Mais de 70 tabletes de maconha são apreendidos durante busca por materiais roubados em um sítio em Passos, MG — Foto: Helder Almeida
Uma denúncia de onde estariam produtos roubados de um sítio levou a Polícia Militar até uma apreensão de 71 barras de maconha em Passos (MG) nesta quarta-feira (12). Quatro homens foram presos.
Segundo a Polícia Militar, o roubo aconteceu na sexta-feira (7). Os homens abordaram o morador de um sítio que fica no bairro rural Bananal e o renderam por volta das 21h30. A vítima foi amarrada enquanto os suspeitos reviraram a casa em busca de dinheiro e armas. Na ocasião, foram levadas ferramentas e vários pertences da vítima.
Já na quarta-feira (12), a PM recebeu uma denúncia de que os produtos roubados estariam em uma casa no bairro Parque Tropical e montou uma operação. Os militares ficaram no local e, em determinado momento, dois homens chegaram em um veículo e entraram na residência.
Segundo a PM, os suspeitos foram abordados quando saíram do imóvel. Os militares perceberam através do portão aberto da casa que havia droga dentro do local e entraram.
Na residência, foram encontradas 71 tabletes embalados de maconha, uma porção grande de cocaína e vários materiais roubados no sítio.
Mais de 70 tabletes de maconha são apreendidos durante busca por materiais roubados em um sítio em Passos, MG — Foto: Helder Almeida
Quatro homens, sendo os dois que chegaram e os dois que já estavam na casa, foram presos e levados para a delegacia de Polícia Civil. Ainda segundo a PM, um deles já é conhecido no meio policial.
Homem é preso com 84 tabletes de maconha
Uma operação policial no bairro Carioca também levou à apreensão de drogas em São Lourenço (MG) na quarta-feira. Um homem foi preso.
As investigações iniciaram por meio de informações e investigações feitas pela Delegacia Adjunta de Entorpecentes desta Regional, que culminaram na identificação do suspeito e do local onde os entorpecentes estariam guardados.
Foram apreendidos na residência 84 tabletes de maconha, dois tabletes de cocaína, um invólucro de maconha, um invólucro de cocaína, uma balança de precisão e R$1.281 em dinheiro.
Um homem foi preso em flagrante delito por tráfico de drogas e encaminhado para o presídio de São Lourenço.
Homem é preso com 84 tabletes de maconha em São Lourenço, MG — Foto: Polícia Civil
Liberação do plantio de cannabis divide bancada ruralista no Congresso – Foto: reprodução
A liberação do cultivo, para fins medicinais, veterinários, e industriais, da Cannabis sativa, planta que também é utilizada para produzir a maconha, ainda é um tema que divide opiniões dentro da bancada ruralista do Congresso Nacional.
Defensores da pauta miram o agro como um possível aliado na tramitação do projeto de lei que legaliza o plantio da espécie para fins não-recreativos. O presidente da Associação Brasileira da Cannabis e do Cânhamo Industrial (ABCCI), Luís Maurício, baixista da banda Natiruts, vê o grupo como um potencial aliado.
“É um trabalho a médio e longo prazo. Tem que ser feito a passos de formiga, de gabinete em gabinete. […] Convencer a bancada ruralista e mostrar que pode ser uma grande ferramenta auxiliar na produção da soja”, diz Luís Maurício.
A proposta foi aprovada por uma comissão especial em caráter terminativo, sem necessidade de passar pelo plenário. Porém, o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) apresentou um requerimento para que o plenário da Câmara decidisse se o projeto passaria por nova votação antes de ir para a Casa Alta. Caberia ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prosseguir com o processo, o que não aconteceu.
O projeto regulamenta a produção do cânhamo, uma variedade da cannabis que pode ser utilizada na fabricação de roupas, sapatos, alimentos, itens de higiene, cosméticos, entre outros.
Parte dos deputados acredita que há um potencial de quase R$ 5 bilhões a ser explorado caso o país mude as regras atuais. Outro argumento é que a cannabis auxilia a recuperar o solo na entressafra de grandes monoculturas, como soja e feijão.
Já para boa parte dos ruralistas, além da possibilidade de desvio da planta para fins ilícitos, a adoção do cânhamo não traria ganhos consideráveis para o agronegócio, que já é diverso e em 2023, teve um superávit acumulado de quase US$ 150 bilhões.
Para o presidente da ABCCI, a maioria dos deputados e senadores ainda temem uma reação negativa do eleitorado ao eventualmente voltarem a favor do plantio de cannabis.
“O Legislativo tem muita preocupação com o eleitorado. Os legisladores têm medo do impacto que vai ter na população se, por exemplo, votar a favor, mesmo para fins medicinais. As pessoas têm que sair do armário, nesse sentido de colocar a cara, mostrar os números, os efeitos, as comprovações”, aponta.
Deputados acreditam que o ano de 2024 é pouco propício para a aprovação de projetos liberalizantes em relação à cannabis. Além do perfil conservador do Congresso, a meta de Arthur Lira é eleger o seu sucessor na eleição à presidência da Câmara, em fevereiro de 2025. Para isso, faz questão do apoio da bancada evangélica e não deve comprar grandes brigas com o grupo.
Maconha foi liberada? Entenda decisão do STF pela descriminalização da substância no Brasil – Foto: reprodução
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para reconhecer que o porte de maconha não é crime no país, se for para consumo próprio. Os ministros continuam debatendo critérios objetivos para diferenciar usuários e traficantes, como, por exemplo, quantidade de droga.
Isso não quer dizer que a maconha foi liberada no país, nem que haverá comércio legalizado da planta ou das flores prontas para consumo.
A decisão do Supremo abarca somente o porte da substância, em quantidades que ainda serão decididas. A decisão só passará a ter efeitos práticos quando o julgamento for encerrado e o acórdão, publicado.
A Lei de Drogas, aprovada em 2006, não pune o porte da substância com pena de prisão. Com isso, os ministros declararam que esse não é um delito criminal, mas um ilícito administrativo.
Assim, quem for pego com maconha para uso pessoal não passaria a ter antecedentes criminais.
Na tarde da última terça-feira (25) o ministro Dias Toffoli complementou seu voto da semana passada, que havia causado confusão de entendimento. Ele admitiu que não foi claro em seu voto e fez a retificação no julgamento, que foi retomado nesta terça.
Votaram a favor da descriminalização os ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber (aposentada), Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.
Já os ministros Cristiano Zanin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça foram contra a descriminalização.
STF forma maioria para descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal – Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli afirmou nesta terça-feira (25) que seu voto proferido na última quinta-feira (20) defende a descriminalização do usuário de todas as drogas. Diante disso, a Corte forma maioria para não tornar crime o porte de maconha para consumo pessoal. O placar do julgamento iniciado em agosto de 2015 chegou, portanto, a seis votos favoráveis à tese. A Corte analisa um recurso que discute se cabe ou não sanção penal o porte de maconha para uso próprio.
Já haviam se posicionado por não criminalizar o usuário com pequeno porte para consumo próprio os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e a ministra aposentada Rosa Weber. As dissidências foram de Cristiano Zanin, André Mendonça e Nunes Marques.
Na última sessão , Dias Toffoli abriu um parecer separado no qual votou pela constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, porém considerando que desde sua concepção ele jamais penalizou o usuário ou o porte para consumo pessoal.
“Nenhum usuário, de nenhuma droga, pode ser criminalizado. Esse foi o objetivo da Lei de 2006. A lei de 1976, que foi substituída pela de 2006, tratava como crime o uso de de droga, como criminosos os usuários”, voltou a defender Toffoli na retomada do julgamento nesta terça-feira. “Meu voto é pela descriminalização”
Em seu parecer, o ministro faz uma explicação sobre despenalização, descriminalização e legalização. E defende a participação ativa do Congresso nas medidas sobre esse tema. No caso concreto, ele nega o recurso, mas considera que a condenação não gerou efeitos penais (nenhum antecedente criminal ou nada do tipo). A tese proposta também mantém a validade da lei, mas reconhece que as medidas previstas ali não geram efeitos penais.
O que diz a Lei de Drogas de 2006
De acordo com a lei em vigor, é crime de porte de drogas suscetível a penas alternativas, como medidas educativas, advertência e prestação de serviços, “comprar, portar ou transportar drogas para consumo pessoal” e que também pode ser punido com penas alternativas quem “semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade”.
Relator do processo, o ministro Gilmar Mendes defendeu há nove anos que a medida fosse estendida para todas as drogas. No entendimento dele, a criminalização compromete medidas de prevenção e redução de danos, além de gerar punição desproporcional principalmente em relação à distinção por classe social e cor da pele. Em 2023, porém, ele ajustou seu voto e o restringiu ao porte de maconha, seguindo a tendência que passou a se formar pela maioria até então formada na Corte.
Ofensiva no Congresso
Em outra frente, tramita no Senado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte de qualquer quantidade de drogas ilícitas no país. A proposta era considerada como uma ofensiva ao Supremo.
Apresentada em 2023, a PEC insere na Constituição que “a lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. O relator, senador Efraim Filho (União-PB), está com o texto pronto desde novembro de 2023.
Votos dos ministros
No início do julgamento, ainda em 2015, o ministro Luís Roberto Barroso, que atualmente preside o STF, propôs a fixação de um critério objetivo da quantidade que deve distinguir o porte para consumo pessoal do que é para tráfico de drogas. Isso porque, como a lei não faz essa distinção, a decisão sobre o que é considerado porte ou tráfico acaba sendo do policial que aborda ou do juiz que julga a apreensão.
O relator do recurso, ministro Gilmar Mendes, votou inicialmente para descriminalizar todas as drogas para consumo próprio, mas depois alterou para se restringir à maconha e aderiu à proposta do ministro Alexandre de Moraes de presumir como usuárias as pessoas flagradas com 25g a 60g de maconha ou que tenham plantadas até seis plantas fêmeas.
Em seus votos, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e a ministra aposentada Rosa Weber também só trataram da maconha e entenderam que criminalizar o consumo pessoal afronta a autonomia individual do cidadão e aumenta o estigma que recai sobre o usuário, além de dificultar o tratamento de dependentes.
Recém-chegado na Corte, em agosto de 2023, o ministro Cristiano Zanin foi o único a se posicionar para manter a criminalização por considerar que isso contribuirá para agravar problemas de saúde relacionados ao vício.
A decisão mais conservadora dele, inclusive, foi mal recebida por apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável pela indicação do magistrado. Zanin sugeriu, porém, fixar a quantidade máxima de 25 gramas para se diferenciar usuário de traficante.
Com o voto de Rosa Weber já declarado antes da aposentadoria, o ministro Flávio Dino, que assumiu o lugar dela em 22 de fevereiro, não terá direito a voto no julgamento.
Caso prevaleça esse entendimento é um caso ilícito.
PMs prendem suspeito com 15 kg de maconha na divisa entre Minas e SP – Foto: divulgação
Policiais militares de Minas e de São Paulo prenderam um homem suspeito de tráfico de drogas durante operação realizada na rodovia Altino Arantes, na divisa entre os dois estados, e apreenderam 15 quilos de maconha na última sexta-feira (10).
A ação foi realizada por meio do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) e envolveu policiais do 43º Batalha da Polícia Militar de Minas Gerais, que tem sede em São Sebastião do Paraíso.
Segundo informações da PM, o supseito dirigia um veículo Golf e tentou tentou fugir da fiscalização. No carro, os policiais encontraram os 15 quilos de maconha. A operação também mobilizou viaturas, cães e o helicóptero Águia da PM paulista.
A prisão e apreensão da droga ocorreu no limite entre os municípios de São Sebastião do Paraíso e Santo Antônio da Alegria (SP) e contou com a participação de policiais do 43º BPM e do 51º BPM, de Ribeirão Preto (SP).
Segundo a PM, o suspeito tentou fugir por uma estrada de terra. No interior do automóvel os policiais encontraram cerca de 15 quilos de maconha em tabletes.
O objetivo da ação conjunta entre as polícias de Minas e São Paulo é combater o crime na região de fronteira entre os dois estados. A iniciativa tem caráter ostensivo e preventivo a crimes como tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio.
O Cosud Consórcio de Integração Sul e Sudeste foi criado para fortalecer a cooperação entre os governos de ambas as regiões e assim impulsionar ações socioeconômicas e ambientais em prol do Brasil. Uma das áreas de interesse é a Segurança Pública, com ações coordenadas entre as polícias militares de São Paulo e regiões de limite com outros estados das duas regiões.
Polícia apreende quase 1 tonelada de maconha do Paraguai em MG – Foto: divulgação/PMRv
A Polícia Militar e a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) apreenderam no último domingo (28) 767 barras de maconha que estavam escondidas em um galpão no bairro Daniel Fonseca, às margens da BR-365, em Uberlândia (MG). A droga, que pesava 820kg, teria vindo do Paraguai, conforme denúncia anônima recebida pela polícia.
O denunciante indicou que o caminhão era escoltado por um VW Gol de cor vermelha. Vizinhos do galpão contaram aos policiais que o caminhão chegou ao imóvel e ficou lá por cerca de 20 minutos, quando saiu também na companhia do Gol.
O dono do galpão foi ao local e mostrou aos policiais que o imóvel foi alugado um dia antes, no sábado (27 de abril). Durante as buscas, os policiais encontraram a droga escondida no telhado de uma estrutura construída dentro do galpão e atrás de galões. A maconha estava em fardos lambuzados de graxa e embalados a vácuo.
Dois veículos foram utilizados para esconder o local da droga e também foram apreendidos. Dois suspeitos, que estavam no local na hora em que a droga foi descarregada, foram localizados pela Polícia Militar saindo de uma chácara e foram presos. Durante a abordagem, os suspeitos recebiam ligações do motorista do Gol vermelho, conforme o boletim de ocorrência.
Segundo a PMRv, a droga seria distribuída pelo Triângulo Mineiro nos próximos dias. Os dois suspeitos localizados foram presos por tráfico de drogas e tiveram os celulares apreendidos.
STF e maconha: julgamento é retomado e placar pela descriminalização do porte está em 5 a 2 – Foto: reprodução
Depois de idas, vindas e longas pausas causadas por pedidos de vista, o Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a julgar nesta quarta-feira (6) a descriminalização do porte de drogas.
Até o momento, foram cinco votos favoráveis e dois contrários à descriminalização da posse de drogas para uso próprio.
No início da sessão desta quarta, tanto Luís Barroso quanto André Mendonça fizeram questão de ressaltar que o julgamento não se trata de uma legalização, mas apenas da descriminalização da posse de maconha para consumo próprio.
André Mendonça começou seu voto sinalizando que acompanhará o ministro Cristiano Zanin, que é contra a descriminalização.
André Mendonça baseou seu voto nos males que podem ser causados pelo uso de maconha, como transtornos psicológicos e seu risco de causar dependência. Ele ainda citou os riscos para os recém-nascidos em casos de mães que usam maconha durante a gravidez.
Mendonça também citou dados de países que legalizaram o uso da cannabis, como Canadá e Uruguai, ao argumentar que o uso da substância aumentou nessas regiões.
Ele citou que a maconha também é a porta de entrada para outras drogas. “É o primeiro passo para o precipício”, disse.
André Mendonça também se mostrou contra o cultivo caseiro para consumo próprio. Ele cita que uma planta, dependendo das condições, pode produzir até 600 gramas de flores secas para serem fumadas.
Em seu voto contrário à descriminalização, ele diz que essa mudança na lei de drogas, “na prática, nós estamos liberando o uso”.
Ele propôs que a diferenciação entre o usuário do traficante seja a partir do porte de 10 gramas da erva. Até então, os ministros tinham sugerido quantidades entre 25 e 60 gramas.
O voto de André Mendonça foi o segundo contrário na retomada do julgamento, após ele fazer um pedido de vista para analisar melhor o caso. Por enquanto, estão a favor: Gilmar Mendes (relator da ação), Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e a ex-ministra Rosa Weber.
Eles argumentaram que o uso da maconha é uma questão de liberdade individual e deve ser combatido com campanhas de informação e atendimento focado na saúde dos usuários.
O julgamento, iniciado em 2015, foi suspenso pela segunda vez no dia 24 de agosto de 2023, após o ministro André Mendonça pedir vista (mais tempo para analisar o caso).
Mas o que esperar da sessão desta quarta? Ela deve encerrar a discussão sobre o porte de cannabis para consumo próprio? Advogados ouvidos pela BBC News Brasil apostam que não.
O próximo a votar será Nunes Marques que, segundo os juristas, deve fazer um novo pedido de vista.
Caso isso ocorra, ele poderá analisar o processo durante mais 90 dias e, só então, o caso poderá ser colocado em pauta novamente pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.
Pedido de vista
O doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Arthur Rollo afirma, em entrevista à BBC News Brasil, que a tendência é que Nunes Marques faça um novo pedido de vista. Além disso, o especialista também espera que o ministro use o tempo máximo de 90 dias para estudar o processo.
Ao ser questionado sobre qual deve ser o voto de Nunes Marques, Rollo diz que é difícil saber porque o ministro pode interpretar o caso de duas maneiras possíveis.
“Se ele votar a favor da descriminalização, os defensores das liberdades vão aplaudir, mas os defensores da família não vão gostar. Independente do voto que ele der, ele vai desagradar uma parte do público dele”, diz.
Para o advogado e professor na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, o ideal seria que o julgamento terminasse ainda nesta quarta para evitar o prolongamento da discussão.
“Esse tema é batido, de domínio público e está sendo tratado no mundo inteiro. Todo mundo já poderia votar nesta quarta e seguir para outro julgamento porque tem muitos temas importantes no Supremo”, diz o advogado.
A professora de direito da FGV Eloísa Machado explica como será a ordem dos ministros a voltarem. Ela diz que o primeiro voto é do relator, no caso o Gilmar Mendes, e depois segue do ministro com menos tempo de casa para o mais velho. O presidente é o último a votar.
“Como a composição do tribunal já mudou várias vezes durante o curso do julgamento, há uma particularidade de ministros mais antigos já terem votado. Flávio Dino, recém empossado, não votará porque sucede, no tribunal, a vaga deixada por Rosa Weber, que já votou”, explica.
Machado, no entanto, prefere não dar um palpite de qual será a posição de Nunes Marques.
A professora explica que qualquer ministro pode pedir vistas após o voto de André Mendonça, “seja para estudar mais o tema antes de votar ou alterar o voto já proferido”.
Advogado e diretor da Reforma, a Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas, Emílio Figueiredo diz à reportagem que o julgamento não deve acabar tão cedo.
“Acredito que o Nunes Dias não vote hoje e peça vista. Seria uma surpresa muito grata se ele votasse, mas eu acredito que isso não ocorra e ainda há chance do luiz Fux e Toffoli pedirem vista”, diz.
Emílio Figueiredo explica que o julgamento só acaba após todos os ministros votarem, mesmo que a maioria já tenha sido formada.
Uma pesquisa feita pelo Datafolha em setembro de 2023 apontou que 72% dos brasileiros são contra legalizar a maconha no Brasil para uso geral, incluindo o recreativo. Por outro lado, 76% são a favor de legalizar o uso da erva para consumo medicinal.
25 gramas e seis plantas fêmea
Caso o julgamento termine favorável à descriminalização da posse de pequenas quantias de drogas, a Suprema Corte discutirá os parâmetros de quantidade para diferenciar o usuário do traficante. Na visão de defensores dessa medida, pode reduzir o que seriam prisões equivocadas por tráfico no país.
A ação não trata da venda de drogas, que continuará ilegal qualquer que seja o resultado. O crime de porte para consumo já não é punido com pena de prisão no país desde 2006, com a sanção da atual Lei de Drogas.
Caso a descriminalização seja aprovada no STF, a pessoa que portar entorpecentes para consumo próprio não poderá mais ser submetida a outras punições atualmente em vigor, como prestação de serviços à comunidade ou comparecimento a programa ou curso educativo, nem terá um registro na sua ficha criminal.
Apesar disso, estudiosos do tema afirmam que esse julgamento pode ter o impacto de reduzir o número de pessoas presas no país, caso a decisão do STF permita libertar pessoas que estariam, ao seu ver, erroneamente encarceradas por tráfico de drogas.
Para que isso ocorra, dizem, seria necessário que a Corte estabelecesse parâmetros objetivos para diferenciar qual a quantidade de drogas deve ser considerada voltada para consumo e qual deve ser enquadrada como tráfico.
Defensores da medida, como a associação que representa os peritos da Polícia Federal (APCF) e integrantes da Procuradoria-Geral da República, afirmam que a falta de parâmetros objetivos para que policiais, promotores e juízes diferenciem o consumo da venda faz com que muitas pessoas detidas no país com pequenas quantidades de maconha ou cocaína, por exemplo, acabem presas pelo crime de tráfico.
No entanto, há organizações que estão participando do processo que duvidam deste efeito porque discordam da avaliação de que pessoas estejam sendo presas por tráfico equivocadamente.
Barroso e Weber, por exemplo, propuseram 100 gramas de maconha como um corte para diferenciar usuário e traficante. A quantidade segue parâmetros usados em outros países, como Espanha e Holanda.
Já Moraes e Mendes sugeriram 60 gramas, enquanto Zanin defendeu apenas 25 gramas.
Os ministros também discutem fixar uma quantidade máxima de pés de maconha para um usuário cultivar. Luís Roberto Barroso, por exemplo, sugeriu que o usuário possa ter seis plantas fêmeas (aquelas que produzem flores com THC para serem fumadas) em casa.
Os ministros ressaltaram, porém, que eventuais parâmetros a serem adotados serviriam como uma referência básica, podendo o juiz considerar o indivíduo como usuário, mesmo que esteja com quantidade maior, ou ainda enquadrá-lo como traficante, mesmo que tenha quantidade menor. Isso dependerá de outros elementos que corroborem para o crime de tráfico, como apreensão de armas ou balança para pesar drogas, por exemplo.
Fachin, quando votou em 2015, foi contra a adoção de critérios pelo STF, pois considerou que seria função do Congresso definir essa quantidade. Mas ele ainda pode revisar seu voto, como fez Mendes, que também havia ficado contra a fixação de parâmetros no início do julgamento.
PM descobre plantio de maconha durante operação em Passos – Foto: divulgação/Polícia Militar
Após denúncias durante um patrulhamento pelo bairro Serra das Brisas, a Polícia Militar montou uma operação e descobriu uma plantação de maconha no bairro Novo Horizonte, em Passos (MG).
Ao chegarem no local indicado, dois indivíduos fugiram para um matagal ao perceberem a presença policial. Durante as buscas na área, os militares encontraram 20 pés de maconha, variando entre 0,70 e 2,40 metros de altura, escondidos entre outras plantações.
A PM destruiu todo o material ilícito encontrado. As investigações continuam para identificar e capturar os responsáveis pela plantação.
Polícia Civil e Polícia Militar apreende 115 quilos de maconha e desarticula fábrica do tráfico em Passos – Foto: PMMG
Na manhã desta terça-feira (5), uma operação em conjunto da Polícia Civil e Polícia Militar, foi realizado o cumprimento de mandados de busca e apreensão em pontos do município de Passos (MG), culminando em prisões flagrante e apreensão de vasta quantidade de drogas ilícitas, além de duas armas de fogo, um revólver e uma pistola.
A operação foi possível após diversas diligências de investigação da Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar. Dessa forma, houve a representação da PCMG por mandados de busca e apreensão, sendo os pedidos deferidos e expedidos pelo Poder Judiciário e cumpridos nesta manhã.
Polícia Civil e Polícia Militar apreende 115 quilos de maconha e desarticula fábrica do tráfico em Passos – Foto: PMMG
Três indivíduos foram presos juntamente com 115 de maconha em barras, vasta quantidade de maconha em porções, crack, cocaína, pasta base de cocaína e comprimidos de Ecstasy, pistola cal 38, revólver cal 38, munições e maquinário Laboratório de tráfico
PM apreende plantação de maconha em Passos – Foto: divulgação
A Polícia Militar apreendeu uma plantação de maconha no bairro Serra Verde, em Passos, na última sexta-feira (22). As plantas eram cultivadas em uma estufa rústica localizada em uma chácara na rua das Águas, próximo ao ribeirão Bocaina.
De acordo com informações da PM, durante patrulhamento ambiental, os militares receberam uma denúncia sobre a plantação. No local, próximo a um bambuzal, os militares encontraram uma estufa rústica, com aproximadamente 2 x 2 metros, coberta e cercada por uma tela.
Na estufa, os policiais apreenderam um pé de maconha com cerca de 60 centímetros de altura e, ao lado, 20 recipientes feitos com garrafas pet que estavam com mudas da planta. No local não havia ninguém e a proprietária da área mora em Belo Horizonte. (BNN)
Gostaria de adicionar o site Jornal Folha Regional a sua área de trabalho?
Sim
Receber notificações de Jornal Folha Regional
Sim
Não