Jornal Folha Regional

MPMG vai à Justiça para exigir câmeras nas fardas de PMs; multa vai ser de R$ 50 mil por dia

MPMG vai à Justiça para exigir câmeras nas fardas de PMs; multa vai ser de R$ 50 mil por dia - Foto: reprodução
MPMG vai à Justiça para exigir câmeras nas fardas de PMs; multa vai ser de R$ 50 mil por dia – Foto: reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acionou a Justiça para obrigar o uso de câmeras nas fardas de todos os policiais militares em até dois anos, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. A ação civil pública, assinada pela promotora Maria Fernanda Araújo Pinheiro Fonseca, também determina a utilização de todas as câmeras já existentes no Estado em atividades de policiamento ostensivo no prazo de 30 dias, igualmente sob pena de multa diária de R$ 50 mil, a ser aplicada ao comandante-geral da Polícia Militar.

No documento, a membro do MPMG afirmou que, desde 2021, vem acompanhando o cenário nacional e internacional sobre a utilização de câmeras operacionais portáteis (COPs) pelas polícias e que, após isso, encaminhou um formulário eletrônico para as forças de segurança do Estado, questionando-as sobre as medidas que estavam sendo adotadas para o devido aparelhamento.  

O MPMG foi informado, conforme consta na ação civil pública, de que a PM já vinha estudando a questão. Diante disso, o órgão “passou a dialogar com tal instituição, na busca de conhecer os planejamentos existentes e possibilidades de articulação para efetivação da implementação das câmeras no âmbito mineiro”.  

O diálogo entre a PM e o MPMG resultou em um projeto intitulado “Câmeras Operacionais Portáteis”, que visava à obtenção de recursos para a compra dos equipamentos a serem utilizados nas fardas. O projeto foi aprovado em dezembro de 2021 e, com ele, houve a liberação de R$ 4 milhões do Fundo do Ministério Público, resultando na aquisição de 602 câmeras, 40 docas e 437 Pistolas de Emissão de Impulso Elétrico (PEIEs).  

“Para além das câmeras adquiridas com recursos do Ministério Público, a Polícia Militar recebeu outras 1.040 câmeras e 65 docas, oriundas da utilização de verbas do Tesouro Estadual, estimadas em R$ 2,4 milhões, inicialmente distribuídas a diversas unidades policiais, de forma pulverizada no Estado, para uso em todas as regiões militares”, diz trecho do documento.  

Falta de respostas

Após a compra, o Ministério Público, segundo destacado pela promotora, passou a acompanhar as tentativas de implementação. “Foram encaminhados diversos ofícios à Polícia Militar de Minas Gerais, a fim de se obter informações concretas sobre os planejamentos existentes, metodologias de avaliação de resultados, bem como o efetivo uso da tecnologia, em sua maioria sem respostas satisfatórias ou que indicassem de forma clara e objetiva como estava se dando o uso das câmeras.”  

A promotora destacou que, diante do cenário descrito, “o governo de Minas Gerais e a Polícia Militar de Minas Gerais vêm propositalmente retardando o uso de câmeras operacionais portáteis”. “Tal postura evidencia o descaso do Estado com a segurança pública, especificamente com os policiais militares e demais servidores, na qualidade de garantidor dos direitos fundamentais do cidadão”, afirmou.  

Análise

O especialista em segurança pública Arnaldo Conde avalia que a ação civil pública movida pelo MPMG é “parte do trabalho do órgão”. “Se foi gasto dinheiro público, é preciso averiguar. A câmera deve ser utilizada para complementar a atividade policial, e não para dar fidelidade ao trabalho que ela realiza”.  

“A câmera é um equipamento que deve ser visto como um acessório, nada além disso. Precisamos considerar esse detalhe para entender o que esperamos do seu uso. A câmera não vai melhorar nem piorar o trabalho policial. Não podemos delegar ao equipamento a responsabilidade pelo bom desempenho da polícia”, complementa.

Posicionamento

A reportagem procurou a PMMG. A corporação informou que “as devidas informações sobre o caso estão sendo produzidas e serão entregues à Advocacia-Geral do Estado (AGE), para as providências cabíveis”. 

MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos

MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos - Foto: divulgação/Ministério Público de Minas Gerais
MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos – Foto: divulgação/Ministério Público de Minas Gerais

O Ministério Público denunciou oito pessoas pelo crime de associação criminosa e por 51 crimes de corrupção eleitoral ou compra de votos em favorecimento a uma vereadora eleita nas últimas eleições em Passos (MG).

As denúncias foram oferecidas após conclusão da 1ª fase da “Operação Integridade”, deflagrada pela Promotoria Eleitoral de Passos e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com as investigações, durante o período eleitoral no ano passado, uma vereadora eleita teria se associado a outras sete pessoas com o objetivo de praticar crimes de corrupção eleitoral. Aline Gomes Macedo de Souza, a Aline do Social (PL), acabou sendo eleita como a vereadora mais votada na cidade, com 3.014 votos. A reportagem apurou que o nome dela está entre os denunciados.

Segundo o MP, o grupo é suspeito de aliciar eleitores com oferta de dinheiro em troca do voto, realizar propaganda de boca de urna e afixar material irregular de divulgação da candidatura nos veículos e residências de eleitores aliciados.

MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos - Foto: divulgação/Ministério Público de Minas Gerais
MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos – Foto: divulgação/Ministério Público de Minas Gerais
MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos - Foto: divulgação/Ministério Público de Minas Gerais
MPMG denuncia 8 pessoas pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral em Passos – Foto: divulgação/Ministério Público de Minas Gerais

A operação revelou a existência de associação criminosa constituída para a prática de crimes de corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral e propaganda eleitoral, no dia da eleição, no pleito de 2024.

No dia 9 de janeiro, equipes do Ministério Público cumpriram mandados de busca e apreensão domiciliar em endereços dos investigados. Ainda conforme o MP, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão na cidade de Passos e um em Ribeirão Preto (SP).

Ao longo da investigação, o Ministério Público também requereu a prisão preventiva de três investigados, mas o pedido não foi acatado pela Justiça Eleitoral.

No lugar da prisão preventiva, foram decretadas medidas cautelares de comparecimento bimestral em juízo, proibição de contato com outros investigados e testemunhas, proibição de se ausentar da comarca de sua residência sem prévia autorização judicial, recolhimento domiciliar no período noturno e em finais de semana, além da entrega dos passaportes.

A advogada da vereadora Aline Macedo, Thaís Buzato, informou que como não teve acesso à denúncia mencionada na matéria, não conhece seu conteúdo, o que inviabiliza a manifestação neste momento. Ela disse ainda que caso a vereadora Aline seja denunciada por algum fato, a defesa vai se manifestar nos autos no momento oportuno para comprovar sua inocência, tendo em vista que sua vida pública sempre foi pautada na honestidade, ética e integridade.

Ainda segundo o MP, as investigações prosseguem.

Via: G1

A pedido do MPMG, decisão judicial determina inclusão de reserva de vagas para pessoas com deficiência em processo seletivo da Secretaria de Estado de Educação

A pedido do MPMG, decisão judicial determina inclusão de reserva de vagas para pessoas com deficiência em processo seletivo da Secretaria de Estado de Educação - Foto: reprodução
A pedido do MPMG, decisão judicial determina inclusão de reserva de vagas para pessoas com deficiência em processo seletivo da Secretaria de Estado de Educação – Foto: reprodução

A pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Justiça deferiu liminar determinando a suspensão de processo seletivo promovido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais e deu prazo de dez dias para retificação do edital para que seja incluída previsão de reserva do percentual de 10% do total de vagas para pessoas com deficiência.  

A decisão determina ainda que, após a retificação, deverá ocorrer a reabertura do prazo de inscrição no Edital PS/SEEMG nº 04/2024, para as pessoas com deficiência, garantindo a elas a integralidade do prazo originalmente previsto.

A liminar foi deferida em Ação Civil Pública proposta pelo MPMG requerendo a previsão de percentual de 10% de reserva de vagas a pessoas com deficiência no Edital PS/SEEMG nº 04, de 21 de outubro de 2024, para provimento de cadastro de reserva à contratação temporária do cargo de magistério.

O Estado de Minas Gerais se manifestou no processo afirmando que, por se tratar de modalidade de contratação temporária, inexiste previsão normativa de reserva de vagas. No entanto, a decisão aponta que a legislação não exclui a obrigação em processos seletivos públicos para contratação temporária.

A decisão, proferida no dia 20 de janeiro, prevê multa diária de R$ 5.000 em caso de descumprimento.

Grupo preso em operação no Sul de Minas vendia remédios falsos feitos a base de tabletes de caldo de carne, diz MP

Grupo preso em operação no Sul de Minas vendia remédios falsos feitos a base de tabletes de caldo de carne, diz MP - Foto: divulgação/MPMG
Grupo preso em operação no Sul de Minas vendia remédios falsos feitos a base de tabletes de caldo de carne, diz MP – Foto: divulgação/MPMG

Uma ação do Ministério Público desarticulou uma organização criminosa suspeita de fabricar remédios falsos. Conforme o órgão, algumas das substâncias replicadas tinham como elementos básicos tabletes de caldo de carne a fim de simular remédios.

A operação Reação Adversa foi deflagrada na última terça-feira (12). Segundo o MP, oito mandados de prisão e 39 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Cinco pessoas foram presas em flagrante.

A investigação começou apurando falsificações de medicamentos veterinários, mas depois constatou que havia remédios falsos também para consumo humano que eram vendidos pela internet. Pelo menos 10,9 mil medicamentos teriam sido vendidos durante três anos.

“O que nos chamou a atenção ao longo da investigação e na deflagração da operação era a forma como a fabricação era pulverizada pela cidade de Campo do Meio (MG). Então foram identificados diversos galpões e até mesmo residências com extrema informalidade, sem nenhuma condição de segurança ou adequada para a manipulação de medicamentos”, informou Guilherme Germano, promotor de Justiça do Ministério Público.

Ainda de acordo com o Ministério Público, o grupo criminoso utilizava caldo de carne para fazer a falsificação dos remédios. Para o promotor, o objetivo da organização era enganar o consumidor deste medicamento.

‘A preocupação da organização criminosa era simular as características visuais do medicamento, ou seja, eles faziam uma falsificação muito apurada da caixa, da bula, da embalagem, mas, de forma alguma, eles tentavam simular as características do remédio original, ou as suas propriedades terapêuticas. Um dos alvos afirmou, em mais de uma ocasião, que utilizava caldo de tempero pra fazer a falsificação. Certamente existiam aí outras formas de falsificar também, mas uma delas, até pela característica do comprimido que era imitado, que era mastigável, parece que eles utilizavam caldo de tempero, caldo de carne, pra esse fim. O que demonstra que realmente a intenção era enganar o consumidor, era enganar o usuário do medicamento, mas de forma alguma resguardar a saúde ou o bem-estar de quem adquirisse”, explicou Guilherme Germano.

Ao todo, estima-se que cerca de 10.933 medicamentos tenham sido vendidos ao longo de três anos de atuação da quadrilha, que alcançou compradores de pelo menos 20 estados brasileiros.

“Segundo informações das próprias empresas farmacêuticas, naquele município, o índice de falsificação índice de reclamações por falsificação de medicamento superou até mesmo o índice de diversos países, demonstrando a dimensão global do esquema de contrafação de medicamentos. […] O índice de falsificação era dos maiores do mundo”, afirmou promotor.

A principal plataforma utilizada para a comercialização dos medicamentos falsificados foi a internet. As vendas eram realizadas por meio de sites populares de comércio eletrônico.

“Identificamos que duas plataformas muito comuns, muito famosas, eram a fonte majoritária de comercialização do grupo. Então, certamente o comércio em ambiente virtual foi o modus operandi adotado e com os benefícios, sobretudo, a ilusão de anonimato que ele acarreta para os criminosos”, disse.

“Em medicamentos humanos é até mais evidente a importância de sempre comprar em locais idôneos que tenham a licença. Mas mesmo no caso de medicamentos veterinários, é sempre importante destacar, além do risco ao animal, que já é suficientemente grave, também existe um grande risco. A população humana, na medida em que esses animais podem ser vetores de doenças, a exemplo do carrapato estrela, que, se não tratado, pode levar até mesmo ao óbito. Então, é sempre importante destacar a necessidade de comprar em locais idôneos, locais de procedência e confiabilidade. E claro, também sempre verificar o preço, pois um dos grandes chamarizes dessa ação criminosa era vender abaixo do preço de mercado”, completou.

Grupo preso em operação no Sul de Minas vendia remédios falsos feitos a base de tabletes de caldo de carne, diz MP - Foto: divulgação/MPMG
Grupo preso em operação no Sul de Minas vendia remédios falsos feitos a base de tabletes de caldo de carne, diz MP – Foto: divulgação/MPMG

Via: G1

Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro

Terceira fase da operação Ponte Torta é voltada à repressão e responsabilização de organização criminosa responsável por roubos qualificados, lavagem de dinheiro, receptação e posse de armas de fogo

Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro - Foto: divulgação/MPMG
Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro – Foto: divulgação/MPMG

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Carmo do Rio Claro e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Passos, e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deflagram, na manhã desta sexta-feira, 6 de dezembro, a terceira fase da operação Ponte Torta, voltada à repressão e responsabilização de organização criminosa responsável pela prática de roubos qualificados, adulteração de sinal identificador de veículo, lavagem de dinheiro, receptação e posse de armas de fogo.    

Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão nas comarcas de Carmo do Rio Claro, Poços de Caldas e Caldas. Além disso, durante as diligências, foi realizada uma prisão em flagrante por receptação, apreendidos R$ 10 mil em espécie e munições, bem como identificados e apreendidos dois veículos clonados: um Hyundai/IX35 produto de furto em Alfenas e uma Fiat/Toro produto de roubo em Campos Gerais, ambos os crimes ocorridos em 2024.

Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro - Foto: divulgação/MPMG
Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro – Foto: divulgação/MPMG

Em janeiro deste ano já havia sido deflagrada a primeira fase da Operação Ponte Torta, com sete mandados de prisão e seis de busca e apreensão cumpridos em Carmo do Rio Claro, Alterosa e Piumhi.

Posteriormente, foram condenados sete integrantes da organização criminosa, que atuavam na região de Carmo do Rio Claro, cometendo roubos em propriedades rurais e em rodovias próximas ao Lago de Furnas com uso de armas de fogo e emprego de violência física e psicológica contra às vítimas. As penas variaram de 12 a 26 anos de prisão.

Em junho deste ano, na segunda fase da operação, também foram apreendidos, na zona rural de Carmo do Rio Claro, três veículos clonados, sendo duas caminhonetes Toyota Hilux SW4 e um GM/Ônix, bem como localizada uma arma de fogo e efetuada a prisão de dois autores em flagrante.

As investigações prosseguem.

Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro - Foto: divulgação/MPMG
Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro – Foto: divulgação/MPMG
Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro - Foto: divulgação/MPMG
Operação contra organização criminosa resulta em apreensão de dinheiro, veículos e prisão em flagrante em Carmo do Rio Claro – Foto: divulgação/MPMG

Empresas e 22 pessoas são denunciadas por venda de carne de animais doentes em Formiga

Empresas e 22 pessoas são denunciadas por venda de carne de animais doentes em Formiga - Foto: divulgação/MPMG
Empresas e 22 pessoas são denunciadas por venda de carne de animais doentes em Formiga – Foto: divulgação/MPMG

Duas empresas e 22 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público pelo comércio de carne de animais doentes em Minas Gerais. Entre os denunciados estão proprietários, gerentes e responsáveis técnicos das empresas.

O MP denunciou o grupo pelos crimes de organização criminosa, maus-tratos a animais, falsificação de selo público, falsidade ideológica e crimes contra a saúde pública, contra as relações de consumo e contra a administração ambiental.

A denúncia decorre de investigações que culminaram na operação Fort Summer, deflagrada no dia 18 de março, tendo como alvos frigoríficos da cidade de Formiga, no Centro-Oeste de Minas, que, entre outros crimes, ofereciam carnes impróprias para o consumo. O alimento era destinado, inclusive, para a merenda de escolas municipais. 

Segundo a denúncia, “os envolvidos adquiriam animais doentes a preço baixo, realizavam o abate clandestino, e colocavam a carne, imprópria para o consumo e com alto risco de transmissão de doenças, para comercialização. As atividades ilícitas envolveram o recebimento de animais magros e doentes, que não poderiam ser abatidos no exercício da atividade comercial, tentativa de esquentamento dos produtos cárneos de procedência irregular por meio de carimbo do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), manobras para dificultar a fiscalização e, por fim, distribuição e venda a preços competitivos o suficiente para ganhar licitações para fornecimento de merendas escolares, por exemplo, tudo por meio da instrumentalização de pessoas jurídicas para a prática delitiva”.

“Os réus são acusados de se associarem em um modelo de gestão empresarial criminosa informal em que as etapas da negociação delituosa envolvendo o comércio irregular de carnes eram cumpridas de acordo com as finalidades de cada empresa participante do esquema ilícito – seja abate, beneficiamento e/ou distribuição – atuando seus sócios e funcionários de acordo com suas funções na estrutura da respectiva pessoa jurídica, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza (em especial, econômica), mediante a prática das infrações”, divulgou o Ministério Público.

A denúncia foi oferecida pela 2ª Promotoria de Justiça de Formiga e pela Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais.

MP apura conduta do prefeito de Carmo do Rio Claro que usou evento público para pedir anistia a presos por atos golpistas de 8 de janeiro

MP apura conduta do prefeito de Carmo do Rio Claro que usou evento público para pedir anistia a presos por atos golpistas de 8 de janeiro - Foto: reprodução
MP apura conduta do prefeito de Carmo do Rio Claro que usou evento público para pedir anistia a presos por atos golpistas de 8 de janeiro – Foto: reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura se o prefeito de Carmo do Rio Claro (MG), Filipe Carielo (PSD), cometeu uma eventual ilegalidade ao pedir anistia às pessoas condenadas pelo 8 de janeiro de 2023 em um evento que custou cerca de R$ 1 milhão aos cofres públicos. Reeleito em outubro passado, o prefeito defendeu o perdão no último dia 5, um mês após o pleito, durante o Carmo Rodeio Fest, que teve entrada gratuita para a população.

O MPMG informou que a Promotoria de Justiça de Carmo do Rio Claro já solicitou informações preliminares para apurar duas condutas de Carielo. “Aquelas relacionadas à manifestação favorável às pessoas condenadas pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e aquelas relacionadas às contratações das atrações”, pontuou. A promotoria ainda ponderou que as eventuais imputações serão definidas “após análise das informações solicitadas”.  

Em cima do palco, Carielo defendeu, enquanto estendia uma faixa com os dizeres “Anistia já! Liberdade aos patriotas perseguidos do 8 de janeiro”, que os condenados teriam ido a Brasília “pedir justiça, um país melhor, menos ‘roubalheira’, menos corrupção”. “Aqueles que fizeram alguma coisa errada de depredação, sim, teriam que ser condenados, mas com penas proporcionais ao que fizeram. Eles estão tendo penas superiores a homicidas, a estupradores, a ladrões”, alegou. 

O prefeito, que pediu a anistia no dia em que a atração principal, Fernando & Sorocaba, se apresentaria, ainda afirmou que o perdão seria a única forma de fazer “justiça”. “Por isso, a gente pede ao Congresso, Rodrigo Pacheco, Arthur Lira, deputados e senadores, que aprovem já a anistia aos perseguidos políticos do 8 de janeiro e ao perseguido político, ex-presidente Jair Bolsonaro, para ele se candidatar democraticamente a presidente da República em 2026”, concluiu.

Além do pronunciamento, Carielo reproduziu um vídeo em que aparecia ao lado de Bolsonaro. O trecho foi exibido logo após os presentes assistirem a uma série de casos de pessoas “presas e condenadas injustamente”. “Algumas delas permanecem presas sem sequer (sic) terem recebido alguma acusação. Entre elas, houve inocentes e idosos que foram condenados, com sentenças variando de dez a 17 anos de prisão”, apontou o vídeo.

As cinco duplas contratadas pela Prefeitura de Carmo para o rodeio entre 1º e 5 de novembro custaram juntas ao município R$ 1,08 milhão. O valor corresponde a 0,96% do Orçamento de Carmo projetado para este ano, que é de R$ 111,4 milhões. Enquanto a contratação de Fernando & Sorocaba custou R$ 360 mil, a dupla Clayton & Romário cobrou R$ 220 mil; Pedro Paulo & Alex e Munhoz & Mariano, R$ 200 mil; e Carreiro & Capataz, R$ 100 mil.  

Questionado sobre a manifestação em um evento financiado com recursos públicos, Carielo argumentou que o objetivo principal do Carmo Rodeio Fest era “celebrar a cidade e promover a integração da nossa comunidade”. “Minha manifestação foi uma posição pessoal, sem caráter político-partidário e, mais importante, sem qualquer ruptura institucional. Não fiz pedido de intervenção militar, fechamento de instituições ou qualquer outra ação antidemocrática”, justificou.

O prefeito de Carmo ainda defendeu que o pedido por anistia foi “uma manifestação em defesa da democracia e da justiça, pautada no respeito ao ordenamento jurídico e às instituições democráticas”. “É importante destacar que o pedido de anistia não é para todos os envolvidos indiscriminadamente, mas especialmente para aqueles que se manifestaram de forma legítima no dia 8 de janeiro”, alegou Carielo, que ainda disse reconhecer “atos criminosos” cometidos por quem “depredou o patrimônio”.

Segundo ele, até o momento, o MPMG não lhe notificou sobre a apuração de um eventual crime. “Estou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reitero meu compromisso com a transparência, a legalidade e a defesa intransigente da democracia e da justiça”, concluiu o prefeito de Carmo do Rio Claro.   

Traficante condenado a 44 anos de prisão é preso preventivamente em Carmo do Rio Claro

Carmo do Rio Claro - Foto: Reprodução
Carmo do Rio Claro – Foto: Reprodução

Condenado a 44 anos de prisão por tráfico de drogas, F.B.O. foi preso preventivamente nessa sexta-feira (8) em Carmo do Rio Claro (MG). A pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Justiça determinou ainda o perdimento de um automóvel BMW modelo 118i e de uma motocicleta Yamaha modelo XTZ 660, avaliadas em R$ 51.948,00 e R$ 25.662,00, respectivamente, adquiridos pelo traficante com dinheiro da venda de drogas.

Outras quatro pessoas também foram denunciados pelo MPMG por tráfico de drogas entre elas uma mulher, casada com F.B.O. Ela foi condenada a três anos de prisão, mas teve a pena restritiva de liberdade convertida em restritiva de direitos. L.A.C. terá que prestar serviços comunitários em uma entidade assistencial durante um ano, além de pagar multa de um salário mínimo.

Entenda o caso

Em 2017, conforme inquérito policial, foram apreendidos em uma residência, no município de Conceição da Aparecida (MG) 146 pontos de LSD; 33 porções de maconha; cinco porções de haxixe e 105 pinos de cocaína; toda droga preparada para o comércio, além de 249 pinos vazios e prontos para o envaze de cocaína e balança de precisão. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os policiais militares constataram a presença de cinco adultos e um menor de idade na residência.

Conforme apurado, quatro denunciados, mais o adolescente, constituíram associação criminosa voltada ao tráfico de entorpecentes em Conceição da Aparecida. Para tanto, tinham F.B.O. como mentor intelectual, financiador e adquirente, em outras praças, do entorpecente trazido para aquele município. Lá, era também responsável pelo financiamento da locação de ao menos três imóveis, sucessivamente ocupados pelo bando na medida em que a polícia procedia às intervenções.

F.B.O. também era o responsável pela intimidação a devedores e virtuais testemunhas, além da marca “precioso” que estampada seus produtos. Um outro denunciado era seu presta-nome, responsável por figurar ficticiamente na locação dos imóveis, como ocorreu ao menos quando da primeira locação e, ainda, incumbido da guarda do produto, habitando esses imóveis que ao mesmo tempo eram depósitos e pontos de venda das drogas.

Outros dois denunciados colaboravam diretamente com o presta-nome, atuando a seu comando, assim como o menor, que vigiava as dependências dos imóveis, o que veio constatado quando das investidas policiais, além de atenderem ao público externo.

Ainda em 2017, ao cumprirem outro mandado de busca e apreensão, policiais militares flagraram em uma residência 24 pontos de LSD, um pino de cocaína, porção de maconha e 19 pedras de crack que seriam destinados ao comércio varejista pela ação dos denunciados.

Já em 2018, foi constatado que os denunciados mantinham em depósito com destino à venda, duas porções de maconha, uma de cocaína, 43 pinos para envaze de cocaína, dinheiro, material para embrulho do entorpecente e a logomarca com a inscrição “precioso” que seria afixada nas porções fracionadas quando da venda, conforme perícias realizadas nos autos.

A continuidade das diligências policiais levou ao cumprimento de mais um mandado de busca e apreensão nesse endereço, o terceiro utilizado pelos denunciados.

Conforme a Justiça, os três delitos de tráfico de drogas, dois em 2017 e um em 2018, perpassaram por um lapso temporal bem superior a 30 dias, o qual é considerado como requisito temporal necessário para o reconhecimento do crime continuado, conforme é a jurisprudência pacífica dos tribunais.

Novas denúncias da operação que investiga a prática de crimes na Prefeitura de Guapé, tem pedidos de prisões e afastamentos de cargos públicos deferidos pela Justiça

Prefeito de Guapé foi preso em fevereiro de 2024 - Foto: Reprodução
Prefeito de Guapé foi preso em fevereiro de 2024 – Foto: Reprodução

Três novas fases da “Operação Trem da Alegria”, que apura crimes de fraude em licitação, peculato, preterição da ordem de pagamento de credores, organização criminosa e corrupção passiva na Prefeitura de Guapé (MG), resultaram em desdobramentos favoráveis ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que investiga o caso. Após apresentar novas denúncias nas fases 4, 5 e 6 da operação, a Justiça atendeu aos pedidos feitos pelo MPMG e determinou a prisão de oito pessoas, o afastamento de quatro servidores de seus respectivos cargos, a suspensão de três contratos administrativos e a proibição de contratação por parte da prefeitura municipal.

As três novas denúncias oferecidas pelo MPMG envolvem o prefeito afastado de Guapé, o ex-procurador do município, o ex-secretário de obras, três empresários, uma servidora e um ex-servidor.

A operação tem a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Varginha), Coordenadoria Regional de Defesa do Patrimônio Público e a Procuradoria de Justiça Especializada em Ações de Competência Originária Criminal (PCO).

Conforme uma das denúncias, o prefeito afastado, o ex-procurador do município, o ex-secretário de obras e um empresário se uniram, em plano elaborado, para fraudar uma licitação para asfaltamento de estrada rural no valor de aproximadamente R$ 25,5 milhões.

Em outra denúncia, o prefeito afastado, um empresário e dois então servidores públicos se uniram para fraudar um contrato de fornecimento de alimentação ao município de Guapé. Foi constatado que, em algumas situações, houve fornecimento menor do que o informado ou ainda o não fornecimento, com a divisão do valor gasto indo para o prefeito e o empresário.

Também foi comprovado o favorecimento do empresário quanto à ordem dos pagamentos.

Já na sexta denúncia, o MPMG aponta que o prefeito, o ex-secretário de obras e um empresário se uniram para a solicitação de vantagens indevidas a um outro empresário que prestava serviços ao município no setor de energia.

De acordo com o Gaeco, durante as investigações um restaurante que fornceia alimentos para o município foi derrubado visando a construção de um novo estabelecimento. No decorrer das obras o vínculo com a prefeitura foi mantido e muitas entregas deixaram de ser feitas. Segundo o MPMG, as poucas entregas feitas foram terceirizadas para outros restaurantes. Além disso, parte do dinheiro desse contrato, que estava sendo fraudado, era divido com o então prefeito.

Relembre o caso

Em fevereiro deste ano foi deflagrada a 1ª fase da Operação “Trem da Alegria”, destinada a desmantelar organização criminosa atuante na cidade de Guapé, dedicada à prática de crimes de corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e entrega de veículo automotor a pessoa não habilitada.

Na ocasião, foi oferecida a primeira denúncia, contra seis pessoas pela prática de oito crimes. Vinte e seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Guapé e no Rio de Janeiro(RJ), seis mandados de prisão preventiva e seis de afastamento de cargos públicos foram cumpridos. Os mandados de prisão foram expedidos contra o então prefeito, procurador-geral do município, diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), gestor de obras e dois empresários.

Após, na segunda fase, foi oferecida nova denúncia, pois apurou-se que o prefeito afastado registrou em nome de um empresário uma gleba rural de sua propriedade e, valendo-se das facilidades do cargo e de documentos ideologicamente falsos em relação à real titularidade, concorreu para a aprovação de todas as autorizações necessárias para a implantação, na localidade, de um empreendimento de luxo, denominado Portal do Lago.

Paralelamente, fez uso de recursos públicos para a realização da obra particular no imóvel que lhe pertencia. Em razão das práticas narradas, uma gleba rural de diminuto valor foi transformada em área urbana com valor final estimado em mais de R$ 10 milhões.

Na terceira fase, foi oferecida denúncia porque o então prefeito, previamente ajustado com dois empresários, fraudou procedimento licitatório para a prestação de serviços de horas de máquinas e rolo compactador, com operador, e diárias de caminhões com motorista. Após, em ao menos três oportunidades, os dois empresários, previamente ajustados com o então diretor do SAAE, se apropriaram de dinheiro público, cerca de R$ 6 mil, atestando falsamente horas de trabalho inexistentes.

Além disso, foi apurado que o prefeito afastado se apropriou de uma televisão (avaliada em R$ 2.500,00) destinada à Secretaria de Saúde, direcionando-a ao uso particular de terceiros, assim como solicitou a um empresário do setor de urbanização propina na forma de três lotes, com valor total aproximado de R$ 240 mil.

Até o momento as prisões decorrentes das três fases anteriores foram mantidas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). As três denúncias iniciais já foram recebidas pela 6ª Câmara Criminal. As investigações ainda prosseguem.

Com as novas prisões, o ex-prefeito segue preso em 6 processos distintos.

Empresário também foi preso por estar no esquema de corrupção - Foto: MPMG
Empresário também foi preso por estar no esquema de corrupção – Foto: MPMG

Integrantes de grupo que realizava assaltos em rodovias e sítios de Carmo do Rio Claro são condenados por roubo e organização criminosa

Município de Carmo do Rio Claro - Foto: reprodução
Município de Carmo do Rio Claro – Foto: reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve na Justiça a condenação de sete integrantes de uma organização criminosa que atuava em Carmo do Rio Claro (MG), cometendo roubos em propriedades rurais e em rodovias próximas ao Lago de Furnas, mediante o uso de armas de fogo e o emprego de violência física e psicológica contra às vítimas. As penas dos condenados variam de 12 a 26 anos de prisão.  
 
Em janeiro deste ano, a Promotoria de Justiça de Carmo do Rio Claro, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), regional de Passos e da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) deflagrou uma operação contra os integrantes da organização criminosa. Denominada Ponte Torta, a ação cumpriu sete mandados de prisão e seis de busca e apreensão nas cidades de Carmo do Rio Claro, Alterosa e Piumhi. 

De acordo com as investigações, os envolvidos no esquema criminoso atuavam na região, ao menos desde 2023, praticando os crimes. Um deles ocorreu em 23 de março do ano passado na rodovia BR-265, próximo a Ponte Torta, na zona rural do município, quando o grupo roubou, usando arma de fogo, um Toyota Corolla, telefones celulares e outros pertences das pessoas que estavam no veículo.  
 
Outros roubos ocorreram em  março de 2023, na MG-184, após o trevo de acesso à rodovia BR-265, quando integrantes da organização criminosa armados tentaram, mas não conseguiram, roubar um chevrolet Silverado e, após, roubaram o condutor de um veículo Toyota Yaris. Depois, no dia 11 de abril, o grupo invadiu um sítio situado no bairro Rural Mendonça e roubaram equipamentos avaliados em R$ 40 mil. O dono do imóvel foi amarrado, agredido e torturado pelos assaltantes. Uma sobrinha dele, que participou do roubo, foi condenada a 12 anos de prisão. 
 
Outro crime ocorreu em 5 de outubro de 2023, no sítio Três Barras, onde seis integrantes do grupo roubaram uma TV 32”, celulares, soprador costal, joias, uma motocicleta e uma fiat Toro.

A sentença foi prolatada pela Vara Única da Comarca de Carmo do Rio Claro.

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