Ministério da Saúde vai pedir inclusão de vacina contra chikungunya no SUS – Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
Após a aprovação da vacina contra a chikungunya pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta segunda-feira (14), o Ministério da Saúde solicitará que o imunizante seja incorporado ao SUS (Sistema Único de Saúde).
O pedido será encaminhado à Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), responsável por avaliar a adoção de novas tecnologias na rede pública de saúde.
Caso a incorporação seja aprovada e haja capacidade de produção, a vacina será incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI), com aplicação prevista para a população adulta a partir dos 18 anos.
O imunizante foi desenvolvido pelo laboratório franco-austríaco Valneva, em parceria com o Instituto Butantan. Esta é a primeira vacina contra a doença autorizada no país -o pedido de aprovação havia sido submetido à Anvisa em dezembro de 2023.
A vacina demonstrou segurança e eficácia imunológica em dois estudos clínicos de fase 3 realizados no Brasil e nos Estados Unidos. A etapa brasileira foi coordenada pelo Instituto Butantan e apresentou produção de anticorpos neutralizantes em 98,8% dos participantes.
O instituto tem um segundo pedido sendo analisado pela Anvisa, para a aprovação de uma versão do imunizante que será formulado, liofilizado e rotulado no Brasil. Com custos menores, ele poderá ser incorporado ao SUS (Sistema Único de Saúde).
A chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika. A doença provoca febre alta e dores intensas nas articulações, podendo evoluir para quadros crônicos de dor em alguns casos.
O vírus foi introduzido no Brasil em 2014 e, atualmente, há registro de casos em todos os estados do país. Até 14 de abril deste ano, o Brasil contabilizou 68,1 mil casos e 56 mortes confirmadas pela doença.
Minas Gerais inicia distribuição de 640 mil doses da vacina contra a Influenza – Foto: divulgação
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou, nessa segunda-feira (24/3), a distribuição de 640 mil doses da vacina contra a Influenza para as Unidades Regionais de Saúde. O imunizante foi enviado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde e faz parte da campanha anual de vacinação, que começa em 7/4. A expectativa é que o envio às regionais de saúde seja concluído até esta sexta-feira (28/3).
“Com a chegada das doses, mobilizamos todos os esforços para distribuir os imunizantes às regionais de todo o estado. Essa agilidade é essencial para que os municípios organizem suas estratégias e estejam prontos para iniciar a campanha já na segunda semana de abril”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
“A Influenza é uma doença que pode levar a complicações graves, e garantir acesso rápido à vacina, logo no início do período sazonal, é um passo decisivo para proteger nossos grupos prioritários, reduzindo impactos no sistema de saúde e salvando vidas”, complementa o secretário.
A vacina de 2025 protegerá contra as cepas H1N1, H3N2 e B e poderá ser administrada junto a outras vacinas do Calendário Nacional de Imunização. Uma novidade deste ano é que esta vacina passa a fazer parte do PNI de forma permanente. Isso significa que o público prioritário terá acesso à imunização ao longo de todo o ano nas unidades de saúde do SUS.
O Dia D de mobilização nacional está previsto para 10/5. A meta é atingir 90% de cobertura vacinal, protegendo cerca de 9,4 milhões de pessoas em Minas Gerais. A primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde vai cobrir 6,9% dessa população, outras remessas estão previstas ao longo da campanha.
Os grupos prioritários incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, idosos a partir de 60 anos, povos indígenas, quilombolas, pessoas com doenças crônicas, trabalhadores da saúde, professores e outros profissionais essenciais.
A coordenação e execução da campanha são de responsabilidade das prefeituras municipais, que organizam as estratégias de vacinação para atender os grupos elegíveis.
”A imunização é um ato de cuidado individual e coletivo. Ao nos vacinarmos, evitamos complicações, óbitos e aliviamos a pressão sobre hospitais e unidades de saúde. Então, reforçamos desde já a importância da adesão à vacinação e convocamos a população a procurar uma unidade básica de saúde para se vacinar”, alerta o secretário de Estado de Saúde.
Rússia anuncia vacina gratuita contra o câncer prevista para 2025 – Foto: reprodução
Uma vacina contra o câncer, desenvolvida na Rússia, foi anunciada nesta semana pelo Ministério da Saúde do país. O imunizante já estaria em fase final e poderá ser disponibilizado para pacientes em 2025, de forma gratuita.
A notícia foi anunciada pela Rádio Rossiya, durante entrevista com Andrey Kaprin, diretor geral do Centro de Pesquisa Médica em Radiologia do Ministério da Saúde da Rússia.
A vacina é o resultado do trabalho de vários centros de pesquisa. Estudos apontaram que o imunizante tem a capacidade de reduzir o crescimentos dos tumores e prevenir metástases.
Como funciona?
O imunizante seria responsável por introduzir um pedaço de RNA mensageiro no corpo, levando as células a produzir uma proteína específica. Na prática, o sistema imunológico vai reconhecer essa proteína como estranha e gerar anticorpos para combatê-la.
No caso do câncer, esse processo é adaptado para ajudar o sistema imunológico a identificar e atacar células cancerígenas.
Anvisa analisa nova vacina contra a dengue, a primeira em dose única – Foto: Flickr/Governo de SP
O Instituto Butantan submeteu, na última segunda-feira (16), à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro para a Butantan-DV, vacina que desenvolveu contra a dengue. Caso seja aprovado, o imunizante será o primeiro do mundo em dose única contra a doença e se somará à Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e à disposição do público no Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo de submissão contínua permitiu que os dados do Butantan fossem enviados à Anvisa conforme eram gerados, agilizando as etapas de avaliação e acelerando a aprovação. O pedido de registro foi feito 48h depois que o Ministério da Saúde lançou, no sábado, o Dia D contra a Dengue — campanha de esclarecimento da população, que visa impedir o avanço da doença a partir da chegada do verão, no dia 21. Somente neste ano, há o registro de aproximadamente 6,5 milhões de casos prováveis. As mortes estão em torno de 5,9 mil.
A Butantan-DV é uma vacina tetravalente desenvolvida para combater os quatro sorotipos do vírus da dengue. Os ensaios clínicos da vacina foram concluídos em junho, após o último participante completar cinco anos de acompanhamento.
Os dados de segurança e eficácia da Butantan-DV foram publicados no New England Journal of Medicine e têm uma eficácia geral de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos de dengue. Resultados da fase 3, divulgados na revista The Lancet Infectious Diseases, apontaram uma proteção de 89% contra formas graves da doença e casos com sinais de alarme, além de eficácia e segurança comprovadas por até cinco anos.
“É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional. Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue. Mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos. Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, mas estamos confiantes nos resultados que virão”, afirmou Esper Kallás, diretor do Butantan.
100 milhões de doses
Se aprovada, o instituto estima entregar cerca de 100 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde ao longo dos próximos três anos. Em 2025, está prevista a entrega de um milhão de doses, com o restante distribuído em 2026 e 2027.
A definição dos critérios para vacinação da população caberá ao Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A fábrica da vacina Butantan-DV foi inspecionada pela Anvisa e considerada adequada. A agência também emitiu o certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para a planta de fabricação.
Segundo o infectologista Leandro Machado, a nova vacina pode mudar radicalmente o enfrentamento da dengue no Brasil: “Com apenas uma dose, ela não só facilita o acesso para milhões de pessoas, mas, também, oferece proteção prolongada e eficaz contra a doença. Isso significa menos casos graves, menos internações e menos vidas perdidas. Para um país como o nosso, onde a dengue é um problema constante, essa vacina traz esperança de um futuro com muito menos sofrimento”, explica. Questionada pelo Correio, a Anvisa informou que analisará os documentos submetidos nos próximos dias.
Vacina brasileira contra o câncer de próstata começa a ser testada nos EUA – Foto: reprodução
Uma vacina brasileira contra o câncer de próstata, criada pelo médico gaúcho Fernando Kreutz, começou a ser testada nos Estados Unidos esta semana, segundo reportagem exibida pelo Fantástico neste domingo (24).
Depois de 25 anos de estudos no Brasil, ela recebeu sinal verde da FDA, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos. O imunizante promete tratamentos individualizados.
“É uma caminhada de muita resiliência, de muito apoio de diversas partes. Para chegar onde a gente chegou, são literalmente centenas de pessoas que hoje estão trabalhando para isso”, relatou o médico ao dominical.
Como funciona?
Primeiro, fragmentos do tumor do paciente são retirados. Em seguida, as células cancerígenas são expandidas e modificadas em laboratório. E depois, são utilizadas para ativar o sistema imunológico do próprio paciente.
Na última terça-feira (19), os primeiros 280 voluntários retiraram fragmentos do câncer de próstata para a pesquisa em solo americano. Caso tudo ocorra como o esperado, segundo o doutor Fernando, a autorização do registro da vacina pela FDA pode ocorrer dentro de dois anos.
A vacina possa beneficiar milhares de pacientes nos próximos anos. A expectativa é que os casos de câncer de próstata devem dobrar até 2040.
Sarampo é uma das doenças prevenidas com vacinação – Foto: Agência Brasil
Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o Brasil voltou a receber da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o status de país livre da doença. O último registro de sarampo no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aconteceu em junho de 2022, no Amapá. A cerimônia aconteceu em Brasília nesta terça-feira (12).
Para cumprir os critérios de reverificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.
Em 2016, o Brasil já havia alcançado esse status, no entanto, em 2018, as baixas coberturas vacinais permitiram a reintrodução do vírus no país. Em 2019, após um ano de franca circulação do sarampo por mais de 12 meses, o Brasil perdeu o status. Agora, com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico.
Segundo a Opas, as Américas também eliminaram a rubéola e a síndrome da rubéola congênita em 2015, uma conquista que os países da região têm mantido desde então.
Em seu discurso, Jarbas Barbosa, diretor da Opas, lembrou que as Américas figuram, atualmente, como a região do mundo que mais recuperou a cobertura vacinal após a pandemia de covid-19. “Isso é importante porque a pandemia foi um golpe. A gente estima que 23% ou 24% das crianças deixaram de se vacinar durante a pandemia”.
Dados do ministério indicam que, entre 2018 a 2022, foram confirmados 9.329, 21.704, 8.035, 670 e 41 casos de sarampo, respectivamente. Em 2022, os estados que confirmaram casos foram: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo que o último caso confirmado foi registrado no Amapá, com data de início do exantema (erupções cutâneas) em 05 de junho.
Em 2024, o Brasil chegou a registrar dois casos confirmados, mas importados, sendo um em janeiro, no Rio Grande do Sul, proveniente do Paquistão; e um em agosto, em Minas Gerais, proveniente da Inglaterra.
Ações
Para reverter o quadro, o governo informa que investiu em vacinação nas fronteiras e em locais de difícil acesso, também na busca ativa de casos suspeitos, realização de Dia S de combate ao sarampo, oficinas de resposta rápida a casos de sarampo e rubéola nos territórios, além de cursos online de manejo clínico de sarampo, por meio da UNASUS.
Todas as ações coordenadas por meio do Plano de Ação para reverificação do sarampo e sustentabilidade da eliminação da rubéola, republicado pelo Ministério da Saúde em 2024.
Ainda em 2023, o financiamento do Governo Federal para manutenção da eliminação das doenças ultrapassou R$724 milhões, com investimentos em vigilância em saúde, laboratórios estaduais, imunobiológicos, além de oficinas para todos os estados brasileiros sobre microplanejamento e multivacinação, realizadas nos 5.570 municípios.
O modelo de microplanejamento adotado, recomendado pela OMS, inclui atividades direcionadas às especificidades locais e busca fortalecer o acesso da população à vacinação durante todo o ano.
Alerta continua
Em nota, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, comemorou a recertificação, mas alertou que a manutenção do status depende de mobilização constante, já que o vírus continua a circular. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, em 2023, mais de 320 mil casos foram confirmados em todo o planeta.
“Perder o certificado seria um grande retrocesso. Estamos no caminho certo, mas precisamos estar atentos e redobrar os nossos esforços, até porque o sarampo não é a única doença com a qual devemos nos preocupar”, disse.
O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação para prevenir casos graves e óbitos causados pelo sarampo, adotando diversas ações para incentivar a imunização em todo o país.
Em 2023, 13 dos 16 imunizantes do calendário nacional tiveram aumento na cobertura vacinal, incluindo a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. A cobertura da primeira dose passou de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, e em 2024, até o momento, já chegou a 92,3%.
A tríplice viral é recomendada em duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos. Essa vacina é essencial para prevenir doenças altamente contagiosas que, no passado, causaram epidemias e graves consequências à saúde pública.
Sarampo
O Ministério da Saúde define o sarampo como uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreias intensas, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). “A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação”, ressaltou o ministério.
Minas Gerais promove campanha de multivacinação para atualizar cartão de vacinas de crianças e adolescentes – Foto: divulgação
Logo nos primeiros dias de vida, o imunizante BCG inaugurou o cartão de vacinas de Maria Clara, de 9 meses, nascida em Belo Horizonte. A mãe dela, Danielle Deodoro, mantém as doses em dia, seguindo as datas das próximas aplicações informadas pelo pediatra da filha e também sinalizadas pela enfermeira do posto de saúde, que registra tudo no cartão de vacinas.
Para garantir a atualização do cartão da Maria Clara e de todas as crianças e adolescentes mineiros menores de 15 anos, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza, entre os dias 4 e 29/11, a Campanha Estadual de Multivacinação.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, a campanha, que contará ainda com o dia D em 23/11, é uma estratégia fundamental para aumentar as coberturas vacinais no estado.
“Foram distribuídas mais de 1,9 milhão de doses de imunizantes indicados para o público elegível. Dessa forma, quem não tiver registrado, por qualquer motivo, as doses administradas de acordo com o calendário nacional, poderá atualizar o documento vacinal”, orienta.
Entre as vacinas disponibilizadas estão a tríplice viral, hepatite B, papilomavírus humano (HPV), hepatite A, rotavírus humano, meningocócica ACWY, meningocócica C, pneumocócica, pentavalente, febre amarela, poliomielite e covid.
Divulgação e planejamento
Minas Gerais promove campanha de multivacinação para atualizar cartão de vacinas de crianças e adolescentes – Foto: divulgação
Gláucia Magda Barbosa, enfermeira do Centro de Saúde Conjunto Santa Maria, no bairro São Bento, em Belo Horizonte, explica como a unidade se prepara para a Campanha Estadual de Multivacinação.
“Reforçamos a divulgação das datas e das informações relacionadas à campanha por meio dos agentes comunitários de saúde, além da comunicação interna realizada na unidade, junto aos usuários que nos visitam”, conta ela.
“Nosso objetivo é que pais, mães e responsáveis possam se organizar para trazer suas crianças e adolescentes ao centro de saúde que já está preparado para recebê-los”, reforça a enfermeira.
Coberturas vacinais em Minas Gerais
Segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), Minas Gerais vem registrando importantes avanços no alcance vacinal.
A cobertura da meningocócica C, que estava em 97,05% em 2023, aumentou, de janeiro a setembro de 2024, para 104,15%, ultrapassando a meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde (MS).
Já no caso da tríplice viral, o índice, que era de 90,11% para a primeira dose (D1) e 74,31% para a segunda dose (D2) em 2023, aumentou para 106,19% (D1) e 81,69% (D2), em 2024 (janeiro a setembro).
A coordenadora Estadual do Programa de Imunização, Josianne Dias Gusmão, também ressalta a importância do engajamento de todo o público elegível, para que o estado aumente as coberturas de vacinas como da febre amarela, por exemplo.
Atualmente, esse imunizante registra o alcance de 87,51% em menores de 1 ano, índice muito abaixo da meta recomendada pelo MS, que é de 95%.
“A imunização é uma das medidas mais importantes de prevenção a doenças e a falta do documento vacinal não é impedimento para que os usuários se vacinem. É só procurar a unidade de saúde mais próxima, com o documento de identidade. Inclusive, pais e responsáveis também podem aproveitar o momento para atualizar seu próprio cartão”, esclarece a coordenadora.
Para a mãe da Maria Clara, não há razão para não imunizar a filha. “As vacinas estão disponíveis no centro de saúde e é sempre bom contar com a avaliação que o profissional faz no cartão de vacina da minha filha. Isso garante que Maria Clara esteja protegida com as doses indicadas para a idade dela”, reitera Danielle Deodoro.
Investimentos
Para aumentar as coberturas vacinais no estado, a SES-MG atua em duas frentes por meio do Programa Vacina Mais Minas. A primeira estratégia é o incentivo à vacinação extramuros. Desde 2023, foram investidos R$165 milhões para que os municípios realizem a vacinação fora das salas de vacina, como em escolas, para aumentar a cobertura vacinal.
A segunda estratégia são os vacimóveis, veículos equipados para funcionar como unidades itinerantes de vacinação. Com investimentos de mais de R$ 100 milhões do Governo de Minas, 77 municípios receberam recursos para adquirir esses veículos, e os demais municípios serão atendidos por meio de 51 Consórcios Intermunicipais de Saúde. Até o momento, 123 vacimóveis já foram entregues.
“A SES-MG se empenhou ao máximo para garantir as doses e planejar a campanha. Agora, é a vez dos responsáveis fazerem sua parte e levarem suas crianças e adolescentes até a UBS mais próxima para se vacinarem”, convoca o subsecretário Eduardo Prosdocimi.
Morador de São João Batista do Glória, que atua na área da saúde, terá projeto apresentado durante evento em Brasília – Foto: arquivo pessoal
O morador de São João Batista do Glória (MG), Edivaldo Almeida dos Santos, de 31 anos, desenvolveu um projeto que visa a educação permanente, pesquisa e mobilização social com foco na importância da vacinação e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta, selecionada no ImunizaSUS, será apresentada durante um evento em Brasília, no mês de novembro deste ano. A notícia foi entregue pelo próprio presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS/MG), Edivaldo Farias Da Silva Filho.
A proposta que fala sobre a vacina contra o HPV, não foi a única que o gloriense se destacou. Ele já apresentou projetos em congressos realizados em Goiânia (GO) e Florianópolis (SC), e recentemente, foi selecionado para estar presente em um congresso que aconteceria em Porto Alegre (RS), porém devido aos acontecimentos no estado, não foi possível.
Edivaldo nasceu e foi criado em São João Batista do Glória. Atualmente, ele é Diretor do Departamento de Vigilância em Saúde e sempre participa de eventos na área da saúde.
Aos 17 anos, o gloriense ingressou na área da saúde, quando fez o técnico em enfermagem. Logo depois, já cursou biomedicina na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em Passos (MG). Posteriormente, se especializou na área da estética, nutrição e imunização e, hoje é acadêmico do 7º período de enfermagem.
“Para mim é gratificante compartilhar estudos, experiências com outros municípios e estados, pois como profissional da saúde, nunca encerramos os estudos, todos os dias estamos atualizando os conhecimentos, vendo algo novo e, neste período que estou trabalhando na saúde pública têm sido um grande desafio, mas de grande aprendizado”, relata Edivaldo Almeida.
Inédito: primeira voluntária recebe vacina contra câncer de mama – Foto: divulgação
Pela primeira vez, uma vacina contra o câncer de mama está em andamento e uma voluntária recebeu o imunizante. A medicação foi aplicada em uma idosa diagnosticada com a doença – carcinoma ductal in situ – em “estágio 0”, ou seja, em estágio pré-câncer.
A voluntária Maria Kitay, de 67 anos, recebeu o ciclo completo do imunizante. Agora, mais 50 voluntárias devem testar a nova vacina, comemorada pelos cientistas que se dedicam à pesquisa há mais de três décadas. O estudo inédito é desenvolvido pelo Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos (EUA).
“Hoje, mais de 30 anos de pesquisa nos levaram ao primeiro ensaio clínico de uma vacina desse tipo que pode mudar significativamente o diagnóstico de câncer de mama”, disse Elizabeth Wild, presidente do UPMC Hillman Cancer Center, em coletiva de imprensa na UPMC Magee- Hospital da Mulher.
Inédito: primeira voluntária recebe vacina contra câncer de mama – Foto: divulgação
Como funciona
A vacina depende da proteína MUC1, que pode desencadear uma resposta imune e ser útil para atingir certos tipos de câncer, descobriram as décadas de pesquisa.
“Nossa abordagem com esta vacina é ensinar o sistema imunológico a identificar as células pré-cancerígenas e atacá-las antes que elas se transformem em câncer invasivo”, disse a médica Emilia Diego, professora associada de cirurgia, vice-presidente de diversidade e inclusão e chefe de seção de cirurgia de mama na divisão de oncologia cirúrgica de mama do Departamento de Cirurgia.
A intenção é prevenir a doença, disse a pesquisadora.
“Esta é uma maneira muito inovadora de abordar um diagnóstico de câncer de mama, especialmente o diagnóstico pré-câncer, onde podemos preveni-lo com a vacina eventualmente. O objetivo de longo prazo é prevenir o câncer, e as mulheres que estão participando deste teste realmente vão nos ajudar a fazer isso de uma vez por todas”, afirmou.
A vacina e a voluntária
Inédito: primeira voluntária recebe vacina contra câncer de mama – Foto: divulgação
Maria Kitay recebeu três injeções da vacina por 10 semanas, a terceira dose foi administrada no dia 20 de junho.
Ela recebeu suas doses de vacina 12, 10 e duas semanas antes da cirurgia. A idosa prosseguirá em 15 dias com cirurgia e outros tratamentos do tipo padrão.
A pesquisa deve testar o imunizante em mais 50 voluntárias, como Kitay, para avaliar se elas desenvolvem uma resposta imunológica, combatendo um câncer futuro.
Os pesquisadores esperam que a nova vacina inicie uma resposta imune para pessoas com carcinoma ductal in situ (DCIS) em estágio 0, considerado um diagnóstico pré-câncer.
Como foi financiada
O teste da vacina foi iniciado por uma doação de US$ 100 mil da A Glimmer of Hope Foundation, sediada em Pittsburgh.
Depois, a clínica obteve mais US$ 2,1 milhões em doações da Breast Cancer Research Foundation, a maior financiadora de pesquisas sobre câncer de mama no mundo.
Isso permitiu que a equipe abrisse o teste para 50 pacientes em sua primeira fase.
As próximas voluntárias receberão três doses da vacina junto com os padrões de tratamento para o câncer de mama.
Aí, elas terão a cirurgia recomendada que qualquer outro paciente receberia mesmo após a vacina ser administrada, segundo a Universidade de Pittsburgh.
Injeção contra HIV dá 100% de proteção às mulheres – Foto: reprodução
Uma injeção a cada seis meses de um novo medicamento antiviral ofereceu proteção total contra o vírus do HIV a mulheres jovens em um ensaio clínico realizado no continente africano. É a primeira vez que um medicamento candidato à profilaxia pré-exposição (PrEP) é 100% eficaz na prevenção do HIV.
Ensaios clínicos feitos na Uganda e na África do Sul mostraram que as injeções de lenacapavir ofereceram melhor proteção contra a infecção por HIV do que outros dois medicamentos de PrEP disponíveis.
O resultado do estudo foi anunciado pela farmacêutica Gilead Sciences, na última quinta-feira (20). Os dados ainda não foram submetidos a revisão por pares.
“Depois de todos os nossos anos de tristeza, especialmente com vacinas, isso é realmente surreal”, afirmou a pesquisadora Linda-Gail Bekker, em entrevista ao jornal The New York Times.
As injeções são uma alternativa aos medicamentos disponíveis hoje, em forma de comprimidos diários, que podem ser esquecidos pelos usuários. A adesão a eles ainda é baixa na África, especialmente entre jovens mulheres, grupo com maiores taxas de novas infecções.
“Para uma jovem que não pode ir a uma consulta em uma clínica na cidade, uma jovem que não pode guardar comprimidos sem enfrentar estigma ou violência, uma injeção apenas duas vezes por ano é a opção que poderia mantê-la livre do HIV”, considera Lillian Mworeko, líder do Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV na África Oriental, ao NTY.
Estudo com antiviral injetável contra HIV
O estudo Purpose 1 foi realizado com cerca de 5,3 mil mulheres com idades entre 16 e 25 anos. Os resultados mostram que nenhuma das 2.134 voluntárias que receberam o lenacapavir contraiu HIV. Por outro lado, 16 das 1.068 mulheres (1,5%) que tomaram um comprimido diário de Truvada acabaram contraindo a infecção, assim como 39 das 2.136 mulheres (1,8%) que receberam um comprimido diário de Descovy, o fármaco mais recente.
Com base nos resultados positivos, um comitê independente recomendou que a farmacêutica disponibilizasse o lenacapavir a todos os participantes do estudo – incluindo as do grupo placebo –, encerrando a fase de testes cegos.
Testes com outros grupos
Outro braço do estudo, feito em seis países, testa a eficácia do lenacapavir em uma população mais diversa, incluindo homens que fazem sexo com homens, em pessoas transgêneros e indivíduos que usam drogas injetáveis. De acordo com a Gilead Sciences, os resultados serão divulgados até o final de 2024.
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