Jornal Folha Regional

Preço médio do etanol no país sobe 12,96% em um mês

Assim como a gasolina, o etanol vive uma escalada nos preços. Os valores praticados nas bombas dos postos de combustíveis subiram em 21 estados e no Distrito Federal na semana de 7 a 13 de novembro, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O preço médio do etanol subiu 1,89% na semana em relação à anterior, de R$ 5,294 para R$ 5,394 o litro, ainda segundo a ANP. Em outros quatro Estados, os preços recuaram, enquanto no Amapá não houve levantamento.

Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no país subiu 12,96%. O estado com maior alta no período foi Mato Grosso, onde o litro subiu 18,03% no mês. Na apuração semanal, a maior alta de preço foi observada em Roraima, com avanço de 5,27%, para R$ 6,095 o litro.

O  Rio Grande do Sul tem o maior preço pesquisado: R$ 7,899 o litro. O maior preço médio estadual também foi o do Rio Grande do Sul, de R$ 6,943.

Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol ficou em R$ 5,256 o litro, alta de 2,12% ante a semana anterior.

O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 4,499 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 5,021, foi registrado na Paraíba – não há, portanto, estados com o biocombustível a menos de R$ 5/litro. 

Gasolina sobe pela 5ª semana seguida e máxima chega a 8 reais por litro

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis informou nesta segunda-feira 8 que o preço médio da gasolina nos postos brasileiros subiu 2,25% na semana passada e atingiu 6,7 reais por litro. O preço máximo registrado foi de 7,99 reais no Rio Grande do Sul.

Trata-se da 5ª semana consecutiva com elevação nos preços. Em 20 estados é possível encontrar o litro da gasolina a mais de 7 reais: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins.

O último reajuste dos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras foi anunciado pela Petrobras em 25 de outubro. Com isso, o preço do litro do diesel nos postos subiu 2,45% na última semana, atingindo uma média de 5,34 reais.

O preço médio do etanol subiu 4,5% na semana e chegou a 5,29 reais, enquanto o do botijão de gás se manteve estável, em 102,48 reais.

Crise energética: Brasil perderá 166 mil empregos e R$ 8,2 bilhões

O constante aumento no preço da energia elétrica, causado em grande parte pela crise hídrica, terá uma série de impactos negativos na economia brasileira. Ela vai causar uma queda de R$ 8,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano. Para 2022, a previsão é de R$ 14,2 bilhões em perdas. 

Já o consumo das famílias será reduzido em R$ 7 bilhões, as exportações terão perdas equivalentes a R$ 2,9 bilhões, e ao menos 166 mil postos de trabalho serão fechados. No ano que vem, a crise energética deve afetar 290 mil empregos em relação ao número de pessoas ocupadas no primeiro trimestre deste ano.

O alerta é feito no estudo “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira (2).

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou em nota que a crise de abastecimento dos reservatórios de água brasileiros afetou a produção de energia nas hidrelétricas — fonte mais barata — e aumentou o uso de usinas mais onerosas, como as termelétricas, o que ajuda a explicar o salto da inflação.

Mas os elevados encargos, impostos e taxas setoriais da tarifa de energia já pesavam sobre a economia brasileira mesmo antes da crise, segundo ele.

“O alto custo dos impostos e dos encargos setoriais e os erros regulatórios tornaram a energia elétrica paga pela indústria uma das mais caras do mundo, o que nos preocupa muito, pois a energia elétrica é um dos principais insumos da indústria brasileira”, afirmou Braga de Andrade. “Essa elevação do custo de geração de energia é repassada aos consumidores, com impactos bastante negativos sobre a economia.”

No entanto, segundo a confederação, antes mesmo da crise hídrica, o custo da energia elétrica já era um dos principais entraves ao aumento da competitividade da indústria brasileira. No ranking do estudo Competitividade Brasil 2019-2020, elaborado pela CNI, o Brasil aparece na última posição, entre 18 países, no fator Infraestrutura de Energia, devido ao custo elevado da energia elétrica e à baixa qualidade no fornecimento.

Autora do estudo, a economista Maria Carolina Marques lembra que a indústria é o setor da atividade que apresenta o maior consumo de energia elétrica e é afetada de forma direta e indireta pelos custos da área.

“O primeiro efeito sobre os custos é direto, via gastos adicionais para manutenção da sua própria atividade. De modo indireto, as empresas veem o aumento do preço dos insumos no mercado local, com o repasse do aumento no custo com energia pelas cadeias produtivas. Com o aumento no preço dos insumos domésticos, as empresas os substituem por importados, o que gera impactos negativos para os produtores de insumos nacionais”, conclui a especialista.

IPVA 2022 deve ficar até 30% mais caro em Minas Gerais

Com o fim de ano se aproximando, os consumidores brasileiros mais atentos já começam a fazer as contas dos impostos que vão precisar ser pagos no início de 2022. Um deles é o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e os motoristas que tem carros emplacados em Minas Gerais devem pagar um IPVA mais caro em até 30%, na comparação com o valor que foi pago neste ano.

Um levantamento realizado sobre o preço dos 10 carros mais vendidos do país, considerando o valor praticado na tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), no mês de novembro, mostra que a diferença entre o IPVA a ser pago em janeiro de 2022 e o imposto que foi pago em janeiro de 2021 varia entre 14% e 27%, dependendo do modelo do veículo.

Considerando que a alíquota do imposto cobrado pela Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG) é de 4% para os automóveis, os donos de um Gol usado deverão arcar com um IPVA 25,49% mais caro no ano que vem, enquanto quem tem um Uno vai pagar um imposto 14,56% maior, podendo chegar a até 27,12% no caso do Corolla (veja detalhes abaixo).

Esse aumento é devido à elevação do preço dos automóveis no Brasil em 2021, por causa da escassez de peças e componentes eletrônicos enfrentados pela indústria automotiva durante a pandemia, com fila de espera para a compra de um carro novo, e a consequente valorização dos usados, diante da alta demanda.

De acordo com o diretor da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg) e sócio proprietário da Auto Maia Veículos, Flávio Maia, a grande demanda pela compra de carros seminovos tem feito o preço dos usados subirem entre 15% e 25%, algumas vezes até acima da tabela de referência (Fipe).

“Os seminovos e usados estão valorizados em um nível como nunca estiveram. Os (veículos) que custam entre R$ 25 e R$ 40 mil são os mais procurados e é exatamente esse perfil de veículo que subiu em 2021. Alguns modelos tiveram pico de 35% de aumento no valor nesse ano. Ano que vem, o IPVA deve ser 30% maior do que foi pago ano passado, porque o preço do carro, em média, subiu esse percentual no mercado”, diz.

Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o valor médio dos veículos no país aumentou 24,9% nos últimos 12 meses, entre outubro de 2020 e setembro deste ano. Os carros zero tiveram aumento de 20,72% no mesmo período, enquanto os veículos usados ficaram, em média, 30,25% mais caros.

De acordo com a SEF-MG, a cobrança do IPVA de carros usados em Minas Gerais é baseada no valor venal do veículo, de acordo com o preço médio praticado no mercado, no final do exercício anterior ao da cobrança. “Desde o IPVA do exercício 2008, essa cotação é realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com supervisão dos técnicos da SEF/MG”, diz. No caso dos veículos novos, a base de cálculo do imposto é o preço total que consta na nota fiscal de venda.

PREPARE O BOLSO: IPVA 2022 SERÁ MAIS CARO

Veja o valor estimado do imposto para os 10 carros mais vendidos no Brasil

MODELO / ANO / PREÇO NOV. 2020 / PREÇO NOV. 2021 / IPVA 2021 / IPVA 2022*/ VARIAÇÃO (%) IPVA

Gol 1.0 / 2016 / R$ 30.767,00 / R$ 38.611,00 / R$ 1.230,68 / R$ 1.544,44 / 25,49%

Palio Way Fire 1.0 / 2017 / R$ 28.452,00 / R$ 35.047,00 / R$ 1.138,08 / R$ 1.401,88 / 23,17%

Uno Way 1.0 / 2020 / R$ 40.766,00 / R$ 46.704,00 / R$ 1.630,64 / R$ 1.868,16 / 14,56%

Celta Spirit LT 1.0 / 2016 / R$ 26.458,00 / R$ 32.807,00 / R$ 1.058,32 / R$ 1.312,28 / 23,99%

Onix LTZ 1.4 / 2019 / R$ 54.613,00 / R$ 65.660,00 / R$ 2.184,52 / R$ 2.626,40 / 20,22%

Fox Connect 1.6 / 2020 / R$ 47.120,00 / R$ 57.051,00 / R$ 1.884,80 / R$ 2.282,04 / 21,07%

Corolla GLi 2.0 / 2020/ R$ 93.403,00 / R$ 118.739,00 / R$ 3.736,12 / R$ 4.749,56 / 27,12%

KA 1.0 S / 2020 / R$ 41.020,00 / R$ 49.121,00 / R$ 1.640,80 / R$ 1.964,84 / 19,74%

Corsa Hatch Maxx 1.4/ 2012 / R$ 21.644,00 / R$ 26.943,00 / R$ 865,76 / R$ 1.077,72 / 24,48%

Fiesta 1.5 / 2016 / R$ 34.715,00 / R$ 43.340,00 / R$ 1.388,60 / R$ 1.733,60 / 24,84%   

Fonte: Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) – Setembro 2021 / *Estimativa com base em dados da tabela Fipe

Petrobras anuncia novo reajuste em 20 dias, diz Bolsonaro

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (1), em Roma, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a Petrobrás vai anunciar um novo reajuste no preço dos combustíveis em 20 dias.

“A Petrobras anuncia, isso eu sei extraoficialmente, novo reajuste em 20 dias”, disse Bolsonaro. “Isso não pode acontecer. A gente não aguenta, porque o preço do combustível está atrelado à inflação”, lamentou.

Em seu discurso, Bolsonaro também reclamou de governos anteriores, como o de Michel Temer, quando teve início a política de atrelar o preço do combustível ao dólar.

O presidente se queixou, ainda, que os governos petistas começaram e não concluíram a construção de três refinarias no país. Segundo o presidente, se apenas uma delas tivesse sido concluída, o preço do combustível seria mais baixo no país.

Os projetos das refinarias Premium I e II nunca chegaram a sair no papel e foram enterrados em 2015, ainda no governo de Dilma Rousseff. Já a refinaria Comperj, no Rio de Janeiro, que já tinha algumas estruturas iniciadas, foi abandonada no próprio governo Bolsonaro, em dezembro de 2019.

A Petrobras concluiu que não haveria viabilidade econômica para a refinaria depois que a petroleira chinesa CNPC, que iria investir no negócio, desistiu.

Atualmente, a Petrobras tem 13 refinarias, e pretende vender 8 delas. No momento, apenas duas já foram leiloadas, mas os contratos ainda não foram assinados.

Além disso, Bolsonaro voltou a dizer ainda que o ICMS é o vilão do preço dos combustíveis, e defendeu novamente a privatização da Petrobras – algo que, segundo ele, não é algo para o curto prazo.

Dividendos

O presidente também disse que estuda usar dividendos da Petrobras para reduzir preço do diesel.

“Então, o que eu quero da Petrobras: no tocante aos rendimentos que a Petrobras dá ao governo federal, não me interessa esses recursos. Tenho conversado com Paulo Guedes. Nós queremos que isso seja revertido diretamente em diminuição do preço do diesel na ponta da linha.”

“A prioridade é o preço do combustível. Eu vi muito rapidamente, não quero falar agora, o lucro da Petrobras. A Petrobras é uma em parte estatal e monopolista. A política não deve ser essa”, disse. “Essa semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras. Eu indico o presidente, passa pelo conselho, e tudo de ruim que acontece lá cai no meu colo. O que é de bom, nada cai no meu colo.”

Procurada, a Petrobras não respondeu a um pedido de comentário sobre as declarações de Bolsonaro.

Defasagem dos preços

O último reajuste anunciado pela estatal foi na semana passada, menos de vinte dias depois da alta anterior. Na ocasião, o preço médio de venda da gasolina A para as distribuidoras teve reajuste de 7% e o diesel, de 9,15%.

Mesmo com os últimos aumentos, vale dizer que ainda existe uma defasagem dos preços no Brasil em relação ao mercado externo.

Até o início do mês, essa defasagem chegava a 21% no caso da gasolina e de 19% no caso do diesel, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Isso sinaliza que, além desses reajustes, o mercado ainda pode ter novas altas. Além disso, existe a perspectiva de que o Petróleo continue se valorizando, já que os maiores produtores da commoditie têm dado sinalizações de que não vão aumentar a oferta no mercado global.

Minas Gerais anuncia congelamento do ICMS no preço do diesel

O Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta 2ª feira (25.out.2021) em seu perfil no Twitter que irá congelar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o diesel no Estado. O chefe do executivo mineiro não disse por quanto tempo a medida ficará em vigor. Ele também não deu detalhes sobre o impacto na arrecadação do Estado.

“Considerando que o aumento do valor do combustível, decorrente dos reajustes constantes da Petrobras, tem consequências diretas no custo de vida dos mineiros, o Governo de Minas vai congelar o ICMS do diesel no Estado a partir desta segunda-feira”, escreveu.

Em entrevista à CNN nesta 2ª feira o governador disse que o ICMS não tem papel determinante no preço do diesel, já que o valor é definido por outros fatores. Bolsonaro (sem partido) já havia atribuído a alta dos combustíveis ao ICMS dos Estados.

“O Governo Federal é fácil dizer que vai zerar PIS e Cofins, representa 1%, 2%. Para os estados, ICMS é 20%”, disse.

“O Governo Federal é fácil dizer que vai zerar PIS e Cofins, representa 1%, 2%. Para os estados, ICMS é 20%”, disse.

A medida é anunciada dias depois da greve de transportadores de combustível e derivados de petróleo que afetou a distribuição em Minas Gerais. A paralisação iniciou na madrugada do dia 21 de outubro e atingiu 100% dos tanqueiros do Estado, que protestavam contra os altos custos dos combustíveis e contra o valor do ICMS.

Minas Gerais e Maranhã já haviam apresentado uma proposta para o congelamento do imposto durante reunião extraordinária do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). O projeto, porém, não teve adesão dos Estados.

Governo de Minas pode diminuir preço do gás de cozinha, diz Zema

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (4), que avalia redução do preço do gás de cozinha no Estado.

“Queremos muito que, caso a situação venha a permitir, haja uma redução principalmente naquilo que é essencial, o gás de cozinha. No nosso ponto de vista, ele é algo muito mais importante do que gasolina. Gasolina se coloca em BMW, em Mercedes, agora o gás de cozinha toda família usa, então beneficiaria toda a sociedade. E muito mais aqueles que ganham menos, porque a representatividade do consumo de gás na renda é maior”, disse o governador. Ele também destacou a importância do produto para bares e restaurantes, um dos setores mais afetados pela pandemia. 

Questionado pela reportagem, o governo de Minas detalhou que, atualmente, o ICMS, imposto estadual, corresponde a cerca de 18% do preço final do gás, enquanto a distribuição e a venda respondem por 30,6% e a política de preços da Petrobras, 51,4%. 

“As restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determinam medidas de compensação em caso de perda de receita, por isso, não é possível a redução imediata de impostos. Apesar disso, o Governo de Minas estuda ações para reduzir o impacto do consumo de gás de cozinha no orçamento das famílias mineiras”, completa a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MG), por meio de nota. 

O professor de planejamento tributário do Ibmec Antônio Paulo Machado avalia que a redução do ICMS seria uma medida positiva, mas pondera que ações como direcionamento de benefícios de compra para a população mais vulnerável pode ter efeitos mais significativos. “Do ponto de vista, acredito mais no auxílio do que na redução da alíquota, porque a redução impacta a todos e há pessoas em condições diferentes. Dando o auxílio, você direciona os recursos. Ele deveria ser algo com prazo determinado e curto, apenas para socorrer as pessoas em maior necessidade neste momento”, conclui.  

Nível baixo de hidrelétricas faz com que conta de luz fique mais cara

Os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste fecharam o período chuvoso com um baixo nível de água e atualmente estão com apenas 33,47% da capacidade de armazenamento de energia, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).

É o menor nível desde 2015, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). A expectativa é que, como naquele ano, o consumidor passe a cobrir o custo adicional de geração de energia por termelétricas, com o pagamento das bandeiras tarifárias na conta de luz até o fim do ano.

Em Minas, o nível de dois dos sete maiores reservatórios preocupa a Cemig. É o caso da hidrelétrica de Nova Ponte, no Alto Paranaíba, que está com 16,7% de armazenamento, e da usina Emborcação, em Araguari, no Triângulo Mineiro, que está com 22,7%.

“Temos dois reservatórios que preocupam bastante. É o caso de Nova Ponte e Emborcação, que finalizaram o período chuvoso com armazenamentos muitos baixos. É o pior armazenamento do histórico deles, considerando o final da estação úmida. Esses baixos níveis no início do período de estiagem preocupam bastante, porque as vazões que nós estamos imaginando, ao longo desse período seco, são muito ruins, em alguns casos, batendo recordes com as piores vazões durante a seca” diz Ivan Sérgio Carneiro, gerente de Planejamento Energético da Cemig.

Racionamento

A situação no país é tão crítica que executivos do setor avaliam que, não fosse a queda de demanda provocada pela pandemia, o Brasil correria o risco de racionamento já em 2020.

“A situação dos reservatórios é bem crítica, talvez a pior dos últimos anos, compatível a 2014, quando a gente esteve à beira de um racionamento. O último foi em 2001”, diz Raimundo de Paula Batista Neto, diretor presidente da Enecel Energia.

Segundo Batista Neto, o país está caminhando para uma situação semelhante à vivenciada em 2014.

“O consumidor pode se preparar porque vai pagar uma bela conta de luz. O problema é que não choveu nos reservatórios, que foram usados de forma indevida ano passado. Na nossa situação, não há nada a fazer a não ser acionar as térmicas e talvez pedir ao consumidor para não consumir energia, o que é difícil. Então, a saída é aumentar a conta de luz”, afirma.

Grande parte da matriz elétrica nacional é constituída por usinas hidrelétricas, que fazem parte do sistema interligado nacional. Quando as hidrelétricas estão relativamente vazias – como é o caso do Sudeste – é necessário que o suprimento enérgico venha de outra fonte.

É aí que as termoelétricas são acionadas, para suprir a necessidade energética do país.

“Já temos uma quantidade de termelétricas acionadas há bastante tempo no país. O sistema é interligado, então independente de termos um déficit de armazenamento nos reservatórios no Sudeste, esse risco de racionamento de energia, segundo o ONS, não existe”, afirma Carneiro, da Cemig.

Consumidor mineiro já paga bandeira vermelha desde abril

Desde 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) antecipa parte dos custos do uso das termelétricas por meio da cobrança mensal de bandeiras tarifárias sobre a conta de luz.

Em maio, já com as perspectivas negativas para o ano, foi acionada a bandeira vermelha nível 1, que acrescenta R$ 4,17 para cada 100 kWh consumidos.

Em Minas, os consumidores já estão sendo tarifados com a bandeira vermelha desde abril. “Nós já estamos com a bandeira vermelha, que tem dois patamares. Ainda estamos no primeiro patamar. Mas tudo indica que, devido à atual condição de armazenamento e às vazões esperadas serão muito ruins, o período seco vai ser com bandeira vermelha”, diz Ivan Sérgio Carneiro, gerente de Planejamento Energético da Cemig.

Na semana passada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o ONS a utilizar todos os recursos disponíveis para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, “sem limitação nos montantes e preços associados”.

Já na última segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores que o problema é sério e vai dar “dor de cabeça”.

O ONS disse que acompanha de perto a situação de 161 reservatórios no país. “A situação requer atenção, já que estamos atravessando um período hidrológico desfavorável, mas o importante, neste momento, é garantir que estamos realizando todas as ações necessárias para operar o sistema com segurança e de forma a atender a demanda elétrica do país”, afirmou.

Coronavírus derruba o turismo e hotéis começam a fechar as portas

Setor emprega 380 mil trabalhadores diretos e 1,3 milhão indiretos

O mais recente hotel que fechou as portas é o Hotel Matsubara, no bairro Paraíso em São Paulo (SP). Levantamento da Prefeitura de SP mostra que outros 27 hotéis fecharam definitivamente em 2020 por conta da pandemia e que arrecadação do setor caiu 64% na comparação com 2019.

O último hóspede do Matsubara fez as malas e se despediu do hotel no bairro do Paraíso, Zona Sul de São Paulo, no dia 31 de março de 2021. Desde a última quinta-feira (1º), os mais de 160 quartos do hotel, que já receberam delegações esportivas internacionais e executivos de multinacionais, estão todos vazios.

Com prejuízos acumulados por conta da pandemia de Covid-19, o local fechou as portas no dia 1º de abril e se juntou a outros 27 hotéis que fecharam definitivamente na cidade São Paulo no ano passado, segundo um levantamento da prefeitura. De acordo com o Relatório de Impactos da Pandemia de Covid-19 no Turismo, outros 12 hotéis fecharam temporariamente em 2020 na capital.

Próximo à Avenida 23 de Maio e ao Parque do Ibirapuera, o hotel Matsubara ocupa um edifício de esquina que agora fica apagado. Os proprietários do hotel não quiseram comentar o fechamento. Ex-funcionários do local também disseram que não poderiam se pronunciar.

Em um comunicado enviado a hóspedes, a administração disse que “em razão dos significativos impactos no setor de turismo e de hotelaria em decorrência da pandemia Covid-19” comunica “o encerramento das atividades a partir de 1 de abril de 2021”. Na mensagem, o hotel diz ainda que o processo de encerramento das atividades “é difícil, mas inevitável.”

A pandemia de Covid-19 afetou duramente o setor de turismo da capital. A taxa de ocupação dos hotéis da cidade caiu 58,7% no ano de 2020 em comparação com 2019. Com isso, a arrecadação desses estabelecimentos foi 64,3% menor.

A crise resultou em 6,6 milhões de diárias a menos vendidas em 2020 e, segundo pesquisa da Prefeitura de São Paulo, 68% dos estabelecimentos demitiram funcionários no segundo semestre de 2020.

Efeitos da pandemia

O desemprego causado pelo fechamento de um hotel de grande porte como o Matsubara vai além dos funcionários do estabelecimento, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) em São Paulo, Ricardo Roman Jr.

“Cada hotel deste porte tem cerca de 250 funcionários, em empregos diretos, mas há ainda os indiretos. O nosso setor movimenta uma cadeia de fornecedores muito grande: materiais de limpeza, enxoval, alimentos e bebidas, manutenção predial, entre outras. Então, o número de pessoas afetadas pode ser até cinco vezes maior”, disse Roman Jr.

Segundo a ABIH, o turismo da cidade de São Paulo deve ser mais afetado pela pandemia do que o de outras cidades do estado por conta do perfil dos visitantes da capital, que depende mais do turismo de negócios.

“A hotelaria tem basicamente três tipos de público: lazer, corporativo e eventos. Na retomada imediata após a pandemia, você tem o retorno de apenas um tipo de público, que é o de lazer. No turismo corporativo e de eventos, nós não temos a expectativa de retornar ao que era, vai levar no mínimo uns quatro anos para voltarmos aos níveis de 2019”, avalia o presidente da associação.

O relatório elaborado pela prefeitura sobre o turismo na capital destaca estratégias para a recuperação do setor, mas reconhece obstáculos para a retomada.

No documento, a prefeitura avalia que o turismo de estrangeiros na capital, por exemplo, deve continuar em baixa porque, apesar de o dólar estar valorizado em relação ao real, o que barateia os custos para o turista internacional, o cenário atual não é favorável para o turismo no Brasil.

“O país está com a imagem arranhada pela questão política e pelos altos índices de contaminados e mortos [pela Covid-19]”, afirma a prefeitura em relatório.

Passageiros nos aeroportos

Com as restrições de viagem implementadas em diversos países, o fluxo de passageiros internacionais que chegam aos aeroportos que atendem a cidade de São Paulo (Congonhas, Guarulhos e Viracopos) caiu mais do que o fluxo de passageiros nacionais.

Em 2020, apenas 4,5 milhões de estrangeiros chegaram a São Paulo por esses três aeroportos, contra 15,7 milhões em 2019, uma queda de 71%. Já a redução de passageiros nacionais foi de 50%. Ao todo, 41,5 milhões de passageiros deixaram de circular nos aeroportos que servem a capital paulista.

O número de países conectados a São Paulo por voos diretos também diminuiu: foi de 35 países acessados por voos diretos em janeiro para 26 em dezembro de 2020.

Como é a composição do preço dos combustíveis?

Impostos e margem de lucro de vendedores elevam preço final.

Nos últimos meses, os brasileiros têm sido surpreendidos com o aumento do preço dos combustíveis. A combinação de dólar alto e de aumento da cotação internacional do petróleo tem pesado no bolso do consumidor.

O preço dos combustíveis é liberado na bomba – ou na revenda, no caso do gás de cozinha. No entanto, grande parte do que o consumidor desembolsa reflete o preço cobrado pela Petrobras na refinaria. Como num efeito cascata, alterações nos preços da Petrobras, que seguem a cotação internacional e o câmbio, refletem-se nos demais componentes do preço até chegar ao preço final.

Impostos, adição de outros combustíveis à mistura e preços de distribuição e de revenda somam-se ao valor cobrado nas refinarias. Ao sair da Petrobras, o combustível sai com o valor do produto mais os tributos federais: a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), partilhada com estados e municípios; o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Ao chegar às distribuidoras, o preço sobre o combustível passa a sofrer a incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido por cada um dos estados e o Distrito Federal.

A cada 15 dias, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão formado pelas secretarias estaduais de Fazenda, publica no Diário Oficial da União uma pesquisa dos preços de combustíveis cobrados dos consumidores na bomba. Essa pesquisa serve como base para o cálculo do ICMS sobre combustíveis.

Quando há aumento de ICMS, o preço pode subir novamente porque os postos costumam repassar o reajuste para o consumidor.

Um projeto de lei enviado ao Congresso no último dia 12 pretende mudar o modelo de cobrança do ICMS e introduzir valores fixos por litro, como ocorre com os tributos federais. Dessa forma, o imposto estadual não seria afetado pelos reajustes nas refinarias, reduzindo o impacto sobre o bolso do consumidor.

Composição

No caso da gasolina e do diesel, a adição de outros combustíveis à mistura eleva os preços. À gasolina que sai pura da refinaria é acrescentado álcool anidro, na proporção de 27% para a gasolina comum e aditivada e 25% para a gasolina premium.

Já o diesel sofre a adição de 12% de biodiesel. Esses custos são incorporados ao preço dos combustíveis que vai para as revendedoras, onde o preço final é definido com o custo de manutenção dos postos de gasolina e as margens de lucro das revendedoras.

A Petrobras pesquisa periodicamente os preços ao consumidor nas principais capitais.

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