
Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal podem ser considerados, em 2023, um patrimônio imaterial da humanidade. Durante seis dias, na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos, uma comitiva composta pelo pelas secretarias de estado de Minas Gerais da Cultura e Turismo (Secult) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) participou do evento para defender a candidatura do produto mineiro.
No sábado, 3, último dia do encontro, a Unesco apresentou os critérios para a priorização de candidaturas, a serem analisadas no próximo ano, e o queijo artesanal de Minas se encaixa neles.
Para o superintendente de Abastecimento e Cooperativismo da Seapa, Gilson de Assis Sales, a oportunidade reforça o papel de vanguarda do Queijo Minas Artesanal. “A candidatura vai nos mostrar o caminho que deve ser trilhado para outros produtos de Minas Gerais e outros queijos artesanais. Uma ação como esta gera curiosidade nas pessoas, atrai novos consumidores, traz mais vendas para os produtores, rentabilidade e, em consequência, desenvolvimento para o setor”, afirma.
Já a secretária de Estado Adjunta de Cultura e Turismo, Milena Pedrosa, destaca a relevância da promoção das tradições mineiras. “É muito necessário que juntos possamos fortalecer nossa cultura, nossa arte e também os nossos saberes tão valiosos para Minas Gerais”, diz.
REGIÕES PRODUTORAS
Em 2021, o Iphan modificou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões agregadas foram Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça. Até então, constavam Canastra e Serro.
A chefe de gabinete da Emater-MG, Marina Simião, ressalta os esforços da empresa para a promoção do produto tipicamente mineiro. “Na medida em que temos o reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial da humanidade, a Emater também é valorizada pelo trabalho que é feito no campo. Parte dos estudos produzidos e encaminhados vem exatamente pela caracterização que a Emater faz das regiões produtoras, detalhando o ‘terroir’ e o histórico em torno dessa produção”, relata.
DOSSIÊ
O passo seguinte após a sessão realizada no Marrocos é a conclusão, nas próximas semanas, do dossiê para a candidatura a patrimônio imaterial, pelas equipes técnicas do Governo de Minas e do governo federal. O prazo para envio se estende até março de 2023. Já a deliberação sobre a inscrição na lista representativa deve acontecer no fim de 2024.
A redação do documento é realizada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), com a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A previsão é de que ele esteja protocolado até o fim deste mês de dezembro. (Clic Folha)