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Operação Coffee Break investiga fraude estruturada milionária no setor do café

Operação Coffee Break investiga fraude estruturada milionária no setor do café - Foto: divulgação
Operação Coffee Break investiga fraude estruturada milionária no setor do café – Foto: divulgação

Na manhã desta terça-feira (27/02/2024), foi deflagrada a Operação Coffee Break, que tem como objeto a apuração de fraudes tributárias por grupo econômico de expressão no mercado de comercialização de café. A fraude é operacionalizada através de associação criminosa especializada em criação de empresas de fachada, as quais emitem notas fiscais falsas e assumem de modo simulado a carga tributária, sem o devido recolhimento de ICMS ao Estado de Minas Gerais. Estima-se a sonegação fiscal no valor de R$ 340 milhões relacionada ao grupo econômico localizado no Município de Varginha.

Além do crime de sonegação fiscal, os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Ao todo, estão sendo cumpridos treze mandados de busca e apreensão no Estado de Minas Gerais, sendo 12 deles em Varginha e 1 em Botelhos.

Foram alvo de busca e apreensão as residências dos gestores do grupo econômico que se beneficia da fraude e dos membros da associação criminosa, bem como as empresas utilizadas no esquema criminoso.

Segundo apurado, formada associação criminosa especializada em fornecimento de serviços ilícitos para sonegação de ICMS no setor do café em Minas Gerais. A associação criminosa oportunizava com sua estrutura: (i) venda de café sem a emissão de documentos fiscais obrigatórios; (ii) substituição do real vendedor em operações interestaduais; (iii) triangulação fictícia de notas fiscais; (iv) emissão de notas fiscais falsas para controle de estoque. O esquema criminoso é bastante sofisticado, contando com planejamento e controle das operações simuladas, tudo com o objetivo de conferir aparência de licitude às fraudes, embaraçando a fiscalização.

A operação foi desenvolvida pelo CIRA, em modelo de força-tarefa, com participação do Ministério Público, através do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (CAOET), Receita Estadual de Minas Gerais, Polícia Militar e Polícia Civil, na regional do CIRA em Varginha.

As investigações contaram com a participação de 7 promotores de justiça, 6 Servidores do MPMG, 37 servidores da Receita Estadual de Minas Gerais, 38 Policiais Militares de Minas Gerais, 2 Delegados de Polícia e 11 Policiais Civis do Estado de Minas Gerais. Registre-se ainda o apoio do CAOET-BH, CAOET-Contagem, GAECO-Passos, GAECO-Varginha, GAECO-Pouso Alegre.

Operação Coffee Break investiga fraude estruturada milionária no setor do café - Foto: divulgação
Operação Coffee Break investiga fraude estruturada milionária no setor do café – Foto: divulgação

CIRA 360º

Criado em maio de 2007, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA) é política pública mineira que inspirou a criação de estratégias semelhantes em outros estados. Através da articulação do CIRA, o Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual, a Advocacia Geral do Estado, o Tribunal de Justiça e as Polícias Civil e Militar, realizam investigações de fraudes estruturadas, com significativos resultados de recuperação de ativos para a sociedade mineira e na defesa da livre concorrência. Inaugurado em 2021 uma nova fase da articulação denominada CIRA 360º, a qual amplia as esferas de responsabilização da criminalidade corporativa, com o objetivo de oferecer resposta integral e proporcional as fraudes estruturadas, as quais distorcem mercado e prejudicam a livre concorrência. Somente no ano de 2023 o CIRA 360º recuperou 1.9 Bilhões de ativos tributários desviados dos cofres públicos mineiros.

Fraude: professor que passou em 1º lugar em concurso da UFMG elaborou a prova

A Justiça Federal suspendeu liminarmente, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o resultado de um concurso para professor adjunto do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A ação se deu ao se constatar que o primeiro colocado do concurso era o chefe do Departamento de Biologia Geral da UFMG na época da elaboração da seleção e que ele agiu em todas as fases de formatação do processo seletivo do qual participou.

O procurador da República Adailton Ramos do Nascimento afirmou que a participação do professor numa seleção elaborada por ele próprio viola o dever de igualdade de condições exigível nas disputas por cargos públicos, além de outros princípios da administração pública, como moralidade, impessoalidade, legalidade e isonomia. Ele apontou ainda a possibilidade de fragilidade nos mecanismos de controle da UFMG.

“Sendo a moralidade administrativa um conceito amplo que inclui a integridade, a honestidade, a probidade e a imparcialidade, percebe-se com clareza cristalina que o professor agiu, deliberadamente, em flagrante conflito de interesses, prejudicando a imparcialidade e a lisura do processo de seleção”, argumentou o MPF na ação.

Por lei, é vedada a participação em licitação, direta ou indiretamente, de agente público do órgão licitante. Portanto, a participação do professor no concurso é nula e não pode produzir efeitos. 

Vantagem sobre concorrentes

Segundo o MPF, o professor foi designado para a chefia do departamento em fevereiro de 2018. A partir daí, ele participou diretamente da definição dos critérios da vaga que seria ofertada em concurso, como a área de conhecimento, o perfil desejado do candidato e os quesitos para avaliação e atribuição de nota. Documentos assinados por ele comprovam a participação. 

O edital do concurso foi publicado em agosto de 2019 e em novembro daquele mesmo ano o então chefe de departamento foi dispensado do cargo. Dias depois, ele se inscreveu no mesmo concurso. Em dezembro de 2022, o resultado homologado atribuiu ao professor o primeiro lugar.

O professor havia entrado também com pedido de aposentadoria e, assim, poderia acumular os salários de professor aposentado e professor adjunto. 

Reconhecimento da nulidade do processo

A Justiça Federal reconheceu a aparente nulidade da seleção pública por violação, em especial, da impessoalidade, o que justificou a suspensão do processo seletivo. “Ao se constatar que o servidor apresenta interesses outros diversos do estritamente coletivo, verifica-se a ofensa ao interesse público. Apenas o desinteresse absoluto do servidor público tem nítido caráter impessoal. O ato administrativo não pode se eivar de subjetivismo, predileções e preferências pessoais”, diz trecho da decisão judicial.

A ação civil pública segue tramitando na Justiça Federal em Minas Gerais. Ainda cabe recurso da decisão liminar.

Em nota, a UFMG comentou o caso, afirmando que, assim que recebeu questionamentos do MPF, suspendeu o concurso e que colabora com as investigações. Veja:

“A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informa que, tão logo foi questionada pelo Ministério Público, suspendeu o concurso para professor adjunto do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e pediu vistas do processo. A UFMG acolheu todos os encaminhamentos do Ministério Público e está colaborando com a apuração da denúncia. Como instituição pública a serviço da sociedade, a Universidade se pauta pela lisura de seus processos seletivos e envida esforços para que o caso seja devidamente esclarecido.” 

PF identifica organização criminosa que fraudou mais de R$ 5 milhões do INSS em MG

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa acusada de fraude previdenciária em Santana do Paraíso (MG). A operação foi realizada, nesta terça-feira (9), em conjunto com a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT).

A organização criminosa recrutava pessoas com o intuito de receber benefícios previdenciários destinados à pessoas com deficiência. Para aplicar o crime, médicos psiquiatras apresentavam laudos falsos de incapacidade mental, com o objetivo de induzir ao erro os médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Nas investigações foi apurado que algumas pessoas, mesmo com a concessão do benefício indevido, continuavam a trabalhar sem restrições. De acordo com a PF, o prejuízo causado à União foi de mais de R$ 5 milhões.

Com a identificação dos benefícios fraudados, a corporação também identificou outros integrantes do grupo criminoso, os quais serão autuados pela prática dos crimes de estelionato qualificado e organização criminosa.

Após investigações iniciadas em Paraíso, PF prende suspeitos de fraudarem o PIS

A Polícia Federal prendeu na manhã da última segunda-feira (7), em Ribeirão Preto (SP), oito pessoas suspeitas de ligação a fraudes de benefícios sociais, como o Programa Integração Social (PIS).

As investigações começaram a seis meses em São Sebastião do Paraíso (MG), após uma pessoa fazer várias tentativas de saque na agência local da Caixa Econômica Federal.

Dois suspeitos continuam foragidas e o prejuízo causado pela quadrilha é estimado em mais de R$ 150 mil.

No começo das investigações, um dos líderes do bando esteve em São Sebastião do Paraíso e foi denunciado após uma tentativa de saque no PIS. Um funcionário do banco percebeu a atitude suspeita do criminoso que portava vários cartões bancários. O homem conseguiu sair do banco antes da chegada da Polícia Militar, porém a placa do veículo que ele conduzia foi anotada e repassada à polícia, o que possibilitou na sua prisão.

Ao longo das investigações foram apreendidos vários documentos, cartões, computadores e outros objetos usados nas tentativas de fraudes.

Os presos foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto.

Grupo do ramo atacadista é investigado por esquema de fraude no Sul de Minas

Um dos maiores grupos do ramo atacadista no país foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (26/11). Os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão na sede e na filial da empresa, em Poços de Caldas, Sul de Minas.

Também foram cumpridos nove mandados em Belo Horizonte e em cidades da região metropolitana, como Contagem e Nova Lima. Após uma vistoria nos locais, a polícia recolheu documentos e computadores.

De acordo com a investigação, o grupo integra um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Os envolvidos criavam empresas fantasmas dentro e fora do estado e emitiam notas fiscais falsas usadas para reduzir o valor do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O desvio pode chegar a R$ 70 milhões.

Essa operação recebeu o nome de ‘Alma Penada’ e é o desdobramento de um trabalho policial de 2018 quando o esquema começou a ser apurado. O nome escolhido faz alusão às empresas fantasmas criadas pelo grupo. O Ministério Público, a Secretaria Estadual de Fazenda e a Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais também participaram da Operação.

Além dos crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, os envolvidos podem responder por organização criminosa. A pena somada chega a 10 anos de prisão.

Investigação combate fraude de indústria ótica em Montes Claros

A Receita Estadual e o Ministério Público deflagraram, na última quinta-feira (22), uma operação para combater esquema de sonegação de impostos, montado por empresários de uma indústria ótica com sede no município de Montes Claros (MG). Ao todo, a operação Miopia cumpriu seis mandados de busca e apreensão, sendo dois em endereços comerciais e quatro em residências dos suspeitos de envolvimento na fraude.

Os primeiros levantamentos feitos por auditores fiscais da Receita Estadual apontam que a empresa, que vende seus produtos em Minas Gerais e em outros estados, vem maquiando o balanço contábil e, consequentemente, deixando de recolher os impostos devidos ao Fisco. Somente nos últimos cinco anos, foram R$ 6 milhões de ICMS não recolhidos aos cofres públicos.

Teia de irregularidades

As investigações também revelam a sofisticação da fraude, que incluía pedido de recuperação judicial da indústria alvo da operação e criação de empresas de fachada abertas por “laranjas”.

“Nossas equipes identificaram que, para estabelecer concorrência desleal, prejudicar fornecedores e, principalmente, deixar de recolher o ICMS, a empresa montou uma verdadeira teia de irregularidades com o propósito de enganar a Receita Estadual”, analisou Saulo Silqueira, superintendente regional da Fazenda em Montes Claros.

Ainda segundo o superintendente, todo o material apreendido durante a operação será analisado pelos auditores fiscais e não está descartada a possibilidade de o valor sonegado ser ainda maior.

Operação

O nome da operação Miopia é uma referência à condição humana de quem tem uma visão distorcida da realidade.

A ação desta quinta-feira teve o apoio da Polícia Militar e contou com a participação de 12 auditores fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais e servidores do Ministério Público.

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