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Robert Francis Prevost é o novo papa Leão XIV

Cardeal Robert Francis Prevost, dos EUA, em 30 de setembro de 2023. — Foto: Foto AP/Riccardo De Luca
Cardeal Robert Francis Prevost, dos EUA, em 30 de setembro de 2023. — Foto: Foto AP/Riccardo De Luca

O cardeal dos Estados Unidos Robert Francis Prevosti é o novo papa.

A escolha de Prevost, de 69 anos, foi anunciado nesta quinta-feira (8) pelo Vaticano, após a fumaça branca ser expelida da Capela Sistina, indicando que os 133 cardeais isolados no conclave elegeram o novo pontífice.

O novo papa apareceu na sacada da Basílica de São Pedro depois de ser anunciado, em latim, pelo cardeal Dominique Mamberti. Ele abriu seu primeiro discurso falando de paz:

“A paz esteja com todos vocês. Esta é a primeira saudação do Cristo ressucitado. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês”, disse o novo pontífice em seu primeiro discurso.

Primeiro papa norte-americano da história, Prevost, que havia se tornado cardeal há apenas dois anos, liderará a Igreja Católica em um momento de perda gradual de fiéis e terá de fazer frente à alta popularidade do papa Francisco, além de responder se seguirá a agenda reformista de seu antecessor.

“Queremos ser uma igreja sinodal, que avança, que busca sempre a paz, a caridade, sempre estar próxima, principalmente daqueles que sofrem”.

Nascido em Chicago, Prevost construiu sua carreria eclesiástica no Peru é considerado próximo a Francisco, que o promoveu a cardeal, indicando que os cardeais seguiram a tendência apontada antes do conclave de que deveriam escolher um nome de continuidade e perfil pragmático.

Ele fez menção ao antecessor em seu primeiro discurso nesta quinta. “Obrigado, papa Francisco”, disse o novo papa.

O tradicional anúncio de “habemus papam” ocorreu pouco mais após a fumaça branca sair da chaminé da Capela Sistina— nos dois últimos conclaves, em 2005 e 2013, os anúncios demoraram entre 1h e 2h após o sinal.

Minutos apos a fumaça branca, o Vaticano afirmou também que o novo pontífice “aparecerá em breve”.

A eleição de um novo pontífice também seguiu a tendência das duas eleições de papa anteriores, em 2005 e 2013, e ocorreu no 2º dia do conclave. Desta vez, havia a expectativa inicial de que o processo demorasse mais por conta do número de cardeais votantes — 133, contra 117 no conclave anterior.

A eleição do novo pontífice veio após uma fumaça preta ainda na manhã desta quinta-feira e outra na rodada inicial, na quarta-feira (7).

A escolha do novo papa ocorre também 17 dias após a morte de papa Francisco, por conta de um por conta de um AVC e insuficiência cardíaca em sua residência no Vaticano. Embora tenham sido episódios inesperados, ocorreram em um momento de saúde frágil de Francisco. Ele havia recebido alta após passar cinco semanas internado para tratar uma pneumonia.

Em um papado de 12 anos, Francisco promoveu reformas históricas e aproximou a Igreja de um catolicismo mais próximo aos fiéis, que são mais de 1,3 bilhão de pessoas pelo mundo mas que vêm diminuindo gradualmente.

A fumação branca também encerra oficialmente o chamado período de Sé Vacante, em que o “trono” da Igreja Católica fica sem um líder entre a morte de um pontífice e a eleição do sucessor.

Agora, um novo papado se iniciará e indicará se o Vaticano tem a intenção de seguir, ao menos parcialmente, ou ainda avançar na agenda de Francisco.

Multidão

Fiéis aguardam resultado da eleição do novo papa na Praça de São Pedro, no Vaticano — Foto: AP Foto/Bernat Armangue
Fiéis aguardam resultado da eleição do novo papa na Praça de São Pedro, no Vaticano — Foto: AP Foto/Bernat Armangue

A multidão de fiéis, turistas e curiosos que acompanhou a escolha do papa de pé por horas na praça São Pedro também confirmou que a Igreja Católica segue despertando atenção e protagomismo mundial, mesmo com a perda gradual de seguidores.

Nos momentos de pico, durante os horários aproximados para que a fumaça fosse expelida após a votação, o público que ocupava a praça chegou a 45 mil pessoas, segundo o Vaticano.

Aos poucos, o silêncio ia dominando a praça, alternado por vezes com aplausos aleatórios e muitos celulares apontados para a chaminé da Capela Sistina.

Ainda sem papa: fumaça preta volta a sair da chaminé da Capela Sistina; votações do conclave serão retomadas à tarde

A manhã do segundo dia de votação no conclave terminou sem consenso para decisão do sucessor do papa Francisco. Uma fumaça preta foi vista saindo pela chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, onde 12 mil pessoas acompanhavam o resultado.

O que aconteceu

Nesta manhã foram dois turnos de votação, mas fumaça escura mostra que nenhum cardeal recebeu dois terços dos votos, ou seja, 89. Outros dois horários podem ter emissão de fumaça ainda hoje: 12h30 (somente se for branca, sinalizando que um novo papa foi escolhido) e 14h (horários de Brasília).

Os 133 cardeais votantes se reuniram na Capela Sistina pela primeira vez ontem, quando apenas uma votação aconteceu. Os ritos até a emissão da fumaça duraram cerca de 3h20. Todos eles fizeram um juramento de sigilo e se reuniram a portas fechadas.

Nenhum conclave na era moderna escolheu um papa no primeiro dia. Nas duas últimas eleições, para escolha de Bento 16 e de Francisco, foram dois dias de votação.

Fumaça branca indicará escolha de novo papa. Quando isso acontecer, sinos da Basílica de São Pedro, no Vaticano, também tocarão e o nome do vencedor será revelado nos momentos seguintes.

O que acontece se não houver consenso?

Caso não haja um consenso até o quarto dia de votação, é feita uma pausa para oração e diálogo entre os eleitores. A votação reinicia no sexto dia e vai até o 12º. Outras pausas podem ser feitas no sétimo e décimo dia.

Após 12 dias e 34 votações, o sistema muda. Nesse caso, a escolha passa a ser entre os dois mais votados no 34º turno. No entanto, permanece o quórum de dois terços.

Conclave para eleger o novo Papa começa em 7 de maio

Conclave para eleger o novo Papa começa em 7 de maio - Foto: reprodução
Conclave para eleger o novo Papa começa em 7 de maio – Foto: reprodução

O Vaticano anunciou nesta semana a data do início do conclave para escolher o sucessor do Papa Francisco: quarta-feira, dia 7 de maio.

A Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, se tornou um lugar de culto quase comparável ao Vaticano. No domingo (27), 70 mil foram ao túmulo de Francisco. O que fez o influente cardeal e teólogo alemão Walter Kasper comentar:

“O povo de Deus já votou no funeral e evocou a continuidade do pontificado dele”.

Mas há os que querem virar a página no conclave que começa na semana que vem. Habemus data: dia 7 de maio, quarta-feira, os cardeais eleitores entrarão na Capela Sistina. O grandioso cenário do século 16 foi fechado nesta segunda-feira (28) para a decepção de muitos turistas.

Nesta segunda-feira (28) de manhã, na reunião preparatória, 20 cardeais falaram da relação com o mundo contemporâneo, com outras religiões, da questão dos abusos. Também sobre as qualidades exigidas do novo pontífice. O cardeal Gregorio Rosa Chavez comentou que o próximo papa será inspirado por Francisco:

“A mesma visão, os mesmos sonhos,” disse o salvadorenho, ao entrar no portão do Vaticano.

Mas as várias correntes poderão criar uma candidatura de compromisso. O italiano Angelo Becciu, condenado por fraude financeira, desistiu de participar do conclave, mas disse que vai provar a inocência.

A política externa não fica indiferente. Além de Donald Trump, o presidente da França também pode estar tentando influenciar a escolha. Segundo o jornal francês “Tribune Chrétienne”, Emmanuel Macron teria sugerido a alguns cardeais que evitem eleger um nome mais conservador, como o africano Robert Sara.

Setenta e um países estarão representados na eleição do próximo papa. Será o conclave mais internacional de todos. No anterior, foram 48 nações. Daqui a nove dias, só os eleitores ficarão na Capela Sistina e, na porta, uma expressão em latim se tornará mais popular do que nunca: “Extra omnes” – “Todos fora”.

Papa Francisco: velório é aberto ao público no Vaticano

Papa Francisco: velório é aberto ao público no Vaticano - Foto: redes sociais
Papa Francisco: velório é aberto ao público no Vaticano – Foto: redes sociais

Mais de 20 mil fiéis se reuniram nesta quarta-feira (23) na Praça Santa Marta, no Vaticano, para prestar condolências e receber o caixão com o corpo do papa Francisco. A cerimônia de velório aberto começou às 11h (horário local) e segue até a próxima sexta-feira (25).

De acordo com a Santa Sé, o caixão foi colocado em frente ao Altar da Confissão, na Basílica de São Pedro, onde o coro cantou a Ladainha dos Santos em latim “para o repouso de sua alma”. O cardeal camerlengo Kevin Farrel conduziu uma breve liturgia que incluiu uma leitura do Evangelho de João sobre o amor de Jesus por seus discípulos.

Os horários informados pelo Vaticano para visitação de fiéis à basílica para se despedir do papa são os seguintes: na quarta-feira, das 11h à meia-noite; na quinta-feira (24), das 7h à meia-noite; e na sexta-feira (25), das 7h às 19h.

O funeral de Francisco foi agendado para o próximo sábado (26), a partir das 10h, na própria Basílica de São Pedro. De lá, o caixão será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, onde vai ser sepultado, conforme pedido do pontífice.

A cerimônia de sábado, conhecida como Missa de Exéquias, marca o primeiro dia do Novendiali ou nove dias de luto e orações em honra ao papa. A celebração, no átrio da basílica, será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.

Ao final, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.

Quem são os cardeais brasileiros que votam no conclave e podem ser papa

Quem são os cardeais brasileiros que votam no conclave e podem ser papa - Foto: reprodução
Quem são os cardeais brasileiros que votam no conclave e podem ser papa – Foto: reprodução

A Igreja Católica define quem será o próximo papa através de um processo de votação sigiloso e secular conhecido como “conclave”.

Quem participa desse método para escolher um novo chefe de Estado para o Vaticano são os cardeais.

No entanto, não são todos os membros do chamado Colégio dos Cardeais que têm direito ao voto ao entrar na Capela Sistina para o conclave papal.

A constituição apostólica “Universi Dominici Gregis”, promulgada pelo papa João Paulo II em 1996, aponta que só participarão da eleição os cardeais com menos de 80 anos e que haverá um limite de 120 eleitores.

O especialista em Vaticano e doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana, com sede em Roma, Filipe Domingues, explicou à CNN que esse limite de eleitores não deve ser seguido no próximo conclave, já que a Igreja Católica possui atualmente 135 cardeais com menos de 80 anos e aptos a votar.

“É uma indicação para evitar que o colégio fique muito grande”, pontuou.

Na lista de cardeais eleitores, estão sete cardeais brasileiros que devem participar do processo de votação para escolher o próximo papa.

Quem são os cardeais brasileiros que votarão para eleger o próximo papa?

João Braz de Aviz

O cardeal brasileiro João Braz de Aviz deixa o Salão Paulo VI no final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em 12 de outubro de 2023 na Cidade do Vaticano, Vaticano. Aos 77 anos, ele é um dos cardeais brasileiros que podem votar em um conclave papal.
O cardeal brasileiro João Braz de Aviz deixa o Salão Paulo VI no final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em 12 de outubro de 2023 na Cidade do Vaticano, Vaticano. Aos 77 anos, ele é um dos cardeais brasileiros que podem votar em um conclave papal. • Franco Origlia/Getty Images

O cardeal João Braz de Aviz nasceu na cidade de Mafra, em Santa Catarina, em 24 de abril de 1947.

Ele foi ordenado padre em 26 de novembro de 1972 para a Diocese de Apucarana. Possui licenciatura em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e é doutorado em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Lateranense.

Foi arcebispo de Maringá, no Paraná, e de Brasília, e foi proclamado cardeal pelo papa Bento XVI, em 2012. Ele participou do conclave de março de 2013, que elegeu o papa Francisco.

Odilo Scherer

Dom Odilo Scherer • Divulgação
Dom Odilo Scherer • Divulgação

Nascido em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, em 21 de setembro de 1949, Dom Odilo Pedro Scherer é arcebispo da Arquidiocese de São Paulo.

Em outubro de 2024, um mês após completar 75 anos, ele seguiu as orientações do Código de Direito Canônico e anunciou a renúncia à arquidiocese paulista, mas concordou em permanecer no cargo por mais dois anos a pedido do papa Francisco.

Antes de assumir o cargo de arcebispo em abril de 2007, ele atuou como professor de filosofia e teologia em Toledo (PR) e diretor e professor do Centro Interdiocesano de Teologia de Cascavel, também no Paraná.

Em novembro de 2007, foi proclamado cardeal pelo papa Bento XVI. No conclave de 2013, ele foi um dos cotados para ser o próximo papa, mas seu nome perdeu força ao longo do processo.

Orani João Tempesta

O cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, durante celebração da via sacra de Jesus Cristo na Catedral Metropolitana do Rio, na Sexta-feira Santa • Onofre Veras/TheNews2/Estadão Conteúdo
O cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, durante celebração da via sacra de Jesus Cristo na Catedral Metropolitana do Rio, na Sexta-feira Santa • Onofre Veras/TheNews2/Estadão Conteúdo

O cardeal Orani João Tempesta nasceu em São José do Rio Pardo, em São Paulo, em 23 de junho de 1950.

Ele se tornou um monge cisterciense (da Ordem de Cister) após concluir o ensino médio e estudou Filosofia e Teologia em São Paulo.

Tempesta foi ordenado padre em 7 de dezembro de 1974. Ele chegou a ser arcebispo de Belém do Pará antes de, em 2009, ser nomeado pelo papa Bento XVI como arcebispo do Rio de Janeiro.

Nesse cargo, ele foi responsável por receber o papa Francisco durante sua visita ao Brasil, em julho de 2013, para a Jornada Mundial da Juventude.

Tempesta foi proclamado cardeal em 22 de fevereiro de 2014.

Leonardo Ulrich Steiner

Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus, fala na coletiva de imprensa de abertura da campanha de Natal Adveniat • Guido Kirchner/picture Alliance via Getty Images
Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus, fala na coletiva de imprensa de abertura da campanha de Natal Adveniat • Guido Kirchner/picture Alliance via Getty Images

Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus, fala na coletiva de imprensa de abertura da campanha de Natal Adveniat • Guido Kirchner/picture Alliance via Getty Images

Leonardo Ulrich Steiner nasceu em 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha, no estado de Santa Catarina.

Segundo o Vaticano, Steiner foi ordenado padre em 21 de janeiro de 1978. “Estudou Filosofia e Teologia com os franciscanos em Petrópolis. Obteve o título de bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena”, acrescenta a Sala de Imprensa da Santa Sé.

Arcebispo de Manaus desde 2019, ele foi proclamado cardeal pelo papa Francisco em agosto de 2022.

Sérgio da Rocha

O arcebispo de Brasília Sérgio Rocha (à direita) ao ser proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016, na Cidade do Vaticano. • Franco Origlia/Getty Images
O arcebispo de Brasília Sérgio Rocha (à direita) ao ser proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016, na Cidade do Vaticano. • Franco Origlia/Getty Images

O arcebispo de Brasília Sérgio Rocha (à direita) ao ser proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016, na Cidade do Vaticano. • Franco Origlia/Getty Images

Sérgio da Rocha nasceu em Dobrada, no interior de São Paulo, em 21 de outubro de 1959. Ele foi ordenado padre em 14 de dezembro de 1984.

Atual arcebispo em Salvador, na Bahia, ele foi proclamado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016.

No início de 2023, ele se tornou o primeiro brasileiro a ser indicado para integrar o Conselho de Cardeais – grupo criado em 2013 com a tarefa de auxiliar o papa no governo da Igreja Católica e estudar um projeto de revisão da Cúria Romana (instituições administrativas da Santa Sé).

Jaime Spengler

Papa Francisco e dom Jaime Spengler • via CNBB
Papa Francisco e dom Jaime Spengler • via CNBB

Jaime Spengler nasceu em 6 de setembro de 1960 em Gaspar, Santa Catarina.

Ele cursou Filosofia Instituto Filosófico São Boaventura, no Paraná, e Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Spengler é arcebispo metropolitano de Porto Alegre desde 18 de setembro de 2013.

Em abril de 2023, ele foi eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o mandato 2023-2027.

Spengler foi o último brasileiro a ser proclamado cardeal. Ele foi anunciado no início de outubro de 2024 e proclamado oficialmente, em Roma, no consistório de 7 de dezembro de 2024.

Paulo Cezar Costa

Cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo metropolitano da arquidiocese de Brasília. • Grzegorz Galazka/Archivio Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images
Cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo metropolitano da arquidiocese de Brasília. • Grzegorz Galazka/Archivio Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images

Paulo Cezar Costa nasceu em 20 de julho de 1967 em Valença, no Rio de Janeiro. Ele foi ordenado padre em dezembro de 1992.

Foi pároco, reitor do seminário e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).

O religioso é graduado em teologia pelo Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro (1991), mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (1998) e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (2001).

Desde outubro de 2020, é arcebispo metropolitano da arquidiocese de Brasília.

Ele foi proclamado cardeal pelo papa Francisco em 27 de agosto de 2022.

Vídeo: Vaticano divulga as primeiras imagens do papa Francisco no caixão

O Vaticano divulgou, na madrugada desta terça-feira (22/04), no horário de Brasília, as primeiras imagens do corpo do Papa Francisco sendo velado no caixão, na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em Roma. A cerimônia faz parte do rito de constatação da morte e da deposição do corpo, primeira etapa das exéquias papais.

O momento foi conduzido pelo Cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, na Capela da Domus Sanctae Marthae, onde o Pontífice residia.

O velório público terá início nesta quarta-feira (23), a partir das 9h da manhã, no horário de Roma (4h da manhã no Brasil), e seguirá até o próximo sábado (26/04), quando será celebrada a Missa das Exéquias às 10h (5h no horário de Brasília).

A celebração será presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, marcando o início do Novendali, os nove dias oficiais de luto da Igreja Católica. Após a missa, o Papa Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme desejado em seu testamento.

Dilma Rousseff é recebida por Papa Francisco no Vaticano

“Bem-vinda! Que prazer revê-la!” Assim o Papa acolheu a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como “banco dos Brics”, @dilmarousseff na manhã deste sábado (27).

A ex-mandatária do Brasil foi o primeiro chefe de Estado a ser recebido no Vaticano por Francisco após o início do seu ministério petrino e a anfitriã do Pontífice em 2013, quando esteve no Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude.

Visivelmente emocionada, Dilma presenteou o Papa com o livro “Theodoro Sampaio. Nos sertões e na cidade”, obra de Ademir Pereira dos Santos sobre o engenheiro civil, geógrafo, cartógrafo, historiador, etnógrafo, arquiteto e urbanista nascido em 1855, filho de uma escrava na zona rural de Santo Amaro da Purificação (BA).

Por sua vez, Francisco deu de presente a Dilma alguns de seus documentos, como a encíclica “Laudato si’” e a exortação apostólica “Laudate Deum”, e uma escultura em bronze com as escritas “amar” e “ajudar”. O Pontífice explicou o significado da obra, de que só é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo para ajudá-la a se levantar.

Nas redes sociais, Dilma revelou que conversou com Francisco “sobre os grandes desafios da humanidade: o combate à desigualdade e à fome, a transição energética e as ações necessárias para enfrentar as mudanças climáticas”.

“É sempre uma alegria estar com o Papa Francisco, amigo do Brasil e um homem profundamente comprometido com os destinos da humanidade”, declarou.

No final do encontro, o Pontífice diz: “Reze por mim, que eu rezo pela senhora”.

Em resposta a padre de São José da Barra, papa Francisco fala sobre mineiros

Em resposta a padre de São José da Barra, papa Francisco fala sobre mineiros - Foto: reprodução
Em resposta a padre de São José da Barra, papa Francisco fala sobre mineiros – Foto: reprodução

Na audiência concedida aos alunos do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, Pontifício Colégio Pio latino e Pontifício Colégio Mexicano, na Sala Clementina, após ser abordado pelo padre Robison Inácio, da Diocese de Guaxupé (MG), o papa Francisco afirmou que os mineiros são fortes e que são capazes de pagar para não entrar em uma guerra, mas também para não sair.

Padre Robison é natural de São José da Barra (MG), e participou da comemoração do 90° aniversário do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Durante a audiência, papa Francisco desistiu de ler o discurso, preparado previamente, e pediu que alguns que estavam presentes se levantassem e fizessem perguntas.

Em vídeo publicado no Instagram do sacerdote católico mineiro da Diocese de Guaxupé, padre Robison Inácio se apresenta e questiona: “Santo Padre, sou Robison da Diocese de Guaxupé, no estado de Minas Gerais, Brasil. Sou um apaixonado pelo ecumenismo. Gostaria de lhe perguntar: o que o senhor gostaria de deixar como herança do seu pontificado no que tange à relação com os outros cristãos, sobretudo com os ortodoxos?”

O papa, então, responde de forma bem-humorada: “Ele está pedindo o meu testamento. Ele é de Minas Gerais. Os mineiros são fortes. São capazes de pagar uma fortuna para não começar uma guerra, mas depois pagam uma fortuna para não sair.”

O vídeo com o diálogo entre padre Robison Inácio e Papa Francisco na comemoração dos 90 anos do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma, foi gravado pelo padre Fernando Augusto e pode ser acessado no perfil do Instagram de Robison (pregoeiro.robison).

Via: Clic Folha

Papa Francisco é presenteado com livro da escritora mineira Adélia Prado

Papa Francisco recebe livro — Foto: Reprodução/Instagram
Papa Francisco recebe livro — Foto: Reprodução/Instagram

O Papa Francisco foi presenteado com um livro da escritora mineira Adélia Prado.

A obra “Poesia reunida” foi entregue ao pontífice pela secretária nacional de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, que esteve no Vaticano, na última quarta-feira (10). Ela postou fotos nas redes sociais mostrando a entrega do presente.

O livro entregue ao Papo Francisco reúne todos os poemas de Bagagem, O coração disparado, Terra de Santa Cruz, O pelicano, A faca no peito, Oráculos de maio, A duração do dia e Miserere.

Esta edição conta ainda com textos de Carlos Drummond de Andrade e Affonso Romano de Sant’Anna, além de posfácio de Augusto Massi.

É um dos livros mais lidos da escritora mineira, segundo o Grupo Editorial Record, do qual ela faz parte desde 2001.

Lançamento

Adélia Prado, que completou 88 anos no dia 13 de dezembro, vai lançar no segundo semestre de 2024 um novo livro, com o título provisório “Jardim das Oliveiras”. O título é uma referência ao lugar onde Jesus Cristo orou na véspera da crucificação.

A mineira de Divinópolis afirma que a obra dialoga com a dor e a angústia que viveu nos 10 anos em que passou sem escrever. A última publicação foi “Miserere”, lançada em 2013.

“Estou neste momento em um processo que me deixa muito feliz, que é a escrita de um novo livro. Depois de Miserere, entrei em um deserto criativo. Qualquer escritor poderá concordar comigo sobre a dor inerente a essa situação”, desabafou.

Adélia Prado completou 88 anos — Foto: Grupo Editorial Record/Divulgação
Adélia Prado completou 88 anos — Foto: Grupo Editorial Record/Divulgação

A inspiração para “Jardim das Oliveiras” veio de poemas encontrados em gavetas, escritos ainda na juventude.

“Fui resgatada pela própria poesia; encontrei, em gavetas, poemas escritos na tenra juventude e, para minha surpresa, eles estavam em sintonia com minha experiência atual e desencadearam a ideia desse livro”.

Conforme o Grupo Editorial Record, que representa Adélia, a expectativa é que ocorram vários eventos para o lançamento do novo livro em 2024, cuja programação será divulgada em tempo oportuno.

Em decisão histórica, Papa autoriza bênção para casais do mesmo sexo

Em decisão histórica, Papa autoriza bênção para casais do mesmo sexo – Foto: reprodução

O Vaticano anunciou na última segunda-feira (18) que os padres da Igreja Católica podem abençoar relacionamentos de casais do mesmo sexo. Esse é mais um movimento do papa Francisco de aproximar a Igreja Católica do público LGBTQIA+.

O documento, chamado de “Fiducia supplicans”, não altera “a doutrina tradicional da Igreja sobre o casamento”.

O cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do gabinete do Vaticano, explicou o documento em uma introdução.

Segundo ele, a nova norma “implica um verdadeiro desenvolvimento do que foi dito até agora sobre as bênçãos, chegando a compreender a possibilidade de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo sem validar oficialmente o seu estatuto ou alterar de alguma forma o ensinamento perene da Igreja sobre o casamento”.

O cardeal Fernández escreveu que a nova regra considera o “sentido pastoral das bênçãos”, permitindo “uma ampliação e enriquecimento da compreensão clássica” através de uma reflexão teológica “baseada na visão pastoral do Papa Francisco”.

Por outro lado, o documento esclarece que a bênção “nunca deverá ser concedida em simultâneo com as cerimônias de uma união civil, e nem mesmo em conexão com elas. Nem pode ser realizado com roupas, gestos ou palavras próprias de um casamento”.

Em outubro, Francisco sugeriu que estaria aberto a que a Igreja Católica abençoasse casais do mesmo sexo. Respondendo a um grupo de cardeais que lhe pediram clareza sobre o assunto, ele disse que qualquer pedido de bênção deveria ser tratado com “caridade pastoral”.

“Não podemos ser juízes que apenas negam, rejeitam e excluem”, disse o papa.

Ele acrescentou, no entanto, que a Igreja ainda considerava as relações entre pessoas do mesmo sexo “objetivamente pecaminosas” e não reconheceria o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Bênção da Igreja Católica

Na Igreja Católica, uma bênção é uma oração ou apelo, geralmente feito por um ministro, pedindo que Deus olhe favoravelmente para a pessoa ou pessoas que estão sendo abençoadas.

Os bispos de vários países, incluindo a Bélgica e a Alemanha, começaram a permitir que os padres abençoassem casais do mesmo sexo, mas a posição das autoridades da Igreja permaneceu obscura.

Em 2021, na sequência de um pedido semelhante de esclarecimento, o gabinete doutrinário do Vaticano decidiu contra a permissão da prática.

Respondendo a um recente pedido, o Papa disse que a Igreja entende o casamento como uma “união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher” e deve evitar “qualquer tipo de rito ou sacramental que possa contradizer esta convicção”.

Mas acrescentou que “quando se pede uma bênção, expressa-se um pedido de ajuda a Deus, uma súplica para viver melhor”.

“A prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam um conceito equivocado de casamento”, disse ele.

‘Igreja mais progressista’

Segundo analistas, essas ações do papa Francisco tentam tornar a Igreja Católica mais progressista.

O anúncio também ocorre dias após o Vaticano afirmar que pessoas transexuais podem ser batizadas na Igreja Católica, desde que isso não cause escândalo ou “confusão”.

A Igreja Católica também disse que pessoas trans poderiam ser padrinhos e madrinhas em batismos e testemunhas em casamentos.

As alterações climáticas também têm sido um pilar fundamental do papado de Francisco.

Ele lançou um documento histórico sobre o meio ambiente em 2015 e vem dizendo que o mundo pode estar “próximo do ponto de ruptura” devido às alterações climáticas.

O papa também condenou veementemente os negacionistas do clima e estará na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP28) no final deste mês – será a primeira vez que um papa participa no evento desde que ele começou a ocorrer, em 1995.

Por outro lado, esses movimentos são acompanhados por uma resistência contra as mudanças em alguns setores da própria Igreja.

Em novembro, o papa Francisco demitiu o bispo texano Joseph Strickland, que havia questionado a liderança do pontífice e reformas que o Vaticano tem promovido em áreas como casamento de pessoas do mesmo sexo, aborto e direitos de pessoas trans.

O bispo Strickland pertence a um ramo do catolicismo dos Estados Unidos que se opõe às reformas do papa.

Strickland fez uma série de ataques às tentativas do papa de mudar a posição da Igreja Católica em temas ligados à sexualidade.

Em julho, afirmou que muitas “verdades básicas” do ensino católico estavam sendo desafiadas, incluindo o que chamou de tentativas de “minar” o casamento “tal como instituído por Deus”.

Também criticou aqueles que “rejeitam sua inegável identidade biológica dada por Deus”, referindo-se a pessoas trans.

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