Jornal Folha Regional

Zema pede ajuda a Pacheco para negociar dívida mineira

Zema pede ajuda a Pacheco para negociar dívida mineira – Foto: reprodução

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), enviou um ofício ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), onde ele pede apoio na negociação da dívida do Estado de Minas Gerais junto ao Governo Federal. Além disso, destaca a proposta de repasse da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) para a União, com a intenção abater parte da dívida pública, atualmente de R$ 164 bilhões.

No plano de adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Zema propõe a venda da Codemig como parte dos planos para reduzir o endividamento do Estado, mas não há um valor definido de quanto da dívida pode ser abatido com essa operação no plano.

No ofício enviado para Pacheco, Zema relata que tem se empenhado em obter soluções junto ao Governo Federal para a questão da dívida pública contratual mineira e apresenta três cenários para equacionamento da dívida do Estado de MG com a União.

No primeiro cenário, o saldo devedor atual é congelado, isto é, não evolui mais ao longo do tempo e o pagamento é parcelado em 29 anos, sendo os primeiros nove anos no modelo previsto no RRF e o saldo final dividido igualitariamente nos 20 anos subsequentes.

Para o cenário 2, foi adotada a mesma metodologia anterior, abatendo o valor previsto da Codemig no estoque atual.

No terceiro cenário, foi abatido o valor da Codemig e o estoque evolui nas condições atuais dos contratos com a União.

“Considerando a importância do tema para o Governo de Minas Gerais no sentido de buscar o reequilíbrio das finanças estaduais, venho, respeitosamente, solicitar ao nobre Senador, como Presidente do Senado e Senador por Minas Gerais, apoio no sentido de auxiliar nas negociações da dívida junto ao Governo Federal, tendo em vista ser esta a única forma, atualmente, de Minas Gerais alcançar o equilíbrio fiscal”, escreve Zema no óficio.

Na semana passada, Zema enviou à equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um ofício também propondo a federalização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Segundo o Ministério da Fazenda, o pedido feito pelo governador segue em “tramitação interna”. No momento, deputados de Minas Gerais se articulam em prol de uma reunião com Haddad para defender a federalização da estatal.

Atualmente, a estatal é dona da maior jazida de nióbio do mundo, que fica no município de Araxá, na Região do Alto Paranaíba.

A administração da mina acontece em parceria com a empresa privada Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e garante o repasse de 25% sobre o valor do que é extraído para o estado. Em média, a participação nos lucros da CBMM gera para Minas Gerais uma arrecadação anual de aproximadamente R$ 300 milhões. Em 2021, por exemplo, a receita líquida da Codemig foi de R$ 1,3 bilhão.

Pacheco

O senador Rodrigo Pacheco recebeu o documento em 10 de novembro, assinou e respondeu. No texto, Pacheco expressa estar “inteiramente à disposição para atuar junto ao governo federal no sentido de equacionar” a questão da dívida. Ele conclui afirmando que “o Senado permanece ao alcance da população para diálogo e para buscar a melhor condução”.

Em entrevista aos jornais mineiros, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, defendeu a reavaliação da proposta do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) proposto pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Para o senador, o texto que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não resolve o problema da dívida mineira e ainda “adia” a gravidade enfrentada pelo estado.

Pacheco avaliou que não é necessário “sacrificar servidores” e nem se desfazer do patrimônio dos mineiros.

Governo de Minas anuncia investimento de R$ 270 milhões para expansão de empresa chinesa que vai montar caminhões elétricos no Sul do estado

Governo de Minas anuncia investimento de R$ 270 milhões para expansão de empresa chinesa que vai montar caminhões elétricos no Sul do estado – Foto: divulgação

O governador Romeu Zema assinou na última quinta-feira (9), em Xuzhou, o protocolo de intenções de investimento de R$ 270 milhões da chinesa XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group Co. Ltd.) para a ampliação do parque industrial da empresa em Pouso Alegre, no Sul de Minas. A novidade engloba expansão e criação da nova linha de montagem na unidade da empresa, instalada no município desde 2014.
 

“A expansão da XCMG cumpre com nosso objetivo de atrair investimentos com cada vez mais valor agregado em Minas Gerais. Com a nova linha de montagem, o estado vai, pela primeira vez na história, ter uma linha de montagem de veículo de grande porte 100% elétrico”, destacou o governador.

Além da expansão, a XCMG vai investir também na criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Minas Gerais. “Isso é fundamental, porque vamos começar a não só produzir máquinas, mas também criar novas soluções tecnológicas e até, quem sabe, novos produtos”, concluiu o governador.

A expansão da empresa chinesa prevê a geração de 150 empregos diretos permanentes e 315 temporários em Pouso Alegre e região.

A assinatura do protocolo de intenções ocorreu na fábrica da XCMG, em Xuzhou, onde o governador conheceu a linha de montagem de máquinas pesadas da empresa, que é uma das líderes mundiais do segmento. Nos últimos anos a empresa viu seu lucro crescer 700% e o número de exportações 425%.

Governo de Minas anuncia investimento de R$ 270 milhões para expansão de empresa chinesa que vai montar caminhões elétricos no Sul do estado – Foto: divulgação

Ao assinar o protocolo de intenções, o presidente da XCMG, Yang Dongsheng, reafirmou a preocupação da empresa com o desenvolvimento da região onde estão instaladas suas fábricas. “Desde que chegamos em Pouso Alegre, trabalhamos na nacionalização da nossa produção, levando em consideração todos os aspectos, não somente nos trabalhadores, mas também no produto, pesquisa, fornecimento e até mesmo financiamento. Hoje, 96% dos funcionários da XCMG são brasileiros”. Ele afirmou que está muito otimista com a economia do Brasil e de Minas, e que o plano da empresa é continuar expandindo para ir além da linha de montagem, mas implementando a fabricação das peças no Estado.

Os investimentos são fruto da missão internacional na China, com o objetivo de atrair mais investimentos estrangeiros para o estado e, com isso, aumentar a geração de emprego e renda de qualidade em Minas. Esse é o segundo investimento já anunciado durante a viagem. Antes, já havia sido firmado o acordo para fábrica de diagnóstico rápido da Celer, em Montes Claros, no Norte do estado. Serão R$ 17 milhões e mais de cem empregos para região.

Governo de Minas anuncia investimento de R$ 270 milhões para expansão de empresa chinesa que vai montar caminhões elétricos no Sul do estado – Foto: divulgação

Expansão

A construção do parque industrial da XCMG na cidade contou com o apoio da Invest Minas, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), e teve investimento superior a R$ 1 bilhão. A fábrica ocupa área de 1 milhão de metros quadrados, dos quais 150 mil são dedicados à instalação de galpões.

O projeto de expansão da empresa inclui as construções de um novo galpão, para aumentar a capacidade produtiva, e de um eletroposto; ampliação da área de escritório; e a montagem/industrialização de caminhões elétricos e máquinas elétricas. O foco da XCMG é no desenvolvimento futuro de pesquisa e tecnologia para aumentar gradativamente a nacionalização do produto da empresa.

XCMG

Fundada em 1943, a chinesa XCMG produz e comercializa equipamentos para construção civil, ocupando o terceiro lugar no mundo no setor de máquinas pesadas. Em 2014, iniciou a linha de produção na cidade de Pouso Alegre, cujo objetivo é a produção de veículos pesados para construção civil, limpeza urbana e utilidades especiais, com capacidade de produção anual de 7 mil unidades.

A fábrica, que conta com cerca de mil funcionários, já exporta para Argentina, Chile, Peru e Estados Unidos, e pretende atingir um faturamento de R$ 10 bilhões até 2027.

Além disso, a empresa possui o Banco XCMG, de capital 100% estrangeiro, também em Pouso Alegre, com um capital inicial de R$ 100 milhões, de forma a atuar como uma plataforma financeira de apoio à atração de outras indústrias chinesas para a região.

Vereador de Franca faz ofício a deputado estadual de MG para que cobre Zema melhorias na estrada que liga Franca a Cassia

Vereador de Franca faz ofício a deputado estadual de MG para que cobre Zema melhorias na estrada que liga Franca a Cassia – Foto: redes sociais

Na cidade, que é vizinha de Franca, está localizado o maior santuário de Santa Rita de Cássia do mundo.

O Governo do Estado de Minas Gerais está realizando obras de melhorias na rodovia que liga Franca à cidade de Cássia-MG.

A afirmação é de Pedro Bruno Barros de Souza, Secretário de Estado de lnfraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais, um dos braços direitos do governador Romeu Zema.

O objetivo do governo mineiro é melhorar o trajeto entre as duas cidades que fica localizado naquele estado. No total, a distância entre as duas cidades é de aproximadamente 55 quilômetros.

No trecho paulista, Rodovia Ronan Rocha, a pista está em ótimas condições desde Franca até a divisa com o Estado de Minas Gerais, quando passa a se chamar MG344.

A partir daí, são registrados pontos de asfalto desgastado e buracos, daí a necessidade de obras no local.

A resposta do governo mineiro vem de encontro à solicitação feita recentemente pelo vereador francano Daniel Bassi ao deputado Bosco, daquele estado, e ao governador Romeu Zema, durante encontro entre eles em Minas.

“O fluxo de veículos entre as duas cidades é muito grande e tem aumentado em razão das atividades do Santuário de Santa Rita de Cássia, o maior do mundo em homenagem à santa. Com as obras, que deverão ser constantes, a segurança de francanos e demais turistas que forem a Cássia aumentará”, afirmou Bassi.

Confira a resposta oficial do governo de Minas ao pleito de Bassi:

“Com meus cordiais cumprimentos, em atenção ao Oficio 326/2023 (69720799), referente a melhorias no trecho da rodovia MG 344 entre Franca e Santuário de Santa Rita de Cássia, reconhecemos a importância da demanda para melhoria da infraestrutura rodoviária e desenvolvimento da região.

Conforme informações do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais – DER-MG, a 242Unidade Regional, sediada em Passos, realiza a conservação rotineira em toda malha viária circunscrita.

Neste segmento da MG 344, está sendo executado um reperfilamento nos pontos mais críticos e será revitalizada a sinalização horizontal, com o objetivo de melhorar a trafegabilidade do trecho”.

Pedro Bruno Barros de Souza – Secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias.

Via: Notícias de Franca.

Deputada mineira pede revogação de aumento salarial que Zema deu a si mesmo

Deputada mineira pede revogação de aumento salarial que Zema deu a si mesmo – Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) enviou, nesta segunda-feira (23), um ofício a Romeu Zema (Novo) questionando a proposta de reajuste salarial aos servidores prevista no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e pedindo que o governador revogue o aumento nos próprios vencimentos.

O projeto enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no início deste mês prevê duas recomposições de 3% ao funcionalismo público estadual para os próximos nove anos, o que não seria suficiente para recompor as perdas inflacionárias, de acordo com a parlamentar.

Caso aprovado pela Assembleia com o texto atual, o Regime de Recuperação Fiscal determina uma série de regras de austeridade econômica para viabilizar o pagamento da dívida do estado com a União, que gira em torno dos R$ 150 bilhões. Neste cenário, os servidores públicos teriam dois reajustes de 3% previstos para os nove anos de vigência do projeto, um em 2024 e outro em 2028.

Dandara cita que dados do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual, Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos do Estado de Minas Gerais (Sindifisco-MG) apontam para uma inflação de 5,8% no ano passado e caminha para 5% neste ano. A deputada argumenta que os reajustes de 3%, portanto, seriam insuficientes para cobrir as perdas inflacionárias.

Além de solicitar uma explicação para a proposta de reajuste, a parlamentar argumenta que os valores recebidos pelo estado via Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) seriam suficientes para proporcionar um reajuste de 27,46% aos professores do estado. Com este aumento, a classe teria seus vencimentos adequados ao piso salarial nacional.

As requisições por informações do Executivo Estadual são acompanhadas pelo pedido de revogação do Projeto de Lei (PL) 415/2023, aprovado na Assembleia em abril deste ano, e que aumenta em quase 300% os salários de Zema e seus secretários. O aumento autoconcedido pelo governador é motivo de críticas da oposição, que relaciona as propostas de austeridade para o funcionalismo público enquanto aprova medidas que aumentam os próprios vencimentos. Em justificativa ao Supremo Tribunal Federal (STF), Zema diz que o reajuste foi feito para “corrigir uma inconstitucionalidade”.

“Requer-se, em tempo, tendo em vista o que o funcionalismo público sofrerá com o Regime de Recuperação Fiscal proposto, que Vossa Excelência encaminhe à Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais um Projeto de Lei para revogar a Lei Estadual sob nº. 24.314/23, que elevou os vossos subsídios/salários em cerca de 357,99%”, pede a deputada via ofício.

A reportagem solicitou um posicionamento oficial do governo do estado acerca do ofício. Até a última atualização desta matéria, não houve resposta.

Privatização da Cemig: Governo Zema propõe transformar empresa em corporação

Privatização da Cemig: Governo Zema propõe transformar empresa em corporação – Foto: Guilherme Dardanhan

O governo de Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira (18) que quer transformar a Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) em uma corporação, um modelo em que a empresa não tem um acionista controlador definido, e manter poder de veto ao privatizá-la.

O plano foi apresentado na noite de terça-feira (17) a deputados estaduais, que precisam autorizar a desestatização da empresa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Mas o projeto enfrenta ressistências na Casa.

O modelo escolhido pelo gestão Romeu Zema (Novo) prevê que o estado passaria a ser o acionista de referência da Cemig, inclusive com poder de veto (golden share) em decisões consideradas estratégicas, mas deixaria o controle via conversão das ações preferenciais em ordinárias. Assim, 100% das ações da companhia serão ordinárias (veja mais abaixo).

A justificativa do governo Romeu Zema (Novo) é que o modelo é adotado por grandes empresas do mundo e garantirá uma gestão com mais capacidade de investimentos, “mais profissional e contemporânea” e que “também desfaz amarras burocráticas”.

A informação foi revelada inicialmente pelo jornal “Valor Econômico”. A Procurada pela reportagem, a Cemig não se pronunciou sobre o anúncio nem divulgou qualquer comunicado ao mercado ou aos seus acionistas.

Em nota, o governo Zema afirmou “o preço da conta de luz ao consumidor final não será alterado” — uma das principais críticas aos opositores do projeto. Segundo o governo, o valor não subirá porque “a definição da tarifa de energia é definida pela agência de regulação, a Aneel”.

Conversão de ações x follow-on

O governo de Minas detém atualmente 17,04% das ações da Cemig, mas é o acionista controlador porque é dono de 50,97% das ações ordinárias (com direito a voto) e nenhuma ação preferencial (sem direito a voto, mas que tem preferência no recebimento de dividendos).

Se converter todas as ações preferenciais da estatal em ordinárias, o estado deixaria de ter a maioria dos votos e deixaria de controlar a empresa, sem contrapartidas. O modelo é diferente, por exemplo, do anunciado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a privatização da Sabesp.

Tarcísio quer que o governo de São Paulo deixe de ser o controlador da Sabesp por meio de follow-on (emissão de ações), em que o estado não participaria da capitalização da empresa e teria sua participação diluída, para uma porcentagem entre 15% e 30%. O modelo proposto também prevê uma golden share.

A desestatização via follow-on é similar às privatizações feitas pelos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) na BR Distribuidora (atual Vibra Energia) e na Eletrobras, respectivamente.

Conversão de ações e golden share

Segundo a gestão Zema, a proposta de privatização terá “travas societárias para garantir que nenhum acionista tenha mais direitos de voto que o governo” e permitirá à empresa fazer mais investimentos e melhorar o serviço prestado. “Com isso, a operação valoriza não apenas as ações, mas também a participação do estado e de todos os demais acionistas”.

“Nesse modelo, a Cemig também passará a ter mais sócios que, com o governo de Minas, estão obrigados a realizar investimentos no estado sempre superiores à desvalorização dos seus ativos, e em patamares superiores aos praticados atualmente, para melhorar o atendimento a indústrias, clientes rurais e residenciais”, afirma o governo em nota.

Outro argumento utilizado é que, nos próximos anos, qualquer cidadão poderá comprar energia de diferentes empresas no Brasil e que “será difícil que uma empresa estatal, limitada pela legislação, mantenha sua competitividade no mercado”.

O governo diz também que a concessão de importantes usinas da Cemig vencerão nos próximos anos (Sá Carvalho em 2026 e Emborcação e Nova Ponte em 2027) e que elas representam 58% da capacidade de geração de energia da Cemig. “Pela regra federal, por ser uma estatal, a Cemig, não poderia renovar a concessão das usinas”.

Dificuldades para a privatização

Mas o governador Romeu Zema enfrenta dificuldades ao tentar privatizar não só a Cemig, mas também a Copasa e a Gasmig. As desestatizações são uma promessa feita ainda na campanha de 2018 que o governador ainda não conseguiu concluir, apesar de ter sido reeleito em 2022.

Antes de aprovar um projeto específico para a Cemig, Zema tenta mudar a legislação atual mineira. Isso porque a Constituição do estado prevê um referendo popular para a privatização de estatais nas áreas de energia e abastecimento de água.

O governo enviou à ALMG uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para derrubar essa trava, mas a proposta precisa ser aprovada por no mínimo 48 dos 77 deputados estaduais e também enfrenta resistência. Só depois disso poderá enviar um projeto de lei específico para a privatização de cada estatal.

Propostas de Zema para privatizar empresas de MG começam a tramitar no Legislativo

Propostas de Zema para privatizar empresas de MG começam a tramitar no Legislativo – Foto: Clarissa Barçante/ ALMG

Com a autorização da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), começou a tramitar, na última terça-feira (10), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim à obrigatoriedade do governo de consultar a população para vender empresas públicas consideradas estratégicas, como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).

Se aprovada, a medida ainda reduz a quantidade de votos exigidos para privatizar as estatais. Em vez de maioria qualificada, quando 48 dos 77 parlamentares precisam votar a favor, seria necessária a maioria simples, ou seja, metade dos deputados mais um.

No mesmo dia, a presidência da ALMG também deu o aval para que os deputados comecem a debater sobre o projeto de lei (PL) que trata sobre a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

As duas propostas são de autoria da gestão do governador Romeu Zema (Novo) e extremamente criticadas por movimentos populares e entidades sindicais. Agora, os textos vão passar pela Comissão de Constituição e Justiça.

População mineira é contra as privatizações

Desde que o governo enviou o texto da PEC para a ALMG, em agosto deste ano, e recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para implementar o RRF, já aconteceram na capital mineira, e em municípios do interior do estado, uma série de atividades e mobilizações de denúncia às propostas.

No dia 29 de agosto, por exemplo, uma paralisação e uma manifestação de rua, convocadas por entidades representativas do funcionalismo público, reuniram milhares de trabalhadores em Belo Horizonte. Os manifestantes protestaram contra a retirada do direito da população de decidir sobre a venda das estatais e contra a adesão do estado ao RRF, que, segundo eles, precariza os serviços públicos e retira a autonomia do Estado.

Em 23 de setembro, um encontro estadual reuniu mais de 120 lideranças de todas as regiões de Minas Gerais para articular a luta contra a privatização das empresas estatais. A atividade foi organizada pelo Comitê Fora Zema, que enfatiza que os principais impactados pela venda da Cemig e da Copasa serão os mais pobres, que dependem dos serviços especiais oferecidos por elas, como a tarifa social.

Do encontro estadual, os participantes saíram com o compromisso de construir um Plebiscito Popular em defesa das estatais para zelar pelo direito da população de opinar sobre o patrimônio público. (Brasil de Fato)

Romeu Zema propõe congelamento de salários por nove anos

Zema propõe congelamento de salários por nove anos – Foto: reprodução

Esta semana será marcada pelo conhecimento das propostas mais duras já adotadas na história do governo mineiro. Entre elas, o congelamento de salários dos servidores públicos pelo mesmo período de adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

O governador Romeu Zema (foto) (Novo) reivindica nove anos ou, se for autorizado, 12 anos. Junto dessa medida, benefícios trabalhistas poderão ser alvo de eventual reforma administrativa, além da privatização de empresas estatais. Essas medidas já foram encaminhadas por Zema ao Tesouro Nacional, no dia 31 de maio passado, como plano de recuperação fiscal para favorecer a homologação da adesão.

O RRF é um programa federal destinado a estados quebrados, como o de Minas. As empresas que Zema quer vender são patrimônios públicos de mais de 60 anos, como a Cemig (criada há 71 anos pelo então governador JK), Copasa e a poderosa estatal do nióbio, a Codeminas.

Contra essas medidas, por exemplo, o deputado Professor Cleiton (PV), propõe a federalização dessas empresas, de modo a continuarem sob interesse público. As entidades associativas, defensoras das carreiras de estado e de seus direitos, estão apreensivas com o pacote antisservidor e antiestado. O congelamento do reajuste salarial já foi aplicado no Rio de Janeiro, que aderiu, por duas vezes, sem sucesso, ao regime de recuperação fiscal. Um dos precursores dessas medidas é o ex-secretário da Fazenda do Rio Gustavo Barbosa, hoje secretário da Fazenda de Minas.

Faltou combinar

O plano de recuperação fiscal de Zema foi feito à luz da legislação vigente, ainda do governo passado de Bolsonaro. O atual governo prometeu mudanças, migrando para um regime menos duro, mas até agora não as formalizou junto ao Congresso Nacional.

Duas questões ainda pairam sobre o futuro do RRF de Minas. A primeira é a aprovação da adesão de Minas, de acordo com o plano de aperto fiscal preparado pelos deputados estaduais mineiros. A segunda é a avaliação que fará dele o próprio governo federal, avesso, em tese, a privatizações e ao sacrifício dos servidores públicos em nome do ajuste das contas públicas.

Reposição de 3%

O plano de Zema poderá apresentar também uma compensação de 3% no vencimento dos servidores, como reposição inflacionária dos últimos doze meses. A medida buscaria atenuar o impacto de impedimento de reajustes por nove anos.

RRF passa; referendo, não

Se os argumentos de déficit público e contas no vermelho favorecem a aprovação da adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal, por outro lado, é menos garantido o aval ao fim do referendo. O governo Zema não tem maioria dos votos para questões complexas e impopulares. O referendo é uma consulta popular sobre decisões de estado que Zema receia ser reprovado, como as privatizações dos patrimônios públicos (empresas estatais). Zema que tirar isso do texto da Constituição Estadual.

Está lá, consagrado por maioria parlamentar, a consulta popular sobre venda de empresas estatais. Em termos de democracia, a retirada do dispositivo é um retrocesso, já que retira um direito constitucional de participação popular. Quem é contra sabe que o que pretende não seria aprovado pela maioria. Ignorar a sabedoria popular também é um risco solitário, além de antidemocrático.

Empresas e ditadura militar

Repressão a movimentos grevistas, ameaças a trabalhadores, policiais infiltrados em fábricas: essas são algumas práticas de grandes empresas que colaboraram com a ditadura militar. O resultado de pesquisas que investigam a atuação de três grandes empresas, entre 1964 e 1985, foi apresentado na Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia. Em comum, segundo essas pesquisas, a Fiat, Mannesmann (atual Vallourec) e a Belgo-Mineira (incorporada pela ArcelorMittal) teriam colaborado com os governos militares. A intenção era reprimir movimentos grevistas e perseguir trabalhadores filiados a sindicatos. “A repressão à classe trabalhadora não tem outro objetivo senão reprimir qualquer tentativa de modificar o status quo”, afirmou a pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Tayara Lemos.

Arapongas da Usiminas

Antes mesmo de a ditadura ser instalada, a Usiminas (Vale do Aço) havia recorrido, entre os anos de 60 a 70, a arapongas que vasculharam a vida de trabalhadores da empresa e produziram um relatório minucioso de como era o mundo do trabalho na região no período.

Zema e Bolsonaro se encontraram em BH neste sábado: ‘Racha não existe de jeito nenhum

O ex-líder do Planalto chegou em uma padaria, localizada na Pampulha, onde se encontrou com Zema por volta das 7h58 deste sábado

Zema e Bolsonaro se encontraram em BH neste sábado – Foto: Instagram/Romeu Zema

Apesar dos rumores de desentendimento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Romeu Zema (Novo) compartilharam um café na manhã deste sábado(7).

O ex-líder do Planalto chegou ao Hangar dos Pães, localizado na Pampulha, onde se encontrou com Zema por volta das 7h58.

Questionado, o governador negou qualquer desentendimento com o ex-presidente. “Expectativa ótima para o encontro. Racha não existe de jeito nenhum.”

O deputado federal Nicolas Ferreira também participou do encontro – Foto: Instagram/Romeu Zema

Bolsonaro está em Belo Horizonte para cumprir uma agenda com o partido. Ele chegou na sexta-feira (6), e já se reuniu com importantes figuras políticas, incluindo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG).

Suposta desavença entre Zema e Bolsonaro teria surgido quando o governador percebeu que, atualmente, não seria prudente manter uma proximidade com o ex-presidente.

Zema e Bolsonaro se encontraram em BH neste sábado – Foto: Instagram/Romeu Zema

Zema assina acordo com fabricante de chocolates Kinder para construção de parque em MG

Zema assina acordo com fabricante de chocolates Kinder para construção de parque educacional em MG – Foto: Aluísio Eduardo / Imprensa MG

O governador Romeu Zema (Novo) e a empresa italiana de chocolates Ferrero assinaram nesta terça-feira (12) um protocolo de intenções para a construção de um parque de atividades esportivas e educacionais, em Poços de Caldas (MG), cidade sul-mineira que abriga uma fábrica da empresa no Brasil.

O termo foi assinado em reunião com executivos na sede da empresa, em Alba, na Itália. O espaço lúdico será inspirado em um parque já instalado na cidade italiana, o Kinder Joy of Moving Park, também criado com os objetivos de desenvolvimento educacional.

A instalação do parque no Sul de Minas acontecerá por meio da iniciativa público-privada. O documento também afirma o desenvolvimento das atividades do programa educacional com o qual o estado já mantém parceria.

Além de sediar o futuro novo parque, Poços de Caldas foi o primeiro município do país a receber o projeto Kinder Joy of Moving em 2018. Desde então, o programa já formou mais de 1,7 mil profissionais da educação das redes municipal e estadual.

Zema assina acordo com fabricante de chocolates Kinder para construção de parque educacional em MG – Foto: Aluísio Eduardo / Imprensa MG

O programa inspira crianças e jovens a se movimentarem por meio de jogos e brincadeiras, além de desenvolver habilidades-chave. Os conteúdos e as atividades do programa estão alinhados à Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

Além das atividades presenciais, os educadores contam com uma biblioteca de jogos em vídeo ofertada exclusivamente aos professores inscritos no programa por meio de uma plataforma global.

Vídeo: Governador Zema se encontra com Papa Francisco e entrega ‘lembrança’ mineira

Governador Zema se encontra com Papa Francisco e entrega ‘lembrança’ mineira – Vídeo: Redes sociais / Romeu Zema

O governador Romeu Zema se encontrou, nesta quarta-feira (13), com o Papa Francisco, na Praça São Pedro, na Cidade do Vaticano. Na ocasião, o chefe do Executivo entregou ao religioso presentes que remetem à mineiridade: uma palma barroca, artesanato produzido na cidade de Sabará, na Região Metropolitano, e um café da cidade de Campos Altos, no Alto Paranaíba.

“Tive a satisfação de encontrar com o Papa, aqui no Vaticano, e considero um encontro extremamente emocionante, pois foi a primeira vez. Pedi a ele que reze por Minas e que abençoe nossa bandeira e os mais de 20 milhões de mineiros (…) Foi um encontro rápido, mas muito emocionante. E, a partir de agora, nós mineiros temos a benção do Papa ao nosso lado”, disse o governador.

Durante a conversa, o Papa destacou o papel dos mineiros na busca pela paz e pela liberdade, dizendo já ter ouvido histórias “de que os mineiros lutam para não fazer a guerra, nunca. Mas, quando estão na guerra, lutam para poder terminá-la, porque não a querem”, disse o líder religioso.

O que são as palmas barrocas, entregues ao Papa

Considerada Patrimônio Histórico de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, a palma barroca é composta por um vaso em pedra sabão e por folhas moldadas em cobre e banhadas a ouro. As peças entregues ao líder da Igreja Católica são assinadas pelo artista George Helt. 

Tradicionalmente, as palmas barrocas são usadas para ornamentar altares e oratórios. Trazidas ao Brasil, por Dom João VI, tornaram-se elemento comum nas celebrações católicas. Em Sabará, a confecção das peças se transformou em tradição, principalmente entre as mulheres, que transmitiram o conhecimento sobre a elaboração das peças de geração em geração. 

As peças entregues por Zema ao papa Francisco foram confeccionadas pelas mãos de Helt, que usou ferramentas do século XVII para dar os contornos das folhas de metal. 

Missão pela Europa

O governador Romeu Zema está desde a última terça-feira (5) na Europa, onde cumpre agendas oficiais na Itália e na Áustria. A comitiva, composta também pelos secretários de Casa Civil, Marcelo Aro, e de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, está em uma série de compromissos que têm o objetivo de atrair investimentos estrangeiros para o estado. Enquanto Zema está fora do país, quem está interinamente à frente do Executivo é o vice dele, Mateus Simões.

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