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Presídios de Piumhi e Pará de Minas produzem alimentos e doam a instituições carentes de MG

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Projetos desenvolvidos dentro de presídios são capazes de mudar a realidade do detento e garantir a ele mais dignidade. Alguns trabalhos desenvolvidos em unidades prisionais mudam não só a perspectiva do preso, mas também da comunidade. Este é o caso dos presídios de Piumhi e Pará de Minas que há mais de 10 anos trabalham com o plantio de hortaliças, legumes e frutas dentro das unidades. A produção é doada para instituições carentes e alimentam pessoas em vulnerabilidade social.

Uma divulgação feita pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostrou que em todo o estado, somente neste ano, já saíram dos 44 presídios mineiros mais de 20 toneladas de alimentos. A pasta revelou ainda que as duas unidades do Centro-Oeste, Piumhi e Pará de Minas, lideram o ranking das que mais produzem em Minas Gerais.

Ao todo, 44 unidades prisionais administradas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) produzem diversos tipos de alimentos em hortas instaladas intramuros.

No cultivo estão as hortaliças, verduras, legumes e frutas, que constantemente saem das unidades prisionais de Minas Gerais diretamente para o prato de centenas de pessoas atendidas por instituições carentes beneficiadas. Mais de 800 locais são atendidos com os alimentos.

Volume maior que nos anos anteriores

A produção de alimentos dentro do sistema prisional mineiro tem aumentado de forma significativa. Em comparação aos cinco primeiros meses de 2021, o volume de 2022 mais que dobrou. No mesmo período do ano passado, foram produzidos e doados 8.998 kg de alimentos; neste ano, o número chegou a 22.497 kg entre janeiro e maio.

Das 44 unidades prisionais com hortas instaladas, 12 se destacam pelo montante de hortaliças e verduras produzidas: Penitenciária de Pará de Minas, Presídio de Piumhi, Penitenciária de Teófilo Otoni, Presídio de João Pinheiro, Penitenciária de Uberaba, Penitenciária de Muriaé, Presídio de Janaúba, Presídio de Araguari, Penitenciária de Ribeirão das Neves I, Presídio de Araxá, Presídio de Itajubá, e Penitenciária de Governador Valadares. Todas as regiões de Minas Gerais são contempladas pelas doações.

Dinâmica

O plantio e o cultivo dos alimentos têm muitas vantagens, como o baixo custo de produção e manutenção. Também há disponibilidade de alimentos orgânicos (não se usa agrotóxicos nas hortas) e aproveitamento de espaços vazios e ociosos das unidades prisionais. Além da profissionalização dos presos, um dos aspectos mais importantes é a execução do trabalho social, pois por meio das doações muitas instituições de caridade conseguem reforçar o caixa e apoiar pessoas carentes.

Segundo o diretor-geral do Depen-MG, Rodrigo Machado, a produção e a doação de alimentos é umas das entregas mais importantes do sistema prisional mineiro e beneficia todos os envolvidos.

“Essa é a nova filosofia de trabalho da Polícia Penal, uma polícia próxima à sociedade. São entregas realizadas por meio do trabalho dos presos”.

“As unidades prisionais se tornam mais aceitas pela sociedade quando conseguimos ajudar e retornar algo com o trabalho de quem está cumprindo pena. Ao mesmo tempo, proporcionamos uma ressocialização para esses detentos e fortalecemos relações do Depen-MG com instituições municipais, fechando mais parcerias e ajudando mais pessoas que precisam”, completou.

Parcerias

Em algumas cidades, a produção conta com o apoio de organizações ligadas ao serviço agrícola, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Essas instituições capacitam os presos e aperfeiçoam a produção, com orientações sobre o plantio.

Via: G1.

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