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Bloqueio da China a três exportadores dos EUA pode favorecer a soja brasileira

Bloqueio da China a três exportadores dos EUA pode favorecer a soja brasileira - Foto: reprodução
Bloqueio da China a três exportadores dos EUA pode favorecer a soja brasileira – Foto: reprodução

Em resposta ao tarifaço de 20% imposto pelos Estados Unidos, a China intensificou as retaliações na última terça-feira (4), suspendendo as licenças de importação de soja de três fornecedores americanos e interrompendo a compra de madeira serrada do seu principal parceiro comercial. A disputa acirra a concorrência pelo abastecimento do maior mercado importador de alimentos do mundo, onde o Brasil pode ampliar sua vantagem.

Especialistas do agronegócio preveem reação imediata do mercado global. Os contratos futuros de commodities como soja, milho e trigo devem registrar novas quedas na Bolsa de Chicago, enquanto o Brasil se consolida como alternativa para atender parte da demanda chinesa. Com a perda de competitividade dos EUA, os preços pagos aos exportadores brasileiros tendem a subir, beneficiando produtores e comerciantes.

Além das tarifas mais altas, a suspensão de três exportadores americanos de soja – CHS Inc., Louis Dreyfus Company Grains Merchandising LLC e EGT – deve restringir ainda mais o fornecimento da oleaginosa para a China. Segundo o departamento de alfândega chinês, as cargas apresentavam problemas nas sementes, enquanto a interrupção das importações de madeira dos EUA foi atribuída à presença de pragas e vermes.

As medidas de Pequim são uma retaliação direta à decisão do presidente Donald Trump de dobrar a tarifa de importação da China de 10% para 20%. No mesmo dia, os EUA também impuseram um tarifaço de 25% sobre importações do Canadá e México, alegando falta de cooperação desses países no combate ao tráfico de drogas sintéticas.

Brasil já tem ampla vantagem sobre os EUA na exportação de soja para a China

O Brasil, maior exportador global de soja, vendeu 69 milhões de toneladas do grão para a China em 2024, totalizando R$ 175 bilhões. As tensões comerciais entre Pequim e Washington fortalecem essa relação, já que o Brasil oferece preços mais competitivos.

Em contrapartida, as exportações americanas de soja para a China somaram ano passado 22,13 milhões de toneladas, queda de 5,7% em relação ao ano anterior. Apesar disso, a China atingiu recorde de 105,03 milhões de toneladas de soja importadas em 2024, volume 6,5% maior do que no ano anterior.

Cerca de metade das exportações americanas de soja têm a China como destino, movimentando US$ 12,8 bilhões em 2024, segundo o US Census Bureau. A suspensão da madeira serrada ocorre também como resposta à decisão de Trump, em 1º de março, de investigar a importação desse produto, sinalizando a possibilidade de tarifas de 25%.

Exportadores de carnes veem oportunidade, mas evitam fazer projeções

A retaliação chinesa sobre produtos agrícolas americanos, como soja, algodão, milho e carnes, pode abrir espaço para o agronegócio brasileiro. No entanto, segundo reportagem do O Estado de S. Paulo, produtores e exportadores mantêm cautela. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, ressalta que ainda é cedo para medir impactos, embora o Brasil seja alternativa mais competitiva.

Em 2023, a China importou 562,2 mil toneladas de carne de frango e 241 mil toneladas de carne suína do Brasil, volumes 17,6% e 38% menores que no ano anterior. O país asiático continua sendo o principal destino da carne de frango brasileira e o segundo maior para a carne suína. No momento, porém, há restrições pontuais a algumas unidades frigoríficas brasileiras.

Exportações do agro em Minas somam US$ 17,1 bilhões em 2024, melhor resultado desde 1997

Exportações do agro em Minas somam US$ 17,1 bilhões em 2024, melhor resultado desde 1997 - Foto: reprodução
Exportações do agro em Minas somam US$ 17,1 bilhões em 2024, melhor resultado desde 1997 – Foto: reprodução

As exportações do agronegócio mineiro alcançaram o valor recorde de US$ 17,1 bilhões em 2024. O resultado foi o melhor das vendas externas dos produtos com origem no campo desde 1997. O desempenho superou em 2,5% a receita da mineração, segmento tradicionalmente dominante das exportações do estado, que alcançou US$ 15,7 bilhões no ano passado.

No acumulado de janeiro a dezembro, a receita teve acréscimo de 19,2%, na comparação com o mesmo período de 2023. Os embarques de produtos agropecuários de Minas Gerais representaram cerca de 42% da pauta mineira de exportação, conforme balanço divulgado pelo governo do estado.

Além do valor, o volume cresceu 8%, com o embarque de 17 milhões de toneladas, também se destacando como o maior já comercializado, de acordo com o Executivo. No ranking nacional dos estados exportadores de produtos agropecuários, Minas Gerais subiu uma posição e agora ocupa o quarto lugar, ultrapassando o Rio Grande do Sul.

Em relação ao comércio com a União Europeia, o estado foi o principal fornecedor de produtos do agro, contabilizando US$ 4,4 bilhões de dólares, superando o estado de São Paulo. A pauta exportada pelo agronegócio mineiro engloba um mix de 644 diferentes produtos agropecuários, que foram enviados para 175 países.

Os principais destinos foram a China (US$ 4,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,9 bilhão), Alemanha (US$ 1,4 bilhão), Bélgica (US$ 788 milhões) e Itália (US$ 726 milhões).

Café segue tradição
O café manteve a escrita e foi o carro-chefe das exportações do agro mineiro. A valorização do dólar e a redução dos estoques dos principais países produtores puxaram para cima a cotação na bolsa, influenciando o cenário de comercialização.

Em 2024, o café registrou seu melhor desempenho em receita e volume embarcados com US$ 7,9 bilhões e 31 milhões de sacas. A commodity representou 46,1% do total comercializado no ano passado, afirmou o governo.

Outras culturas

O complexo soja (grão, farelo e óleo) registrou queda de 10,2% na receita e aumento de 7,1% no volume. O resultado foi de US$ 3,2 bilhões e 7,2 milhões de toneladas. O complexo sucroalcooleiro manteve-se na terceira posição, entre os principais produtos do agro, com a marca de US$ 2,5 bilhões e 5,2 milhões de toneladas.

No caso das carnes, todas as proteínas – bovina, frango e suína – obtiveram crescimento em receita e volume. O setor alcançou US$ 1,7 bilhão e 502 mil toneladas. Já no setor florestal, o setor atingiu o recorde em receita de US$ 1,1 bilhão e 1,7 milhão de toneladas.

Governo de Minas lança sistema que moderniza o comércio exterior e facilita importações pelas empresas mineiras

Governo de Minas lança sistema que moderniza o comércio exterior e facilita importações pelas empresas mineiras - Foto: divulgação
Governo de Minas lança sistema que moderniza o comércio exterior e facilita importações pelas empresas mineiras – Foto: divulgação

Menos tempo, menos burocracia e menos complexidade. Na última segunda-feira (18), o Governo de Minas lançou a plataforma e-Comext, que representa esses três benefícios para as empresas mineiras que trabalham com importações. O novo recurso foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e está interligado ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), do governo federal.

O e-Comext atuará junto ao Siscomex a partir dos dados da Declaração Única de Importação (Duimp). Agora, o contribuinte usará o novo sistema estadual para o preenchimento da “Solicitação de Pagamento e Exoneração do ICMS” — imposto que deve ser arrecadado pelo Estado.

A plataforma simplificou e agilizou a liberação estadual da mercadoria importada (visto eletrônico), pois parte dos documentos exigidos pela Fiscalização é recepcionada pelo e-Comext diretamente do sistema federal. A distribuição das solicitações para análise fiscal ocorre automaticamente e há a geração das guias de recolhimento tributário e da Guia de Liberação da Mercadoria Estrangeira (GLME) pelo próprio sistema.

Durante as fases de teste, o sistema conseguiu reduzir para 20 minutos processos que levavam cerca de dois dias para serem executados, a depender da complexidade da análise.

“O e-Comext traz os aspectos de usabilidade e simplificação, fazendo com que seja mais rápido todo o processo de comércio exterior dentro de Minas Gerais. Somos o segundo estado do país a se adaptar ao sistema, e é com muita satisfação que nós o disponibilizamos para toda a cadeia do comércio exterior”, enfatiza o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Claudio Gomes.

O reforço dessa integração entre governo federal e estadual também melhora a conformidade fiscal, pois, ao supervisionar o pagamento do ICMS sobre importações, o e-Comext reduz o risco de inadimplência.

O e-Comext ficará disponível de acordo com as etapas de substituição da antiga Declaração de Importação (DI) pela Duimp, estipuladas pelo governo federal em um calendário de três fases: modal marítimo, modal aéreo e modal terrestre.

“Todo esse trabalho que vem sendo feito se alinha à política adotada pela Receita Estadual e o Governo de Minas, desde 2019, no sentido de facilitar a vida do cidadão e do contribuinte para promover um ambiente de negócios que favoreça a geração de emprego e renda para os mineiros”, diz o subsecretário da Receita Estadual, Osvaldo Scavazza.

Outras funcionalidades do e-Comext

Dentre as principais vantagens do e-Comext estão o monitoramento da importação em tempo real e o histórico de transações, o que possibilita às empresas importadoras e despachantes aduaneiros a simplificação e transparência dos processos.

Outra grande evolução trazida pelo sistema é o diálogo entre importador e fiscais, que será feito por meio de chat on-line, onde a troca de documentações pendentes e esclarecimentos poderão ser feitos rapidamente.

O sistema faz cruzamentos automáticos de dados e sinaliza operações que merecem atenção, como divergências no valor das mercadorias ou omissão de informações. Isso facilita a identificação de inconsistências, reduz a necessidade de auditorias manuais, possibilita a orientação das empresas quanto a sua conformidade tributária, fornece alertas sobre pendências e indica as instruções para regularização.

Repercussão positiva

O trabalho da SEF durante as etapas de substituição da DI pela Duimp, conforme Fernando Pieri Leonardo, presidente da Comissão de Direito Aduaneiro da Ordem dos Advogados do Brasil-MG e da Associação Brasileira de Estudos Aduaneiros (Abead), foi exemplar.

“Recentemente, o Estado promoveu uma videoconferência e disponibilizou um formulário para ouvir demandas e dúvidas. E vem respondendo e tirando essas dúvidas para conduzir as empresas na fase de transição. O mais importante foi, realmente, a abertura para o diálogo e as ações diante do desafio que essa mudança traz para todos nós”, afirma.

Já Marcelo Belisário, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais (SDAMG), classificou o e-Comext e a sincronia com a Duimp como um “divisor de águas” para importadores e despachantes aduaneiros.

“Esse sistema traz tecnologias bastante avançadas e uma gestão de risco bastante robusta. É um sistema próprio em que ocorrerá a integração de todos os órgãos dentro desse novo processo de importação. Será uma revolução enorme no comércio exterior brasileiro”, conclui.

Governo de Minas lança sistema que moderniza o comércio exterior e facilita importações pelas empresas mineiras - Imagem: divulgação
Governo de Minas lança sistema que moderniza o comércio exterior e facilita importações pelas empresas mineiras – Imagem: divulgação

São Sebastião do Paraíso exporta 27,7 mil toneladas de café e atinge receita de US$ 101,5 mi

São Sebastião do Paraíso exporta 27,7 mil toneladas de café e atinge receita de US$ 101,5 mi - Foto: reprodução
São Sebastião do Paraíso exporta 27,7 mil toneladas de café e atinge receita de US$ 101,5 mi – Foto: reprodução

A receita com exportações de café em São Sebastião do Paraíso (MG) cresceu 42% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2023. Na região, o aumento foi um pouco acima dos 31%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Entre janeiro e junho deste ano, Paraíso exportou 27,7 mil toneladas de café, o que gerou US$ 101,5 milhões. No primeiro semestre de 2023, o município enviou 20,3 mil toneladas do produto para outros países e obteve receita de US$ 71,4 milhões.

Este é o segundo melhor desempenho de Paraíso no mercado externo desde 2021 para o período, atrás somente do primeiro semestre de 2022, quando exportou 30,7 mil toneladas e faturou US$ 124,3 milhões.

Na região, as exportações de café atingiram 36,7 mil toneladas nos primeiros seis meses deste ano, com receitas de US$ 137,8 milhões. Paraíso responde por pouco mais de 75% das remessas e por cerca de 73% das receitas na região.

Entre os três maiores exportadores de café na região, Ibiraci aparece na segunda posição do ranking no primeiro semestre de 2024, com venda de 4,7 mil toneladas e receita de US$ 19,4 milhões, à frente de Piumhi, que enviou 3,9 mil toneladas e obteve US$ 15,1 milhões em receitas.

Em 2023, Piumhi ocupava a segunda posição no ranking de exportações de café no primeiro semestre, com 5,3 mil toneladas e receita de US$ 21,3 milhões.

Desde 2021, Ibiraci quase quintuplicou a participação nas exportações de café no primeiro semestre, passando de 998,7 toneladas para 4,73 mil toneladas. As receitas subiram de US$ 2,8 milhões para US$ 19,4 milhões no período.

São Sebastião do Paraíso exporta 27,7 mil toneladas de café e atinge receita de US$ 101,5 mi - Imagem: divulgação
São Sebastião do Paraíso exporta 27,7 mil toneladas de café e atinge receita de US$ 101,5 mi – Imagem: divulgação

Brasil atinge volume histórico de 47,3 milhões de sacas exportadas

A exportação brasileira de café alcançou o volume histórico de 47,3 milhões de sacas de 60 quilos no ano safra 2023/24, o que implica alta de 32,7% na comparação com os 35,632 milhões apurados de julho de 2022 a junho de 2023.

O montante atual, embarcado para 120 países, também representa crescimento de 3,6% sobre o recorde anterior, de 45,675 milhões de sacas no ciclo 2020/21. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) referente ao mês de junho.

Também foi registrado um incremento de 20,7% na receita cambial obtida com os embarques realizados nos últimos 12 meses encerrados em junho passado. O valor saltou de US$ 8,142 bilhões, na temporada 2022/23, para os atuais US$ 9,826 bilhões. Essa cifra é a maior na história do levantamento das exportações brasileiras de café, iniciado em 1990.

O desempenho foi atingido com os 3,573 milhões de sacas remetidos ao exterior pelo país em junho, o maior montante registrado para este mês em cada ano, e os US$ 851,4 milhões em receita, também recorde para os meses de junho.

Os embarques dos cafés do Brasil no acumulado do primeiro semestre de 2024 somaram 24,286 milhões de sacas, gerando US$ 5,331 bilhões, níveis que implicam incrementos, respectivamente, de 49,6% e 50%, aferindo, da mesma forma, performances históricas para esse intervalo de seis meses.

De acordo com o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o resultado alcançado pelas exportações brasileiras reflete contextos díspares do mercado cafeeiro, envolvendo menor disponibilidade de outras origens produtoras, mas, também, a continuidade de intensos problemas na logística.

“Do lado bom, o Brasil, com uma safra melhor, após dois ciclos de colheita menor, ampliou seu market share no comércio global, ocupando espaços deixados por oferta reduzida de outros produtores, como Indonésia e Vietnã, principalmente com o conilon e o robusta nacionais”, aponta.

Ele ressalta que outro ponto positivo é a receita cambial recorde, que reflete bons momentos de alta no mercado internacional ao longo da safra 2023/24. “Os cafés arábica e canéforas (robusta + conilon), assim como o produto solúvel, tiveram suas maiores receitas cambiais da história, o que possibilitou o recorde na entrada de divisas ao país, uma leve amenizada dos altos custos no fluxo de caixa dos exportadores e, principalmente, repasses significativos do valor (Free on Board) FOB aos produtores, a uma média de 85%”, comenta. (Clic Folha)

Sebrae Minas lança programa para ajudar pequenos negócios a exportar

Sebrae Minas lança programa para ajudar pequenos negócios a exportar - Foto: reprodução
Sebrae Minas lança programa para ajudar pequenos negócios a exportar – Foto: reprodução

Em um momento em que o Congresso Nacional debate as regras para a importação de produtos ao Brasil, o Sebrae Minas lança um foco no caminho contrário: a exportação de produtos brasileiros. Hoje, as pequenas empresas são responsáveis por 40% das exportações totais do país, mas respondem por somente 0,8% do valor exportado, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC). Com o lançamento do programa Sebrae Exporta, nesta segunda-feira (03/06), a ideia é ampliar o número, começando por Minas Gerais.

O projeto mapeará polos e associações de empresas em diferentes graus de maturidade para exportar e, depois disso, convidará importadores de outros países para negociar diretamente com os empreendedores mineiros. O piloto é desenvolvido há oito meses em Nova Serrana, um dos maiores polos da indústria de calçados brasileiros, no Centro-Oeste de Minas. Composto em maioria por pequenos negócios, hoje o polo exporta cerca de 5% de sua produção, com vendas externas que correspondem a cerca de US$ 40 milhões por ano, segundo o Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova).

“Nossa meta é dobrar esse número em cinco anos. É um mercado que se mostra muito aberto para nós, principalmente a América do Sul e a América Latina. Praticamente 80% do que exportamos vai para a Argentina, hoje, e o objetivo é diversificar isso”, explica o presidente da entidade, Ronaldo Andrade Lacerda. Desde o segundo semestre de 2023, com a indefinição dos rumos do país vizinho devido às eleições presidenciais que deram a vitória a Javier Milei, as vendas despencaram, movimento que pode ser revertido no segundo semestre deste ano, espera o sindicato.

Entre segunda e quarta-feira (05/06), Nova Serrana recebe uma delegação de 12 importadores de cinco países — Chile, Colômbia, Espanha, Peru e Panamá. Eles serão apresentados a produtos de 45 empresas mineiras selecionadas pelo Sebrae, que, juntas, esperam movimentar R$ 4 milhões com as negociações.

Do ponto de vista dos importadores, as negociações com Minas também são interessantes, assegura o responsável pelo setor de calçados da empresa do Panamá Mays Zona Livre, que viajou ao Brasil para conhecer Nova Serrana. “Definitivamente, estamos buscando alternativas de produtos e calçados de alta qualidade para oferecer o melhor serviço para os mercados da América do Sul. No Panamá, especialmente, nós importamos produtos da China com a ideia de ‘reexportar’ para a América Latina. Mas vimos, há muito tempo, o nível dos produtos brasileiros melhorando e melhorando. Minas Gerais oferece uma das melhores opções de produção”. 

Além do setor de calçados, o Sebrae Exporta buscará outros setores nos próximos passos do projeto, lista o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza Silva. “Temos um mercado do queijo, com grandes empresas, a cachaça, já trabalhamos o mercado de frutas no Jaíba, consolidado na exportação. Também estamos bastante demandados na apicultura. Em serviços, temos tecnologias e expectativa de fazer um trabalho da área de saúde de Minas para o Brasil e para o mundo”, conclui.

Recorde histórico: Exportações do agronegócio brasileiro superam US$ 140 bilhões em 2023

Recorde histórico: Exportações do agronegócio brasileiro superam US$ 140 bilhões em 2023 – Foto: reprodução

As exportações do agronegócio brasileiro atingiram um feito histórico em 2023, ultrapassando a marca de US$ 140 bilhões.

Esses dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura, e segundo a coluna Radar da revista Veja, o setor cresceu mais de 3% em valor e quase 10% em volume em comparação com o ano anterior.

Os principais responsáveis por esse desempenho foram os setores de soja, cana-de-açúcar e cereais, farinhas e preparações, de acordo com o Ministério. Ao olharmos para os destinos das exportações, a Ásia se destacou como o maior comprador, investindo US$ 74,60 bilhões em produtos agropecuários brasileiros.

A União Europeia ficou em segundo lugar, adquirindo produtos no valor de US$ 18,43 bilhões. A China, um parceiro comercial essencial para o Brasil, continuou desempenhando um papel crucial, absorvendo mais de US$ 51 bilhões em produtos.

Esse aumento notável nas exportações não apenas fortalece a posição do Brasil no mercado global, mas também contribui para a sustentabilidade econômica do agronegócio brasileiro.

Exportações do agro mineiro atingem cerca de US$ 9,5 bilhões de janeiro a agosto

Exportações do agro mineiro atingem cerca de US$ 9,5 bilhões de janeiro a agosto – Foto: reprodução

As exportações do agronegócio mineiro alcançaram US$ 9,49 bilhões e 10 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e agosto deste ano. Os números representam um acréscimo de 12,5% no volume e uma retração de 7,6% na receita em comparação ao mesmo período de 2022. O cenário é influenciado pelo declínio de 17% no preço médio das commodities no mercado internacional, fator que impacta o comércio externo de todo o Brasil. 

“O recuo no valor pode ser explicado, de forma global, pela diminuição do preço médio pago pelas commodities, bem como, de forma pontual, pelo arrefecimento das compras dos nossos maiores parceiros comerciais, a China, a Alemanha e a Itália”, explica a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira. 

Nos primeiros oito meses de 2023, o agro foi responsável por 36,1% das vendas de Minas Gerais no exterior. Os principais destinos da produção agropecuária mineira foram China (US$ 3,3 bilhões), Estados Unidos (US$ 750 milhões), Alemanha (US$ 554 milhões), Japão (US$ 382 milhões) e Itália (US$ 378 milhões). No total, 171 países receberam produtos do estado.  

Os itens mais exportados do catálogo em Minas, no intervalo, foram café (36%), complexo soja (31%), complexo sucroalcooleiro (11%), carnes (9%) e produtos florestais (8%). O levantamento é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).  

Café 

O café, carro-chefe das exportações do agronegócio mineiro, registrou vendas no valor de US$ 3,40 bilhões, com o embarque de 15 milhões de sacas no acumulado dos oito primeiros meses de 2023.  

O produto, que vem sofrendo recuos de preços ao longo do ano, apresentou recuperação em agosto, com alta de 22% em comparação ao oitavo mês do ano passado, enquanto o volume cresceu 31% no período. Os registros correspondem a US$ 463 milhões e 2,17 milhões de sacas. A boa notícia reforça a perspectiva de restabelecimento no segundo semestre deste ano.  

Complexos soja e sucroalcooleiro 

O complexo soja segue na segunda colocação do ranking de produtos mais exportados do agro em Minas, seguido pelo complexo sucroalcooleiro. O faturamento das vendas externas da soja em grãos, farelo e óleo somou US$ 2,9 bilhões. Os grãos representam os itens mais comercializados no segmento. 

Já o complexo sucroalcooleiro apresentou receita de US$ 1 bilhão, com expressivo aumento de 39% em comparação ao período de janeiro a agosto de 2022. O açúcar é o campeão do segmento, com US$ 992 milhões e acréscimo de 43%. O desempenho do álcool também foi positivo, de US$ 86 milhões, 5% superior ao intervalo semelhante do ano passado.  

Carnes 

O cenário das carnes permanece arrefecido, com US$ 870 milhões e 264 mil toneladas, números que correspondem às baixas de 25% no valor e 6,5% no volume exportado, no comparativo com janeiro a agosto de 2022.  

As carnes bovinas lideram o comércio exterior no período, registrando US$ 601 milhões e 129 mil toneladas, seguidas pelas suínas, com US$ 31 milhões e 14 mil toneladas. A carne suína teve o melhor desempenho no intervalo, com avanço de 43%, e a novidade de o Uruguai ter ultrapassado Hong Kong como o maior parceiro comercial na compra do produto. 

Produtos florestais 

As vendas externas dos produtos florestais mineiros continuam aquecidas, tendo contabilizado US$ 749 milhões e 1,14 milhão de toneladas de janeiro a agosto. A celulose é novamente o item mais embarcado do segmento, especialmente para a China, que adquiriu 46% das remessas. 

Exportações do agronegócio mineiro alcançam US$ 5,8 bilhões no período de janeiro a maio

Exportações do agronegócio mineiro alcançam US$ 5,8 bilhões no período de janeiro a maio – Foto: reprodução

As exportações do agronegócio mineiro totalizaram US$ 5,8 bilhões no acumulado de janeiro a maio deste ano, com queda de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume embarcado alcançou 6,1 milhões de toneladas, registrando aumento de 10,5%. As vendas do setor agropecuário responderam por 35,6% das vendas de Minas ao mercado internacional. 

Em relação ao mês de maio, o valor exportado alcançou US$ 1,4 bilhão, com o embarque de 1,7 milhão de toneladas. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 6% nos preços e alta de 14% no volume embarcado. 

Na avaliação da assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Manoela Teixeira, a retração da receita, no acumulado deste ano, ainda é reflexo da diminuição das vendas do café nos primeiros meses. “Como essa commodity é a que tem maior participação na comercialização da pauta do agronegócio mineiro, o seu desempenho acaba refletindo no resultado geral. Entretanto, são esperados bons resultados para esta safra nova. Analisando o comportamento mensal do preço do café, isoladamente, já houve recuperação de 17% entre maio e abril” explica. 

Mercados 

No período de janeiro a maio, 529 diferentes produtos do setor agropecuário mineiro foram enviados para 163 países. Os principais destinos foram a China (35%), Estados Unidos (9%), Alemanha (7%), Itália (4%) e Japão (3%). O preço médio dos produtos exportados foi negociado em torno de US$ 943,82 a tonelada.  

Exportações do agronegócio mineiro alcançam US$ 5,8 bilhões no período de janeiro a maio – Seapa / Divulgação

Café 

Líder das exportações do setor agropecuário mineiro, o café alcançou a receita de US$ 2,1 bilhões nos cinco primeiros meses do ano, com o embarque de 9,4 milhões de sacas. Os dados apontam queda de 26% no valor e 22% no volume. “A expectativa é de recuperação das vendas com o início da colheita de nova safra no país, além da janela de oportunidade que há com os estoques baixos do Vietnã”, avalia a assessora da Seapa Manoela Teixeira.  

Os principais compradores de café do estado foram Estados Unidos (US$ 399 milhões), Alemanha (US$ 345 milhões), Itália (US$ 203 milhões), Bélgica  (US$ 141 milhões) e Japão (US$ 115 milhões). 

Complexo Soja 

O complexo soja (grãos, farelo e óleo) obteve a receita de US$ 1,9 bilhão, com o embarque de 3,5 milhões de toneladas. O setor registrou crescimento de 3% no valor e 11% no volume. A soja em grãos, principal componente desse segmento, segue com bom ritmo de vendas, impulsionadas pelas compras da China, Tailândia, Irã, Argentina, Taiwan e Vietnã. 

Produtos Florestais 

As vendas externas de produtos florestais (celulose, madeira, papel e borracha) somaram US$ 514 milhões e 682 mil toneladas, com aumento de 50% na receita e de 8% no volume. O setor segue em ritmo acelerado de vendas, obtendo recordes, decorrentes, principalmente do desempenho da celulose. Os principais países compradores de produtos florestais de Minas Gerais foram China (US$ 217 milhões), Estados Unidos (US$ 62 milhões), Japão (US$ 61 milhões), Países Baixos (US$ 57 milhões) e Itália (US$ 47 milhões). 

Carnes 

O setor de carnes registrou US$ 500 milhões e 156 mil toneladas, representando 9% das vendas do agronegócio de Minas Gerais. O segmento de carne bovina seguiu com o cenário de desaceleração da demanda pelo mercado chinês, o que contribuiu para o recuo de 35% no valor e 21% do volume. 

Por outro lado, as carnes de frango, que representaram 31% das vendas do segmento, seguiram em alta, contabilizando US$ 156 milhões e 78 mil toneladas, com a valorização de 16% na receita e de 9% na quantidade vendida. 

A carne suína também obteve performance positiva, somando US$ 16 milhões e 7,7 mil toneladas, com aumento de 12% na receita e 5% no volume. 

Complexo Sucroalcooleiro 

O complexo sucroalcooleiro representou 8% das vendas do agronegócio mineiro. Açúcar, álcool e demais açucares renderam ao estado US$ 453 milhões. O bom resultado foi puxado, principalmente, pelo açúcar que representou 88% das vendas do setor, alcançando US$ 400 milhões. O bom resultado é reflexo da baixa oferta mundial. 

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