança de grupos sub-representados. Entre elas, estavam dados do Índice Global de Paz e as pontuações do GeoSure Global sobre as principais cidades de cada país, levando em consideração fatores como segurança das mulheres, roubo, liberdades básicas, saúde e aspectos médicos.

Saiu o Brasil das armas, do ódio às minorias, do turismo com fins de exploração sexual, do estímulo às milícias, e voltou o Brasil aliado da humanidade, que respeita e valoriza sua diversidade e combate o racismo. É evidente que a mudança de percepção do mundo sobre o Brasil influencia positivamente a sensação de segurança do turista que nos visita”, disse Marcelo Freixo, presidente da Embratur

DOMÍNIO ESCANDINAVO – A lista da Berkshire Hathaway costuma ser tradicionalmente dominada por países escandinavos, do norte da Europa e destinos como Austrália e Nova Zelândia. No entanto, para 2024, nações asiáticas e sul-americanas passaram a ganhar destaque, com Japão e Brasil no top 15.

A lista dos 15 países mais bem avaliados é composta por Canadá, Suíça, Noruega, Irlanda, Países Baixos, Reino Unido, Portugal, Dinamarca, Islândia, Austrália, Nova Zelândia, Japão, França, Espanha e Brasil.

Para se avaliar a segurança nos destinos, são avaliados critérios e contextos específicos de cada região, incluindo lugares livres de terrorismo, destinos protegidos de eventos climáticos extremos, países com infraestrutura sólida para prevenir acidentes rodoviários e regiões onde viajantes de diversas raças e da comunidade LGBTQIA+ se sintam seguros e confortáveis.

PERCEPÇÃO DE SEGURANÇA – Uma outra plataforma, a Mabrian Technologies, realizou uma pesquisa divulgada em setembro de 2023 que também apontou aumento na confiança por parte de turistas estrangeiros que visitam o Brasil. Em parceria com a Gerência de Informação e Inteligência de Dados da Embratur, o levantamento coloca o Brasil em posição de destaque na evolução da confiança turística na comparação com outros países da América Latina.

A plataforma usa um indicador de satisfação chamado de Índice de Percepção de Segurança (PSI). Ele varia de 0 a 100 pontos: de 50 a 74 pontos, o nível de satisfação dos turistas é considerado alto ou muito alto. Acima disso, é excelente. A medição é definida por meio de uma análise de menções e opiniões de turistas em plataformas digitais.

Segundo a pesquisa, de maio a julho de 2023, o Brasil apresentou consistência e crescimento na percepção de segurança, enquanto países como Colômbia, Equador e Peru apresentaram oscilações. Em julho, o PSI do Brasil atingiu um pico de 96,7 pontos – o maior valor alcançado pela Colômbia, por exemplo, foi de 80,1 pontos.

As capitais também tiveram o índice de percepção de segurança medido pela plataforma – todas registraram níveis considerados bons e excelentes. Recife (PE) lidera o ranking com a melhor percepção de segurança entre visitantes, com 95,05 pontos. Em seguida estão Porto Alegre (RS), com 92,16 pontos;  São Paulo (SP), com 89,24; Belo Horizonte (BH), com 88,18; Salvador (BA), com 81,14; e Rio de Janeiro (RJ), com 80,91 pontos.

ECONOMIA AQUECIDA – Os dados favoráveis na percepção de segurança no país repercutem também nos dados sobre gastos de estrangeiros no país. Segundo informações do Banco Central (BC) referentes a novembro de 2023, houve uma entrada recorde de dólares na economia do Brasil por meio do consumo de turistas estrangeiros. Foram US$ 616,1 milhões (ou R$ 3 bilhões), valor 13,3% maior em relação a novembro de 2011, que era o melhor da série histórica (desde 1995).

No acumulado de janeiro a novembro, entraram no país com o turismo internacional US$ 6,286 bi (R$ 31 bilhões). Mesmo sem dezembro, ainda em apuração pelo BC, os números já são superiores aos de 2016, ano das Olimpíadas, quando entraram no país, com o turismo, US$ 5,8 bilhões. A projeção da Embratur é de que 2023 baterá o recorde histórico de 2014, ano da Copa do Mundo, quando a receita com o turismo foi de US$ 6,8 bilhões.

Ano de 2023 é o mais quente da série histórica no Brasil

Ano de 2023 é o mais quente da série histórica no Brasil – Foto: reprodução

O ano de 2023 é o mais quente da história do planeta e também foi o mais quente da série histórica do Brasil. A média das temperaturas no país ficou em 24,92 graus Celsius (ºC) – sendo 0,69 °C acima da média histórica de 1991/2020, que é 24,23 °C. No ano anterior, em 2022, a média anual foi de 24,07 ºC, 0,16 ºC abaixo da média histórica.

Segundo levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dos 12 meses do ano de 2023, nove tiveram médias mensais de temperatura acima da média histórica, com destaque para setembro, que apresentou maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6 ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica).

Ao longo do ano, o Brasil enfrentou nove episódios de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Além disso, segundo o Inmet, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.

Após análise dos desvios de temperaturas médias anuais do Brasil desde 1961 a 2023, o Inmet verificou uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos, que pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais.

As temperaturas mais elevadas foram observadas no sul do Pará, Mato Grosso, sul de Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, áreas de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará.

Temperatura global

De acordo com a versão provisória do Estado Global do Clima 2023, publicada pela OMM, em 30 de novembro de 2023, a temperatura média da superfície global ficou 1,4°C acima da média histórica de 1850/1900, até outubro do ano passado.

Com este valor, o ano de 2023 já é considerado o mais quente em 174 anos de medições meteorológicas, superando os anos de 2016, com 1,29°C acima da média, e 2020, com 1,27°C acima da média.

Ontem (9), o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, confirmou que o ano passado foi o mais quente registrado no planeta e provavelmente o mais quente do mundo nos últimos 100 mil anos.

Morre Zagallo, aos 92 anos, vencedor de 4 Copas do Mundo

Morre Zagallo, aos 92 anos, vencedor de 4 Copas do Mundo - Foto: Reprodução
Morre Zagallo, aos 92 anos, vencedor de 4 Copas do Mundo – Foto: Reprodução

O ex-jogador e técnico da seleção brasileira, Zagallo, morreu no Rio de Janeiro na noite de sexta-feira, 5 de janeiro, aos 92 anos. O perfil oficial da lenda do futebol brasileiro no Instagram publicou a informação.

Zagallo ganhou a Copa do Mundo como jogador em 1958 e 1962, técnico em 1970 e auxiliar em 1994. O Velho Lobo esteve em 4 dos 5 títulos mundiais do Brasil.

“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo.

Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas.

Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa. 🖤”

Mais de 10% das mortes e dos acidentes em rodovias no Brasil acontecem em MG

Mais de 10% das mortes e dos acidentes em rodovias no Brasil acontecem em MG - Foto: divulgação/Corpo de Bombeiros
Mais de 10% das mortes e dos acidentes em rodovias no Brasil acontecem em MG – Foto: divulgação/Corpo de Bombeiros

Minas Gerais é o Estado com mais acidentes e mortes em rodovias no Brasil. De acordo com o levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foram 712 óbitos entre novembro de 2022 e outubro de 2023, o que representa 12% dos 5.520 óbitos em todo o país. O estado é também o que teve o maior número de acidentes neste período, com 8.814. A quantidade corresponde a 13,2% dos 66.508 registrados em território nacional.

“É um estado que possui uma malha rodoviária muito grande, e isso ajuda a justificar esses números. Além disso, a tipografia de Minas faz com que essas rodovias fiquem mais perigosas, com muitas subidas e descidas, além das curvas que também oferecem riscos”, aponta o especialista em trânsito e professor do Cefet-MG, Agmar Bento.

Para ele, somada a grande quantidade de veículos e as características demográficas do Estado, a falta de investimentos também colabora para o maior número de acidentes e mortes. “Não temos uma malha ferroviária densa. Por isso, quase todo o deslocamento, seja de mercadorias ou pessoas, está concentrado em rodovias. E elas são, em maioria, de pista simples, o que favorece a ocorrência de acidentes, principalmente durante a ultrapassagem”, acrescenta.

O estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) apresentou que Minas Gerais possui uma média de 8 mortes a cada 100 acidentes. A principal causa dos óbitos, conforme a pesquisa, é a velocidade incompatível com a via. O levantamento mostrou que 103 pessoas morreram por dirigir acima da velocidade permitida na rodovia, o que representa 14,5% dos óbitos em rodovias no Estado.

“Nossas rodovias são mais sinuosas, o que exige que os condutores reduzam a velocidade nesses trechos. Porém, o que acontece é o contrário, há o excesso de velocidade e, consequentemente, o maior número de acidentes”, relata o tenente Luiz Fernando Ferreira, do Batalhão de Polícia Militar Rodoviário.

Conforme o militar, a falta de radares nas rodovias também colabora com os números, uma vez que favorece o comportamento imprudente dos motoristas, potencializando os riscos de acidentes. “Infelizmente, o que temos de radar não é o suficiente. Houve uma melhora nos últimos meses, com mais equipamentos sendo instalados, mas ainda muito distante da quantidade necessária”, aponta.

A BR-116 e a BR-381 foram as rodovias com mais mortes, com 159 em cada uma. Juntas, elas representam 22,3% dos óbitos ocorridos no Estado. “São mortes que, na grande maioria dos casos, poderiam ser evitadas. O que a gente percebe é o motorista com vontade de chegar logo ao destino fazendo ultrapassagens em locais indevidos e provocando essas batidas. Quando essa colisão é frontal, o risco de uma fatalidade é ainda maior”, relata o tenente Luiz Fernando Ferreira.

Acidentes e condições inadequadas

A BR-381 foi a rodovia que mais registrou acidentes no período analisado pela pesquisa. Foram 2.628, o que corresponde a 29,8% dos 8.814 em todo o Estado. A colisão, ou batida entre dois veículos, é o acidente mais recorrente em Minas. Conforme o levantamento, foram 4.625, números que representam 52,5%. O segundo mais comum é a saída de pista, com 1.814 (20,6%).

Para o tenente Luiz Fernando Ferreira, esses acidentes tendem a ser mais frequentes durante o período chuvoso, quando as rodovias estão mais escorregadias. “A pista molhada com excesso de velocidade é uma combinação muito perigosa. Muitas vezes, o motorista perde o controle e o carro sai da pista. Por isso a gente alerta sobre a importância do cinto de segurança. É ele que vai ajudar a segurar o motorista ou os passageiros caso isso aconteça”, explica.

O levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontou que os acidentes nas rodovias do Estado deixaram 11.457 pessoas feridas. A maior parte deles foi provocada pela falta de reação dos motoristas. Segundo estudo, foram 1.315 provocados por esse motivo, o que corresponde a 14,9% das causas dos acidentes.

“Isso ocorre por causa de uma distração do condutor, seja pelo uso do celular ou até mesmo pelo longo período dirigindo, o que provoca cansaço. O tempo de reação do ser humano é, em média, de dois segundos. Quando tem algum desses fatores, esse intervalo pode ser maior, tornando insuficiente para evitar um acidente”, explica o professor Agmar Bento.

Além da falta de reação, um outro agravante para os motoristas é a condição inadequada das rodovias. O estudo constatou 403 pontos críticos no período analisado. De acordo com a pesquisa, 80,5% das rodovias possuem deficiência na geometria da via. Além disso, 78,7% da extensão dessas rodovias apresentam algum tipo de problema, sendo 70,6% relacionados à pavimentação e 75,3% com a sinalização.

“Isso expõe um abandono do poder público. Se você sabe quais os pontos críticos, você precisa solucionar esse problema. Para o motorista, resta, então, o cuidado. É ter mais atenção ao passar por esses trechos”, conclui o professor. 

A reportagem questionou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelas rodovias federais, e a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), responsável pelas rodovias estaduais, sobre as condições apresentadas pelo estudo. Os órgãos também foram demandados sobre os investimentos realizados neste período para melhorar as condições dos trechos citados no levantamento. A matéria será atualizada com os posicionamentos. 

Reforma tributária poderá deixar setor de serviços mais caro

Alíquota será maior e com menos créditos compensatórios

Foto: Marcello Casal Jr – Agência Brasil

Aprovada no Senado na última semana, e com o texto pendente de nova apreciação na Câmara dos Deputados, a reforma tributária poderá encarecer os serviços em geral. Isso porque o setor, sem cadeia produtiva longa, se beneficiará menos de créditos tributários, uma forma, segundo o governo, de compensar a cobrança de impostos.

Além disso, a tributação será aplicada com uma alíquota de IVA dual, estimada em 25%, mais alta que os atuais 9,25% do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) cobrado sobre empresas com lucro presumido, situação que engloba a maioria das empresas prestadoras de serviço.

Alguns tipos de serviço, no entanto, terão alíquota diminuída em 60%. O Senado incluiu na lista os segmentos de comunicação institucional e de eventos. Serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos serão isentos. Os serviços de transporte coletivo intermunicipal e interestadual migraram da alíquota reduzida para regime específico.

O Senado também incluiu agências de viagem, serviços de saneamento e de telecomunicações também em regimes específicos, que preveem sistema de coleta e alíquotas diferenciadas. O relator na Casa, senador Eduardo Braga (MDB-AM), também proibiu a incidência do Imposto Seletivo sobre os serviços de energia e de telecomunicações.

A Câmara havia concedido a redução de 60% na alíquota aos serviços de transporte coletivo, de saúde, de educação, cibernéticos, de segurança da informação e de segurança nacional serão beneficiados.

Em audiência na Câmara dos Deputados no fim de junho, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou que outros elementos deverão compensar as alíquotas mais altas. Primeiramente, ele citou o crescimento econômico decorrente da reforma tributária como fator de geração de empregos e de negócios.

Além da expansão da economia, Appy afirmou que o fim da cumulatividade (tributação em cascata) trará ganhos às empresas de serviços, que poderão usar créditos tributários atualmente não aproveitados. Ele também citou a simplificação do sistema e a redução do litígio e do custo do investimento como fatores que estimularão os serviços. Na cerimônia de instalação da Comissão Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, no último dia 4, o secretário disse que a carga tributária para alguns tipos de serviço cairá de 7% a 13% com a reforma tributária.

Serviços de internet

Assim como para os serviços em geral, as empresas de streaming (exibição de vídeos, filmes e séries) de internet pagarão alíquota maior. O mesmo ocorre com aplicativos de transporte e de entrega de comidas. O Ministério da Fazenda assegura que a redução do preço da energia elétrica compensará esses aumentos, resultando em pouco impacto para o consumidor.

Cigarros, bebidas, alimentos com açúcar e agrotóxicos

A reforma tributária institui a possibilidade de instituição do Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Na prática, essa tributação atingirá bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos com excesso de açúcar ou de sal.

Assim como o IVA dual, a alíquota do Imposto Seletivo será determinada posteriormente à reforma tributária. Para os cigarros e as bebidas alcoólicas, não deverá haver grandes alterações de preços, porque há décadas esses produtos pagam grandes alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como política de saúde pública.

Para os demais produtos com riscos sanitários e ambientais, o Imposto Seletivo resultará em encarecimento. A inclusão dos agrotóxicos e defensivos agrícolas, no entanto, ainda será discutida em lei complementar. Para facilitar a aprovação da reforma tributária pela bancada ruralista, o governo concordou em excluir do Imposto Seletivo os insumos agrícolas, inclusive os agrotóxicos, que se beneficiam da alíquota de IVA reduzida em 60%.

Heranças

Atualmente, as heranças e doações no Brasil pagam Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Cada estado define a alíquota, mas o imposto médio correspondia a 3,86% em 2022, sem progressividade (alíquotas maiores para heranças maiores) na maioria das unidades da Federação.

A reforma tributária estabelecerá que a alíquota será progressiva, para que as famílias mais ricas paguem mais e também permitirá a cobrança sobre heranças e doações vindas de outros países. Para facilitar as negociações, no entanto, o relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), isentou a transmissão para entidades sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos. Uma lei complementar definirá as condições para essas isenções.

Cashback

A reforma prevê a possibilidade de cashback, devolução parcial do IVA dual aos mais pobres, a ser definido por meio de lei complementar. Ainda não está claro se o mecanismo abrangerá apenas as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou se abrangerá um limite maior de renda, como famílias com renda de até três salários mínimos.

No Senado, o mecanismo foi aperfeiçoado. As famílias mais pobres também receberão cashback na conta de luz e no botijão de gás. Nos dois casos, o ressarcimento ocorreria no momento da cobrança, entrando como desconto na conta de luz ou como abatimento na compra do botijão. Os detalhes serão regulamentados pela lei complementar.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, em março, Appy apresentou sugestões sobre como ocorreria essa devolução. Segundo ele, o cashback poderia ter como base o Cadastro de Pessoa Física (CPF) emitido na nota fiscal, com o valor da compra e a inscrição no Cadastro Único sendo cruzadas para autorizar a devolução.

O secretário citou o exemplo do Rio Grande do Sul, que implementou um sistema de devolução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2021 a famílias inscritas no Cadastro Único com renda de até três salários mínimos por meio de um cartão de crédito.

Inicialmente, o governo gaúcho devolvia um valor fixo por família e agora começou a devolver por CPF, com base no cruzamento de dados entre o valor da compra e a situação cadastral da família. Em locais remotos, sem acesso à internet, Appy sugeriu um sistema de transferência direta de renda, complementar ao Bolsa Família.

Brasil tem a conta de luz que mais pesa no bolso entre 34 países

Brasil tem a conta de luz que mais pesa no bolso entre 34 países – Imagem: reprodução

O Brasil está no topo de um ranking que mede o peso da conta de luz no bolso de consumidores locais, em comparação com 33 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Na média, o brasileiro compromete 4,54% da sua geração de riqueza anual com o pagamento da tarifa residencial. É o maior valor, bem acima do apurado para nações europeus, como Espanha (2,85%), Alemanha (1,72%) e Luxemburgo (0,35%) –país em que a energia tem o menor peso sobre renda no grupo analisado.

O resultado brasileiro também fica distante do identificado em economias emergentes, como Chile (2,65%) e Costa Rica (2,76%).

O ranking foi elaborado pela Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres). A entidade considerou as tarifas residenciais de 2022, consolidadas no serviço de dados da Agência Internacional de Energia, e o PIB per capita (Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes) calculado para o mesmo ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

“O levantamento demonstra que precisamos rediscutir os custos no setor elétrico brasileiro, porque ele está distorcido para os consumidores locais em comparação aos de outros países quando consideramos a renda”, explica o diretor de Energia da Abrace, Victor Hugo iOcca, que coordenou a organização do ranking.

O brasileiro pagou US$ 34 (R$ 176,50), em média, por 200 kwh (kilowatt-hora) no ano passado, um valor parecido ao desembolsado pelo polonês, que foi de US$ 34,39 (R$ 178,50). Ocorre que a nossa renda per capita estava na faixa de US$ 9.000 (R$ 46,7 mil), enquanto no país do leste europeu ela era o dobro, US$ 18 mil (R$ 93,4 mil), comprometendo uma fatia menor da renda, 2,26%.

Na Turquia, cujo PIB per capita é próximo ao do Brasil, na casa de US$ 10 mil (R$ 51,9 mil), a energia custou praticamente metade da brasileira, US$ 17,9 (R$ 93) e compromete 2% da renda

A equipe da Abrace lembra que o custo da tarifa sofre variação de acordo com diferentes fontes de energia. As renováveis estão entre as mais competitivas atualmente, enquanto carvão, nuclear e gás natural passaram a custar mais, além de sofrerem com o risco geopolítico. A guerra da Rússia contra a Ucrânia, por exemplo, pressionou o preço do gás.

No entanto, o que pesa, e muito, é a calibragem da política pública. Existem países que nitidamente optaram por ter energia mais barata.

Assim como ocorre no Brasil, cerca de 60% da geração do Canadá vem de hidrelétricas, seguida de outras renováveis, como eólica. No entanto, aquele mesmo montante de energia custou US$ 10 (R$ 51,91) menos que no Brasil. Foi de US$ 24 (R$ 124,6). Como a renda média anual no país é de R$ 55 mil (R$ 285,5 mil), o consumidor saiu ganhando. Apenas 0,54% da renda vai para pagamento da tarifa residencial.

Os Estados Unidos tem feito investimentos pesados em renováveis, mas a estrutura energética ainda é o inverso –quase metade da geração de eletricidade vem de térmicas movidas a combustíveis fósseis, como gás e carvão. Ainda assim, o seu custo é inferior ao do Brasil, US$ 30,25 (R$ 157). Como o PIB per capita americano é um dos maiores do mundo, US$ 76 mil (R$ 394.5 mil), apenas 0,48% é gasto com a conta de luz.

Muitos países têm optado por subsidiar novas fontes limpas de energia. É uma decisão de governo com apoio de contribuintes. A Dinamarca tem um forte programa de descarbonização e uma carga tributária elevada sob a tarifa de energia, de quase 70%. O custo tarifário é mais alto entre os países do ranking, US$ 103 (R$ 534,6).

Mas isso não é nem de longe um sacrifício financeiro num país cuja renda per capta é de US$ 66,5 mil (R$ 345.2 mil). Apenas 1,87% vai para custear a energia em casa.

“O Brasil já é destaque em energia limpa, renovável e barata, não faz sentido que tenha uma conta de luz tão alta para o nosso perfil de renda, mas ela está sendo sobrecarregada por tributos e subsídios, que já correspondem a 40% do preço final”, afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace Energia.

“O ranking mostra como esse custo chega nas pessoas pela conta de luz, mas ele também está no preço de tudo que é fabricado no Brasil. O comprometimento da renda é muito maior.”

Segundo projeção da entidade, os brasileiros estão pagando a mais, neste ano, cerca de R$ 10 bilhões ao mês apenas para custear tributos e subsídios. No ano, serão R$ 119 bilhões para essas duas despesas (leia a lista abaixo).

Os subsídios ampliam espaço na conta de luz principalmente por iniciativa do Congresso, onde a política é mais sensível a lobbies, mas o governo federal tem utilizado a conta de luz como uma extensão do Orçamento. Na tentativa de reverter a tendência, há um movimento entre entidades do setor para transferir parte dos custos que estão na tarifa para o Tesouro Nacional.

O consumidor de energia elétrica no Brasil mantém fundos de pesquisa e desenvolvimento, paga por subsídios a setores que já são rentáveis, como as renováveis solar e eólica, e sustenta políticas públicas, que muitas vezes não têm relação com a área de energia elétrica, como água, esgoto e saneamento (leia lista abaixo).

Em levantamento similar, mas com outras fontes, realizado com dados de 2021, o Brasil aparecia como segundo no ranking da Abrace, atrás da Colômbia. Os preços da energia registraram forte alta, após o país ter ampliado o uso de térmicas, e funcionaram como munição adicional em recentes crises políticas.

Dependente de hidrelétricas, que sofrem com variações do clima, a Colômbia tem enfrentado dificuldades para implementar os projetos de renováveis. Há cerca de um ano, propôs um pacto nacional em busca do que chamou de “tarifa justa”. Mobilizou empresas e lançou um pacote de mudanças nas leis do setor e na estrutura técnica, com a promessa de reduzir os custos da energia.

Na prática, foi uma intervenção, e os resultados ainda são incertos, mas serve de exemplo sobre os riscos políticos, econômicos e regulatórios quando se perde o controle do preço da energia. O país ainda não divulgou seus indicadores de 2022 e, por isso, não consta do ranking neste ano.

O QUE TEM NA CONTA DE LUZ

Os principais itens da cobrança

32,48% é custo de energia, que neste ano está estimado em R$ 111, 4 bi

27,38% vai para transmissão e distribuição, R$ 93,9 bi

17,00% são tributos, que somam R$ 58,4 bi neste ano

15,92% equivalem a encargos, muito mascarados de subsídios, que totalizam R$ 54,6 bi

3,61% vai para perdas técnicas, R$ 12,4 bi

1,98% cobre furto de energia, R$ 6,8 bi

1,54% custeia a iluminação pública, R$ 5,3 bi

O QUE PESA MAIS A CONTA DE LUZ

Entre os itens que deixam a energia mais onerosa em 2023 estão:

TRIBUTOS

R$ 58,44 bi

PRINCIPAIS SUBSÍDIOS

R$ 33,42 bi

Para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), sendo R$ 12 bilhões para a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) do sistemas isolados; R$9,28 bilhões para descontos tarifários na distribuição; R$ 5,6 bilhões para Tarifa Social para consumidores de baixa renda; R$ 2,43 bilhões. para descontos na transmissão; R$ 1,12 bilhão para o subsídio para carvão mineral nacional

R$ 12,16 bi para Conta de Reserva, que o consumidor paga para garantir a segurança do sistema

R$ 6,8 bi para cobrir perdas não técnicas, como furtos de energia do sistema;

R$ 5,45 bi para o Proinfa, programa de compra de energia renovável

R$ 5,34 bi para garantir a iluminação pública das cidades

R$ 939 milhões para o fundo com o objetivo de promover a eficiência do setor elétrico

R$ 939 milhões para o fundo voltado ao desenvolvimento a pesquisa do setor

R$ 244 milhões para ESS (Encargos do Serviço do Sistema)

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.