Jornal Folha Regional

Aprovado pela Anvisa o uso emergencial de vacinas contra COVID-19 no Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última quinta-feira (10/12), o uso emergencial de vacinas contra a covid-19. As vacinas serão usadas em caráter experimental, porque nenhuma delas ainda recebeu o registro oficial.


Os diretores da Anvisa acompanharam, por unanimidade, o voto da relatora do processo que trata do assunto, Alessandra Bastos Soares. Ela ressaltou que, no momento emergencial em que o país que se encontra, não há outro caminho. É necessário urgência.

A diretora da Anvisa ressaltou, porém, que, até agora, nenhuma empresa pediu, oficialmente, à Anvisa, autorização para o uso emergencial de vacinas contra a covid-19. Assim que isso for feito, já entrará na nova regra.

Para Alessandra, o processo de imunização emergencial deve ser conduzido pelo Ministério da Saúde e as empresas responsáveis pelas vacinas devem continuar todo o processo para o registro oficial.

Os diretores da Anvisa citaram o Reino Unido como exemplo a ser seguido nesse momento para a vacinação emergencial contra o novo coronavírus e, claro, a pressão da população por um imunizante.

Britânica de 90 anos é a primeira pessoa a receber vacina contra Covid-19

Uma mulher de 90 anos se tornou nesta terça-feira (8) a primeira pessoa a receber de maneira oficial, e não em fase de testes, a vacina contra a covid-19 fabricada pelo laboratório farmacêutico Pfizer e a empresa de biotecnologia BioNTech, em um marco do programa de vacinação que começou nesta terça-feira no país.

Margaret Keenan, que foi vacinada no Hospital Universitário de Coventry, afirmou à BBC que se sentia “privilegiada” por ser a primeira vacinada fora dos programas de ensaios clínicos. A imunização dela se tornou parte de uma manobra preparada minuciosamente pelo Governo de Boris Johnson para convencer os britânicos mais céticos sobre a necessidade de se imunizar quando chegar a sua vez. Keenan, que vestia uma camiseta com os dizeres “Feliz Natal”, declarou: “Se posso injetar isso aos 90 anos, qualquer um pode”.

Os tabloides conservadores do Reino Unido contribuíram para o entusiasmo ao batizar esta terça-feira como “Dia-V” (V de vacina, mas também o histórico V de vitória). O segundo paciente a receber a vacina foi, curiosamente, William Shakespeare, um homem de 81 anos da localidade de Warwichshire.

Lote com 600 litros de insumos para fabricação da vacina CoronaVac chega a São Paulo

Um lote com 600 litros de insumos para produção da CoronaVac, vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, chegou nesta manhã ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

A nova carga de insumos servirá para a produção de 1 milhão de doses, segundo o governador paulista João Doria (PSDB), que esteve no local acompanhado do secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

“Estou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, recebendo nova carga de insumos da Coronavac, para produção de 1 milhão de doses da vacina do Butantan. Agora já temos 1 milhão e 120 mil doses da vacina em solo brasileiro para salvar vidas. Sentimento de esperança na luta pela vida”, escreveu o tucano.

As primeiras 120 mil doses da CoronaVac chegaram a São Paulo no mês passado. Até o fim do ano chegarão mais de 46 milhões de doses. No acordo com a Sinovac, seis milhões estarão prontas para a aplicação e outros quarenta milhões que serão fabricadas pelo Instituto Butantan a partir de matéria-prima encaminhada pela farmacêutica chinesa.

Resultados analisados

No mês passado, o governo paulista anunciou que os estudos de fase três do imunizante, que podem atestar sua eficácia, chegaram ao número mínimo de infectados pelo coronavírus. Com essa marca, é possível abrir os resultados dos estudos para análise da aprovação do registro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Gorinchteyn afirmou nesta terça-feira (1º) que os resultados do imunizante estão sendo analisados e devem ser compartilhados com o governo “possivelmente na semana que vem”.

“Na semana passada, foram abertos os trabalhos da fase 3 para saber se a vacina é eficaz e se ela protege contra o vírus. Foram enviados os resultados para um comitê internacional independente, que analisa os dados”, explicou ele na ocasião.

Se for incorporada ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, a CoronaVac pode ser distribuída pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Também na terça-feira, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, anunciou a versão preliminar do plano nacional de imunização contra a covid-19. Segundo ele, a pasta “não descarta nenhuma vacina”.

Vacina induz resposta imune em 97% dos casos

Dados preliminares dos testes clínicos divulgados no mês passado mostram que a CoronaVac foi capaz de induzir uma rápida resposta imune, mas o nível de anticorpos produzidos foi menor do que o visto em pessoas que se recuperaram da covid-19.

As descobertas da Sinovac, publicadas em artigo revisado por outros cientistas na revista científica The Lancet, se referem aos estudos das fases 1 e 2 realizadas na China.

Segundo a publicação, a CoronaVac é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.

A análise da eficácia da vacina, entretanto, só será possível com os dados da fase 3 do estudo, realizada, além do Brasil, na Indonésia e na Turquia.

Covid-19: vacina da Moderna apresenta 94,5% de eficácia nos testes

A vacina para Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Moderna Inc. mostrou 94,5% de eficácia em resultados iniciais dos testes de fase 3 para desenvolvimento do imunizante. De acordo com comunicado publicado pela empresa nesta segunda-feira, 16, são 30.000 voluntários americanos inscritos nos estudos clínicos.

O estudo primário levou em conta 95 casos positivos de Covid-19 que foram detectados no grupo de pacientes participantes na análise, a partir de duas semanas após receberem a segunda dose do fármaco ou de um medicamento placebo.

Do total, 90 casos eram do grupo do placebo e cinco do grupo que efetivamente tomaram o imunizante. Entre os casos graves (foram onze) nenhum estava no grupo que recebeu efetivamente a vacina.

Em relação à segurança, diz o documento, não há “preocupações significativas”. A maioria dos eventos adversos são leves a moderados.

Os mais comuns foram: dor no local da injeção (2,7%), fadiga (9,7%), mialgia (8,9%), artralgia (5,2% ), cefaleia (4,5%), dor (4,1%) e vermelhidão no local da injeção (2,0%).

A Moderna afirmou que entrará com pedido de uso emergencial do fármaco junto à FDA (agência que regula medicamentos no país) nas próximas semanas.

No começo do mês, a também americana Pfizer anunciou que seu fármaco previne mais de 90% das infecções pela Covid-19.

Bolsonaro cancela acordo por CoronaVac: ‘’Toda e qualquer vacina está descartada’’

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na última quarta-feira (21), que os processos de compra de qualquer vacina contra a covid-19 estão descartados, por enquanto. A declaração foi dada após o presidente visitar a instalações da Marinha em Iperó (SP), nesta manhã. 

Ele também afirmou ter ordenado o cancelamento do acordo feito pelo Ministério da Saúde com o governo de São Paulo para aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan (SP) para combater o novo coronavírus. O protocolo de intenções foi assinado no dia 19 de outubro e anunciado ontem em reunião realizada entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

‘’Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade (…) Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado nela, a não ser nós.’’

Mais cedo, em suas redes sociais, o presidente já havia exposto sua insatisfação com a repercussão das negociações referentes ao acordo mediado pelo ministro Pazuello para compra da CoronaVac. Bolsonaro recebeu várias críticas de apoiadores —alguns se disseram “traídos”— e mensagens que pediam que ele não adquirisse vacina produzida por uma “ditadura comunista”. Em resposta, disse que não compraria a “vacina chinesa de João Doria” e que o povo brasileiro não seria “cobaia”.

Após reclamação de Bolsonaro na internet, o secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, negou qualquer acordo com o governo de São Paulo e disse que o que houve foi um “protocolo de intenção” assinado com o Instituto Butantan. Reforçou que o governo não comprará vacinas vindas da China. 

O ofício, assinado pelo ministro da Saúde, porém, confirmava a intenção de compra, desde que a vacina fosse autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como qualquer outro imunizante.

Cerca de 200 vacinas estão sendo desenvolvidas no mundo contra a covid-19, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Relatório da entidade aponta que os estudos clínicos do imunizante desenvolvido na China ocorrem também na Turquia e na Indonésia. E o governo do Chile anunciou, em agosto, que deve participar da fase 3 dos testes.

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.