
Importante polo turístico, o Lago de Furnas pode não ser tão limpo. É o que constatou uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em sua dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-graduação em Geografia da UFMG, Andrea Leite constatou que atividades humanas, como agricultura, pecuária e lançamento do esgoto, podem ter afetado a qualidade da água, alterando as concentrações da bactéria E. coli, que indica contaminação fecal.
A mudança merece atenção porque compromete o que se chama de balneabilidade, ou seja, capacidade da água para usos recreativos, como a natação, já que os contaminantes, em níveis elevados, podem causar danos à saúde. “O Lago de Furnas é muito grande. Se continuar dessa forma, pode ser que haja impacto, e essas contaminiações gerem até malefícios na saúde. É necessário que haja integraçao dos municípios, um cuidado maior do esgoto. Quanto melhor a qualidade da água, mais atrativo fica o lago (para o turismo, por exemplo)”, comentou a pesquisadora à rádio UFMG Educativa.
Andrea levantou, a título de exemplo, que quatro estações monitoradas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), localizadas em cursos d’água que alimentam Furnas – Rio Formiga, Ribeirão São Pedro, Rio Machado e Rio Muzambinho – excederam o limite da legislação para a contaminação de E. coli em 100% das amostras.
A pesquisa foi baseada em análise de dados oficiais de monitoramento das águas em Minas Gerais. Os parâmetros de turbidez, pH e densidade de cianobactérias também foram analisados, mas não são tão preocupantes quanto os níveis de E. coli.
Localizado no Sul de Minas, o Lago de Furnas é um dos maiores reservatórios artificiais do Brasil para a geração de energia