Por volta das 12h10 do último sábado (21), a Polícia Militar verificou que um veículo preto, saía de maneira suspeita, da frente da casa de um menor infrator, já conhecido no meio policial por venda de drogas e porte ilegal de arma de fogo, localizada à Rua Dona Leopoldina Maia, bairro Cidade Nova, em Guapé (MG).
Dado ordem de parada ao condutor de 43 anos e de desembarque a todos ocupantes, sendo os menores infratores de 17 anos, de 16 anos e outro de 14 anos. Durante busca pessoal, foi constatado que o menor de 16 anos escondia algo dentro da boca e que em seguida descartou um plástico contendo nove papelotes de cocaína; ao ser questionado de quem seria a droga, todos permaneceram calados. Posteriormente, o homem de 43 anos, confessou que combinou com o sobrinho, menor flagrado com as drogas, de leva-los até Ilicínea (MG), porém já é de conhecimento que todos tem envolvimento com drogas.
O autor foi então preso e os menores apreendidos, sendo levados para a delegacia de Polícia Civil, junto com as drogas e o valor total de R$ 817,00 em notas diversas, além de três aparelhos celulares e uma cédula de um dólar.
A Polícia Militar se deslocou por volta das 6h10 da última sexta-feira (20), até a rua Nicésio Vinhas Oliveira, no bairro Bela Vista, em Guapé (MG), para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela comarca do município.
Na casa da autora de 20 e do autor de 27 anos, eles não atenderam ao chamado da guarnição. Os militares perceberam que a autora tentou engolir uma porção de crack.
Durante as buscas na residência, foram localizadas 29 pedras menores e uma bruta de crack, um pino de cocaína, três aparelhos celulares e R$ 41,75.
O casal já é conhecido no meio policial por várias passagens, sendo que a autora se encontra em prisão domiciliar, e a casa é alvo constante de venda de drogas.
Os autores foram então presos e conduzidos para a delegacia de Polícia Civil, com a droga arrecadada.
A abertura do inquérito policial foi instaurado, após o pedido de um pequeno grupo de moradores da comunidade de Santo Antônio, município de Guapé, motivados por um ex-agente político da cidade, isso em janeiro de 2022, eles acusavam o vereador Kuty do Santo Antônio, de utilizar o trator da comunidade em sua suposta propriedade particular. Colhidas as informações e concluídas as investigações, a justiça decidiu arquivar o processo, visto que o vereador é inocente.
Durante as investigações, e a apresentação das provas realizadas pelo advogado de defesa Donizet Cardoso, ficou evidente que o vereador Kuty do Santo Antônio, não é o proprietário da terra onde o trator da comunidade estava trabalhando, e que o maquinário não estava sobre a posse definitiva do vereador, deixado claro que não houve nenhum crime de peculato. Conforme a Lei Municipal nº 2.219 do ano de 2012, o trator está cedido ao Conselho Comunitário, e está em Santo Antônio à disposição da população há vários anos, a decisão informou ainda que não houve nenhum prejuízo erário ao município.
A decisão pelo arquivamento foi defendida pelo Ministério Público e atendida pelo juiz de direito da comarca de Guapé, Dr. Talvaro Possamai, em setembro de 2022.
Segundo o vereador, o sentimento é de que a justiça foi feita e que a verdade sempre prevalece. “Somente eu e minha família sabemos o que passamos quando ocorreu essa acusação, todos ficamos muito tristes, algumas pessoas foram cruéis e covardes em seus julgamentos, principalmente nas redes sociais, contundo, quem me conhece de verdade, sabe que não tenho nenhuma propriedade rural e que os fatos seriam esclarecidos na justiça, assim como foi feito, eu sabia quem estava por trás das acusações, e o quão maldosas são essas pessoas, no entanto, nunca deixei de confiar na justiça, no trabalho do meu advogado e principalmente em Deus, e hoje o resultado está aí.” Ressaltou Kuty.
Em novembro, não satisfeito com a decisão tomada pela justiça, o ex-agente politico da cidade de Guapé, visando obter êxito em uma denúncia vaga, pediu outra vez ao Ministério Público, que fosse instaurado um novo inquérito civil sobre o caso, prontamente, o Ministério Público, analisou os fatos e novamente decidiu pelo arquivamento e encerramento do pedido.
Devido a grande quantidade de chuvas nos últimos dias, moradores da zona rural da região vêm sofrendo com a grande quantidade de lama nas estradas. Há tempos, a redação do Jornal Folha Regional vêm relatando o drama que residentes desses locais têm passado. É o caso dos moradores da zona rural de Guapé (MG). Segundo eles, as vias estão intransitáveis e perigosas, fazendo com que ocorra até acidentes.
Quem reside na região de Araúna, bairro rural de Guapé, reclama que chegam a ficar ilhados em períodos de chuva, ou necessitam do auxílio de máquinas e tratores para se locomoverem, o que na maioria das vezes não funciona.
Em diversos vídeos enviados à redação do Folha Regional, motoristas tentam, sem sucesso, ‘desatolar’ os veículos em meio ao lamaçal. Uma das imagens mostram um trator auxiliando um caminhão, quando perde o controle e colide na dianteira do veículo maior.
A situação afeta não apenas os moradores que precisam transitar, mas também a economia local, uma vez que os fornecedores de alimentos precisam se deslocar para a venda dos produtos.
Em contato com o prefeito de Guapé, Nelson Lara (PC do B), o mesmo informou que o município nunca possuiu verba para manutenção das estradas e que os municípios geralmente conservam as vias com recursos que ‘sobram’.
‘’O município de Guapé é grande, tem muitas estradas. Eu quero a partir do dia primeiro agora ser diferente e aplicar 100 % de todo o recurso que sobrar, nas principais estradas. Para que em períodos de chuvas todos possam passar por ela em segurança. Esse fato que acontece não só no nosso município, mas nos outros também, deixa a gente chateado e triste, ver o sofrimento dos produtores, mas realmente é a falta de recursos’’, informou o prefeito.
Nelson diz que a administração municipal tem o dever e a obrigação de investir na saúde e na educação e que mesmo investindo 60% das verbas nessas duas áreas, ainda é pouco.
‘’Temos a questão social também, que não podemos esquecer, temos que acompanhar. Eu vou começar a ir em escolas, comunidades, bairros e fazer prestação de contas, mostrar para a população o que é recurso público, de onde vêm e como devemos fazer’’.
Pais e responsáveis de alunos que residem na comunidade Aparecida do Sul, zona rural de Guapé (MG), foram convidados para uma reunião na Escola Municipal da comunidade na última quinta-feira (17), às 16h, para tratativas da nucleação das escolas Deputado Joaquim de Melo Freire e Aparecida do Sul.
Na reunião os pais e responsáveis receberam a notícia de que os estudantes teriam que se locomover para a comunidade de Santo Antônio das Posses para estudarem. A mudança causou indignação nos presentes.
Segundo uma das mães, a alteração vai dificultar o aprendizado das crianças.
‘’A decisão de unir as escolas vai colocar os alunos em ônibus que vivem quebrando, vai colocar crianças de cinco a dez anos para enfrentar estradas cheias de poeira, sendo que aqui tem escola, tem professores. Todas as mães estão revoltadas’’.
Ela disse que uma mãe entrou em contato com a secretária de educação, Maria das Graças de Paiva, para conversarem e informarem sobre seus posicionamentos, porém não adiantou.
‘’Ela disse ‘Eu não vou lá. Já está decidido, não tem mais o que falar’. Ela não deu nem voz para nós falar o que pensamos’’.
Segundo a responsável, a informação que receberam é de que, seria realizado a união entre as duas escolas ou as turmas seriam transformadas em séries multisseriadas, isto é, unificação de duas séries (ano) em uma só sala.
A decisão foi tomada sem consultar a direção ou qualquer outro profissional da escola. ‘’Eles simplesmente decidiram e avisaram. Nenhuma mãe ou pai quer que isso aconteça. Nós nos reunimos lá, chamamos a secretária de educação, mas ela não foi, disse que já estava decidido’’.
Ainda conforme a mãe, um ônibus e uma van que transporta as crianças até a escola de Aparecida do Sul, apresenta defeitos constantemente.
‘’Fica complicado para crianças de quatro, cinco anos, ir em ônibus que quebram atoa e que não tem nenhuma manutenção. Fora que a estrada é ruim, se chover vai atolar no caminho. A qualidade do ensino vai cair, porque terão salas com aproximadamente quarenta alunos”.
Um grupo no WhatsApp foi criado pelos pais, para que o assunto possa ser discutido e ações elaboradas em prol da luta contra esse posicionamento da atual gestão municipal.
A redação do Folha Regional entrou em contato com a Secretária de Educação de Guapé, Maria das Graças. Ela informou que na próxima segunda-feira (21), às 9h, acontecerá uma reunião para tratativas referentes ao assunto. Estarão presentes representantes do Conselho de Educação, do Executivo, do Legislativo e servidores da Secretaria de Educação.
Um homem e uma mulher morreram durante um acidente na noite do último domingo (6) na Rodovia MG-2040, entre Ilicínea e Guapé (MG). O acidente envolveu dois carros que colidiram de frente.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária, a condutora de um Fiat Siena informou que após realizar uma curva, o outro veículo, uma Parati, invadiu a contramão e os dois carros bateram de frente.
O motorista da Parati, de 37 anos, e uma passageira do Siena, morreram no local. Os corpos ficaram presos nas ferragens e foram retirados pelo Corpo de Bombeiros de Boa Esperança.
Duas pessoas foram encaminhadas para a Santa Casa de Passos em estado estável de saúde. Outras duas ficaram em observação na Santa Casa de Guapé e receberam alta na manhã desta segunda.
A perícia da Polícia Civil esteve no local e realizaram os trabalhos de praxe. Os corpos foram levados para a funerária.
Diversos moradores da zona rural de São José da Barra (MG), principalmente usuários da estrada que dá acesso ao Porto do Guapé, neste período de chuvas têm sofrido diariamente com o excesso de lama no local, pois os carros atolam, atrasando e dificultando a vida dos residentes, chegando em algumas vezes a danificar o veículo.
O mesmo aconteceu na manhã da última segunda-feira (6), quando inúmeros veículos ficaram presos na estrada que liga a cidade ao porto. Moradores locais reclamam que isso é recorrente.
‘’Essas imagens foram registradas hoje cedo, mais ou menos às 5h30, quando as pessoas se preparavam para sair. Eles se depararam com essa valeta e caíram. Não foi só esse da foto, todo mundo que passava por ali acabava escorregando e indo para o barranco’’, informou uma testemunha quando procurou pela redação do Folha Regional na última segunda-feira.
No dia 8 de outubro, o Jornal Folha Regional divulgou um vídeo onde moradores de Shangrylá pedem melhorias nas estradas que ligam o bairro ao centro da cidade. O Secretário de Obras do município, Ivanei Martins, informou naquela época que a prefeitura não pode interferir nas obras, pois já tem uma empresa responsável pelo local.
Continuidade no asfaltamento
No dia 9 de fevereiro de 2020, em reunião na Câmara Municipal de São José da Barra, onde estiveram presentes o Deputado Federal Emidinho Madeira (PSB) e o Senador Rodrigo Pacheco (PSD), o prefeito de São José da Barra, Paulo Sérgio Leandro de Oliveira (PSB), afirmou que a verba, de R$ 2.000.000,00 (dois milhões) decorrente de uma emenda parlamentar já estava ‘em conta’. O valor seria usado para a realização do asfalto que vai até o porto.
‘’Sobre a pavimentação que vai sentido ao Porto do Guapé, os dois milhões já estão em conta. Nós temos dois milhões que vieram da [inaudível] desses dois homens aqui (Emidinho Madeira e Rodrigo Pacheco). Rodrigo disse que o dinheiro não é dele, que o dinheiro é do povo, que ele está trazendo para o povo, então os dois milhões já estão na conta’’, disse o prefeito.
Na ocasião, o gestor agradeceu às autoridades o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil), destinado a reforma da praça Elói Batista Pereira, e também a mesma quantia para a entrada do município.‘’Vamos fazer uma entrada bonita para receber os turistas. Canteiro no meio, iluminação, piso de caminhada na entrada da Barra’’, ressaltou o executivo.
O prefeito agradeceu também o montante de R$ 4.200.000,00 (quatro milhões e duzentos mil reais) destinado a construção da nova escola do Distrito de Bom Jesus dos Campos.
No dia 9 de novembro de 2020, Serginho publicou um vídeo em seu perfil pessoal no Facebook onde dizia que a obra já estava aprovada e garantiu a realização do asfaltamento.
‘’Está obra já está aprovada, já está cadastrada. Estou aqui mais uma vez para falar sobre isso: não é uma promessa, é uma realidade. O contrato já está aprovado com a Caixa Econômica Federal. Agora por esses dias daremos sequência no processo de licitação e também para início desta grande obra que irá trazer mais desenvolvimento para o nosso povo e para os turistas’’.
No dia 30 de março de 2021, o vice-prefeito de São José da Barra, André Luiz Lemos da Silva (PSD), publicou em seu perfil pessoal do Facebook, a licitação para a escolha da empresa que seria responsável pelas obras de pavimentação da estrada sentido porto.
‘’Licitação para a obra de pavimentação de trecho da estrada sentido Porto do Guapé, no valor de R$ 1.998.391,09 (um milhão, novecentos e noventa e oito mil reais, trezentos e noventa e um reais e nove centavos). Vai acontecer no próximo dia 6/4. Certamente essa obra é de grande importância para o desenvolvimentos de nosso município’’, postou o vice.
André ainda publicou a imagem do documento do processo licitatório, de n° 001/2021, o qual cita:
‘’Contratação de empresa especializada para a pavimentação asfáltica de trecho parcial de estrada vicinal que liga o Centro ao Porto de São José da Barra sentido Guapé/MG, que será custeada através do Contrato de Repasse n° 894348/MDR/CAIXA firmado entre o Município de São José da Barra e o Ministério do Desenvolvimento Regional representado pela Caixa Econômica Federal. Fica alterada a data para recebimento dos envelopes que será até às 08h30min do dia 06/04/2021 e abertura dos envelopes que acontecerá no dia 06/04/2021 às 08h30min’’.
No dia 25 de maio de 2021, a empresa UNIBASE CONSTRUÇÕES E PAVIMENTAÇÃO EIRELLI ganhou a licitação, ficando responsável pela obra do asfalto, porém, segundo moradores, ‘’as máquinas estão paradas’’. A vigência do contrato é do dia 25 de maio de 2021 até o dia 6 de dezembro de 2021 (última segunda-feira/ontem).
A redação do Jornal Folha Regional entrou em contato com o vice-prefeito, o qual informou que conversaria com o Secretário de Obras a respeito e nos daria um retorno, porém até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.
No ultimo dia 04 de outubro, pelo 8⁰ ano consecutivo, o sr. Nivaldo de Antônio Nenzico iniciou sua caminhada de peregrinação de Guapé (MG) rumo a Capela do Divino Pai Eterno em Trindade (GO). Serão aproximadamente 22 dias de caminhada para percorrer os 800 kms.
Ao ser abençoado pelo Padre Francisco, o peregrino iniciou sua caminhada às 2h05, caminhando 40 km até a Balsa Guapé/São José da Barra.
No 2º dia de caminhada, sr. Nivaldo saiu do bar da balsa às 02h05 da manhã e caminhou 40 km até o km 343, faltando 10 km para chegar em Passos.
No 3º dia, a caminhada iniciou às 03h23. Sr. Nivaldo relatou que antes de chegar em Itaú de Minas, estava vindo um companheiro a pé, quando ele foi dar um pedaço de rapadura para ele, de imediato recebeu um pacote de bolacha.
“É bom fazer o bem sem olhar a quem, caminhei 30 km até Itaú na casa da minha irmã onde passei a noite”.
No 4º dia, sr. Nivaldo disse que São Pedro abriu a torneira, e depois de ter dormido em uma cama boa e recebido o agrado de sua irmã, saiu para a caminhada às 05h15 da manhã.
“Encontrei com meu primo Afonso, depois com o Juninho do Moacir que mora em Varginha (MG), que me deu bolacha, daí encontrei um andarilho reparti a bolacha com ele. Choveu muito, no caminho tirei foto com os policiais que trabalham em Cássia, e eles foram muito agradáveis comigo, hoje caminhei 44 km até Capetinga”.
No 5º dia, o peregrino saiu do posto de Capetinga era 02h15.
“Ontem um policial me acordou e me espantou o sono que foi se embora, tive que parar para dormir. O amigo conterrâneo Guapeense, Antônio Jair encontrou comigo aqui em Franca (SP), me levou na casa da minha irmã. Hoje caminhei 39 km”.
No 6º dia, ele caminhou 42 km de Franca (SP) até Jeriquara. Segundo sr. Nivaldo estava muito chuvoso para caminhar.
“São Pedro abriu a torneira com vontade mesmo, andei 05 km”.
Neste domingo (10), sr. Nivaldo iniciou o 7⁰ dia de caminhada saindo do centro comunitário de Jeriquara às 06h05 da manhã.
“Parei às 14h, em Buritizal, tirei foto com o Amigo Salim que formou junto com Dr. Valquires, peguei chuva na estrada e está chovendo muito graças a Deus, a terra está molhada por todos os lados uma bênção de Deus. Caminhei 43 km até o Posto Japão, km 443 da Anhanguera.
Guapé, localizado no Sul de Minas, é um pedacinho do paraíso cercado de um belo azul do Mar de Minas, com suas encantadoras cachoeiras, serras e paredões. Lugar de natureza exuberante, com belas vistas, um pôr do sol incomparável, festas culturais, deliciosas comidas típicas e um povo ilustre e acolhedor.
Sempre linda e harmoniosa, Guapé é conhecida por muitos como uma cidade de fé, onde Deus colocou a mão e não mais tirou.
Aqueles que visitam a cidade se enchem de emoção ao testemunhar os encanto que ali existem, entretanto, muitos que desfrutam disso, às vezes não fazem ideia do conflito que Guapé viveu no passado. Batalha dos moradores com aquele que um dia tiraria grande parte do que amavam e do que construíram: a Usina Hidrelétrica de Furnas. Mas antes de falar sobre Furnas vamos entender um pouco como surgiu nossa querida Guapé.
Em primeira análise, o nome Guapé se origina da planta aquática que se tinha em abundância, a Aguapé que na língua indígena significa “caminho sobre as águas”, pois recobre a superfície dos lagos e rios com suas folhas, formando uma espécie de tapete verde.
Bem antes do surgimento do município, a região era lar dos indígenas da nação Cataguá, que reza a lenda, podiam andar sobre os aguapés em busca da piracema, movimento migratório de peixes no sentido das nascentes dos rios, com fins de reprodução. Anos mais tarde com a chegada dos Bandeirantes e com iniciativa de Lourenço Castanho, fidalgo europeu, os destemidos indígenas foram domados e afastados, as fazendas se erguiam, e mais tarde através da fé em São Francisco de Assis surgia o futuro município de Guapé.
Conta-se que antes do surgimento da cidade, a região foi abalada por um terremoto e uma conterrânea de fé, Esméria Angelica da Pureza, esposa de Capitão José Bernardes, fazendeiro de muita posse, prometeu a São Francisco que se os tremores acabassem doaria um pedacinho de chão para a construção de uma capela em gratidão ao Santo. O pedido foi atendido e a promessa cumprida. Por volta de 1825 tendo também contribuição de Felisberto Martins Arruda e Cândida Soares do Rosário, foi doado as terras para o patrimônio da igreja e erguida a primeira capela à São Francisco de Assis, para os guapeenses, “O Protetor dos Terremotos”, e assim surgia um povoado.
Mais tarde, em 09 de maio de 1856 foi criada a Paróquia São Francisco de Assis e o arraial já com o nome de São Francisco de Aguapé, referenciando o padroeiro e a planta aquática. Ainda em maio de 1856 no dia 28 pela lei n°. 774, o povoado passa a ser distrito de Dores da Boa Esperança.
No dia 7 de setembro de 1923, sob intervenção do Senador Dominicano Augusto dos Passos Maia, o então governador de Minas Gerais Raul Soares de Moura, assina a Lei nº 843 que desmembra o distrito de São Francisco de Aguapé do município de Dores da Boa Esperança, elevando-o também a categoria de município, recebendo já o nome de Guapé e tendo como primeiro prefeito Dr. Passos Maia, o mesmo que interviu para a emancipação do município.
Os anos se passavam, a cidade crescia, tudo seguia às mil maravilhas, Guapé era uma cidade bela e acolhedora, de arquitetura exuberante e próxima ao Rio Grande, com uma praça deslumbrante, muito florida e arborizada, uma igreja matriz majestosa que com sua grandiosidade encantava a todos que passavam por ali. Havia também escolas, mercearias, farmácias, um grande cinema, crianças alegres brincando nas ruas, jovens namorando na praça, e no entardecer com os toques do sino, o dia se encerrava com uma bela missa de domingo.
Guapé era tudo que uma boa cidade tinha que ser, para seus moradores era um pedacinho do céu, entretanto mais tarde tudo isso mudaria.
Em fevereiro de 1957, as rádios anunciavam a maior tristeza que um mineiro poderia ouvir, tudo aquilo que amavam, que com seu empenho construíra, desapareceria, é dada a largada, Furnas viria com tudo.
Idealizada por Juscelino Kubitschek, a Usina Hidrelétrica de Furnas, que seria construída no Rio Grande, com capacidade para armazenar 23 bilhões de m³ de água e gerar 1.216 MW de energia, traria mais progresso ao Brasil acabando com a crise de energia, mas para isso 32 cidades nas proximidades do rio teriam que ser sacrificadas, dentre elas estava Guapé.
Era um momento de angústia, não demorou muito e os engenheiros de Furnas chegaram em Guapé junto com as manchetes nos jornais de que em breve Guapé não passaria apenas de um retrato na parede.
Montando três escritórios no município, os Furneiros, como eram chamados pelo povo, iniciaram o seu trabalho em Guapé, desapropriando terras, demarcando território, comprando as casas à força, e anunciando que a água viria alcançando a altura do relógio da igreja matriz.
Muitos moradores desacreditaram, pois para eles era impossível uma água subir a tal nível e por amor a suas moradas recusavam a todo custo deixá-las, assim naquela cidade calma se iniciava o conflito entre Furnas e o povo.
No dia 9 de janeiro de 1963, em uma noite serena onde o único som que se ouvia era o canto calmo dos sapos e dos grilos, o relógio bate 00 horas, neste exato momento Furnas fecha as comportas bloqueando a saída da água do rio, iniciando a primeira etapa de inundação. Na manhã seguinte, ouvem-se os gritos de um morador: as águas vinham. O povo se reuniam nas fachadas de suas residências para conversarem e se lamentarem sobre, enquanto isso as águas subiam sem piedade, bloqueando caminhos, inundando plantações e casas. Dois dias depois a represa ja atingira o alicerce do prédio do correio que ficava a 100 metros da igreja Matriz, se interrompendo ali por um bom tempo, dando oportunidade e esperança àqueles que ainda viviam pouco acima.
Após este intervalo, se inicia a segunda etapa de inundação, agora em direção ao formoso centro da cidade, tudo parecia mais um dilúvio, a água vinha com tudo, junto com a dor, sofrimento e tristeza dos moradores, que na pressa já começavam a demolir suas casas. Em poucos dias aquela tão maravilhosa cidade cheia de história, já havia se tornado um tenebroso cenário de guerra, com a água invadindo, pessoas desamparadas se abrigando na escola e clube, ruas cobertas de escombros, utensílios domésticos espalhados, crianças chorando entre as ruínas, pai e mãe inconformados, centenas de pessoas carregando malas sem ter pra onde ir, pois a indenização paga na época por Furnas aos guapeenses era mínima e injusta, para muitos não era o suficiente para um recomeço.
Em meio a tanta destruição a torre da igreja Matriz ainda de pé trazia uma luz de fé e esperança para aquele povo que se agonizava.
Em alguns meses, 206 km² do município havia desaparecido dando lugar a um grande mar azul, quase metade de seus habitantes mudaram para outras cidades, a fim de refazer a vida, e assim a história dividia-se em duas partes, antes e depois das águas.
Furnas ergueu uma nova cidade no alto do morro ligada às áreas que sobrou da antiga, porém na época bem inferior em relação à velha Guapé, e para esta nova localização mudaram a população que aqui ficaram.
Com o passar dos anos, com o empenho do povo guapeense que se ousaram a ser mais fortes do que a dor da perda, souberam reunir forças para ressurgir acima das águas, uma cidade tão bela quanto a antiga. Rapidamente, o lago que um dia foi visível como um flagelo dos mineiros, passou a ser visto como uma fonte de beleza e turismo, trazendo vários benefícios ao município.
Hoje Guapé é uma cidade encantadora que se desenvolvendo cada vez mais, sendo cercada pela imensidão azul do mar de minas, engrandecida por uma paisagem incomparável e rica em cultura, história, beleza e fé, sendo também cidade palco das mais belas festas culturais de minas, tais como o congado, Carnaval, moçambique, dentre outras, além das pousadas e hotéis grandiosos com vistas para o lago que oferecem a melhor hospitalidade que o turista pode desejar.
Guapé, é uma joia valiosa do tesouro Minas, uma cidade exemplo de resistência, que com o seu povo seguiu, segue, e seguirá firme sem afundar, honrando com orgulho o lema de sua bandeira e que cada guapeense carrega no peito, o lema “Fluctuat ne Mergitur”: Flutuar não afundar.
Correspondente Eduardo Martins de Guapé para o Jornal Folha Regional
Na última sexta-feira (15), o grupo do Facebook “Guapé Memórias em Fotos e Fatos”, completou seu 5º ano.
“Queria em primeiro lugar agradecer a todos os membros deste lindo grupo pelos compartilhamentos de fotos, fatos, causos e contos postados e enviados para este grupo. Então, este grupo novinho com apenas 05 aninhos de idade e já conquistou muitos amigos, sendo, mais de 8.300 oito mil e trezentos membros Guapeenses nativos e também não Guapeenes, que com certeza querem saber um pouquinho da nossa história que no passado foi uma passagem muito sofrida com a inundação de Furnas que na época muitos jornalistas diziam que nossa Guapé ia ser apenas um retrato na parede, mas nossa cidade deu a volta por cima e hoje é uma cidade muito bonita com suas paisagens lindas cachoeiras e um povo hospitaleiro”. Frisa um dos administradores do grupo, Berto Vítor.
De acordo com o administrador eles que tinha pouco conhecimento pela Antiga Guapé hoje ficaram conhecendo um pouco mais sobre a cidade lendo as mensagens e os comentários das postagens de todos os membros.
“Quando foi criado este grupo pelo Leonilson Soares, nós nem imaginávamos que seria muito útil e bom para compartilhar as coisas boas de nossa terra natal. Sem palavras para agradecer tamanha gratidão de todos. Em primeiro lugar a todos os membros que faz este grupo enriquecer com seus lindos e emocionantes comentários e bonitas postagens. A cada postagem ela é ricamente acompanhada de ricos comentários que chegam a emocionar qualquer pessoa. Certo dia o Leonilson Soares que é meu filho, me disse: Pai vou criar um grupo para o Sr. postar algumas fotos de Guapé Antigo, eu respondi: Não dou conta, Leonilson afirmou: dá conta sim! E assim começamos este trabalho neste grupo, eram no início 7 membros: Leonilson Soares, Berto Vitor Soares, Cledia Soares, Nelinho Soares, Grace Kelly Neves Costa, Selma Gonçalves Marques e Estela Marques Soares. Depois foi crescendo a cada dia e hoje este grupo assim de uma família Guapeense que atravessou fronteiras, até no exterior temos Guapeenses ausentes membros deste grupo que compartilham e comentam suas lembranças por meio de fotos, fatos, contos e causos” afirma Berto.
Guapé é uma terra abençoada por Deus, e por meio do grupo todos aprendem a cada dia mais um pouquinho, e ficam conhecendo o Guapé antes e depois.
“O mais importante é que este grupo conseguiu reunir muitos Guapeenses, conterrâneos e parentes que tinham partido quando a cidade foi inundada por Furnas. Ficamos muito contentes com a aproximação de tantos parentes e conterrâneos que se encontraram por este grupo, um abração a todos os amigos e membros deste grupo. Eu penso comigo que este grupo pode ser diferente de outros grupos: Ser um grupo, de uma família Guapeense que se dividiram e foram para diversos lugares do Brasil e do mundo, quando a inundação por conta da Usina de Furnas aconteceu, agora nesse momento, nestas redes sociais estão todos reunidos para uma conversa como se fosse ao redor de uma mesa. Alguém pergunta uma coisa, outro membro responde com o maior respeito sempre com respostas sadias de como foi nossa antiga Guapé no passado somente conversas bonitas, seria como se fosse todos uma só família. Quando começo a ler os comentários contidos no grupo me sinto em uma casa muito grande com uma sala também muito grande, que às vezes fecho os olhos e vejo na mente todos os membros deste grupo ao meu redor conversando como se todos estivem presentes ao redor de uma mesa. Na mente a gente volta ao passado então nesse momento a gente chega até se emocionar com os relatos comentados por cada um dos membros do grupo. Considero este grupo como um grupo da Família Guapeense. Toda foto postada neste grupo é bem recebida e respeitada com todo carinho por todos os membros. Ninguém critica ninguém somos todos uma família. Foi muito bom a criação deste grupo também porque reuniu muitos membros que tinham partido do Guapé antigo. Partiram para várias partes deste desse nosso Brasil e pelo mundo afora em outros países em busca de dias melhores para si mesmo e também para seus familiares e hoje estão reunidas pelo grupo, que já atravessou fronteiras de vários países onde residem nossos conterrâneos Guapeenses, isto é muito gratificante” finaliza Berto.
No grupo os membros podem deixar mensagens, compartilhar fotos, fatos e contos. Inclusive o mesmo se tornou um acervo virtual da cidade.
Berto agradece a todos pelas postagens e compartilhamentos da história de Guapé. E pede desculpas pelos erros e falhas que vem seguindo ao longo destes cinco anos, mas o mais importante é a intenção de entender o que se segue nas mensagens.
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