
A Casa do Caminho, em Poços de Caldas (MG), terá pelo menos dois projetos sociais impactados após um suposto desvio de mais de R$ 250 mil que teria sido feito por uma funcionária. O desfalque também afetará uma obra que aconteceria no local. A Polícia Civil investiga o caso.
A instituição trabalha com moradores em situação de vulnerabilidade na Zona Sul. O desfalque na reserva financeira foi descoberto no dia 8 de janeiro, após o banco entrar em contato informando sobre um saldo negativo de mais de R$ 130 mil.
Ao saber da situação, a direção da Casa do Caminho foi até a agência bancária, onde descobriu alguns desvios em diferentes contas, inclusive, de outros bancos. Até então, os extratos apresentados mostravam sempre o saldo positivo.
“[A verba] estava sendo destinada para um projeto que é o nosso muro, que a gente já vem aí há um longo tempo tentando fazer, é uma obra muito cara. […] Então, era uma conta que para nós era sagrado, não saía ali valores para pagamentos de despesas da Casa”, explicou Sandra Marques, coordenadora de projetos da Casa do Caminho.
Atividades suspensas
A Casa do Caminho completa de 40 anos em 2024. A instituição possui diversos projetos, além de convênios com o Estado de Minas Gerais e o município. Por lá, são atendidas mais de 90 crianças e adolescentes, além de 40 pessoas com mais de 50 anos.
Dentre as atividades oferecidas no local, pelo menos duas serão afetadas. Um dos projetos, que atende as pessoas com mais de 50 anos, já foi suspenso.
“Essas atividades, no momento, elas estão paralisadas, até a gente conseguir achar uma saída”, afirmou a coordenadora.
Segundo a Casa, enquanto as apurações estão em andamento, outras ocupações da instituição seguem normalmente. “A gente sabe da importância desse trabalho aqui e a gente entende que ele não pode parar”, completa.
Investigação
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. A suspeita é de que uma funcionária, de 33 anos, tenha realizado os desvios desde maio de 2023 até janeiro de 2024.
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Conforme a instituição, a funcionária seria responsável pelas contas e aplicativos bancários. Ela foi questionada e teria dito que não estava conseguindo ter acesso às contas.
Naquele mesmo dia, segunda-feira (8), a mulher deveria fazer o pagamento dos funcionários. Porém, ela foi almoçar e não voltou mais. Quando questionada, informou que não retornaria e pediu demissão.
A Casa do Caminho segue fazendo levantamentos de informações sobre as verbas e as prestações de conta. Os desvios podem chegar a mais de R$ 250 mil.