O ano de 2023 é o mais quente da história do planeta e também foi o mais quente da série histórica do Brasil. A média das temperaturas no país ficou em 24,92 graus Celsius (ºC) – sendo 0,69 °C acima da média histórica de 1991/2020, que é 24,23 °C. No ano anterior, em 2022, a média anual foi de 24,07 ºC, 0,16 ºC abaixo da média histórica.
Segundo levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dos 12 meses do ano de 2023, nove tiveram médias mensais de temperatura acima da média histórica, com destaque para setembro, que apresentou maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) desde 1961, com 1,6 ºC acima da climatologia de 1991/2020 (média histórica).
Ao longo do ano, o Brasil enfrentou nove episódios de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño (aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Além disso, segundo o Inmet, outros fatores têm contribuído para a ocorrência de eventos cada vez mais extremos, como o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.
Após análise dos desvios de temperaturas médias anuais do Brasil desde 1961 a 2023, o Inmet verificou uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos, que pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais.
As temperaturas mais elevadas foram observadas no sul do Pará, Mato Grosso, sul de Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, áreas de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará.
Temperatura global
De acordo com a versão provisória do Estado Global do Clima 2023, publicada pela OMM, em 30 de novembro de 2023, a temperatura média da superfície global ficou 1,4°C acima da média histórica de 1850/1900, até outubro do ano passado.
Com este valor, o ano de 2023 já é considerado o mais quente em 174 anos de medições meteorológicas, superando os anos de 2016, com 1,29°C acima da média, e 2020, com 1,27°C acima da média.
Ontem (9), o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, confirmou que o ano passado foi o mais quente registrado no planeta e provavelmente o mais quente do mundo nos últimos 100 mil anos.
Minas pode ter chuva até 100 mm e temperatura até 2°C acima das médias históricas nos primeiros três meses do ano devido ao El Niño 2023/2024, que já está entre os cinco mais intensos registrados desde 1950.
O relatório de tendência climática elaborado pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), prevê que a maior parte do estado fique com até 1°C acima da média histórica, podendo chegar a 2°C no extremo norte mineiro, como nas regiões Norte de Minas e Jequitinhonha.
O motivo é a continuidade do El Niño, o fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por anomalias positivas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), com águas mais quentes no Oceano Pacífico Tropical Centro-Oriental, próximo à costa oeste da América do Sul.
“Vale ressaltar que o El Niño 2023/2024 já está entre os cinco mais intensos já registrados (desde 1950) e a tendência é que persista influenciando no clima por toda a estação do Verão, ou seja, até o final de março de 2024”, afirma o meteorologista do Simge Heriberto dos Anjos.
Em relação às chuvas no primeiro trimestre de 2024, a tendência é que a porção norte do estado (Noroeste, Norte de Minas e Jequitinhonha) apresente mais precipitações, com cerca de 50 mm a 100 mm acima da média. Nas outras regiões de Minas, a previsão é de chuvas dentro da normalidade.
Segundo o Simge, e importante ressaltar que o El Niño contribui para uma atmosfera mais aquecida em todo o país, com destaque para o Norte, interior do Nordeste e boa parte do Centro-Oeste do Brasil, onde devem registrar temperatura acima de 2°C. No extremo sul da Região Sul do Brasil, a tendência é de temperatura ligeiramente acima ou dentro da normalidade.
Para a porção norte do Sudeste brasileiro, que inclui o norte de Minas (Noroeste, Norte de Minas e Jequitinhonha), além dos estados do Tocantins e norte do Mato Grosso, a previsão é de chuvas entre 50 mm e 100 mm acima da média histórica. Nas demais regiões do estado de Minas Gerais e em boa parte do Norte, Centro-Oeste e Sul do Brasil, a previsão é precipitações dentro da normalidade. Nos estados de Roraima, Amapá, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul as chuvas devem ficar abaixo da média, entre 50 mm e 100 mm. (Clic Folha)
O verão começou nesta sexta-feira (22) e os mineiros podem se preparar para uma estação chuvosa e com temperaturas acima da média. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), tanto no estado quanto na capital o cenário será parecido. O El Niño – que deve ter pico de atuação entre dezembro e janeiro de 2024 – continua influenciando as temperaturas e o regime de chuvas. Neste primeiro dia de verão e até o Natal o tempo tende a ficar nublado, com pancadas de chuva na capital mineira, enquanto as temperaturas variam entre 20°C e 29°C.
O verão no Hemisfério Sul começou à 0h27 (horário de Brasília) de hoje e termina à 0h06 de 20 de março de 2024. A estação é caracterizada pela elevação da temperatura em todo o país devido à posição da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos do que as noites e provocando rápidas mudanças nas condições do tempo. Assim, segundo o Inmet, há condição favorável para chuva forte, queda de granizo, vento de intensidade moderada a forte e descargas elétricas.
Minas Gerais segue o padrão, com a estação também marcada pelo calor e pelas chuvas. Segundo o meteorologista Claudemir Azevedo, em Belo Horizonte, por exemplo, o volume acumulado durante os três meses que compõem a estação é de 700mm, em média. “É um período bastante chuvoso”, reforça. “Em termos de temperatura, a média máxima para a capital é de 28°C, e a mínima, de 20°C.” Ele ressalta que, nesta época do ano, é comum as pancadas de chuva ocorrerem, principalmente, à tarde. Elas podem ser de forte intensidade, acompanhadas de raios e rajadas de vento.
SEM ONDA
Em BH, as chuvas devem ficar acima da média, assim como as temperaturas (cerca de 2°C acima da média). “Diferentemente do que aconteceu na primavera, com ondas de calor forte, em princípio, elas não devem ocorrer, pelo menos nesse início de estação.” Uma onda de calor é caracterizada por uma sequência de pelo menos três dias consecutivos de temperaturas máximas acima da média história para determinado local.
O meteorologista pontua que o começo do verão deve ser marcado por pancadas de chuva em Belo Horizonte e Região Metropolitana, assim como em todo o estado. Em Minas Gerais, o cenário se repete em relação às chuvas e à temperatura. Os maiores volumes devem se concentrar nas regiões Central, Sul, Zona da Mata e Triângulo. “Mas, de maneira geral, chove bem em todas as regiões do estado, incluindo o Norte e o Vale do Jequitinhonha.”
As zonas de convergência, comuns na primavera e no verão, devem ser afetadas pelo El Niño, que continua atuando para deixar as temperaturas acima da média. “De acordo com o meteorologista, com o fenômeno, a tendência é de um início de verão típico, com pancadas de chuva. “Aqueles cenários de vários dias consecutivos de chuva branda ainda não estão previstos.” Há expectativa de chuvas mais fortes, neste início de estação, na Zona da Mata.
NO BRASIL
No verão, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste da Região Nordeste, onde os acumulados de chuva costumam ser inferiores a 400mm.
Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva é provocada, principalmente, pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pelo período chuvoso.
Em média, os maiores volumes de chuva podem ocorrer nas regiões Norte e Centro-Oeste, com acumulados entre 700mm e 1.100mm.
O Inmet alerta que, atualmente, estamos sob a influência de um El Niño forte. O pico do fenômeno deve ocorrer entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. A partir de fevereiro, o fenômeno perde intensidade gradualmente até o outono do ano que vem. Até lá, junto com outros fatores, ele deve continuar influenciando o clima no país, como a manutenção das temperaturas elevadas em algumas regiões.
Uma nova onda de calor começa em Minas Gerais nesta quinta-feira (14 de dezembro). O alerta foi emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e é válido por quatro dias, até o domingo (17), podendo ser prolongado. Segundo a previsão, as temperaturas vão voltar a ficar até 5ºC acima da média, o que indica “risco à saúde”.
A capital Belo Horizonte e as cidades da região metropolitana estão entre os municípios que vão passar pela nova onda de calor. Em novembro, o fenômeno fez BH marcar temperaturas acima de 37ºC por uma semana. Já no interior de Minas os termômetros foram além. Foi durante a onda de calor que a cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, marcou 44,8°C e se tornou a cidade mais quente da história das medições.
Para os próximos dias, o Inmet prevê 41ºC em Minas Gerais no próximo domingo. Já em Belo Horizonte, a temperatura máxima deve ficar em 33ºC.
Quadros de desidratação são a ocorrência mais comum durante ondas de calor. Crianças e idosos precisam reforçar os cuidados por serem mais vulneráveis. O Inmet recomenda o contato com a Defesa Civil (telefone: 199) ou com o Corpo de Bombeiros (telefone: 193) em casos de emergências.
Veja lista de cidades de MG que devem passar por onda de calor, segundo o Inmet:
A procura por ventiladores, climatizadores e aparelhos de ar-condicionado disparou com a última onda de calor e as vendas atingiram 300 unidades em uma semana em estabelecimentos comerciais de Passos.
No país, grandes redes varejistas registraram vendas de até 6 mil ventiladores na última segunda-feira, o que equivale a seis vezes o movimento de um dia considerado normal. Neste ano, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) prevê alta de 38% na comercialização de ar-condicionado, chegando a 4 milhões de unidades.
O vendedor Otávio Bueno, que trabalha em uma loja em Passos, afirma que, na última semana, as vendas chegaram a 300 unidades de refrigeradores de ar. “A procura nesse mês foi a maior do ano, o pessoal tem buscado muito ventilador, climatizador e ar-condicionado, mas varia de acordo com as condições do cliente”, disse.
Segundo ele, a procura teve alta de 100% e o estoque tem que ser reposto quase que diariamente. “Do mês passado até hoje, a procura dobrou e o estoque acabou facilmente, mas nós tentamos repor, no máximo, de um dia para o outro, a carreta chega aqui cheia de mercadoria para nossos clientes não ficarem sem”, afirma.
De acordo com Jéssica Aparecida Grizostomo de Souza, coordenadora administrativa em uma loja de eletrodomésticos em Passos, algumas fábricas anunciaram que o estoque de produtos acabou devido a problemas na logística por conta da crise hídrica que afeta a região de Manaus (AM) e da Zona Franca.
“Por causa da crise hídrica, não estão conseguindo escoar os ares-condicionados, já estão começando a faltar em alguns depósitos de ventilador também, nos sites tem de 220 w, mas 110 w não têm mais”, diz.
Para a secretária Marília Silva, a compra do ar-condicionado foi um investimento. “Antes eu tinha um ventilador e um climatizador, mas, com certeza, não eram tão eficientes nesse calor”, afirma. Segundo ela, mesmo tendo custado mais caro por conta do aumento na procura, valeu a pena. “Por ter comprado o aparelho nessa época de onda de calor, o valor aumentou muito, antes o mesmo equipamento que comprei estava no mínimo R$500 mais barato”, aponta.
O historiador Pedro Paulo Abreu Barborana afirma que após comprar um ventilador, constatou aumento na conta de energia elétrica. “Notei uma alta de cerca de R$50, mas, como antes na minha casa nós não tínhamos o aparelho, ficávamos com janelas e portas abertas, foi uma necessidade adquirir”, afirma.
A Abrava prevê que o Brasil venda 700 mil aparelhos de ar-condicionado a mais do que em 2022, com expectativas de vendas ultrapassando quatro milhões de unidades residenciais. Este número se aproxima do recorde de 2014, quando foram vendidos 4,3 milhões de aparelhos. Dados do IBGE mostram que nos últimos meses o preço no varejo subiu quase 10%. Só em outubro a alta de preços chegou a 6,09%, o segundo maior aumento entre os itens não alimentícios medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, Ana Ávila, disse em entrevista que o El Niño – fenômeno sazonal responsável por promover um aquecimento atípico das águas do Oceano Pacífico equatorial – ainda atingirá seu pico deste ano em dezembro. “A temperatura das águas vai ficar cerca de 2,5°C acima do esperado. E os modelos indicam que até junho do ano que vem a gente deve ter o El Niño em curso.”
O El Niño favorece a ocorrência de ondas de calor porque as frentes frias ficam bloqueadas no sul do país e não conseguem avançar, explicou a meteorologista. “Outra questão é que o aquecimento das águas no Oceano Pacífico ajuda a aquecer a atmosfera em termos globais.”
Uma onda de calor, segundo definição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ocorre quando há temperaturas de pelo menos 5ºC acima da média da região para o período, durando no mínimo três dias consecutivos.
Ainda segundo as previsões do Cepagri, a onda de calor na Região Metropolitana de Campinas (RMC) deve continuar até sábado (18). A partir de domingo (19), a expectativa é que as temperaturas comecem a cair.
Negacionismo
Por conta da onda de calor observada nos últimos dias, o Ministério da Saúde disponibilizou uma página especial com recomendações e informou que correm risco todas as pessoas, mas especialmente idosos, crianças, diabéticos, gestantes, a população em situação de rua e aqueles com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação.
Entre negacionismos e visões apocalípticas, o fenômeno tem gerado ampla repercussão midiática e debates nas redes sociais sobre a relação dele com as mudanças climáticas. Afinal, do ponto de vista científico, é possível estabelecer com razoabilidade esse vínculo?
O meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri, explica haver um ramo das ciências atmosféricas que busca responder justamente a relação das ondas de calor e as mudanças climáticas. É a chamada ciência da atribuição climática, que estuda o impacto da atividade humana na probabilidade de ocorrência de fenômenos específicos. Os pesquisadores utilizam recursos de simulação computacional para investigar se determinados eventos ocorreriam ou não – e, se ocorreriam, com que magnitude – sem a influência antropogênica no clima.
“Os estudos costumam apontar que as ondas de calor podem ter uma relação bastante íntima com as mudanças climáticas. Em geral, as pesquisas mais conclusivas quanto a essas atribuições são relativas às ondas de calor. Então, é uma das principais hipóteses que a gente tem para explicar esse calor extremo. Mas claro que temos outros fatores em jogo, como o El Niño”, esclarece Bainy.
O meteorologista explica ainda que o momento atual coincide com uma fase da chamada oscilação de Madden-Julian. “É um mecanismo de variabilidade climática que dura algumas semanas. E há ciclos. Algumas fases tendem a deixar a parte leste do país mais seca, como é o caso agora. E outras fases tendem a promover chuvas mais volumosas, como é o esperado a partir do final de semana.”
A onda de calor causou a morte de mais de 5 mil frangos em um criadouro localizado no Centro-Oeste de Minas, entre quarta (15) e quinta-feira (16).
No vídeo também é possível ouvir uma mulher desesperada com a situação: “Pelo amor de Deus, estou precisando de ajuda. Olha lá, olha as portas”.
Segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) o criadouro, que fica em São Sebastião do Oeste, tem uma parceria com uma granja integrada em Pará de Minas, para fornecimento de frangos.
No local, são criadas cerca de 70.500 mil aves. O IMA informou que foi notificado nesta sexta-feira (17) sobre a mortandade de aves devido ao estresse calórico, gerado pelo forte calor.
O Instituto afirmou, ainda, que irá fazer uma análise da notificação e se necessário irá ao local fazer uma vistoria nos próximos dias.
Com a onda de calor, a conta de luz de novembro já tem impacto de pelo menos 5% a mais em relação ao valor pago no mesmo período do ano passado. A estimativa é da Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia), com base no recorde de consumo de energia registrado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) nos últimos dois dias.
A carga de energia elétrica atingiu recorde em dois dias consecutivos, na segunda e terça-feira, impulsionada pelas altas temperaturas em todo o país, que aumentam o uso de equipamentos de refrigeração.
A demanda instantânea de carga do SIN (Sistema Interligado Nacional) ultrapassou 100.000 MW megawatts) pela primeira vez na história, na segunda-feira, com 100.955 MW. No dia seguinte, atingiu, às 14h20, o patamar de 101.475 MW. Já nesta quarta-feira (15), feriado da Proclamação da República, o consumo de energia ficou mais baixo. Às 14h24, era de 86.671 MW.
“Os recentes resultados demonstram que houve um incremento de 16,8% na carga, se considerada a demanda atendida nos primeiros dias de novembro, passando de 86.800 MW para os atuais 101.475 MW”, afirmou o ONS em nota.
“Acabamos de bater o recorde pela primeira vez na história do Sistema Interligado Nacional. Considerando variáveis, com dados que temos hoje, a gente pode colocar que deu 5% de acréscimo da potência, analisando só os dados do SIN. Considerando esse histórico que foi atingido, a gente pode falar que 5% já acrescentamos nessa potência”, afirma Alexandre Moana, diretor-financeiro da Abesco.
Para ele, isso mostra que a potência, que é tudo o que está ligado ao mesmo tempo, tem tido um salto enorme. “Como isso desencadeia por unidade de tempo, imagina que tenho um secador de cabelo ligado em 80% do máximo, só que agora chegou a 100%. Isso que está acontecendo. Se ficou um tempo na potência alta, tenho o consumo alto”, acrescenta Moana.
A energia elétrica residencial já tem alta de 8,59% no acumulado dos últimos 12 meses, segundo o IPCA (Índice Nacional de Presos ao Consumidor Amplo), de outubro, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado de 2023, o aumento chega a 7,78%.
Em agosto, já houve impacto dos reajustes das tarifas, influenciados, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores.
Demanda de energia
Em meio ao calor intenso, que deve se estender até sexta-feira (17), segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), com temperaturas acima de 40°C em algumas partes do país, o ONS passou a esperar crescimento de até 15,6% para a carga de energia em novembro.
A onda de calor que vem afetando boa parte do Brasil incidiu diretamente na demanda por energia elétrica. Para atender ao aumento do consumo de energia, o operador nacional tem acionado outras usinas termelétricas.
“O Operador reforça que o SIN é robusto, seguro, possui uma ampla diversidade de fontes e está preparado para atender às demandas de carga e potência da sociedade brasileira”, afirma o ONS.
Como economizar na conta de luz
O especialista em eficiência energética Wagner Carvalho, CEO da W-Energy, afirma que o consumo tende a aumentar de modo significativo com a utilização dos equipamentos de climatização.
Não só pelo uso do ar-condicionado, que está em 16,7% das residências do país, segundo ele. Mas também a geladeira, que aumenta o consumo em função do esforço da máquina para refrigerar os alimentos.
“As pessoas tendem a mudar a opção do chuveiro elétrico para o modo verão, que vai exigir menos da resistência. Porém, o número de banhos também aumenta. Esses são alguns dos motivos que geram alta no consumo de energia elétrica”, explica Carvalho, que dá diversas dicas:
• quem tem ar-condicionado, a primeira coisa a fazer é limpar o filtro. “Às vezes, o equipamento pode ser forçado em função da sujeira, que prejudica a ventilação. Isso tem aumento de até 20% do consumo da energia elétrica da máquina. Por uma questão de economia e saúde, é bom fazer a limpeza adequada do filtro e dimensionar direito a potência do equipamento no ambiente”;
• para usar o ar-condicionado à noite, a orientação é colocar a função “timer”. Quando já estiver climatizado, o equipamento desliga sozinho, sem ficar consumindo durante a noite inteira;
• quem ainda não tem equipamento e for comprar, escolha sempre produtos com tecnologia inverter, que podem gerar economia de até 40%, porque baixa a rotação sem ficar ligando e desligando o compressor, como equipamentos convencionais;
• é bom manter a geladeira organizada, com as coisas no lugar certo, para não peder tempo com a porta aberta, procurando os produtos. Evite também colocar equipamentos quentes dentro da geladeira;
• quem for comprar uma nova geladeira deve optar pelos modelos de duas portas, para não ficar abrindo o congelador o tempo inteiro. Isso evita a troca de calor — além de escolher a tecnologia inverter;
• quem costuma viajar deve tirar os equipamentos da tomada. A função stand by continua consumindo energia. Outra dica é diminuir a potência da geladeira e deixar o menor número possível de alimentos nela.
“Com adoção de medidas como essas, a população pode economizar até 30% na conta de luz”, afirma Carvalho. “Lembrar que a tecnologia que mais economiza energia chama-se disciplina. As mudanças climáticas vieram para ficar. Então esse desequilíbrio e a ausência de padrão de temperatura vão ser cada vez mais comuns no nosso cotidiano daqui para a frente.”
Apesar de estarmos na primavera, a tarde deste domingo (12), foi marcada por temperaturas típicas de verão nas cidades banhadas pelo Lago de Furnas em Minas Gerais.
Diversos municípios mineiros registraram temperaturas acima dos 35 graus. São José da Barra, foi a cidade com a maior temperatura registrada na região das cidades banhadas pelo Lago de Furnas nesta tarde: 40⁰C.
Capitólio, não ficou para trás: 38⁰C. Logo depois, aparecem as cidades de São João Batista do Glória, Guapé e Carmo do Rio Claro, todas no Sul de SC, com 37°C, 36°C e 36°C, respectivamente.
As informações são do INMET, Instituto Nacional de Meteorologia, onde as temperaturas passaram do que estava previsto.
Na próxima semana entre quinta (16) a sábado (18), os termômetros vão subir ainda mais, onde em algumas cidades a temperatura poderá chegar à 42⁰C, com mínimas de 20⁰ durante às madrugadas.
Turismo
Com altas temperaturas, Capitólio registrou alta procura por turistas das cidades da região que optaram por passeios de barcos e pelos complexos turísticos, assim como hotéis que oferecem piscinas e áreas de lazer.
O empresário Leonardo Cássio de Guaxupé (MG), está aproveitando o fim de semana no ‘Mar de Minas’ com toda família.
“Acreditem, moramos perto, mas nunca tínhamos visitado a região de Capitólio e foi o melhor destino de nossa vida. Passeamos de lancha, de 4×4, frequentamos restaurantes e lanchonetes de Capitólio e ficamos encantados com as belezas naturais e receptividade na cidade. Agora será nosso destino todos os meses durante a primavera e verão. As cachoeiras são encantadoras”, informou Leonardo.
Minas Gerais terá durante os próximos dias a terceira onda de calor em 2023, um fenômeno considerado raro, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura deverá subir em todas as regiões do estado, ultrapassando a marca dos 40°C entre essa quinta-feira (9) e a próxima quarta-feira (15). A expectativa é de que no fim de semana, as regiões Norte, Noroeste e do Triângulo Mineiro tenham calor de 42°C.
“A diferença deste ano para os outros é que agora vamos para a terceira onda de calor, quando o habitual é ter apenas uma”, explica a meteorologista Anete Fernandes, do Inmet. De acordo com a especialista, o fenômeno pode durar até seis dias, porém não deverá superar as temperaturas registradas na segunda onda de calor, que ocorreu no final do mês de setembro. “Os termômetros devem chegar, no máximo, aos 42°C. O que é inferior a última onda, quando tivemos, por exemplo, a cidade de São Romão, com 43,5°C”, justifica.
A primeira onda de calor em Minas Gerais em 2023 ocorreu entre os dias 23 e 26 de agosto. Na ocasião, a temperatura média ficou na casa dos 38°C. O fenômeno se repetiu em setembro, entre os dias 23 e 28, quando os termômetros se mantiveram em torno dos 40°C. “É um fenômeno muito comum no fim da primavera ou começo do verão. O que chama a atenção neste ano é o fato dessa reincidência, com temperaturas dessa grandeza”, explica a meteorologista.
Conforme o Instituto de Nacional de Meteorologia (Inmet), a onda de calor ocorre quando há a elevação da temperatura, por pelo menos três dias seguidos, em 5°C acima da média habitual registrada em determinada região. Segundo a meteorologista Anete Fernandes, o fenômeno é acompanhado pelas equipes do instituto e, por isso, será preciso reavaliar as condições climáticas na próxima semana, a fim de verificar se onda de calor prevista para esse mês poderá se estender por mais dias.
“Temos uma aproximação de uma frente fria, com possibilidade de chuva, o que pode interromper esse fenômeno. Porém, precisamos reavaliar como essa frente fria vai se manifestar em Minas”, conclui.
Capital
Em Belo Horizonte a expectativa é de um novo recorde de calor nos próximos dias. A capital pode registrar a maior temperatura do ano na segunda-feira (13 de novembro).
De acordo com o Inmet, a previsão é de que máxima chegue aos 38°C. A medição possibilita superar o recorde de 38,6°C, registrado no dia 25 de setembro, durante a segunda onda que atingiu o estado.
A terceira onda de calor
A terceira onda de calor pode ser justificada pelo El Niño, que ocorre ao longo deste ano. O fenômeno consiste no aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico e provoca a distribuição de umidade e calor no planeta, principalmente na zona tropical.
“Quando você tem esse aquecimento irregular na faixa equatorial do Oceano Pacífico, que é a maior célula oceânica do planeta, isso interfere no clima de diferentes partes do mundo. É o que chamamos de teleconexão, ou seja, algo que acontece no Pacífico e influencia a América do Sul, a Europa e todos os continentes”, explica a meteorologista Anete Fernandes, do Inmet.
Cuidados
A orientação do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e da Defesa Civil é de que a população possa redobrar a atenção durante os dias de temperatura extremas. É aconselhável evitar a exposição ao sol durante os horários de maior calor, além de beber água a cada duas horas. Outras recomendações são em relação a utilização de roupas leves, assim como o consumo de alimentos como frutas e verduras.
Esses cuidados são recomendados principalmente para crianças, idosos e pessoas com condições crônicas, que requerem medicação diárias. Isso proque estes grupos estão mais expostos aos riscos de complicações ou morte durante o dias de altas temperaturas.
Para quem reside em áreas vulneráveis, a prevenção deve se intensificar, principalmente, em relação aos incêndios florestais. A orientação é evitar atividades que possam causar faíscas, como queimadas não autorizadas, e denunciar qualquer comportamento suspeito às autoridades.
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