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Leilão A-5 para pequenas hidrelétricas acontecerá em julho de 2025

Leilão será voltado para pequenas hidrelétricas, como PCHs e CGHs | Foto: Atiaia Renovãveis
Leilão será voltado para pequenas hidrelétricas, como PCHs e CGHs | Foto: Atiaia Renovãveis

Um leilão de energia nova A-5, com contratação de energia para entrega em 1º de janeiro de 2030, será realizado em 25 de julho de 2025, voltado para contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), hidrelétricas com potência igual ou inferior a 50 MW e a ampliação de empreendimentos do tipo.

Se confirmado – o que depende de demanda das distribuidoras -, será o primeiro leilão de energia nova do governo atual. O último certame do tipo foi um A-5 realizado em outubro de 2022, que contratou apenas 176,8 MW médios de fontes hidrelétrica, eólica, solar, biomassa e resíduos sólidos urbanos a partir da demanda de duas concessionárias, a Cemig e a Equatorial Pará.

Segundo portaria publicada nesta sexta-feira, 20 de dezembro, pelo Ministério de Minas e Energia (MME) no Diário Oficial da União, os contratos do próximo leilão serão de 20 anos e deverão ser negociados, no mínimo, 30% da energia habilitada desses empreendimentos de geração.

O preço máximo do edital, que será elaborado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), será equivalente ao preço-teto de PCHs do leilão A-6 de 2019, atualizado até a data de publicação deste certame.

Como se trata de um leilão A-5, os compradores serão as distribuidoras, que deverão apresentar as declarações de necessidade de compra entre 3 e 10 de fevereiro de 2025, considerando o atendimento à totalidade do mercado a partir de 2030.

Contratação compulsória

A Lei 14.182, que viabilizou a privatização da Eletrobras, foi aprovada em 2021 com emendas “jabutis”, incluindo a obrigação de contratação de 2 GW em PCHs entre 2021 e 2026, por meio da reserva de 50% da demanda dos leilões A-5 e A-6. Como esses leilões dependem da demanda das distribuidoras, cada vez mais incerta em meio à abertura do mercado e ao crescimento da geração distribuída, só houve contratação em 2022, quando 87,3 MW médios em PCHs e CGHs foram contratadas.

No projeto de lei da eólica offshore, aprovado pelo Congresso recentemente mas ainda não sancionado, houve uma alteração no trecho, que passou a prever a contratação compulsória de 4.900 MW em PCHs, agora como energia de reserva, ou seja, sem depender da demanda das distribuidoras.

Cadastro de empreendimentos

Os empreendedores que quiserem participar do leilão deverão requerer o cadastramento e a habilitação técnica à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até 7 de fevereiro de 2025.

Os projetos que participaram do leilão A-5 de 2022 e não saíram contratados poderão cadastrar novamente os empreendimentos, e para isso contarão com a dispensa da reapresentação de documentos, desde que os parâmetros das usinas e suas características técnicas não tenham sido alterados.

Não poderão participar do leilão empreendimentos de geração que entrarem em operação comercial até a data de publicação do edital.

Mercado agitado

Segundo dados da Aneel, existem hoje em operação no Brasil 1.107 pequenas hidrelétricas, sendo 429 PCHs, com 5.868 Mw, e 678 CGHs, com 857,1 MW. Outros 34 empreendimentos estão em construção, com 429,7 MW, a grande maioria de CGHs.

Recentemente, o mercado dessas usinas ficou mais agitado. Em 25 de novembro, a Copel informou que vendeu 11 PCHs e CGHs, além de uma termelétrica e uma eólica, para a Electra Hydra, do grupo Electra, por R$ 450,5 milhões.

Poucos dias depois, em 5 de dezembro, foi a vez da estatal mineira Cemig vender um pacote de PCHs com 14,8 MW em leilão na B3. A Âmbar, braço de energia da J&F, levou as quatro PCHs por R$ 52 milhões, ágio de 78,79% ante o preço mínimo do edital.

Ministério manda reter água em hidrelétricas para garantir o nível do Lago de Furnas

Ministério manda reter água em hidrelétricas para garantir o nível do Lago de Furnas - Foto: reprodução
Ministério manda reter água em hidrelétricas para garantir o nível do Lago de Furnas – Foto: reprodução

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, comandado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, autorizou, na última quarta-feira (6), a a redução da saída de água nas usinas hidrelétrica de Jupiá e Porto Primavera, no Rio Paraná (entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul) e a retenção nas usinas de cabeceira. De acordo com o ministro, esta medida tem o potencial de preservar cerca de 11% de armazenamento na bacia do Paraná até agosto/2024 e cerca de 7% no Sudeste/Centro-Oeste.

O objetivo é garantir o abastecimento de energia elétrica no Brasil e manter o nível do Lago de Furnas, em Minas Gerais. “Esta medida contribui para a segurança eletroenergética do país, além de atender aos usos múltiplos da água. Os lagos de Furnas e Peixoto são os pulmões do setor elétrico, mas deixaram de ser exclusivamente usados para a geração de energia. Eles servem também à agricultura, à irrigação, à piscicultura e levam desenvolvimento econômico e social à essa importante região mineira, gerando emprego e renda para a população, além, claro, do seu grande potencial para o ecoturismo”, afirmou o ministro, Alexandre Silveira.

Segundo o ministro, a defesa do uso múltiplo dos lagos é histórica e vem sendo feita por diversos setores, entidades e representantes da população, incluindo o presidente do Congresso Nacional, senador mineiro Rodrigo Pacheco.

“Desde quando senador, trabalhei ao lado do presidente Pacheco pelo reconhecimento da importância dos Lagos de Furnas e Peixoto para o desenvolvimento econômico do Sul de Minas, compatibilizando a geração de energia com o turismo e o agronegócio. Os lagos são patrimônios do Brasil, mas, em especial, das mineiras e mineiros daquela região”, finalizou Silveira.

Segurança Energética

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), o período chuvoso deste ano tem sido, até o momento, um dos trimestres mais críticos nas regiões Sudeste e Centro Oeste do país. Em fevereiro deste ano, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste alcançavam 64,5% de sua capacidade. O número é 12,4% inferior ao apresentado no mesmo período em 2023.

Com isso, Silveira determinou aos secretários da pasta e ao Operador Nacional do Sistema (ONS) que adotem medidas para preservar a água nos reservatórios de cabeceira, em articulação com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e IBAMA, garantindo a segurança energética e compatibilizando os demais usos dos reservatórios.

O CMSE é presidido pelo ministro de Minas e Energia e composto por representantes do MME e demais órgãos do setor elétrico: Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; Agência Nacional do Petróleo – ANP; Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE; Empresa de Pesquisa Energética – EPE; e o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA – também participa como convidada. (Itatiaia)

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