Quatro entre as 10 maiores cidades do Sul de Minas irão oferecer passe livre de ônibus no domingo (30), para o segundo turno das Eleições 2022. Na região, Poços de Caldas, Alfenas, Passos e São Sebastião do Paraíso terão o serviço.
Por outro lado, Pouso Alegre, Lavras, Itajubá, Três Corações e Três Pontas não oferecerão o serviço. A Prefeitura de Varginha informou que vai disponibilizar o serviço apenas para moradores da zona rural.
A medida ocorre após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar que prefeituras e empresas concessionárias possam oferecer serviço de transporte público gratuito no dia da votação.
O ministro afirmou que a prática não pode levar a punição de prefeitos e gestores por crimes eleitorais ou de improbidade administrativa porque seu objetivo é viabilizar a garantia constitucional do direito de voto.
Conforme a decisão, poderão ser oferecidas linhas especiais para locais de longa distância, com contratação de ônibus escolares.
O serviço de transporte não poderá ser reduzido nos locais onde já são oferecidos, sob pena de caracterização de crime eleitoral. (G1)
A senadora Simone Tebet (MDB) anunciou nesta quarta-feira (5) apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. O petista disputa a Presidência com Jair Bolsonaro (PL) no dia 30 de outubro.
“O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós. Votarei com a minha consciência e a minha razão, e a minha consciência me diz que omitir-me seria trair a minha trajetória de vida pública. […] Há um Brasil a ser imediatamente reconstruído e um povo a ser reunido. Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças”, afirmou Tebet, que ficou em terceiro lugar na eleição presidencial.
“Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial em seus últimos dias de campanha, quando chamou para si o voto útil, depositarei nele o meu voto, porque reconheço nele o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, declarou a emedebista.
“Minha consciência me diz que, nesse momento tão grave de nossa história, omitir-me seria trair a minha trajetória de vida pública. […] Não anularei meu voto, não votarei em branco. Não me cabe a omissão da neutralidade.”
Mais cedo, a emedebista já havia sinalizado apoio ao petista. Ela compartilhou no Instagram uma reportagem do jornal “O Globo” com uma foto em que aparecia ao lado de Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Lula. “Tebet encontra com Alckmin e formaliza hoje o apoio a Lula”, dizia o título da matéria.
Ainda na manhã desta quarta, o partido de Tebet tomou a decisão de liberar os diretórios estaduais para tomada de decisão sobre qual posição adotar no segundo turno das eleições.
“Por ampla maioria, o MDB decidiu dar liberdade para que cada um se manifeste conforme sua consciência”, afirma a nota, assinada pelo deputado Baleia Rossi, presidente da Executiva Nacional do MDB.
Tebet obteve 4.915.423 votos, o que representou 4,16%.
PDT, de Ciro Gomes, também declarou apoio a Lula
Nesta terça-feira (4), o presidente do PDT, Carlos Lupi, anunciou o apoio do partido ao candidato petista. Segundo Lupi, a candidatura de Lula é “a mais próxima” do PDT e a decisão foi unânime.
“Tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o mais próximo da gente que é a candidatura do Lula, que eu chamo de candidatura do 12 mais um”, disse.
Logo depois, Ciro Gomes, que foi o candidato da legenda à Presidência, declarou em um vídeo publicado nas redes sociais, sem citar o nome de Lula, que seguirá a decisão do partido.
“É a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que restem aos brasileiros duas opções, ao meu ver, insatisfatórias”, disse Ciro.
O pedetista ficou em quarto lugar na disputa pela Presidência, com 3.599.287 votos (3,04%).
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse na última terça-feira (4), em Brasília, que a instituição está tomando as medidas necessárias para evitar que os eleitores enfrentem filas no segundo turno das eleições, a ser realizado em 30 de outubro.
No domingo (2), eleitores de diversas seções eleitorais em todo o país reclamaram de imensas filas para votar. As filas também foram observadas pela missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanhou a votação no Brasil.
Durante a abertura da primeira sessão do TSE após o primeiro turno, Moraes disse que os problemas que causaram as filas estão sendo equacionados com os tribunais regionais eleitorais (TREs).
Apelo
“O TSE já está planilhando e tomando todas as medidas necessárias para que as filas que ocorreram em algumas seções eleitorais não voltem a acontecer no próximo turno. Isso será realizado para que o eleitor tenha uma votação mais confortável”, afirmou. Ele conclamou os eleitores para que participem do segundo turno.
“O comparecimento de todos os eleitores é muito importante para que nós possamos novamente demonstrar a maturidade da democracia brasileira e completar esse ciclo eleitoral das eleições gerais de 2022”, concluiu.
Números do primeiro turno
No discurso, Moraes também destacou o aumento de candidatos negros e mulheres que foram eleitas para a Câmara dos Deputados. Segundo o ministro, dos 513 parlamentares, 91 são mulheres, número que representa 17,7% do total. 27 dos eleitos se declararam pretos (5,26%).
Dos 156 milhões de eleitores que estavam aptos a votar, 123 milhões (80%) compareceram às urnas. A abstenção foi de 20,95%, número que está na média registrada em eleições anteriores, segundo o ministro.
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) anunciou nesta terça (4) apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições para a Presidência da República.
Ciro Gomes evitou citar o nome de Lula, afirmando que “acompanha a decisão do partido”. O anúncio foi feito menos de uma hora após o PDT declarar apoio a Lula em decisão unânime pelo diretório nacional da sigla.
“Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias”, disse. “Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora.”
Ciro diz ainda que “frente às circunstâncias”, o apoio a Lula era a “última saída”. “Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste para os brasileiros duas opções ao meu ver insatisfatórias.”
Apesar de citar piora na “trilha democrática”, Ciro diz não acreditar que a democracia esteja em risco nessas eleições, mas pondera sobre o que classifica como “absoluto fracasso na nossa democracia em construir um ambiente de oportunidades que enfrente a mais massiva crise social e econômica que humilha a esmagadora maioria do nosso povo”.
‘Não aceitarei qualquer cargo’
Ciro disse também que manifestar o apoio sem pedir cargo em troca. “Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha”, afirmou.
“Ao povo brasileiro me dirijo: fiquem certo de que, como sempre fiz, vou fiscalizar acompanhar de perto o dia a dia do governo que assumirá o governo em janeiro. Assim como vou seguir estudando e apresentando ideias para o nosso país”, finalizou Ciro Gomes.
O candidato do PDT foi o quarto candidato mais votado no primeiro turno das eleições 2022, com 3.599.287 votos, equivalente a 3,04%.
Lula e Jair Bolsonaro obtiveram respectivamente 48,43% e 43,20% dos votos válidos e disputam a eleição no segundo turno.
O PDT anunciou nesta terça-feira (4) apoio do partido à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no segundo turno das eleições para a Presidência da República.
O anúncio veio após reunião da Executiva do partido no final da manhã desta terça. No primeiro turno, o PDT teve o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como candidato à Presidência da República. Ele ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos (3%).
O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições. Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%).
Além do PDT, Cidadania e PSDB, que estiveram ao lado de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno da eleição presidencial, devem definir nesta terça se apoiam Lula, Bolsonaro ou se seguem neutros neste segundo turno.
Críticas
Ciro fez duras críticas a Lula durante a campanha eleitoral. O pedetista chegou a chamar o pedido de voto útil promovido pelo adversário de “campanha fascista” e disse que o presidente Jair Bolsonaro e o petista têm o mesmo projeto econômico.
Apesar dos embates, Ciro, que ao final do primeiro turno havia pedido tempo para decidir quem apoiaria no segundo turno, deve seguir a posição do partido e vai trabalhar pela eleição do petista contra Bolsonaro.
Balanço da Operação Eleições 2022 divulgado às 17h pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública contabiliza 939 crimes eleitorais e 307 prisões em todo o país neste domingo (2) de eleições. Foram 233 registros de crimes de boca de urna e 149 de compra de votos/corrupção eleitoral. Há, ainda, 33 casos de violação ou tentativa de violação do sigilo do voto.
O estado com maior número de flagrantes de crimes eleitorais é Minas Gerais, com 97 registros. Goiás e Paraná tiveram 91 registros de prisão, cada. Acre vem na sequência com 72 flagrantes de crimes, seguido do Pará e do Rio de Janeiro, ambos com 60 registros.
Das 307 prisões, 38 foram registradas em Roraima; 32 no Amazonas; 30 no Pará; 25 em Minas Gerais; e 24 no Acre e no Amapá. Foram 40 casos de transporte irregular de eleitores, dos quais 11 no Pará; seis no Amazonas; e cinco no Rio Grande do Norte.
Os estados com mais registros de boca de urna são Paraná e Goiás – ambos com 28 registros. Na sequência vem Acre e Minas Gerais, com 23 ocorrências cada; Rio de Janeiro (21); Mato Grosso (15) e Santa Catarina (13).
Até o momento, R$ 1,969 milhão foi apreendido com suspeitos. No Paraná foram apreendidos R$ 700 mil. No Piauí, mais R$ 383,8 mil; e em Roraima, R$ 207 mil. Ao todo, 11 armas foram apreendidas próximas aos locais de votação.
Dos 74 crimes comuns cometidos em locais de votação, 64 foram contra candidatos. O Rio de Janeiro é o estado com maior quantidade deste tipo de crime (24), com uma incidência quatro vezes maior do que a do segundo lugar, que foi Goiás, com seis ocorrências. Em terceiro lugar está o Ceará, com cinco registro de crimes contra candidatos.
Dos 20 casos de falta de energia elétrica nos locais de votação, nove foram em Minas Gerais; quatro no Piauí; três no Amazonas. Bahia, Distrito Federal, Espirito Santo e Maranhão registraram um caso, cada.
Ainda segundo o balanço do ministério, até o momento foram registrados 92 incidentes de segurança pública e defesa civil. Em Minas Gerais foram 31 incidentes. Goiás e Piauí tiveram 13 incidentes, cada, seguidos de Pernambuco (6). (Agência Brasil)
A eleição presidencial de 2022 será decidida em segundo turno, disputado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) — após um primeiro turno com uma diferença mais apertada do que previam as principais pesquisas de intenção de voto.
No primeiro turno, com 96,93% das urnas apuradas, Lula (PT) estava em primeiro com 54.887.668 votos (47,85% do total dos votos válidos) e Bolsonaro, em segundo, tinha 50.117.086 votos (43,70%dos válidos) — o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já considerava, então, a eleição matematicamente encaminhada para um segundo turno.
Serão quase quatro semanas até a próxima votação, em 30/10.
Em entrevista coletiva realizada na noite deste domingo (2/10), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, comemorou o que classificou como uma eleição segura e transparente.
“Houve intercorrências, mas como houve em qualquer outra eleição. Chegamos ao final desse dia com a certeza de que a Justiça Eleitoral cumpriu sua missão constitucional de garantir segurança e transparência nas eleições”, afirmou.
O ministro também disse que poderá haver acirramento político no segundo turno das eleições presidenciais, mas disse acreditar que “a era de ataque” à Justiça Eleitoral é coisa do “passado”.
“O acirramento das candidaturas, das campanhas no segundo turno é o acirramento político e sendo assim não acredito que haja ataques maiores à justiça eleitoral já que a justiça eleitoral mostrou sua competência e transparência na apuração […] acredito que a era de ataque à justiça eleitoral é passado”, disse Alexandre de Moraes.
Há desafios para Bolsonaro, como a vantagem numérica de Lula no primeiro turno, alta rejeição do eleitorado, baixo potencial de atrair eleitores de outros candidatos, verba restrita para campanha e lenta recuperação da economia.
Por outro lado, especialistas afirmam que Bolsonaro deve conseguir atrair o apoio de diversos setores da direita que estavam pulverizados nos Estados e na disputa presidencial. E também ampliar a campanha negativa contra Lula e o PT baseada acusações de corrupção e na pauta de costumes.
Entenda abaixo cinco dos principais desafios para Bolsonaro na disputa contra Lula.
1. Vantagem de Lula
“Lula, ao contrário de Bolsonaro, tem entre os eleitores uma memória de um legado muito positivo, embora manchada pela corrupção. E a personalidade de Lula é oposta à de Bolsonaro em relação à moderação, à negociação e ao trânsito político. Lula tem talvez a maior capacidade política do país de tecer um arco de alianças é realmente muito plural, diverso”, afirmou a socióloga e professora Esther Solano Gallego (Unifesp).
Como dito acima, todos os candidatos que chegaram na liderança ao segundo turno acabaram vitoriosos nas eleições.
Bolsonaro tem, portanto, duas saídas: 1. atrair a ampla maioria dos votos dos candidatos que ficaram para trás no primeiro turno, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), e 2. tirar votos de Lula.
Mas quantos votos ainda estão “em disputa” entre Lula e Bolsonaro?
Como não é possível prever o comparecimento dos eleitores nem quantos votarão em brancos e nulos, o “saldo” de votos a ser disputado no segundo turno seria a soma de todos os outros candidatos.
Mas pesquisas realizadas no primeiro turno apontavam que Lula liderava como segunda opção nas urnas entre eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet.
Segundo pesquisa Datafolha realizada no fim de setembro, por exemplo, 38% dos eleitores de Ciro tinham Lula como segunda opção e 18% tinham Bolsonaro como segunda opção.
No caso dos eleitores de Tebet, 34% tinham Lula como segunda opção e 18% tinham Bolsonaro como segunda opção.
Isso não significa, obviamente, que todas essas pessoas votarão em Lula ou em Bolsonaro no segundo turno.
A segunda saída, tirar votos de Lula, parece ainda mais difícil para Bolsonaro. O único candidato que teve menos votos no segundo turno do que no primeiro foi Geraldo Alckmin em 2006.
O então presidenciável do PSDB teve quase 2,5 milhões de votos a menos na segunda votação. Seu adversário naquela eleição, Lula, teve quase 12 milhões de votos a mais no segundo turno. Curiosamente, Alckmin (agora no PSB) se tornou o vice de Lula na chapa presidencial deste ano.
2. Alta rejeição do eleitorado contra Bolsonaro
Um dos principais obstáculos de Bolsonaro durante toda a campanha eleitoral era a alta taxa de rejeição dos eleitores.
Pesquisa realizada pelo Ipec no fim de setembro apontava que 51% dos eleitores não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro. Em comparação, 35% afirmavam que não votariam de jeito nenhum em Lula.
Segundo o Datafolha, em pesquisa no fim de setembro, as taxas mais altas de rejeição a Bolsonaro estavam entre mulheres, jovens, classes mais pobres, desempregados, estudantes, funcionários públicos e moradores das regiões Sudeste, Norte e Nordeste.
Especialistas apontam que esses números não são absolutos nem consolidados. Mas eles ficaram bastante estáveis ao longo do primeiro turno, o que aponta dificuldades para revertê-los.
Para alguns analistas, Bolsonaro ainda pode se beneficiar de elementos que o ajudaram a se eleger em 2018, como o antipetismo. Neste ano, esse sentimento estava diluído entre diversos candidatos no primeiro turno, e uma disputa agora concentrada em Lula e Bolsonaro pode reunir novamente esses eleitores antipetistas em torno de Bolsonaro, como ocorreu há quatro anos.
Outros especialistas afirmam que a rejeição de Bolsonaro tem um outro lado importante para ele: a mobilização constante de seus eleitores. Ou seja, estima-se que a taxa de comparecimento às urnas dos apoiadores de Bolsonaro deve ser maior do que a de outros candidatos.
Por outro lado, Solano Gallego avalia que Bolsonaro deve ter dificuldade para ampliar sua base de apoio porque o eleitorado não tem respondido à agenda da mesma forma positiva que fez em 2018.
“Nesta eleição, há um cansaço e uma saturação entre os eleitores evangélicos com a excessiva politização dos âmbitos religiosos, dos púlpitos. Mesmo com sua ofensiva de pânico moral, Bolsonaro já parou de crescer entre os evangélicos. É claro que ele continuará apostando nisso, colocando o PT como se fosse o destruidor da família, dos costumes, da fé e da moral.”
3. Lenta recuperação da economia
Uma das principais apostas de Bolsonaro durante o primeiro turno era que a melhora da economia brasileira impulsionaria sua campanha pela reeleição. Isso porque a economia era considerada o principal problema do país por grande parte dos eleitores.
Especialistas apontam que o cenário econômico menos pior tem beneficiado os números de Bolsonaro, tanto daqueles que declaram voto nele quanto daqueles que aprovam seu governo.
Mas a velocidade da recuperação tem sido bem mais lenta do que esperava o presidente.
A inflação, por exemplo, está em queda após seguidos aumentos. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação no país é de 10,07%, mesmo com a queda registrada em julho de 0,68% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), segundo o IBGE.
Economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central têm reduzido semana a semana as projeções da inflação para 2022. Atualmente, a previsão média de mais de cem instituições financeiras é de que a inflação feche o ano de 2022 abaixo de 6%.
Mas apesar de todas essas quedas, o Brasil ainda tem a 4ª maior taxa de inflação entre os países do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, segundo dados do início de agosto da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
4. Margem restrita para medidas de governo com potencial eleitoral
Ao longo da campanha, muitos analistas repetiram a expressão “jogar dinheiro do helicóptero”, cunhada pelo economista americano Milton Friedman, para falar das medidas bilionárias adotadas por Bolsonaro antes e durante a campanha eleitoral.
As duas principais foram o aumento do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600) e a redução de impostos para abaixar os preços dos combustíveis.
Segundo especialistas, no segundo turno Bolsonaro não tem praticamente mais margem de manobra no orçamento federal para criar ou turbinar medidas com potencial eleitoral.
5. Falta de dinheiro (e de aliados) para a campanha
Os dados do fim de setembro apontavam que a campanha presidencial de Lula havia reunido R$ 89 milhões, quase tudo repassado pelo PT a partir do fundo eleitoral.
Àquela altura, a campanha de Bolsonaro havia recebido quase R$ 17 milhões do PL e arrecadado outros R$ 12 milhões em doações privadas (principalmente de empresários).
Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha de seu pai à reeleição, a falta de dinheiro era um “ponto crítico” e já afetava a quantidade de viagens que Bolsonaro faria pelo país, por exemplo.
A enorme diferença entre os repasses do PT e do PL para as campanhas presidenciais reflete as estratégias de cada partido. Enquanto o PT priorizou a eleição de Lula, o PL se concentrou nas campanhas de candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados.
Entre outros motivos porque o tamanho da bancada de deputados federais é uma das referências usadas para definir quanto cada partido receberá dos cofres públicos.
Além disso, a transferência de Bolsonaro para o PL foi acompanhada por diversos parlamentares, o que acirrou ainda mais a disputa interna pelas verbas do partido para a campanha eleitoral de 2022.
Mas Bolsonaro não enfrenta apenas falta de verbas dentro de sua base partidária. Há relatos de falta de apoio também.
A popularidade elevada de Lula na região Nordeste, por exemplo, fez com que muitos aliados de Bolsonaro não fizessem campanha para ele com medo de afastar eleitores.
Um levantamento do jornal Folha de S.Paulo em agosto apontou que um terço dos candidatos a governador que estavam formalmente aliados com o PL nas eleições não publicavam imagens ou faziam referências a Bolsonaro nas redes sociais.
Para a socióloga e professora Esther Solano Gallego (Unifesp), a própria personalidade de Bolsonaro, “considerada por muitos brasileiros como instável, agressiva e intolerante”, atrapalha o acerto de alianças políticas para garantir sua governabilidade e ampliar seus palanques ao redor do país.
“(Bolsonaro) não conseguiu sequer ter um partido potente por trás, o que dizer de alianças eleitorais ou institucionais. Essa personalidade antidemocrática está fazendo com que o mundo institucional democrático brasileiro esteja dando as costas para ele.”
A cientista política e professora Maria do Socorro Braga (Unicamp), por outro lado, afirma que Bolsonaro deve conseguir turno atrair no segundo o apoio de diversos setores da direita brasileira.
Ela cita os exemplos da direita neoliberal, do partido União Brasil (fusão do DEM com o PSL), que no primeiro turno estava formalmente ligado à candidatura presidencial de Soraya Thronicke (União Brasil-MS), e de setores do PSDB, formalmente ligados à candidatura presidencial de Simone Tebet (MDB-MS).
“No segundo turno, o ex-presidente Lula terá muito maior dificuldade de arregimentar esses setores mais à direita. Os Estados serão fundamentais para fortalecer o Bolsonaro, especialmente no Sudeste e no Sul”, diz Braga.
Para a pesquisadora, haverá também aproximação de aliados de Bolsonaro no Congresso que não fizeram campanha para o presidente no primeiro turno, sob o temor de perderem votos em regiões onde Lula lidera com folga, mas que estarão de certa forma mais desimpedidos para apoiá-lo no segundo turno presidencial.
As eleitoras e os eleitores de Minas Gerais (MG) reelegeram Romeu Zema (Novo) como governador do estado para os próximos quatro anos. Até as 20h deste domingo (2), com 92,54% das urnas apuradas, ele havia recebido 5.677.713 votos, o que equivale a 56,71% do total de votos válidos. A disputa foi contra o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que obteve 3.459.551 votos (34,55%).
Compareceram às urnas no estado um total de 77,79% de eleitoras e eleitores. Votaram em branco 1,81% das pessoas; outras 3,20% anularam o voto. A abstenção foi de 22,21%.
Romeu Zema (Novo) nasceu em Araxá (MG), na região do Triângulo Mineiro. O atual governador de Minas tem 54 anos, é formado em Administração e iniciou a vida política em 2018, vencendo a primeira eleição para o mesmo cargo, no segundo turno. Antes de ingressar na vida pública, foi presidente do Conselho de Administração do Grupo Zema, composto por empresas de varejo, distribuição de combustíveis, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças. Em 2022, concorre pela coligação Minas nos Trilhos (PP/Pode/Solidariedade/Patriota/Avante/PMN/AGIR/DC/MDB/Novo). Seu vice é o advogado e vereador de Belo Horizonte (MG) professor Mateus (Novo), de 41 anos.
Minas Gerais não terá proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas em razão das eleições do próximo domingo (2). A informação deve ser oficializada nas próximas horas.
Uma fonte do governo de Minas informou que a decisão segue exemplo do que ocorre em outros estados. Lembrou ainda que no pleito de 2020 o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou a proibição, mas o governo se posicionou contra. “Neste ano, manteremos a posição de não editar. E tudo indica que o tribunal também não o fará”.
Segundo o TRE, a proibição da venda e do consumo de bebidas alcoólicas no dia da eleição “já foi objeto de deliberação pelo Gabinete Institucional de Segurança, ocasião em que concluíram que a definição sobre sua edição ou não compete exclusivamente à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública”.
Pedido da Abrasel-MG
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) solicitou ao governador Romeu Zema que não haja decretação da ‘Lei Seca’ eleitoral em Minas. O pedido foi reforçado pelo próprio presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel, na última segunda-feira (19), durante encontro do dirigente com o governador de Minas.
“O faturamento dos bares e restaurantes aos domingos é cerca de 70% maior do que as receitas registradas nos dias de semana. Logo, dois domingos do mês sem poder vender bebidas alcoólicas, trará grandes impactos na situação financeira dos estabelecimentos, principalmente neste momento onde a lucratividade tem sido comprometida pela inflação”, informou Matheus Daniel, na última sexta-feira (19), por meio de nota.
Na manhã desta terça, associação informou ”continua aguardando resposta do TRE-MG sobre o assunto”. (Itaiaia)
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