Além da dengue, Passos também tem recorde de ataques de escorpiões: 310 casos – Foto: reprodução
Passos (MG) registrou 310 casos de ataques de escorpiões à população no ano passado, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan – do Ministério da Saúde
O número representa quase o dobro de registros somados nas outras maiores cidades do Sul de Minas, sendo que em Varginha foram registrados 101 casos, Lavras 64, Poços de Caldas 30 e Pouso Alegre 21.
O Sinané alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de Setembro de 2017), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. (Observo)
Febre amarela: primeira morte em MG é confirmada no Sul do Estado – Foto: reprodução
Minas Gerais registrou a primeira morte por febre amarela em 2025. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta terça-feira (4 de fevereiro). O Estado está sob alerta do Ministério da Saúde para o aumento da transmissão da doença infecciosa febril aguda, que é transmitida pela picada de mosquitos.
A morte foi registrada na cidade de Extrema, no Sul de Minas. O paciente foi diagnosticado com a doença na última sexta-feira (31 de janeiro). Segundo a SES-MG, trata-se de um morador de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que se deslocava diariamente para o município de Extrema. O local provável de contaminação ainda é investigado pela SES-MG.
O Estado também registra um caso positivo de Febre Amarela em primata não humano (PNH), no município de Toledo, também no Sul de Minas.
Ministério da Saúde alerta para aumento de casos
A confirmação da primeira morte em Minas acontece após o Ministério da Saúde divulgar alerta sobre o aumento da transmissão da febre amarela no Estado mineiro, além de São Paulo, Roraima e Tocantins. A nota técnica encaminhada às secretarias de saúde destaca que o período sazonal da doença vai de dezembro a maio e recomenda a intensificação das ações de vigilância e de imunização nas áreas consideradas de risco.
O estado de São Paulo, de acordo com a pasta, concentra a maior parte dos casos de febre amarela registrados ao longo das primeiras semanas de 2025. “Por isso, o Ministério da Saúde decidiu ampliar o envio de doses do imunizante para o governo estadual. O estado receberá dois milhões de doses até o início de fevereiro, sendo 800 mil doses extras. Destas, um milhão foi entregue em janeiro”.
A febre amarela: transmissão
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pela picada de mosquitos. Embora não aconteça contágio de pessoa para pessoa, as notificações aumentam com a circulação do vírus pelos mosquitos.
No ciclo urbano, a febre amarela é transmitida pelo Aedes aegypti (o mesmo transmissor da dengue, zika e chikungunya); e no ciclo silvestre, é transmitida principalmente pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
Risco de morte
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Por isso, é fundamental procurar ajuda médica imediatamente ao surgirem os primeiros sinais e sintomas.
Vacina
A vacina é a principal ferramenta de prevenção da febre amarela. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, disponível nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, a cobertura vacinal contra a Febre Amarela em Minas está em 86,30%. A meta vacinal estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização é de 95% de cobertura.
Governo Zema vai pagar salário menor para servidores da saúde após atrasos da União – Foto: Carl de Souza / AFP
O governo Romeu Zema (Novo) diz que alguns servidores lotados em órgãos do sistema de saúde estadual irão receber apenas 86% do valor calculado como devido pelas unidades de Recursos Humanos. A razão, de acordo com o governo, seria um atraso do governo federal nos repasses referentes ao complemento previsto na criação do “piso da enfermagem”.
“Esse problema no repasse irá impactar a parcela complementar do piso referente ao mês de dezembro/24, cujo crédito ao servidor será no quinto dia útil de fevereiro. Em função disso os profissionais que têm direito ao complemento na SES-MG, na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), na Fundação Ezequiel Dias (Funed), na Fundação Hemominas, na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG) receberão 86% do valor calculado como devido pelas unidades de Recursos Humanos”, diz nota enviada pelo governo à imprensa.
Ainda segundo a gestão Zema, o governo Lula (PT) deve R$ 4 milhões, referente a repasses pactuados para o pagamento do “Piso da Enfermagem” e avisa que irá cobrar o Ministério da Saúde para que regularize a situação.
De acordo com a administração estadual, as dívidas surgiram por falhas na gestão federal. “Em função de erros nos repasses devidos pelo governo federal, não houve o pagamento integral pactuado junto ao Governo de Minas no período entre setembro de 2024 e a folha do 13º salário”, afirma em nota divulgada à imprensa.
O governo mineiro afirma que está em tratativas com o Ministério da Saúde para regularização desse repasse e, assim que a situação for regularizada pela União, irá fazer o pagamento do valor proporcional do complemento do piso da enfermagem de forma retroativa, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Ministério.
A reportagem fez contato com o Ministério da Saúde e aguarda um retorno sobre a previsão para que a situação seja regularizada.
Registros de dengue em Passos já chegam em 104 casos em 20 dias de 2025 – Foto: reprodução
Nos 20 primeiros dias de 2025, já foram registrados 104 casos de dengue em Passos (MG), segundo os dados do Painel Monitoramento da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Na microrregião de Passos, o município está com o maior número de casos, seguindo de São Sebastião do Paraíso, com 52 casos, e de Itaú de Minas, com 14 casos.
Nesta mesma época do ano passado, os números de registro de dengue na cidade eram de 30 casos na primeira semana de janeiro, saltando para 148 casos no dia 16 de janeiro de 2024, segundo o Painel de Monitoramento.
Minas registra aumento de quase 300% nos casos de dengue
Nos últimos sete dias, Minas Gerais registrou 1.587 novos casos de dengue, um aumento de 296% em relação à semana anterior. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), divulgado em 13 de janeiro, haviam sido confirmadas 536 infecções pela arbovirose, número que saltou para 2.123 no boletim desta segunda-feira (20/01).
Os casos prováveis também tiveram um aumento significativo no mesmo período, passando de 2.075 para 6.741, o que corresponde a 224,8%. Além disso, três mortes suspeitas por dengue estão sendo investigadas.
O Ministério da Saúde, por meio do painel de monitoramento das arboviroses, registrou um óbito por dengue em Minas Gerais. No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde ainda não confirmou a morte.
Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, explicou que a divergência de informações ocorre devido à cronologia do contágio dos pacientes. Isso porque, embora a União tenha confirmado a morte para o período sazonal de 2025, a investigação ainda está em andamento.
Apesar do aumento significativo, o estado se mantém bem abaixo dos números do ano passado, quando Minas foi o estado brasileiro com maior quantidade de casos suspeitos de dengue. Até o dia 22 de janeiro de 2024, o estado contava com 11.490 casos confirmados e 32.316 suspeitos, além de 14 óbitos em investigação e um confirmado.
Essa situação fez com que o governo estadual decretasse emergência em saúde pública. Na ocasião, 366 municípios mineiros estiveram situação de alerta, enquanto 305 apresentavam risco elevado para a transmissão da doença.
Zika e Chikungunya
Em relação à febre chikungunya, até 20 de janeiro, foram registrados 693 casos prováveis da doença neste ano, e 539 confirmados, sem a ocorrência de mortes em investigação ou confirmados em Minas Gerais. Quanto ao vírus Zika, não há casos prováveis nem confirmados no estado.
A Universidade Federal do Ceará (UFC) divulgou o edital de seleção para a licença de uso da patente da pele de tilápia liofilizada. O produto pode ser incluído em kits de curativos biológicos destinados ao tratamento de queimadura em pele de humanos. A patente pertence aos médicos Marcelo Borges de Miranda, Edmar Maciel Lima Júnior e à UFC, que trabalham no projeto há pelo menos uma década.
A tilápia representa 63,5% (ou 486,2 mil toneladas) da produção brasileira de pescados no Brasil, e a tendência é que esse número aumente para 80% até o 2030, segundo o anuário da Associação Brasileira da Piscicultura. Mas, segundo Edmar Maciel Lima Júnior, a captação de peles ainda é insuficiente no país e o produto é destinado a queimaduras mais graves. “Mas a captação de peles é quase insuficiente no país, principalmente pela falta de uma cultura do nosso povo de fazer a doação desse tecido”, destacou.
O uso de pele de tilápias como curativos é aplicado em nove estados brasileiros e o projeto é discutido em 96 projetos diferentes, envolvendo mais de 350 pesquisadores. “Esse é um peixe criado em grande quantidade no Brasil e no mundo, com a segunda maior produção, atrás apenas das carpas. Além disso, ele possui um ciclo reprodutivo rápido, suporta temperaturas que variam entre 12 ºC e 38 ºC em cativeiro e demora cerca de seis meses para alcançar entre 800 gramas e 1 kg”, acrescentou.
Os participantes da proposta da UFC estão dialogando com representantes da empresa pernambucana Hebron Farmacêutica, que pode desenvolver os kits para aplicação comercial. Além do Ceará, a Hebron mantém parcerias com universidades como as Universidades Federais de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, bem como com instituições como as Universidades Estaduais de São Paulo (USP), Campinas (UNICAMP) e Pernambuco (UPE), além da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Cidades do Sul de Minas reforçam prevenção após notificação dos primeiros casos de dengue – Foto: reprodução
Após as primeiras notificações de dengue neste ano, os municípios do Sul de Minas começaram a reforçar métodos de prevenção contra a doença. Pouso Alegre (MG), que recentemente notificou casos da doença, está entre as cidades da região que implementaram medidas para se prevenir.
Conforme dados levantados pela reportagem, em Minas Gerais já são 5.680 casos prováveis, 1.794 confirmações da doença, além de três mortes investigadas neste ano.
Veja os números registrados na região, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG):
Pouso Alegre: 12 casos prováveis, ainda sem confirmações pelo estado;
Passos: 94 casos notificados com apenas uma confirmação até o momento;
Poços de Caldas: 4 casos prováveis, sem confirmação;
Varginha: 5 casos notificados que deram positivo para dengue;
Em nenhuma cidade do Sul de Minas existem mortes em investigação ou confirmadas.
Apesar da SES-MG ainda não ter confirmado nenhum caso de dengue, a Prefeitura de Pouso Alegre já confirmou dois casos na cidade.
“A prefeitura tem agido com agentes de endemia intensificando o serviço na procura de focos de mosquito e mapeando essa região. Eles estão visitando esses locais, porque muita gente ainda está desatenta, né? Infelizmente, com a chuva, as pessoas se tornam um pouco passadas. Elas não prestam atenção em como funciona o acúmulo de água em casa: é no copinho d’água, é no pires debaixo da planta, são nesses locais que têm o criadouro e onde vão criar os mosquitos para nos atacar”, afirma o enfermeiro Sandro Couto.
Descarte de pneus
Uma das orientações é quanto ao descarte de pneus, que podem ser levados no Ecoponto da prefeitura, localizado na fábrica de manilhas, na Rua João Inácio Raimundo, bairro São João, durante o período da manhã.
Denúncias
Locais de terrenos baldio e de depósito de lixo com materiais que acumulem água podem ser denunciados na Ouvidoria.
As denúncias podem ser feitas online pelo site ou de forma presencial na Central de Atendimento, localizada na Rua Dionísio Machado, 96, Centro. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h.
Dengue: sorotipo 3 volta a circular no país e preocupa autoridades – Foto: reprodução
O sorotipo 3 da dengue registrou aumento em meio a testes positivos para a doença no Brasil – sobretudo nos estados de São Paulo, de Minas Gerais, do Amapá e do Paraná. A ampliação foi registrada principalmente nas últimas quatro semanas de dezembro. O cenário preocupa autoridades sanitárias brasileiras, já que o vírus não circula de forma predominante no país desde 2008 e, consequentemente, grande parte da população está suscetível.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao longo de todo o ano de 2024, o sorotipo da dengue que circulou de forma predominante no Brasil foi o 1, identificado em 73,4% das amostras que testaram positivo para a doença. “Estamos vendo uma mudança significativa para o sorotipo 3”, destacou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (9).
“Quero chamar a atenção porque o sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. Temos 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Então, temos muitas pessoas suscetíveis, que não entraram em contato com esse sorotipo e podem ter a doença. Essa é uma variável que nós estamos colocando no nosso COE [Centro de Operações de Emergência] para um monitoramento da circulação desses vírus.”
Alta incidência
Uma projeção feita com base nos padrões registrados em 2023 e 2024 no Brasil e apresentada pela pasta revela que a maior parte dos casos de dengue esperados para 2025 devem ser contabilizados nos seguintes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Nessas localidades, é esperada uma incidência acima do que foi registrado ao longo do ano passado.
“O que a gente pode esperar para 2025? A gente continua com o efeito do El Niño e, portanto, com altas temperaturas e com esses extremos de temperatura. Também temos o problema da seca, que faz com que as pessoas armazenem água, muitas vezes, em locais inadequados. E isso também faz com que a proliferação de mosquitos possa acontecer”, explicou a secretária de Vigilância em Saúde.
“O aumento da circulação do sorotipo 3 não entrou nessa modelagem”, disse. “Não sabemos como ele vai se espalhar. Estamos fazendo esse monitoramento”, completou Ethel. Segundo ela, nas últimas quatro semanas de 2024, 84% dos casos de dengue se concentraram nos estados de São Paulo, do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Paraná, de Goiás e de Santa Catarina.
Zika
Dados da pasta mostram ainda que, nas últimas quatro semanas de 2024, 82% do total de casos prováveis de Zika identificados no países se concentraram no Espírito Santo, no Tocantins e no Acre.
Chikungunya
Nas últimas quatro semanas de dezembro, 3.563 casos prováveis de Chikungunya foram identificados, sendo 76,3% deles em São Paulo, em Minas Gerais, no Mato Grosso, no Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul. “Os estados se repetem, alguns deles, para dengue, Zika e Chikungunya”, destacou a secretária.
Oropouche
“Estamos com uma concentração grande de casos no Espírito Santo, com casos importados no Rio Grande do Norte, em Goiás, no Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, mas 90% dos casos estão concentrados no Espírito Santo, com aumento significativo das notificações. Estamos, neste momento, com uma equipe lá”, concluiu Ethel.
De acordo com a pasta, na primeira semana de 2024, 471 casos de febre do Oropouche foram identificados no país. Já na primeira semana de 2025, 98 casos da doença foram contabilizados no Brasil.
Rússia começará a distribuição de vacinas contra o câncer – Foto: reprodução
A Rússia anunciou que vai começar a distribuição da vacina contra o câncer nos próximos meses e será oferecida gratuitamente a pacientes russos. O imunizante, desenvolvido em colaboração com diversos centros de pesquisa, promete revolucionar o tratamento da doença.
Utilizando a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma utilizada em doses contra a covid-19, a vacina oferece uma abordagem personalizada e direcionada. Cada dose é desenvolvida com base na análise genética do tumor de cada paciente, “ensinando” o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas específicas.
O Centro Nacional de Pesquisa Médica do Ministério da Saúde destacou o potencial transformador dessa vacina, que combina inovação tecnológica e personalização do tratamento. A expectativa é que a iniciativa coloque a Rússia na vanguarda das terapias oncológicas, beneficiando não apenas os pacientes, mas também inspirando avanços na medicina global.
Rússia anuncia vacina gratuita contra o câncer prevista para 2025 – Foto: reprodução
Uma vacina contra o câncer, desenvolvida na Rússia, foi anunciada nesta semana pelo Ministério da Saúde do país. O imunizante já estaria em fase final e poderá ser disponibilizado para pacientes em 2025, de forma gratuita.
A notícia foi anunciada pela Rádio Rossiya, durante entrevista com Andrey Kaprin, diretor geral do Centro de Pesquisa Médica em Radiologia do Ministério da Saúde da Rússia.
A vacina é o resultado do trabalho de vários centros de pesquisa. Estudos apontaram que o imunizante tem a capacidade de reduzir o crescimentos dos tumores e prevenir metástases.
Como funciona?
O imunizante seria responsável por introduzir um pedaço de RNA mensageiro no corpo, levando as células a produzir uma proteína específica. Na prática, o sistema imunológico vai reconhecer essa proteína como estranha e gerar anticorpos para combatê-la.
No caso do câncer, esse processo é adaptado para ajudar o sistema imunológico a identificar e atacar células cancerígenas.
Anvisa analisa nova vacina contra a dengue, a primeira em dose única – Foto: Flickr/Governo de SP
O Instituto Butantan submeteu, na última segunda-feira (16), à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro para a Butantan-DV, vacina que desenvolveu contra a dengue. Caso seja aprovado, o imunizante será o primeiro do mundo em dose única contra a doença e se somará à Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e à disposição do público no Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo de submissão contínua permitiu que os dados do Butantan fossem enviados à Anvisa conforme eram gerados, agilizando as etapas de avaliação e acelerando a aprovação. O pedido de registro foi feito 48h depois que o Ministério da Saúde lançou, no sábado, o Dia D contra a Dengue — campanha de esclarecimento da população, que visa impedir o avanço da doença a partir da chegada do verão, no dia 21. Somente neste ano, há o registro de aproximadamente 6,5 milhões de casos prováveis. As mortes estão em torno de 5,9 mil.
A Butantan-DV é uma vacina tetravalente desenvolvida para combater os quatro sorotipos do vírus da dengue. Os ensaios clínicos da vacina foram concluídos em junho, após o último participante completar cinco anos de acompanhamento.
Os dados de segurança e eficácia da Butantan-DV foram publicados no New England Journal of Medicine e têm uma eficácia geral de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos de dengue. Resultados da fase 3, divulgados na revista The Lancet Infectious Diseases, apontaram uma proteção de 89% contra formas graves da doença e casos com sinais de alarme, além de eficácia e segurança comprovadas por até cinco anos.
“É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional. Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue. Mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos. Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, mas estamos confiantes nos resultados que virão”, afirmou Esper Kallás, diretor do Butantan.
100 milhões de doses
Se aprovada, o instituto estima entregar cerca de 100 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde ao longo dos próximos três anos. Em 2025, está prevista a entrega de um milhão de doses, com o restante distribuído em 2026 e 2027.
A definição dos critérios para vacinação da população caberá ao Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A fábrica da vacina Butantan-DV foi inspecionada pela Anvisa e considerada adequada. A agência também emitiu o certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para a planta de fabricação.
Segundo o infectologista Leandro Machado, a nova vacina pode mudar radicalmente o enfrentamento da dengue no Brasil: “Com apenas uma dose, ela não só facilita o acesso para milhões de pessoas, mas, também, oferece proteção prolongada e eficaz contra a doença. Isso significa menos casos graves, menos internações e menos vidas perdidas. Para um país como o nosso, onde a dengue é um problema constante, essa vacina traz esperança de um futuro com muito menos sofrimento”, explica. Questionada pelo Correio, a Anvisa informou que analisará os documentos submetidos nos próximos dias.
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