Bebê morre 1 ano depois de ser resgatado durante enchentes no RS – Foto: redes sociais
Um bebê de um ano e sete meses, resgatado de helicóptero durantes as enchentes do Rio Grande do Sul, no Vale do Taquari, em maio de 2024, morreu na última terça-feira (6).
Anthony Miguel estava internada no Hospital Bruno Born, em Lajeado. A informação foi publicada nas redes sociais da mãe da criança. A causa da morte não foi divulgada.
O resgate do bebê foi um dos símbolos da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, foi registrado em vídeo e amplamente divulgado na época. As imagens mostram o momento em que um militar retira a criança em um helicóptero, enrolada em um cobertor. As enchentes deixaram milhares de desabrigados no Vale do Taquari e em todo o estado.
No dia 3 de maio de 2024, durante a maior enchente da história do Rio Grande do Sul, o pequeno Anthony foi resgatado por militares do Exército Brasileiro, utilizando um helicóptero, do telhado de uma casa em Cruzeiro do Sul (RS).
Além dele, outras quatro pessoas que residiam na mesma casa também foram resgatadas e levadas para um lugar seguro. O vídeo do salvamento se espalhou rapidamente por todo o país.
A morte da criança gerou comoção nas redes sociais. Diversas pessoas lamentaram o ocorrido e prestaram solidariedade à família. A mãe do bebê, em uma postagem no Instagram, resumiu o momento como o “pior dia de sua vida”.
Em nota divulgada à imprensa, o Comando Militar do Sul lamentou o falecimento do bebê. “Neste momento de consternação e tristeza, o CMS se solidariza com familiares e amigos da família pela inestimável perda”.
Bebê morre 1 ano depois de ser resgatado durante enchentes no RS – Foto: redes sociais
Um homem foi linchado e morreu na manhã da última quarta-feira (26), em um bairro em Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, por suspeita de ter abusado de uma menina de 9 anos na loja de conveniência que pertencia a ele, segundo a polícia.
A criança foi atraída para o estabelecimento comercial com a promessa de ganhar um picolé e teria sido sequestrada e sofrido abuso, segundo a Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil.
Ela foi encontrada presa em um alçapão no local. Em seguida, passou por atendimento médico e vai ter acompanhamento psicológico.
O homem tinha 61 anos e não teve a identidade divulgada. Segundo a BM, ele tinha antecedentes por feminicídio e outros crimes. O estabelecimento foi depredado e um carro, estacionado na frente do local, destruído.
O que aconteceu
Homem é linchado e morto por populares após sequestrar e abusar de criança – Foto: redes sociais
O pai da menina relatou que ela havia saído de casa no final da tarde de terça-feira (25), por volta das 16h, para brincar na praça em frente à residência devido ao calor intenso. Familiares estranharam a demora para seu retorno e iniciaram uma busca nas proximidades.
Com a ajuda de vizinhos, cartazes foram espalhados e um carro de som percorreu as ruas anunciando o desaparecimento.
A Brigada Militar e a Polícia Civil foram acionadas e, por meio de imagens de câmeras de segurança, identificaram a menina entrando em uma loja. Ao chegarem ao local, os agentes ouviram gritos de socorro vindos do interior do estabelecimento. Uma busca imediata foi realizada e a criança foi encontrada presa em um compartimento escondido.
O dono da conveniência recebeu voz de prisão no momento do resgate, segundo a Polícia Civil. No entanto, um segundo indivíduo que estava dentro do estabelecimento alertou moradores sobre a detenção, o que teria desencadeado a revolta.
A Brigada Militar interveio com balas de borracha, gás de efeito moral e spray de pimenta para dispersar a multidão. O suspeito chegou a ser socorrido, mas morreu após linchamento.
Homem é linchado e morto por populares após sequestrar e abusar de criança – Foto: redes sociais
MPRS faz operação contra suspeitos de desviar doações no RS – Foto: Divulgação/MPRS
Vereador da cidade gaúcha de Palmares do Sul, Filipe Lang (PT) foi preso em flagrante no sábado, durante uma operação da Polícia Civil do estado e do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) que apura desvio de doações para a população afetada pelas enchentes. O vereador também é pré-candidato à prefeitura da cidade, nas eleições municipais deste ano.
De acordo com a investigação do Ministério Público gaúcho, Filipe Lang não teria repassado oficialmente donativos à prefeitura. Durante a ação de sábado também encontrou um revólver em situação irregular, celulares e uma quantia de R$ 15 em dinheiro na casa do político.
A operação contra desvio de doações destinadas à população gaúcha, também teve como alvo o vereador Polon Backes de Oiveira (União). Ele sofreu ação de busca e apreensão. O político é pré-candidato a vice-prefeito na chapa de Filipe Lang.
Vereador Felipe Lang (PT) (foto: Reprodução Facebook Felipe Lang)
No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão na área central de Palmares do Sul e também no Balneário de Quintão, que pertence ao município. “Tudo indica que foi uma doação para um pré-candidato no próximo pleito. E já temos provas de que parte destes donativos foi encaminhada para famílias não flageladas, conforme planilhas apreendidas”, disse o promotor Mauro Rockenbach.
Os alvos da operação contra desvio de donativos ao RS, de acordo com o Ministério Público, vão responder por crimes como apropriação indébita, peculato e associação criminosa.
Operações
Operações contra possíveis desvio de recurso no Rio Grande do Sul também foram realizadas na sexta-feira (7/6) no município de Cachoeirinha (RS). Nominada como Cesta Básica, essa ação apura indícios de superfaturamentos de cestas básicas destinadas às vítimas das enchentes.
À ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra agentes públicos e particulares envolvidos em contratações emergenciais suspeitas, nas residências e empresas dos suspeitos. Desde o final de maio, o Ministério Público já investiga desvios de donativos direcionados para vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.
Entre os itens estão absorventes, fraldas, brinquedos, vassouras e produtos hospitalares; policiais penais já reforçam quadro das unidades prisionais locais há 20 dias
Governo de Minas envia uma tonelada de materiais produzidos por presos para o Rio Grande do Sul – Foto: Victor Laia
Trinta e dois mil absorventes e 266 pacotes de fraldas infantis, totalmente fabricados dentro do sistema prisional de Minas Gerais, fazem parte de um carregamento com uma tonelada de itens produzidos por custodiados que serão destinados ao Rio Grande do Sul.
Produtos de higiene, como absorventes íntimos e fraldas, são muito requisitados em situações de catástrofes, mas pouco doados. Pensando nisso, o Governo de Minas, por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) fez uma força-tarefa na produção da linha “Liberdade em Ciclos” para encher uma carreta nesta quarta-feira (29/5) com esses e outros produtos.
O Projeto Liberdade em Ciclos é referência no país na produção de absorventes íntimos e fraldas. Os itens produzidos com total certificação de qualidade são para consumo das próprias custodiadas de Minas e o excedente é doado para instituições que atendem mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade social e escolas públicas.
Lorenna Alves está no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, e trabalha diariamente na fábrica produzindo os absorventes que serão doados. “Para mim, é uma satisfação saber que o que estamos produzindo aqui dentro irá ajudar tantas mulheres lá fora. É bom saber que vamos ajudar pessoas que estão em uma situação tão difícil no Rio Grande do Sul”, comenta.
Mais doações
Governo de Minas envia uma tonelada de materiais produzidos por presos para o Rio Grande do Sul – Foto: Victor Laia
Além das fraldas e absorventes, estão entre as doações 2.680 brinquedos educativos produzidos no Projeto Fábrica da Alegria, com foco na ressocialização e profissionalização de custodiados. Em 2023, 15 mil brinquedos foram fabricados por presos e distribuídos para milhares de crianças carentes de Minas.
Duzentas vassouras vindas do Presídio de Itajubá, feitas com garrafas PET, altamente resistentes e próprias para limpezas mais pesadas – como ruas e calçadas – também estão entre os itens que foram enviados nesta manhã ao Serviço Social Autônomo (Servas). A equipe da unidade se esforçou para conseguir doações de cabos de madeira e garrafas PET e os presos produziram em tempo recorde as 200 vassouras.
Governo de Minas envia uma tonelada de materiais produzidos por presos para o Rio Grande do Sul – Foto: Victor Laia
Ainda, 111 caminhas para cães e 200 colchas, todas produzidas por custodiados, estão entre as doações. Cem mil máscaras hospitalares e 1.365 aventais reforçarão as doações para as unidades de saúde daquele estado. Tudo 100% produzido em presídios e penitenciárias do Estado.
Atuação policial
Trinta policiais penais do Comando de Operações Especiais (Cope) estão há quase 20 dias no Rio Grande do Sul. Eles saíram de Belo Horizonte para reforçar a segurança nas unidades prisionais gaúchas e minimizar qualquer vulnerabilidade. Lá eles realizam transferência de detentos, escoltas hospitalares e atuam nas muralhas e portaria da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas.
“Fica o agradecimento aos colegas do Cope de Minas Gerais de aqui estão nos apoiando e auxiliando neste momento tão crítico desta crise climática que assolou o estado inteiro. Excelente trabalho realizado em nosso sistema prisional”, destaca o diretor da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS), Roque Alexandre.
Governo de Minas envia uma tonelada de materiais produzidos por presos para o Rio Grande do Sul – Foto: Victor Laia
Governo de Minas envia uma tonelada de materiais produzidos por presos para o Rio Grande do Sul – Foto: Victor Laia
Medo, movimentos repetidos e traumas: Veterinária explica reações dos cães durante resgates nas enchentes no Rio Grande do Sul – Foto: reprodução
As recentes enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram à tona comportamentos únicos e preocupantes de cães durante os resgates, atraindo a atenção da mídia e do público. Marcela Barbieri (@marcela.barbieri no Instagram), veterinária especialista em comportamento canino, analisa como esses eventos traumáticos afetam os animais e como podemos ajudá-los.
Vídeos e relatos nas redes sociais mostram cães reagindo de diferentes formas durante os resgates. Alguns correm em direção aos socorristas, enquanto outros, dominados pelo medo, tentam fugir. Além disso, há registros de comportamentos pós-traumáticos, como movimentos repetitivos de natação mesmo fora d’água e uma busca incessante por locais altos, indicando medo de novas inundações.
Comportamentos observados
Confiança vs. medo: Muitos cães correm em direção aos socorristas, possivelmente devido a experiências positivas anteriores com humanos. Em contrapartida, cães mais traumatizados reagem fugindo.
Movimentos repetitivos: Alguns cães, após serem retirados da água, continuam fazendo movimentos de natação com as patas. “É uma resposta automática do corpo devido ao trauma e ao estresse,” explica a veterinária.
Busca por locais elevados: A insistência em subir em telhados ou pontos altos indica um medo profundo de novas inundações. “Esses comportamentos são memórias traumáticas associadas ao que acabaram de passar,” comenta Marcela.
Como ajudar cães traumatizados
Medo, movimentos repetidos e traumas: Veterinária explica reações dos cães durante resgates nas enchentes no Rio Grande do Sul – Foto: divulgação
Segundo Marcela Barbieri, há algumas recomendações para ajudar cães que passaram por situações traumáticas:
Se o cão já reencontrou a família, é importante restabelecer a rotina aos poucos, controlar um pouco o gasto de energia de forma até que o cachorro se recupere e possa retomar atividades mais intensas. A rotina restabelecida ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade do cão;
É o momento de caprichar no enriquecimento ambiental para estimular o sistema cognitivo do cão, essa é uma ferramenta de grande valor e impacto na promoção da saúde física, mental e emocional dos animais.
Garantir um ambiente seguro e confortável: é importante proporcionar um espaço tranquilo, longe de estímulos estressantes.
Paciência: usar técnicas de reforço positivo e evitar punições.
Consultas veterinárias e comportamentais: se possível, procurar a ajuda de um veterinário especializado em comportamento animal.
Quem é a veterinária Marcela Barbieri?
Medo, movimentos repetidos e traumas: Veterinária explica reações dos cães durante resgates nas enchentes no Rio Grande do Sul – Foto: divulgação
Marcela Barbieri é veterinária comportamental, zootecnista e adestradora há mais de 8 anos. Dedicada ao bem-estar e ao comportamento canino, ela transformou a vida de centenas de tutores e dos animais deles. Além de atendimentos presenciais e online, ela também compartilha conteúdo sobre comportamento canino nas redes sociais.
PRF encontra pelo menos três toneladas de maconha em fundo falso de caminhão com doações para o RS – Foto: divulgação/Polícia Rodoviária Federal
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontrou toneladas de maconha escondidas no fundo falso de uma carreta que seguia com doações para os desabrigados das enchentes do Rio Grande do Sul. A apreensão foi feita na manhã desta terça-feira (21), na BR-101, na altura de Palhoça (SC). A estimativa é de que o caminhão carregava de três a cinco mil quilos da droga.
O caminhão carregava água, alimentos, roupas e ração animal. O veículo saiu de Toledo, no Paraná, com destino a Porto Alegre. Abaixo das doações, os policiais descobriram um fundo falso que ocupava metade da capacidade do semirreboque. A PRF encontrou no espaço diversos tabletes de maconha.
O motorista, um paranaense de de 28 anos, disse que recebeu pagamento extra, além do frete normal, para levar a carreta até Porto Alegre, mas alegou não saber que a carga adicional se tratava de maconha. Ele será levado à Polícia Federal em Florianópolis, onde vai responder por tráfico de drogas.
Os donativos foram transbordados para outros veículos para seguirem para o Rio Grande do Sul. A maconha foi retirada do fundo falso e levada à Polícia Federal.
PRF encontra pelo menos três toneladas de maconha em fundo falso de caminhão com doações para o RS – Foto: divulgação/Polícia Rodoviária FederalPRF encontra pelo menos três toneladas de maconha em fundo falso de caminhão com doações para o RS – Foto: divulgação/Polícia Rodoviária FederalPRF encontra pelo menos três toneladas de maconha em fundo falso de caminhão com doações para o RS – Foto: divulgação/Polícia Rodoviária FederalPRF encontra pelo menos três toneladas de maconha em fundo falso de caminhão com doações para o RS – Foto: divulgação/Polícia Rodoviária Federal
Polícia encontrou 53kg de cocaína e crack em carreta com doações para o RS
No sábado, a PRF encontrou cerca de 52kg de cocaína e 1kg de crack em uma carreta que seguia com doações para o Rio Grande do Sul. A droga estava no Oeste Catarinense.
A operação foi feita em conjunto com a Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina. Após troca de informações, as duas forças de segurança interceptaram o veículo na rodovia estadual SC-480, no município de São Domingos. A droga estava no interior do estepe. Os policiais usaram ferramentas para abrir o pneu, onde encontraram dezenas de tabletes de cocaína e crack.
A carreta, com placas de Cascavel (PR), transportava aproximadamente 20 toneladas de donativos, arrecadados de forma correta pela Defesa Civil, no Paraná. O veículo trafegava com credencial de ajuda humanitária expedida pela Defesa Civil do município, e um adesivo com os dizeres “SOS Rio Grande do Sul”.
O motorista, de 39 anos, confessou que entregaria o estepe em um posto de combustível, pouco antes de descarregar as doações no Rio Grande do Sul. Ele foi encaminhado à Polícia Federal em Chapecó (SC), para responder por tráfico de drogas.
A carreta foi apreendida e está sob custódia da PRF em Xanxerê, onde aguarda a chegada de outro veículo para transbordo da carga. Em seguida, os donativos seguiram para as vítimas da pior tragédia climática do Rio Grande do Sul.
Heróis anônimos fazem a solidariedade atravessar barreiras e salvar vidas em um Rio Grande do Sul devastado pela água
Voluntários de São José da Barra e Capitólio se desdobram em meio a enchentes no Rio Grande do Sul – Foto: Arquivo Pessoal
As impressionantes enchentes que estão destruindo cidades gaúchas, desabrigando milhares de famílias e tornando quase impossível a circulação pelo estado vem sendo cotidianamente enfrentadas por heróis anônimos que deixaram suas vidas “normais” de lado para ajudar o próximo.
Com diversos pontos de isolamento, os voluntários têm operado por água, terra e ar um ecossistema de solidariedade. Por conta própria ou junto aos órgãos públicos, eles fazem a ajuda chegar onde não há mais estradas e nem o sinal de telefone existe. Inspirados na força das águas, que dribla qualquer obstáculo, centenas de pessoas de dentro e fora do estado batalham, incansáveis, há quase duas semanas, para chegar a quem precisa de ajuda para continuar vivendo.
Voluntários de São José da Barra e Capitólio se desdobram em meio a enchentes no Rio Grande do Sul – Foto: Arquivo Pessoal
O frio chegou forte nos últimos dias e começou a castigar o ânimo de quem está cara a cara com os efeitos da enchente: primeiros sintomas das doenças, resfriados, cansaço, gastos excessivos. Após muitos dias no front, abrigos e organizações começam a registrar baixas na participação dos voluntários. Alguns têm de voltar ao trabalho, outros ficaram exauridos. Mas há quem persista apostando na ação humanitária como forma de ressignificar sua própria existência neste momento de incerteza.
O voluntariado da emergência climática abre espaço para todo e qualquer tipo de competência: criar aplicativo de conexões, apoio psicológico, força física, tratamento de pets, limpeza, distração de crianças, estética, contação de histórias, construção de casas. Há quem prontamente crie soluções inovadoras para problemas reais, como uma rede de lavanderia solidárias para lavar as roupas dos desabrigados.
É hora de reforçar a imunidade. Esculpir a saúde emocional de dentro para fora. Os moradores do bairro Shangrylá em São José da Barra (MG), Gilson Vilela e Fábio Pereira, deixaram todos os compromissos e juntamente com um amigo de Capitólio (MG), viraram heróis para salvar pessoas que nunca viram antes. Com quase 12 horas de trabalho por dia, investimentos do próprio bolso, redes mobilizadas, superação do estresse emocional, noites sem dormir, eles são razões para acreditar que, aos poucos, o povo gaúcho vai reencontrar o caminho de volta para casa.
Segundo Gilson, cada dia eles ficam em abrigos de cidades diferentes, enfrentando dificuldades, mas com o propósito de salvarem vidas.
“Um caminhão de donativos da região veio junto a nós e todas as doações já foram distribuídas para as famílias”, informou Gilson.
Voluntários de São José da Barra e Capitólio se desdobram em meio a enchentes no Rio Grande do Sul – Foto: Arquivo Pessoal
Sem data para retornar à São José da Barra e Capitólio, os voluntários continuam trabalhando por meio de terra e água.
Carreta de doações para o Rio Grande do Sul é apreendida com 52kg de cocaína e crack no Oeste de SC – Foto: Divulgação/PRF
Na manhã deste sábado (18) uma ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina (PMRv) no oeste catarinense apreendeu cerca de 52 quilos de cocaína e um quilo de crack em uma carreta que seguia com donativos para o Rio Grande do Sul.
Segundo a investigação, as forças de segurança interceptaram o veículo na rodovia estadual SC-480, município de São Domingos, no oeste catarinense. A droga estava no interior do estepe da roda. Os policiais usaram ferramentas para abrir o pneu, onde encontraram dezenas de tabletes de cocaína e crack.
A carreta, com placas de Cascavel, do Paraná, transportava aproximadamente 20 toneladas de donativos, arrecadados de forma correta pela Defesa Civil, no Paraná. O veículo trafegava com credencial de ajuda humanitária expedida pela Defesa Civil do município, e um adesivo com os dizeres “SOS Rio Grande do Sul”. Não há informações se a carreta havia vínculo empregatício com o município de Cascavel.
O motorista, de 39 anos, confessou que entregaria o estepe em um posto de combustível, pouco antes de descarregar as doações no Rio Grande do Sul. Ele foi encaminhado à Polícia Federal em Chapecó, para responder por tráfico de drogas.
A carreta foi apreendida e está sob custódia da PRF em Xanxerê, onde aguarda a chegada de outro veículo para transbordo da carga. Em seguida, os donativos seguirão diretamente para as vítimas da pior tragédia climática do Rio Grande do Sul.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi criticado nas redes sociais após citar uma preocupação com o “impacto” que as doações em excesso podem causar no comércio local. Após a repercussão do caso, Leite pediu desculpas.
O que aconteceu
Eduardo Leite agradeceu pelas doações, mas manifestou temor por comércios locais. “Quando você tem um volume tão grande de doações físicas chegando ao estado, há um receio, que nós observamos em outras situações, sobre o impacto que isso terá no comércio local”, disse o governador, em entrevista à BandNews FM.
”O que pode ter, na verdade, é uma cidade que foi impactada, o comércio local impactado também, e o reerguimento desse comércio fica dificultado à medida que você tem uma série de itens que estão vindo de outros lugares do país”, diz Eduardo Leite, em entrevista à BandNews FM.
Horas depois, Leite disse que a declaração foi um “mal-entendido”. “Em nenhum momento eu tive a menor intenção de inibir ou desprezar as inúmeras doações que o Brasil e o mundo estão fazendo para ajudar o nosso Rio Grande do Sul nessa reconstrução”, explicou, nas redes sociais.
Governador afirmou que preocupação com o comércio local ficará para “outro momento”. “Ao falar dessa situação, eu acabei misturando com a questão das doações. O impacto nos comércios locais vai ser para outro momento, e não durante essa onda de solidariedade que está nos abraçando”, explicou. Antes, na entrevista, ele havia dito que pediu a criação de uma ferramenta para doações diretas a pequenos comerciantes.
”Compreendam. As últimas semanas têm sido brutais para todos nós. E ninguém está livre de errar. O meu mais sincero pedido de desculpas pela confusão que possa ter causado no entendimento de algumas pessoas”, diz Eduardo Leite, em vídeo no Instagram
Dos 497 municípios gaúchos, 446 sofreram alguma consequência dos temporais. As cidades atingidas no estado representam quase 90% do total.
Críticas nas redes sociais
A declaração do governador gaúcho repercutiu mal nas redes sociais. Alguns usuários disseram que a fala foi uma “falta de noção” e de “mau gosto”.
Procon combate abusos de preços em Minas após tragédia no RS – Foto: reprodução
A catástrofe climática que o Rio Grande do Sul enfrenta deve impactar o preço de vários produtos em todo o Brasil. Em Minas Gerais, o Procon (Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor) busca combater o abuso dos valores cobrados diante do estado de calamidade.
O Procon-MG publicou um aviso na última segunda-feira (13) para orientar promotores de Justiça e procons municipais a agir em caso de aumento injustificado de preços depois da tragédia no Rio Grande do Sul, devido ao alto volume de chuvas.
O aviso reforça que o aumento sem justificativa dos preços dos bens de consumo essenciais, aproveitando-se das enchentes, em qualquer localidade representa prática abusiva e é condenado pelo Código de Defesa do Consumidor.
O órgão afirma que o fornecedor que infringir a lei pode sofrer sanções administrativas como multa; apreensão do produto; inutilização do produto; suspensão de fornecimento de produtos ou serviços; suspensão temporária de atividade; revogação de concessão ou permissão de uso; cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade e intervenção administrativa.
Além de multa, o fornecedor pode ser punido com pena de detenção, de seis meses a dois anos. Provocar a alta de preços de mercadorias por meio de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício também é crime contra a economia popular. Neste caso, a pena de detenção varia de dois a dez anos.
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