Jornal Folha Regional

Governo de Minas reduz ICMS da gasolina e da energia elétrica para 18%

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou, nesta sexta-feira (1º), que reduzirá a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) da gasolina, da energia elétrica e da comunicação no Estado para 18%. A mudança segue a determinação da lei federal que estabeleceu o limite do imposto para esses serviços, considerados essenciais, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última semana. O decreto estadual será publicado em edição extra do Jornal Minas Gerais ainda nesta sexta, segundo o governo mineiro.

O imposto sobre a gasolina era 31%, enquanto o da energia elétrica era 30% e o da comunicação (telefonia e internet), 27%. O preço do combustível já vem caindo nesta semana em postos mineiros, pois a mesma lei zerou as alíquotas de PIS/Cofins e Cide, impostos federais que somavam R$ 0,69 por litro. Em alguns estabelecimentos de Belo Horizonte, a gasolina é encontrada por menos de R$ 7, atualmente.

Assino hoje o Decreto que reduz o ICMS da gasolina, energia elétrica, serviços de telefonia e internet em Minas. O imposto da gasolina era 31%, energia elétrica 30% e comunicação 27%. Todos passarão para 18% em nosso Estado a partir de hoje.— Romeu Zema (@RomeuZema) July 1, 2022  

O diesel, cuja alíquota do ICMS em Minas é 14%, abaixo do novo teto de até 18%, não sofrerá alteração com a mudança. Mas o litro do combustível pode ficar até R$ 0,20 mais barato no Estado, a partir desta sexta, devido a uma mudança no Preço Médio Ponderado a Consumidor Final (PMPF), base de cálculo do ICMS. Agora, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, o valor levará em conta a média de preços dos últimos 60 meses — antes, considerava os últimos 30 dias.

Minas perderá R$ 12 bilhões em arrecadação

O governo de Minas estima uma perda bilionária de arrecadação com a mudança do ICMS, o principal tributo do Estado: serão R$ 3,4 bilhões com combustíveis, R$ 1,1 bilhão com telecomunicações e R$ 6,8 bilhões com energia elétrica, de acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG), que estima um total de perdas de R$ 12 bilhões.

O governo federal só compensará os Estados endividados com a União que perderem pelo menos 5% do total da arrecadação com o imposto em geral, e não somente com itens que tiveram a alíquota reduzida. Isso não deve ocorrer em Minas.

“Avaliando-se a receita geral, o próprio crescimento vegetativo da arrecadação faz com que o índice de 5% seja absorvido. Portanto, nossa expectativa é que, dificilmente, esse gatilho de 5% seja acionado, pois crescimento nominal da receita vai camuflar as perdas do ICMS”, detalhou a secretaria, na época em que a lei ainda estava em avaliação no Congresso. 

Energia deve ficar ao menos 12% mais cara para brasileiros

Após dois anos com medidas para segurar aumentos, os reajustes da conta de luz serão elevados em 2022. Os brasileiros vão pagar ao menos 12% mais na tarifa residencial na média do país, quase 4 pontos percentuais acima do reajuste do ano passado, que foi de 8%.

O cálculo, feito pela TR Soluções – empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia-, não leva em conta impostos (que variam de estado para estado) nem a bandeira tarifária -que, se subir, pode elevar ainda mais o custo da eletricidade.

O maior peso será sentido pelos moradores da região Nordeste: a tarifa residencial ficará 17% mais cara no ano em média, praticamente dez pontos percentuais acima do reajuste médio no ano passado, que foi de 6,9%.

Nos reajustes já divulgados, entre janeiro e abril, as distribuidoras da região são destaque em aumentos. Neoenergia Cosern, no Rio Grande do Norte, teve alta acima de 20%. A Coelba, na Bahia, 21%.

Alta de 24% no Ceará provocou reação no Congresso A recordista foi a Enel Ceará, com reajuste acima de 24%. O baque foi tão forte no estado que deflagrou uma reação extrema na bancada do Ceará na Câmara e levantou uma discussão no Congresso e no governo, sobre a necessidade de mudar a estrutura da conta de luz no Brasil.

Para forçar o debate, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) propôs, e conseguiu aprovar, a urgência na tramitação de um PLD (projeto de decreto legislativo) para suspender na caneta o reajuste no Ceará. Foram 410 votos a favor e 11 contra. Na ocasião, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), disse que o projeto ainda poderia incluir outros estados com reajustes elevados.

Posto o bode na sala, a reação das associações empresariais foi imediata: a suspensão seria quebra de contrato, elevaria o risco Brasil e afastaria investidores. Uma audiência publica na Comissão de Minas e Energia da Câmara, na quinta-feria (12), reuniu representes de todos os segmentos para debater soluções estruturais.

“Se a gente levar a plenário, o PLD passa, porque ninguém vai ter coragem de votar contra no meio dessa crise e em um ano eleitoral”, diz o deputado Vaidon Oliveira (União-CE), relator do decreto.

“Mas analisamos as justificativas para o aumento no Ceará, estão muito bem explicadas em quase mil páginas de um relatório. A gente até pode derrubar com duas folhas de papel, mas é importante conversar com a bancada de outros estados antes.”

Em Minas, conta de luz pode subir 20%

Segundo Oliveira, existe uma certa expectativa em relação aos reajustes em São Paulo e Minas Gerais, que tendem a vir igualmente elevados e sensibilizar os deputados desses estados. Para Minas Gerais, por exemplo, fontes do setor que preferem não ter o nome divulgado projetam alta de 20%; São Paulo deve ter patamar semelhante.

No levantamento da TR Soluções, Sudeste é o segundo no ranking de altas na conta de luz, com aumento médio de 13%. A região também teve um repique, uma vez que o aumento foi de 7,5% no ano passado.

No Norte, a alta será de 10% na média, após aumentar 8,8% em 2021. As demais regiões seguem outra tendência. Os aumentos no Centro Oeste se mantêm elevados, mas com um pequeno alívio. Depois de assimilar uma alta de 11% no ano passado, o consumidor dessa região vai pagar 9,5% de reajuste na média neste ano.

Já no Sul a retração é expressiva. A conta de luz, na média, vai subir 3% neste ano, depois de uma alta de 8,5% em 2021. São reajustes bem abaixo da inflação. 

No levantamento, a TR considera as suas projeções para o ano e o valor de tarifas já homologadas pela Aneel, a agência do setor. “Detalhes do contrato, a data em que ocorre o reajuste e a variação do peso de encargos setoriais explicam a diferença”, afirma Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções.

No caso do Sul, por exemplo, os reajustes ocorrem no fim do ano: assim, a conta da seca foi contabilizada antes. Três das quatro distribuidoras na região têm contratos novos, que fizeram alterações como mudar o indexador de IGPM para IPCA. Das 53 distribuidoras do país, 18 ainda usam o IGPM, que sofre um forte impacto quando há aumento no dólar. Boa parte delas está no Nordeste.

Também pressionam os reajustes deste ano itens excepcionais. Entre eles está o pagamento de parcelas do empréstimo bilionário para pagar a energia mais cara das térmicas, na crise hídrica do ano passado. Também há repasses da chamada conta Covid, outro empréstimo que bancou as perdas das empresas com a queda no consumo no auge da pandemia.

Entenda como os congressistas querem reduzir o preço da luz “Mas o que pesa mesmo na conta de luz são os encargos e impostos”, afirma o presidente da Abradee, entidade que representa as distribuidoras, Marcos Madureira. Esses dois itens respondem por praticamente metade da conta de luz.

E é para cima desses dois itens que o debate avança. Já se cogita colocar em discussão um projeto de Paulo Ganime (NOVO-RJ) que propõe tirar da conta de luz e transferir para o Orçamento a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Esse fundo setorial foi criado em 2002, para bancar políticas públicas na área de energia e abriga benesses criadas pelo próprio Congresso.

“Tem muita coisa na conta de energia que não deveria estar lá”, afirma o diretor-presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso, que também comandou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Ele argumenta que a CDE banca energias ultrapassadas. É o caso das térmicas a carvão e das usinas de óleo combustível instaladas em áreas que não estão ligadas ao sistema nacional, em parte porque os próprios governadores não têm interesse em abrir mão do ICMS cobrado sobre o combustível.

Também dá subsídio a quem não precisa. Na lista estão descontos para área rural, que incluem ajudar na conta de irrigação de grandes produtores e exportadores de grãos, e dos parques de energia renovável, que já se tornaram negócios estabelecidos e não precisam de ajuda financeira.

“A CDE é um amontoado de políticas públicas, sobre o qual até se cobram impostos, elevando ainda mais um custo que já se mostra insustentável”, diz o diretor de Energia Elétrica na Abrace, que representa grandes consumidores, Victor Iocca.

Neste ano, está distribuindo R$ 32 bilhões em subsídios, 34% mais que no ano passado. Cerca de R$ 30 bilhões são pagos pelo consumidor final. “Para se ter uma ideia do que é isso, o valor equivale a 10% de todo o faturamento do setor”, diz ele. Segundo a própria Aneel, a CDE elevou a conta de luz do Brasil em 3,4% neste ano. Sudeste, Sul e Centro Oeste receberam o maior impacto, uma alta de 4,7%.

Mas 2,4% do aumento no Norte e no Nordeste também vem daí. Essas regiões não pagavam CDE e estão agora na fase de transição, em que a parcela do repasse aumenta ano a ano.

No que se refere aos tributos, os cogressistas colocaram o ICMS na discussão. Durante a audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara, foi defendido que o estados avaliem reduzir o ICMS na conta de luz.

Segundo o superintendente de Gestão Tarifária da Aneel, Davi Antunes Lima, o ICMS responde por 21% da tarifa total. “Uma flexibilização da alíquota poderia reduzir o custo ao consumidor em até 5%”, disse Lima.

Também está em discussão ampliar o uso dos créditos tributários gerados por cobranças indevidas de PIS/Cofins já garantidos judicialmente. Cerca de R$ 12 bilhões foram utilizados para abater tarifas em várias distribuidoras, mas há mais de R$ 40 bilhões que ainda podem ser utilizados, de forma escalonada, para segurar os reajustes.

O tema será debatido na Comissão de Infraestrutura do Senado, nesta terça-feira (17) por iniciativa do senador Fábio Garcia (União-MT). O senador quer garantir a integralidade dos créditos para abater a conta de luz. Como eles foram conseguidos judicialmente pelas distribuidoras, atualmente, as empresas tentam ficar com parte dos recursos.

Em paralelo, entidades privadas tentam evitar mais aumentos. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) protocolou denúncia no TCU (Tribunal de Contas da União), na quinta-feira (11), para pedir a suspensão do contrato das 14 térmicas a gás selecionadas por um sistema emergencial, a preços elevados, durante a seca em 2021.

Pelas estimativas, elas vão elevar a conta de luz em 4,5%. Pelo contrato, devem operar de 2022 a 2025 para atender a demanda do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, a custo estimado de cerca de R$ 40 bilhões.

Muitas estão com o cronograma atrasados, mas parte de seus custos já começou a ser incluído nas tarifas de energia deste ano e já ajudam a puxar para cima o aumento em 2022. (Folhapress)

Petrobras sobe preço do diesel em R$ 0,40 por litro a partir de amanhã

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (9) que vai elevar o preço do diesel para as distribuidoras. O preço médio do litro vai passar de R$ 4,51 para R$ 4,91 a partir de terça (10). Os preços da gasolina e do gás de cozinha não serão alterados.

Segundo a petroleira, o diesel não sofria reajuste há 60 dias – desde 11 de março. Naquele momento, diz a Petrobras, a alta refletia “apenas parte da elevação observada nos preços de mercado”.

“Com esse movimento, a Petrobras segue outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda acompanhando os preços de mercado”, afirma a estatal em nota.

A Petrobras afirma ainda que, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da petroleira no preço pago pelo consumidor passará de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba.

Via: G1.

Petrobras reduz preço do gás de botijão

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (8) que vai reduzir, a partir de sábado, o preço do gás de botijão vendido às distribuidoras.

Segundo a petroleira, o preço médio de venda de GLP passará de R$ 4,48 para R$ 4,23 por kg – equivalente a R$ 54,94 por 13kg. Com isso, o preço terá uma redução média de R$ 3,27 por 13 kg, ou de 5,58%.

“Acompanhando a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para o GLP, e coerente com a sua Política de Preços, a Petrobras reduzirá seus preços de venda às distribuidoras”, informou a empresa em nota.

O último reajuste no preço do gás tinha sido feito no dia 11 de março. Na ocasião, o preço médio de venda do GLP as distribuidoras foi reajustado em 16,1%, passando de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg.

O botijão de 13 kg custa em média atualmente no país R$ 113,63, segundo segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) feita entre 27 de março e 2 de abril.

Dados do IBGE mostram que, nos 12 meses até março, o preço do gás de cozinha para o consumidor final acumulou alta de 29,56%.

Gás de cozinha deve ficar ainda mais caro em 2022: ‘Sem luz no fim do túnel’, diz associação

A expectativa dos vendedores de gás de cozinha em relação a preços em 2022 é desanimadora. Segundo o presidente da Associação nacional do setor, Alexandre Borjaili, não há expectativa de redução do preço. Ele também aponta para risco de desabastecimento com fechamento de revendas. 

“Continuamos sem luz no fim do túnel. Nenhuma expectativa. Nada fundamentado para que possa haver redução do preço do gás e conter os novos abusos que continuarão a vir da nova política de preços da Petrobras”, afirma. 

“Lamentamos, mas está difícil sinalizar qualquer medida otimista com relação aos preços. Estamos vendo aumentos constantes e, principalmente, fechamento de revendas, o que coloca em risco o abastecimento de gás no Brasil”, prossegue. 

Ainda segundo Borjaili, o preço máximo do botijão de gás de cozinha de 13 kg vendido no Brasil em 2021 ficou entre R$ 130 e R$ 140, valores inferiores à projeção inicial, que previa até R$ 200. 

Relator sobe para R$ 1.210 previsão para o salário mínimo em 2022

Relator do Orçamento de 2022, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) subiu o salário mínimo dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.210 no próximo ano. O novo valor é R$ 41,44 maior do que os R$ 1.169 estimados pelo governo quando da divulgação da proposta de Orçamento para 2022, em agosto. 

O reajuste, que consta no relatório apresentado por Leal nesta segunda-feira (20), decorre da disparada da inflação nos últimos meses. A previsão de alta do INPC, que serve de base para a correção anual do mínimo, passou de 8,4%, em agosto, para 10,04%.

O índice exato da correção do salário mínimo, porém, só será conhecido no início de janeiro, quando for divulgada a alta do INPC no ano fechado de 2021. O Orçamento precisa ser aprovado pela Comissão Mista (CMO) e pelo plenário do Congresso Nacional. As votações estão previstas para esta segunda.

Bolsonaro diz que Petrobras começará a reduzir preço de combustíveis nesta semana

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no último domingo (5) que a Petrobras vai começar a reduzir o preço dos combustíveis nesta semana. Em entrevista ao site Poder360, o presidente comentava sobre um possível encontro dele com prefeitos para debater sobre transporte público.

“A Petrobras começa a anunciar já esta semana redução do preço do combustível. O que eles têm alegado, que eu tenho visto eles reclamando, é que com o aumento do combustível aumenta o preço da passagem. Agora seria bom que eles procurassem os governadores”, declarou.

Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobras disse que, por enquanto, a empresa não vai se pronunciar, e não confirmou ou negou a afirmação de Bolsonaro.

Política de preços


No mês passado, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou não discutir política de preços com o presidente Jair Bolsonaro. “A minha relação com o presidente Bolsonaro é de profundo respeito e consideração, e isso é recíproco. Eu não trato com o presidente sobre o preço de combustível. Esse assunto não conversamos.”

Em apresentação à imprensa no mês de setembro para comentar os preços dos combustíveis, Silva e Luna afirmou que não haveria mudança na política de preço dos combustíveis da empresa. “Entendo como uma oportunidade para mostrar como a Petrobras tem participado de tudo isso. Começo afirmando que não há nenhuma mudança na política de preço da Petrobras. Continuamos trabalhando da forma como sempre trabalhamos”, disse na ocasião.

Em entrevista à Reuters em outubro, Joaquim Silva e Luna reforçou que o risco é “zero” de a Petrobras atuar para segurar os preços dos combustíveis no país em meio a um período de valores elevados que pressionam a inflação e o orçamento dos brasileiros, disse o presidente da empresa.

Isso significa que, se os preços do petróleo ou o câmbio se moverem para novas altas estruturais, a Petrobras terá de reajustar os preços de gasolina e diesel para manter sua política de seguir a paridade com as cotações globais, apesar de pressões contrárias de parte da sociedade, afirmou o executivo.

Silva e Luna também já declarou que a estatal não exerce monopólio no setor e que “não é correto” atribuir a ela a culpa pelos sucessivos aumentos no valor cobrado pelos combustíveis. “Há 24 anos a Petrobras não exerce monopólio. Ela compete livremente com outros atores do mercado”, afirmou.

Ainda sobre Bolsonaro afirmou recentemente que a Petrobras, “infelizmente”, é independente, e levantou a possibilidade de privatização da companhia. E, apesar de comunicado oficial da empresa ter afirmado que não há estudos sobre o assunto no Ministério da Economia ou no Ministério de Minas e Energia, relatos de auxiliares presidenciais à CNN Brasil, afirmam que técnicos do governo têm realizado uma análise informal, a pedido do presidente, caso ele decida apresentar uma proposta ao Congresso Nacional.

À época da notícia sobre uma possível privatização da empresa, as ações da Petrobras estiveram entre as maiores altas do dia na B3, e encerraram o pregão com ganhos de mais de 6%.

No início de novembro, a bolsa sofreu outro impacto por causa de declaração do presidente sobre preços de combustíveis. Bolsonaro disse que a estatal anunciaria, em 20 dias, um novo reajuste, fazendo com que o Ibovespa, principal índice da B3, registrasse uma alta de quase 4%.

ICMS


Uma das medidas para tentar conter a subida nos preços dos combustíveis foi o congelamento, por 90 dias, do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre os produtos. A medida foi aprovada por unanimidade em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). “O objetivo é colaborar com a manutenção dos preços nos valores vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022”, informou o Ministério da Economia.

Mesmo após essa decisão, o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, afirmou que a estatal não avaliava congelar o preço dos combustíveis. De acordo com ele, a medida geraria um ‘descompasso’ com o mercado internacional, o que causaria um prejuízo para a companhia.

Senado deve votar nesta terça criação de fundo para conter alta dos combustíveis

Depois de 20 dias da primeira tentativa, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado marcou para esta terça-feira (7) a votação do projeto de lei que cria um fundo de estabilização e muda o cálculo de referência dos preços dos combustíveis, com o objetivo de controlar os valores que chegam ao consumidor final. Se aprovado, haverá uma segunda fase de análise no plenário, que reúne os 81 senadores.

A ideia é que os preços internos praticados por produtores e importadores sejam baseados nas cotações médias do mercado internacional, custos internos de produção e custos de importação, quando for possível aplicar. A atual fórmula é ligada à Paridade de Preços Internacionais (PPI).

O sistema considera o valor do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional para definir o preço dos combustíveis. O relator do projeto, senador Jean Paul Prates (PT-RN), afirmou que o ideal seria abandonar esse modelo, mas reclamou da falta de apoio político para isso.

“A malfadada metodologia do PPI é uma guilhotina que, com frequência quase mensal, corta o orçamento das famílias e a receita de trabalhadores autônomos de transporte de carga e de passageiros. Apenas em 2021, a Petrobras aumentou onze vezes o preço de refinaria da gasolina e nove vezes o do diesel, totalizando a elevação de respectivamente, 73% e 65%”, afirmou.

Além disso, o Poder Executivo poderá utilizar o sistema de bandas de preços para limitar a variação dos valores, definindo a frequência de reajustes e os mecanismos de compensação. Nesse modelo, para evitar aumento súbito, haverá um limite máximo para as variações dos preços do petróleo no varejo.

Pelo texto, ficar criado um imposto de exportação sobre o petróleo com alíquotas móveis à variação do preço. Caso a proposta seja aprovada, haverá isenção para o barril de petróleo bruto de até US$ 80; alíquota de 7,5% quando o barril custar entre US$ 80 e US$ 100; e máxima de 12,5% quando o valor do barril superar US$ 100.

Em segunda versão do relatório apresentado em 30 de novembro, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) alterou a taxas. Antes, o proposta era de taxa zero para o barril de até US$ 40; de 30% quando o barril custar entre US$ 40 e US$ 70; e atingirá 50% quando o valor do barril ultrapassar US$ 70.

O texto determina ainda que o fundo de estabilização dos preços dos combustíveis seja alimentado pelo imposto de exportação do petróleo e por dividendos da Petrobras devidos à União, além de outras fontes de recursos.

De autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE), o projeto de lei foi apresentado em abril deste ano com a intenção de conter altas abruptas nos preços da gasolina, etanol e diesel. Na avaliação dele, com a aprovação do projeto, o litro da gasolina poderia cair a R$ 5 nas bombas ao consumidor.

O governo, no entanto, resiste à aprovação e foi o responsável pelo primeiro adiamento da votação. Na ocasião, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), se manifestou abertamente contrário ao imposto de exportação. Ele afirmou que o debate é delicado e repercute no ponto de vista de investimentos financeiros e da competitividade de mercado do Brasil.

“Quero lembrar que o nosso sistema tributário não permite a criação de nenhum imposto de exportações. Isso tira a competitividade do produto do Brasil. Na realidade, todos os sistemas tributários procuram não onerar o fluxo de exportação”, pontuou o líder do governo.

Endividamento das famílias brasileiras atinge o maior nível em 11 anos

O endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior nível em 11 anos. Foi a consequência do uso de crédito para compensar a queda de renda.

A pandemia deixou uma conta que nem todo mundo pode pagar; R$ 2 mil no cartão de crédito, no caso da dona Fátima Costa Silva, que fazia faxina antes da pandemia.

“A patroa não quis mais, ninguém quis mais, mandou todo mundo embora e eu fui”.

O aposentado Antonio José da Silva parou de fazer bicos, por causa de problema de saúde, e a dívida cresceu.

“Vai pagar um aluguel, pagar uma luz e a água, e aí o salário mínimo não dá para nada”.

O país tem o maior número de famílias com dívidas dos últimos 11 anos, segundo um estudo nacional feito pela Federação do Comércio de São Paulo.

“Hoje você paga uma e daqui dois, 10 dias, paga outra”, afirma o autônomo Marcio Frutuoso.

“Cortando dali, cortando acolá, economizando os gastos, mas superando, né? Todo dia a gente supera uma barreira”, conta o técnico de refrigeração Manoel de Oliveira.

Manoel e Márcio moram em Rio Branco, a capital com mais famílias endividadas, seguida por Curitiba e Natal, bem acima da média histórica, que é de 61,8%. Antes da pandemia, 64% das famílias brasileiras estavam endividadas. Hoje, são muito mais: 71%.

“O endividamento em si não é uma coisa negativa, mas as circunstâncias da capacidade de pagar as dívidas sim. O que a gente tem que avaliar é: se essas famílias terão condições, no futuro, de arcar com esses compromissos. Aí nós temos alguns desafios pela frente. Primeiro: a taxa de desemprego extremamente elevada, que ameaça a massa de rendimento das famílias; e, o fator mais importante: a inflação, que corrói, diariamente, o poder de compra”, explica Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP.

As famílias brasileiras empobreceram. Em 16 das 27 capitais do país, a renda ainda não voltou ao que era antes da pandemia. Na média, o recuo foi 0,7%. Mas em algumas cidades, como em Vitória, Boa Vista e Fortaleza, o orçamento das famílias encolheu muito mais.

Os economistas dizem que esse raio X das contas das famílias ajuda a explicar porque a economia segue travada. Com o orçamento cada vez mais apertado por causa das dívidas e dos preços subindo, sobra menos para gastar. E sobra menos ainda para tomar crédito, que é um oxigênio da economia. O estudo mostra que é preciso aliviar a pressão sobre as contas do consumidor, para que ele volte a comprar, e a indústria, o varejo e os serviços reajam.

“Você tendo seu nome limpo, você mesmo vai lá, faz a compra que você quer”, afirma o funcionário público Reinaldo Augusto

“O crédito é fundamental para qualquer tipo de economia. Ao se elevar e ficar caro, esse crédito cria o risco da inadimplência. O que seria ruim para todos os segmentos: seja para o governo, seja para as empresas, seja para as famílias”, diz Altamiro Carvalho.

Preço da ceia sofre com inflação, no segundo Natal da pandemia

Marcado pela volta das reuniões de família após o avanço da vacinação contra a Covid-19, o Natal deste ano também deve ser de aumento de preços dos produtos da ceia, em meio à escalada da inflação no Brasil, que chega a 10,25%, nos acumulado dos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo, a alta do dólar encarece os produtos importados e, ainda que com leve queda nos últimos dois meses, as carnes seguem pesando mais no bolso do brasileiro. 

Levantamento do site de pesquisa Mercado Mineiro realizado em lojas do Mercado Central, no Centro de Belo Horizonte, na primeira quinzena deste mês mostra, por exemplo, que a média de preço das frutas cristalizadas aumentou quase 42% desde  novembro do último ano, passando de pouco menos de R$13 para R$18,37. O quilo do damasco seco, geralmente importado, também subiu praticamente 59%, passando de R$46 para R$50,47. 

“O dólar e o euro estão falando alto no preço das importações. O preço das carnes, de maneira geral, caiu um pouco nos últimos meses, mas ainda são preços mais altos que os do ano passado. Mesmo assim, acredito que o consumidor não vá deixar de comprar, até pelo aspecto psicológico de ter passado o último Natal assustado e, agora, estarmos em um momento melhor da pandemia”, avalia o administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. Com a pressão sobre o mercado interno, a partir do embargo de exportações de carne bovina para a China, levantamento do site mostra que, no início de novembro, as carnes em geral apresentaram leve queda de preço, mas ainda acima do patamar anterior à pandemia. 

A fundadora da empresa de cardápios prontos Marinar Gourmet, Marina Ticon, atesta que os produtos natalinos, incluindo as carnes, aumentaram, em média, 25%. “A gente sabe que os preços ainda vão subir até o Natal. No Natal do ano passado, já houve um aumento muito grande, de até 50% em relação ao de 2019. Não estamos nem encontrando produtos que achávamos com facilidade, porque atacadistas também estão com dificuldade para comprar, devido ao valor”, relata. 

Fornecedores que oferecem cestas natalinas para empresas também sentem a pressão dos preços. O representante comercial da Nutrifaz Cestas Rodrigo Burato detalha que o preço dos produtos que compõem as entregas subiu em média 20% neste ano. “As bebidas alcoólicas, ameixas, uvas passas e os doces, por exemplo, aumentaram. Tivemos que diminuir a margem de lucro para não repassar tudo para o consumidor”, pontua. 

Natal tropical ajuda a reduzir gastos

A coordenadora institucional do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais (MDC/MG), Solange Medeiros, defende a substituição especialmente dos itens importados pelos nacionais na ceia de Natal, a fim de cortar custos. 

“A nossa experiência e Natal é focada em um Natal que não é osso, com todo o estilo de países gelados. A questão não é deixar de fazer a ceia e encontrar ps amigos, mas dar preferência a produtos nacionais, e não às frutas secas do Natal, por exemplo, que são importadas. Dá para fazer uma vasilha bonita de frutas como banana, laranja e abacaxi pra enfeitar a mesa natalina”, exemplifica. 

Com a alta das carnes, ela também recomenda abandonar tradições e apostar nas peças que estiverem mais em conta. “Nenhuma carne está barata, mas é possível fazer um falso lombo, por exemplo, metade dele com pernil e metade com carne moída, recheado com ovo cozido, com fruta… Não é necessário fazer iguarias caras para ser algo delicioso”, conclui. 

Supermercados de bairro também apostam em substituições, segundo o gerente da rede de supermercados Guarim Guarani, César Lima. “Estamos preferindo comprar uma marca menor, mas com preço agressivo, do que ter a marca líder. Não vamos apostar tanto nas castanhas nobres, por exemplo, que estão com preço elevadíssimo”, explica.

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