Por Luciene Garcia
A Polícia Civil de Passos abriu um inquérito para apurar um crime de injúria racial e perturbação de sossego que teriam acontecido em uma festa.

O motorista Reinaldo Reis Morais, conhecido por Diguinho, acusa um homem de cometer injúria racial e intolerância religiosa numa festa religiosa da Igreja Batista Só Cristo Salva, que aconteceu no último sábado (17). O evento foi sediado na Rua Guanabara n⁰ 1111, no bairro Jardim Harmonia em Passos (MG), que é um espaço residencial, alugado aos sábados para eventos.
Diguinho conta que estava terminando o encontro de casais quando o pastor estava fazendo os agradecimentos finais, momento em que um homem bateu no portão com violência e começou a proferir palavras de baixo calão, ofendendo inclusive as pessoas que estavam ali perto.
“Um membro da igreja chegou a passar mal e demos os primeiros socorros ali mesmo, mas muita gente ficou apavorada. Eu saí e ele já estava na porta da casa dele, xingou minha esposa de vagabunda e eu de macaco”, conta Diguinho.
“Quando ele me chamou de macaco eu disse que ia na polícia, momento em que ele mesmo ligou para a Polícia Militar”, continua.
Segundo Diguinho, o recinto tem hora para começar e terminar as festividades e eles já estavam no final do encontro.
“Podem perguntar aos vizinhos do quarteirão inteiro se houve perturbação, pois não houve. Aconteceu uma intolerância religiosa e injúria racial por causa da cor da minha pele”, acredita.
Segundo a Polícia Civil, dois homens, de 38 e 49 anos, entraram em conflito, tendo o primeiro informado à polícia que foi vítima de perturbação ao sossego em razão do excesso de ruído oriundo de um evento festivo, e o segundo, por sua vez, informado que foi vítima de injúria racial.
Foi instaurado Inquérito Policial para apurar com completude os fatos apresentados. Se comprovada a perturbação ao sossego poderá o local ter o alvará de funcionamento cassado, além de o responsável ser punido conforme a Lei das Contravenções Penais. Por outro lado, se comprovada a injúria racial, o suspeito poderá responder na forma da Lei de Racismo, que recentemente foi alterada para conferir maior rigor à punição, inclusive é considerado crime imprescritível.
Assita o vídeo gravado por Diguinho: